O fim de "O Independente"
Enquanto me divertia a comentar a nova descoberta de Bush, Rumsfeld e sus muchachos (ressuscitar o antifascismo gasto e rançoso como mito mobilizador), esqueci a notícia do dia cá na pequena casa lusitana.
Desculpem-me a distracção, mas é realmente uma delícia imaginar o consolo de toda aquela malta que escreve os discursos da camarilha perante o seu triunfo semântico: para velhos trotskistas como são quase todos, isto representa a certificação moral, a legitimação póstuma das suas perdidas adolescências. Afinal, sempre estiveram no mesmo lado! A luta continua!
Deixemo-los, pois, com as suas obsessões de jumentude.
A notícia do encerramento de "O Independente" veio confirmar o que todos sabiam: a crise da imprensa escrita é mesmo séria, e veio para ficar.
A alguns deve ter percorrido um calafrio na espinha: não custa imaginar uma situação semelhante num futuro mais ou menos distante, em que uma reunião de alto nível na administração do BCP/Millenium termine com o anúncio do fecho de "O Sol", por não ser mais possível justificar o dinheiro ali enterrado.
Para quem esforce a memória, o panorama é mesmo assustador. Quem se lembra de "O Jornal", do "Tempo", de "O País", de "A Rua", sei lá de quantos semanários foram desaparecendo até se chegar a "O Independente", ou ao "Semanário" que penosamente se arrasta.
O certo é que não há publicidade, e não parece haver leitores. Onde procurar as receitas?
Por outro lado, o assunto "Independente" pode ter a maior importância política. Basta lembrar que ainda não há muito tempo um grupo político/económico parecia estar em vias de consolidar nas suas nãos notável parcela do poder político/económico/mediático. Havia um partido (CDS), um jornal ("O Independente"), uma televisão (TVI), múltiplos outros investimentos em curso ou em estudo, e chegou-se mesmo ao Governo.
De súbito, o Governo desmoronou-se fragorosamente, o partido fugiu, o jornal faliu, a televisão foi vendida, outras ideias tiveram que ser abruptamente congeladas.
Certo que a alienação da televisão deixou o sector financeiro do grupo com um importante encaixe, a que terá que ser dada aplicação mais tarde ou mais cedo.
Mas na frente política as coisas não são animadoras. Será preciso reconsiderar os projectos de retorno ao CDS? Não será arriscado demais com uma envolvência mediática demasiado hostil? De facto, os anticorpos semeados não permitem antever nada de bom dos lados do "Expresso" ou do "Sol", da TVI ou da SIC...
Haverá ainda uma saída para o portismo (com o aberto)?
Desculpem-me a distracção, mas é realmente uma delícia imaginar o consolo de toda aquela malta que escreve os discursos da camarilha perante o seu triunfo semântico: para velhos trotskistas como são quase todos, isto representa a certificação moral, a legitimação póstuma das suas perdidas adolescências. Afinal, sempre estiveram no mesmo lado! A luta continua!
Deixemo-los, pois, com as suas obsessões de jumentude.
A notícia do encerramento de "O Independente" veio confirmar o que todos sabiam: a crise da imprensa escrita é mesmo séria, e veio para ficar.
A alguns deve ter percorrido um calafrio na espinha: não custa imaginar uma situação semelhante num futuro mais ou menos distante, em que uma reunião de alto nível na administração do BCP/Millenium termine com o anúncio do fecho de "O Sol", por não ser mais possível justificar o dinheiro ali enterrado.
Para quem esforce a memória, o panorama é mesmo assustador. Quem se lembra de "O Jornal", do "Tempo", de "O País", de "A Rua", sei lá de quantos semanários foram desaparecendo até se chegar a "O Independente", ou ao "Semanário" que penosamente se arrasta.
O certo é que não há publicidade, e não parece haver leitores. Onde procurar as receitas?
Por outro lado, o assunto "Independente" pode ter a maior importância política. Basta lembrar que ainda não há muito tempo um grupo político/económico parecia estar em vias de consolidar nas suas nãos notável parcela do poder político/económico/mediático. Havia um partido (CDS), um jornal ("O Independente"), uma televisão (TVI), múltiplos outros investimentos em curso ou em estudo, e chegou-se mesmo ao Governo.
De súbito, o Governo desmoronou-se fragorosamente, o partido fugiu, o jornal faliu, a televisão foi vendida, outras ideias tiveram que ser abruptamente congeladas.
Certo que a alienação da televisão deixou o sector financeiro do grupo com um importante encaixe, a que terá que ser dada aplicação mais tarde ou mais cedo.
Mas na frente política as coisas não são animadoras. Será preciso reconsiderar os projectos de retorno ao CDS? Não será arriscado demais com uma envolvência mediática demasiado hostil? De facto, os anticorpos semeados não permitem antever nada de bom dos lados do "Expresso" ou do "Sol", da TVI ou da SIC...
Haverá ainda uma saída para o portismo (com o aberto)?
4 Comments:
'O Sexo dos Anjos' e o 'Horizonte' resumem fielmente o que se pasou.
Cumprimentos
Aleluia, menos um!
E os outros quando acabam?!
Que instintos... exterminadores!
vamos acabarcu resto do lixo TSF, Publico, sabado, e tanto lixoqueanda praai.
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