quarta-feira, setembro 27, 2006

O homem que queria ser rainha de Inglaterra

Segundo leio nas gazetas, abrilhantadas por fotos felicíssimas da personalidade em causa, sempre exibindo o reluzente marfim, em sorriso rasgado de orelha a orelha, o Prof. Cavaco está muito satisfeito.
Numa das notícias assegura que está muito contente porque a área ardida na época dos fogos deste ano foi inferior à do ano passado.
Noutra notícia faz saber que também o encheu de satisfação a escolha do novo Procurador-Geral da República, pessoa de altíssimas qualidades.
Em múltiplas notícias à volta exibe-se o seu contentamento com o nosso relacionamento com a Espanha, que atravessa, como é de sublinhar, o melhor momento de sempre.
Não há como não reparar: o Prof. Cavaco está contente. Afinal, a boa moeda triunfou sobre a má moeda. Ele é Presidente da República! E a Maria também!
Não se julgue que esta alegria resulta de alguma reencarnação tardia do Dr. Pangloss.
Nem se pense que nasce de alguma crença ingénua em teorias lidas outrora nos livros de economia, sobre expectativas. Não senhor, só um cínico pensaria nesses termos sobre o povinho (vamos injectar-lhe optimismo, que se eles creditarem que tudo vai bem as coisas ficarão certamente melhores).
Não senhor, aquilo é genuíno, isento de qualquer cálculo mesquinho. O homem anda mesmo contente.
Vai dedicar-se jubilosamente às tarefas que idealiza como sendo as presidenciais. Muita representação, muita cerimónia. Só dignificação e institucionalismo. Sobretudo, nada de crispações. Solidariedade é que é. Um Presidente tem que chegar ao fim do mandato muito mais consensual do que começou.. A meta é sair pela porta grande, por entre a veneração geral. Mesmo que para isso seja necessário tornar-se uma completa irrelevância meramente ornamental, que a Rainha de Inglaterra aliás não é – ao contrário do que se julga na corte de Lisboa.

2 Comments:

At 8:55 da manhã, Blogger Je maintiendrai said...

Bem! Bem!

 
At 3:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Cavaco - o cacique do Cavaquistão, nascido num verdadeiro poço (o Poço - hoje «Fonte» - de Boliqueime foi a única povoação de Portugal Continental a ter sido totalmente arrasada em 1755), a quintessência da mediocridade reinante alcançou o pódio de Presidente da República. E agora, de sorriso alvar na cara escaqueirada, prepara a maior golpada de todas: a traição, tal como um Cristóvão de Moura, nos idos anos do reinado do Cardeal D. Henrique.

O «melhor momento de sempre» nas relações com Espanha é, para o Cavaco do Cavaquistão, a entrega da nossa Soberania às mãos dos seus inimigos históricos. Coincidente, aliás, com a «visita» do nefastíssimo Aznar a terras lusas, a convite do Sr. Sócrates (o funcionário da CM da Covilhã não é nem nunca foi engenheiro).

Oh senhores Cavaco e Sócrates: lembrem-se de que o «atentado contra a Soberania» ainda é um crime previsto pelo nosso Código Penal, punível com 20 anos de cadeia... Se fosse a vocês, não andava tão sorridente...

 

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