A Star is Born: Muammar Kadhafi
Em Roma, um passo separava o Capitólio e a Rocha Tarpeia.
Na Nova Roma o trânsito entre o Céu e o Inferno, num sentido ou noutro, faz-se com muito maior facilidade e rapidez.
Não vou dizer que perguntem a Ben Laden, ou a Saddam Hussein. Os caídos nas profundezas, enquanto tal, deixam de contar na Cidade do Bem, onde todos radiosamente vivemos felizes.
Mas podem confirmar com uma entrevista/reportagem junto de Muammar Kadhafi, a mais recente conversão prodigiosa.
Ainda há pouco, há poucochinho, era um símbolo do Mal. Ei-lo agora refulgente modelo para as hostes do Bem.
O fenómeno foi já autenticado pela visita de Blair, que se não é ainda uma visita do Papa equivale pelo menos a uma certificação pelo Cardeal Diácono.
Nada de estranhar, se atentarmos no formidável progresso que este Século Americano está a trazer à humanidade.
Claro que alguns malevolentes insinuam que se trata de uma conversão pelo menos muito interessada, pondo em dúvida que seja movida por Fé sincera (o protagonista, progressivamente entalado entre forças hostis de sentidos opostos, procuraria escapar-se para onde sente a força que lhe poderá assegurar sobrevivência).
Mas isto são dúvidas daquelas que só aproveitam ao inimigo, como lembrou Rumsfeld. E o debate sobre estas questões só enfraquece as forças do Bem, como avisou Cheney.
Não devemos portanto contrariar os ensinamentos desses grandes timoneiros que nos orientam lá de longe, onde irradia o Farol da Nova Humanidade. Até por prudência: os zelotas de cá excedem em ardor os vigilantes de lá, e não tarda começam a tomar providências radicais. Os traidores, já se sabe, estão devidamente listados e identificados.
Nós nem por sombras quereríamos embaraçar a marcha triunfal da civilização, da liberdade e da democracia. Que marchem, que marchem!...
Na Nova Roma o trânsito entre o Céu e o Inferno, num sentido ou noutro, faz-se com muito maior facilidade e rapidez.
Não vou dizer que perguntem a Ben Laden, ou a Saddam Hussein. Os caídos nas profundezas, enquanto tal, deixam de contar na Cidade do Bem, onde todos radiosamente vivemos felizes.
Mas podem confirmar com uma entrevista/reportagem junto de Muammar Kadhafi, a mais recente conversão prodigiosa.
Ainda há pouco, há poucochinho, era um símbolo do Mal. Ei-lo agora refulgente modelo para as hostes do Bem.
O fenómeno foi já autenticado pela visita de Blair, que se não é ainda uma visita do Papa equivale pelo menos a uma certificação pelo Cardeal Diácono.
Nada de estranhar, se atentarmos no formidável progresso que este Século Americano está a trazer à humanidade.
Claro que alguns malevolentes insinuam que se trata de uma conversão pelo menos muito interessada, pondo em dúvida que seja movida por Fé sincera (o protagonista, progressivamente entalado entre forças hostis de sentidos opostos, procuraria escapar-se para onde sente a força que lhe poderá assegurar sobrevivência).
Mas isto são dúvidas daquelas que só aproveitam ao inimigo, como lembrou Rumsfeld. E o debate sobre estas questões só enfraquece as forças do Bem, como avisou Cheney.
Não devemos portanto contrariar os ensinamentos desses grandes timoneiros que nos orientam lá de longe, onde irradia o Farol da Nova Humanidade. Até por prudência: os zelotas de cá excedem em ardor os vigilantes de lá, e não tarda começam a tomar providências radicais. Os traidores, já se sabe, estão devidamente listados e identificados.
Nós nem por sombras quereríamos embaraçar a marcha triunfal da civilização, da liberdade e da democracia. Que marchem, que marchem!...
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