Um Sol no ocaso?
O diário parisiense "Libération" publica hoje um aflito SOS, em forma de apelo desesperado a que quem possa e queira venha depressa salvar o jornal.
Uma espécie de apelo à OPA que não há: venha a que vier, será bem vinda.
Saliente-se que o episódio já é uma repetição: não há muito tempo tinha sido atendido in extremis pelo senhor Edouard de Rothschild, que em nome da boa consciência do grande capital e da solidariedade militante da esquerda soixante-huitard lá entrou com a massa.
Nessa altura, como quem dá o sustento também tem as suas prerrogativas, Edouard de Rothschild impôs a partida do fundador e director do quotidiano, o emblemático Serge July.
Ainda nem mês e meio se passou e ao que parece a corda está cada vez mais apertada no pescoço do jornal de referência de toda a esquerda caviar.
Anunciam-se perdas de exploração de cinco milhões de euros só no primeiro semestre do ano.
Em suma: a esquerda está a morrer, o caviar está a acabar, e o "Libé" não está nada bem.
Os signatários do apelo ainda lançam um brado lancinante: "Edouard de Rothschild doit prendre ses responsabilités pour assurer la pérennité du titre".
Não se sabe qual a interpretação que eles, ou o visado, farão da velha profecia leninista que falava em cordas e burguesia. Mas é de crer que haja um limite.
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