Teatrocracia
Como era de prever, continua a arrastar-se penosamente o espectáculo no Rivoli.
Para usar a acertada terminologia de Rui Rio há uns tempos atrás, assistimos a uma notória coligação entre subsidiodependentes e fretes jornalísticos. Com espantosos reforços a nível ministerial, com uma Ministra a atiçar as hostes e a proclamar, simpaticamente, que estamos perante um protesto original e inovador (ao que pode chegar a politiquice). No mesmo dia foi mandada a polícia para acabar com a acção de um grupo de pais numa escola de Benfica (haviam fechado o portão a cadeado reclamando por melhores condições de segurança - actuação que um porta-voz governamental classificou de terrorista).
Não devemos estranhar, a verdade é que vivemos numa teatrocracia (não inventei, quem assim o disse foi o Prof. José Adelino Maltez na edição de hoje de "O Diabo", que li pela manhã).
O assunto em si, para qualquer dona de casa com senso comum, não merece sequer discussão. Segundo os números oficiais, o Teatro Rivoli funciona à custa de uma despesa diária que ronda em média os 1500 contos, em boa moeda antiga. As suas receitas próprias geram montantes que cobrem 6 % (seis por cento) dos seus custos, e o restante é coberto pela Câmara do Porto. Ou seja, 94 % (noventa e quatro por cento) do dinheiro necessário para aquilo abrir as portas todos os dia vem directamente dos bolsos dos contribuintes. Acrescente-se ainda que a média de espectadores por espectáculo é de 30 pessoas. O pessoal empregado atinge as 42 pessoas. Mais umas dezenas são os ligados à actividade teatreira propriamente dita.
Para usar a acertada terminologia de Rui Rio há uns tempos atrás, assistimos a uma notória coligação entre subsidiodependentes e fretes jornalísticos. Com espantosos reforços a nível ministerial, com uma Ministra a atiçar as hostes e a proclamar, simpaticamente, que estamos perante um protesto original e inovador (ao que pode chegar a politiquice). No mesmo dia foi mandada a polícia para acabar com a acção de um grupo de pais numa escola de Benfica (haviam fechado o portão a cadeado reclamando por melhores condições de segurança - actuação que um porta-voz governamental classificou de terrorista).
Não devemos estranhar, a verdade é que vivemos numa teatrocracia (não inventei, quem assim o disse foi o Prof. José Adelino Maltez na edição de hoje de "O Diabo", que li pela manhã).
O assunto em si, para qualquer dona de casa com senso comum, não merece sequer discussão. Segundo os números oficiais, o Teatro Rivoli funciona à custa de uma despesa diária que ronda em média os 1500 contos, em boa moeda antiga. As suas receitas próprias geram montantes que cobrem 6 % (seis por cento) dos seus custos, e o restante é coberto pela Câmara do Porto. Ou seja, 94 % (noventa e quatro por cento) do dinheiro necessário para aquilo abrir as portas todos os dia vem directamente dos bolsos dos contribuintes. Acrescente-se ainda que a média de espectadores por espectáculo é de 30 pessoas. O pessoal empregado atinge as 42 pessoas. Mais umas dezenas são os ligados à actividade teatreira propriamente dita.
São precisos uns milhões de euros por ano para manter o "status quo".
Palavras para quê? Só se fosse para falar sobre o desmesurado poder de certos lóbis que são até capazes de pôr ao seu serviço as finanças públicas contra as mais elementares regras de boa administração.
4 Comments:
Nem mais. Estou seriamente indignado com isto. Há muito tempo que nada me indignava assim! Chegou ao cúmulo esta poliqueira de esquerda radical e o medo de lhes tocar!
abraço
Parece-me que o dinheiro e regras de "boa administração" não se aplicam bem a este caso. O Teatro Rivoli não é suposto dar lucro económico (se o desse tanto melhor), mas sim cultural. E isso é que está a ser posto em causa com a entrega a instituições privadas.
Há muitas maneiras de abordar o problema, e entregar (oferecer) a gerência do espaço é apenas a mais simplista delas...
A mais simplista, sim, mas a meu ver é a melhor, porque uma administração privada racionalizaria o espaço de forma a não dar tanto prejuizo e para isso teria que se atrair mais público, logo serviria melhor a população. O que o estado faz neste caso é sustentar parasitas...
Muito bem texto, julgo que o vou publicar no meu bolg, com os respectivos créditos!
Uma média de 30 pessoas? Nem sequer os que se foram manifestar todos indignados lá põem os pés.
NC
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