O tempo não ajudou…
Um artigo de Carlos Eduardo da Cruz Luna, escrito ali por Estremoz e publicado na mais recente edição do semanário "O Diabo", sobre a cimeira ibérica de Badajoz.
Estiveram reunidos, em Badajoz, os governos de Espanha e Portugal, nos passados dias 24 e 25 de Novembro de 2006. Tudo na maior das cordialidades.
A cobertura noticiosa, contudo, não foi tão ampla como de costume. Talvez porque estas cimeiras, actualmente, constituam, não um processo em si, mas o culminar formal de conversações prévias de bastidores. No fundo, trata-se essencialmente de assinar documentos elaborados nos bastidores.
Foi bonito. Ao que a imprensa noticiou, todavia, a cobertura informativa foi menor que o habitual. Na verdade, o centro de imprensa foi encerrado formalmente às 21 horas de sexta-feira pela Polícia Local de Badajoz, que impediu a chegada de transportes ao centro de comunicações mundial da cimeira. É que, explicou-se, «desaguou em Badajoz a tempestade que assolam Portugal». A culpa foi do ciclone.
Talvez fosse o ciclone o culpado de ninguém ter colocado uma pequena questão: a vinte quilómetros a sudoeste de Badajoz, existe uma cidadezinha. Ela é razoavelmente falada... mas nunca nestas ocasiões, em que tudo é asséptico. Dir-se-ia que se fazem esforços para que «as relações peninsulares» não «tenham armadilhas e conflitos». Que, afinal, os há, ainda que não devessem ser esquecidos. «Curiosamente, em cada cimeira», negam-se. Ambas as partes o fazem.
Que me perdoe o jornalista de cujas palavras fiz três ou quatro citações. Mas não resisto, ao lembrar esta Cimeira de Badajoz, a recordar a cidadezinha que referi, a vinte quilómetros a sudoeste da urbe extremenha. Ela chama-se Olivença. E discute-se a legalidade da sua posse há duzentos anos.
Vinte quilómetros somente! Como puderam os dirigentes «ibéricos» não reparar neste pormenor! Há um ano, em Évora, esqueceram também o assunto. Mas, aí, estavam a cinquenta quilómetros de distância. Sempre é diferente...
Mas, agora a vinte quilómetros ... como explicar?
Só há uma explicação: o ciclone. A Natureza impediu os políticos reunidos em Badajoz de se debruçarem uns minutos sobre um tema que, decerto, actualmente, no clima de franca amizade que os irmana, doutra forma não poderia deixar de os ocupar. Ou ... não é em ambientes fraternais que se expõem sem melindres todos os problemas?
Maldito ciclone! É verdade que, no Sábado, dia 25, já o tempo estava mais de feição. O assunto, todavia, já perdera a oportunidade. À saida, é verdade, havia uns cartazes. Uma faixa, principalmente, onde se lia «Olivença é terra portuguesa». Ao lado, estava um grupo que tinha uma opinião contrária. Sem problemas, em democracia. Os dois «manifestos» até trocaram opiniões. Parece que começa a ser possível falar deste e doutros temas, livremente, na rua, até em Espanha, a nível público.
Todavia, para os políticos, isto não foi possível. Por causa do ciclone, evidentemente.
Ciclone que, como vimos, afastou muita da Imprensa. Deste modo, nem foram quase notícia os cartazes e a faixa.
Decididamente, há que dizê-lo mais uma vez, a terminar: «Maldito ciclone!»
Estiveram reunidos, em Badajoz, os governos de Espanha e Portugal, nos passados dias 24 e 25 de Novembro de 2006. Tudo na maior das cordialidades.
A cobertura noticiosa, contudo, não foi tão ampla como de costume. Talvez porque estas cimeiras, actualmente, constituam, não um processo em si, mas o culminar formal de conversações prévias de bastidores. No fundo, trata-se essencialmente de assinar documentos elaborados nos bastidores.
Foi bonito. Ao que a imprensa noticiou, todavia, a cobertura informativa foi menor que o habitual. Na verdade, o centro de imprensa foi encerrado formalmente às 21 horas de sexta-feira pela Polícia Local de Badajoz, que impediu a chegada de transportes ao centro de comunicações mundial da cimeira. É que, explicou-se, «desaguou em Badajoz a tempestade que assolam Portugal». A culpa foi do ciclone.
Talvez fosse o ciclone o culpado de ninguém ter colocado uma pequena questão: a vinte quilómetros a sudoeste de Badajoz, existe uma cidadezinha. Ela é razoavelmente falada... mas nunca nestas ocasiões, em que tudo é asséptico. Dir-se-ia que se fazem esforços para que «as relações peninsulares» não «tenham armadilhas e conflitos». Que, afinal, os há, ainda que não devessem ser esquecidos. «Curiosamente, em cada cimeira», negam-se. Ambas as partes o fazem.
Que me perdoe o jornalista de cujas palavras fiz três ou quatro citações. Mas não resisto, ao lembrar esta Cimeira de Badajoz, a recordar a cidadezinha que referi, a vinte quilómetros a sudoeste da urbe extremenha. Ela chama-se Olivença. E discute-se a legalidade da sua posse há duzentos anos.
Vinte quilómetros somente! Como puderam os dirigentes «ibéricos» não reparar neste pormenor! Há um ano, em Évora, esqueceram também o assunto. Mas, aí, estavam a cinquenta quilómetros de distância. Sempre é diferente...
Mas, agora a vinte quilómetros ... como explicar?
Só há uma explicação: o ciclone. A Natureza impediu os políticos reunidos em Badajoz de se debruçarem uns minutos sobre um tema que, decerto, actualmente, no clima de franca amizade que os irmana, doutra forma não poderia deixar de os ocupar. Ou ... não é em ambientes fraternais que se expõem sem melindres todos os problemas?
Maldito ciclone! É verdade que, no Sábado, dia 25, já o tempo estava mais de feição. O assunto, todavia, já perdera a oportunidade. À saida, é verdade, havia uns cartazes. Uma faixa, principalmente, onde se lia «Olivença é terra portuguesa». Ao lado, estava um grupo que tinha uma opinião contrária. Sem problemas, em democracia. Os dois «manifestos» até trocaram opiniões. Parece que começa a ser possível falar deste e doutros temas, livremente, na rua, até em Espanha, a nível público.
Todavia, para os políticos, isto não foi possível. Por causa do ciclone, evidentemente.
Ciclone que, como vimos, afastou muita da Imprensa. Deste modo, nem foram quase notícia os cartazes e a faixa.
Decididamente, há que dizê-lo mais uma vez, a terminar: «Maldito ciclone!»
1 Comments:
Foi imperdoável ter-me escapado este post... de qualquer modo fica o registo da visita e espero que o "repasto do Ganhão" tenha agradado para além dos pézinhos.
O lago está um pouco parado, é mesmo falta de tempo e como tá frio a águatem tendência a congelar... mas garanto que fica sempre "atento ao que por nós fazeis".
Um Sincero abraço Alentejano
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