sábado, janeiro 13, 2007

Sobre as sondagens

Como alguns ainda se lembrarão já houve um referendo sobre o aborto, realizado em Junho de 1998.
Do que talvez ninguém se lembre é das sondagens de então: por exemplo, quem se recorda que a 6 de Junho de 1998 o "Expresso" publicava uma sondagem Expresso/Euroexpansão (elaborada precisamente um mês antes do referendo) onde se anunciava que: "a esmagadora maioria dos portugueses (81 %) tem a intenção de votar no referendo sobre a despenalização do aborto, dia 28 de Junho. Ainda de acordo com esta consulta, o 'sim' ganha por 25 pontos percentuais e o número de indecisos é consideravelmente baixo: a cerca de um mês da realização do referendo, apenas 9% ainda não sabem como irão votar."
No dia 28 de Junho seguinte efectuou-se o referendo. Votaram apenas 32% dos potenciais votantes, sendo que 51% votaram contra e 49% votaram a favor.
Não pensem em argumentar que se tratou apenas de uma sondagem: todas as sondagens que se publicaram até ao dia do referendo, em vários órgãos de informação, davam como certos resultados semelhantes ao anunciado no "Expresso".
Ou os portugueses aprenderam a mentir aos sondadores (o que só abona a seu favor) ou os sondadores se habituaram a mentir aos portugueses.

3 Comments:

At 3:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É mais a última hipótese que colocou. Os sondadores, como lhes chama e bem, são os maiores aldrabões - a começar por esse Oliveira qualquer coisa - da nossa praça, só suplantados pela classe política vergonhosa que finge governar o nosso País. E é muito bem feita que os interpelados nas sondagens mintam, se é que mentem. Seria mais correcto dizer-se que quem mente aos portugueses com quantos dentes tem na boca, falsificando todas as sondagens e depois os resultados no dia das eleições, quando estes não agradam ao poder resfastelado no cadeirão 'real', são os vendidos ao sistema - como o têm vindo a fazer em todas as sondagens e resultados de eleições desde há 3 décadas sem que o Povo se aperceba da monstruosa falcatrua - isto é, as respectivas agências que detêm o monopólio das ditas e os seus homens de mão que as dirigem, escolhidos a dedo (como toda a comunicação social que lhes lambe as botas e que ajuda 'à missa') são lá colocados por mentes malígnas que tudo controlam em Portugal "para bem do Povo" claro está - nada foi deixado ao acaso, o poder não lhes pode escapar..., até ao dia em que forem corridos à pázada e à vassourada na falta d'outros meios mais apropriados que parecem inexistir - porque o seria do pobre Povo, coitadinho, à deriva e sem norte, sem estas almas caridosas e benfeitoras que tanto o adoram e bem encaminham? Como se tanta hipocrisía, oportunismo e cinísmo, que tresandam mais do que o humanamente suportável, não fossem perceptíveis há muito e a milhões de kilómetros de distância...

Parabéns Manuel pelas sugestões de leitura que vai aqui trazendo. Tentei deixar um comentário no Blog do Pedro Guedes bem como no do F.Santos, primeiro num, mas não o conseguindo por mais que insistisse e, em alternativa, depois no outro, locais onde primeiramente tomei conhecimento àcerca da entrevista a A.M. Couto Viana na RTP, mas em ambos os Blogs os comentários não entraram. No de F. Santos, contudo, fiquei com a nítida ideia de que tinha ficado registado, não o tendo visto porém na respectiva caixa. Aqui fica o agradecimento aos três pela referência oportuníssima a um programa imperdível.

Maria

 
At 9:27 da manhã, Blogger Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes said...

NÃO...E NÃO...

Faço de mim o que me apetecer:

Rapar o cabelo todo,
À navalha ou à escovinha.

Arrancar os dentes,
um a um.
E as unhas a sangue frio.

Pôr peacings na boca
ou na patanisca.

Usar bigodão
ou cabelo à risca.

Mostrar o umbigo
ou a rabeira.

Andar de tanga
ou de peneira.

E sei lá o quê ou que mais...

O que eu não posso:

É matar um ser,
em tudo igual a mim,
Só por ser o que eu já fui
na barriga de minha Mãe...

 
At 7:36 da tarde, Blogger Mendo Ramires said...

... Recordar é Viver, Caríssimo Manuel...!

 

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