terça-feira, fevereiro 27, 2007

A loja do Arouca

Toda a gente sabe que algumas das universidades privadas existentes terão que fechar. Resta saber se acontecerão puros e simples encerramentos, ou em vez disso fusões, aquisições, ou outras formas engenhosas de viabilizar uns estabelecimentos livrando o mercado daqueles manifestamente inviáveis.
As razões profundas para esta situação também são conhecidas de há muito. São questões demográficas, facilmente constatáveis. Ao tempo da fundação dessas universidades os alunos abundavam, agora não há que cheguem.
Uma universidade privada só pode sobreviver com um número de alunos que permita suportar os custos instalados, e isso agora não é possível de acontecer com elas todas devido à diminuição brutal dos candidatos.
Fecharam as escolas primárias, fecharam as secundárias, e agora a escassez está no superior.
As que se revelarem os elos mais fracos terão que acabar.
Neste cenário é que se enquadram as cenas rocambolescas de uma chamada Universidade Independente, instalada há anos perto do RALIS por acção de um personagem já de si rocambolesco que usa apresentar-se com o nome de Luiz Arouca.
Agora o Reitor, o tal Arouca, e o Vice-Reitor, este com o colorido nome de Rui Verde, estão em guerra aberta, expulsam-se manu militari, e acusam-se entre outros mimos de "fraude fiscal, branqueamento de capitais e tráfico de diamantes", adiantando o segundo que a Universidade serviu para pagar "a piscina do reitor e a casa do filho do reitor".
Se eles o dizem, deve ser tudo verdade. Mas a questão de fundo é aquela que apontei: acabou-se o filão, e o pilim não chega para sustentar a estrutura e os encargos existentes.
Não dá para aguentar a brincadeira das universidades para todos, nem as lojas correlativas (os trocos já não dão para os aventais).
Para a história ficarão os enormes contributos da Universidade Independente para a ilustração da nossa classe política: pelo menos, assim que me lembre, o Eng. Sócrates e o Dr. Armando Vara resolveram lá o magno problema de verem os seus nomes aparecerem no Diário da República sem título académico nenhum... Era mesmo chato, Sr. Sousa e Sr. Vara...

3 Comments:

At 12:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nos prmórdios da Universidade indepente não estiveram presentes António Vitorino, Narana Coissoró e outros..-

 
At 1:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Mas para que é que serviram as ditas Universidades privadas, nascidas pós Abril 74?
Numa boa parte dos casos, para distribuir os títulos de "Dr's e Eng's" a quem não conseguia ter mérito para entrar nas Universidades públicas.
Há uns tempos atrás, uma jovem "licenciada" por uma dessas Universidades, contou-me que, quando na entrevista para um possível emprego e disse onde tinha tirado o "curso", pura e simplesmente o entrevistador disse-lhe que fosse primeiro tirar um curso a sério e depois aparecesse.
Quantos sacríficios de pais e alunos para nada, por isso não é de admirar os tais 54.000 licenciados sem emprego (quantos deles vindos dessas Universidades) ou pelo menos sem ser na sua área, isto para já não falar dos imensos "cursos" que não servem rigorosamente para nada.

 
At 5:34 da tarde, Blogger C said...

Concordo plenamente,

Para quem pretende seguir economia ou gestão só a Nova ou a Católica, talvez também o ISCTE em concorência com a Nova.
Caso contrário, está o fundo de desemprego à espreita.

 

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