quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Não, obrigado!


Plataforma Não Obrigada

2 Comments:

At 5:15 da tarde, Blogger DAD said...

Bem haja, Manuel Azinhal, bem haja!

 
At 2:51 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Manuel, peço-lhe desculpa de me afastar do seu tema, mas porque surgiu hoje uma excelente oportunidade para abordar outro tema, depois de ver um programa de televisão e com a sua complacência que desde já agradeço, não o posso deixar passar em claro sob pena de lhe retirar a real importância que de facto merece: o abastardamento da língua portuguesa e o seu péssimo ensino, que, de resto, também preocupa o Manuel, como aliás já aqui lhe fez referência aquando do programa da Mª. Elisa, recorda-se?
Raramente abro a televisão, mas hoje reparei que na "Opinião Pública" (o único programa que espreito de vez em quando para ver se o assunto me interessa) não só o tema era este como, ainda para mais, a convidada era essa Senhora Professora digníssima, competente e sem peias ou papas na língua, de nome Maria do Carmo Vieira, que eu já havia visto e ouvido anteriormente na televisão descomplexadamente chamar ignorantes e impreparados - para não lhes chamar estúpidos e imbecís, o que aliás hoje mais ou menos lhes chamou e bem - à ministra da educação e a todos os incompetentes pofessores que pelo ministério se passeiam e tudo comandam e que de lá não arredam pé há dezenas de anos, com o fim último de desalfabetizar os portugueses mais do que já estão, sendo eles os culpados do estado miserável do português ensinado nas escolas com consequente impreparação dos alunos de quando de lá saiem, por serem eles quem, afinal, elabora os programas escolares. Todas as professoras que telefonaram para o programa a apoiaram e lhe deram os parabéns pelo que disse e não disse. Todos os pais que igualmente o fizeram, lhe deram inteira razão nos argumentos por si desenvolvidos, criticando àsperamente o ministério, a ministra que o tutela e os responsáveis pelos programas, directivas e alterações curriculares, todas desastrosas, que desde há vinte e tal anos de lá têm saído incluíndo a última e mais aberrante de todas elas em matéria de modernices em que querem transformar a língua e gramática portuguesas, segundo normativas concebidas e paridas por 'génios' analfabetos, destruíndo mais do que já está "o nosso maior bem", como sublinhou e que foi elaborada e aprovada por professores criminosos, como lhes chamou a Srª. Professora, por estarem a assassinar a nossa riquíssima língua e cujo nome desta modernice, ele próprio inominável, foi transformado em sigla para ser melhor engolido pelos parvóides que seguem a ministrada, isto é, TLEBS, outra aberração. Não acrescentaría uma vírgula ao que esta Senhora Professora de Português afirmou e assinaria por baixo e, mais, até acho que, por tudo quanto tem dito e feito em prol da língua portuguesa, ela merecia o prémio Fernando Pessoa (cuja frase paradigmática e por demais conhecida sobre a nossa língua, ela citou) ou qualquer outro de igual valor, pela lucidez, frontalidade, princípios, pureza de alma e inteligência que demonstrou, mas também como já anteriormente o havia feito na televisão e escrevera nos jornais. Deu vários exemplos, manifestando uma incredulidade absoluta de como os programas escolares e textos deploráveis de português foram concebidos semântica e sinctàticamente, os quais, segundo ela, são a demonstração cabal da 'elevação e (in)capacidade intelectual' dos génios que os produziram e espelham à evidência o que de mais criminoso e vergonhoso deles se depreende no que lexical e sematològicamente lhes diz respeito. Diz que dá aulas à noite porque a isso se viu obrigada, por simplesmente não aguentar a indisciplina e má educação dos alunos (vergonhosamente apoiados pelo ministério e ministra) e a falta de rigôr e incompressibilidade dos aberrantes textos a que tem de se submeter e leccionar (a cujos alunos não culpa o mau comportamento e nenhum aproveitamento nas aulas, mas, antes, às instruções recebidas que eles, professores, são incentivados (obrigados) a cumprir a contra gosto, isto é, a desculpar todos os dislates, tropelias, birras e insultos da parte dos 'meninos', justificando o ministério que os seus maus comportamentos são motivados pelo facto de eles 'coitadinhos' - palavras suas, reproduzindo as que recebe do ministério - serem pobrezinhos e não terem acompanhamento dos pais em casa porque estes trabalham muito e, por consequência, os meninos têm que extravasar a sua rebeldia e agressividade de um modo indisciplinado, insultuoso e ordinário, mas desculpável..., porque esse comportamento reflecte, 'coitadinhos deles', as suas carências afectivas..., sendo os professores aconselhados a deixarem os meninos em paz e sossêgo com a sua indisciplina, agressividade e má educação e a deixarem-nos passar de ano semi-analfabetos (ou totalmente) porque, 'coitadinhos', não podem chumbar são pobrezinhos e carenciados de afecto, tudo isto com o facto agravante de os professores só poderem dar, se tanto, metade do programa e mal devido à indisciplina, quando não violência, reinante nas aulas e, pior do que tudo isto, serem obrigados a leccionar um programa de português já de si deplorável, que é, ele próprio, um atentado à inteligência dos professores e dos alunos, um insulto à língua de Camões e uma vergonha nacional! A Srª. Professora explicou que aqui não se trata de os meninos serem, ou não, 'pobrezinhos coitadinhos' porque tem alguns alunos dos que lecciona à noite, do mais pobre que há mas com uma vontade enorme d'aprender, atentos, educados e disciplinados. Portanto e segundo esta Srª. Professora, as permanentes desculpas do ministério e da ministra para o descalabro a que chegou o ensino da língua portuguesa e a indisciplina intolerável dos alunos, são das mais descabeladas e descaradas arteirices, com as quais não se conforma de forma alguma.

Tenho um escrito, aliás já o terceiro, os anteriores apaguei-os por falta de oportunidade para os deixar em comentário, feito quando o Manuel escreveu há tempos um texto sobre o mau português que se fala nas televisões, como disse acima. Deixo agora algo do que escrevi na altura e estou a fazê-lo de memória, muito ficará por dizer, mas talvez volte a ele quando o Manuel trouxer de novo esta questão. Nele abordo o linguajar insuportável, o mau português e a pobreza de vocabulário deprimente de muitos dos que aparecem nas televisões e dos que lá trabalham, mas também o facto, irritante ao máximo, d'alguns destes locutores e apresentadores, não deixarem mais ninguém falar, excepto eles próprios, nos programas que apresentam, além de demonstrarem um narcisismo execrável, possuírem caras enjoativas, mesmo feias e nada próprias para televisão, sorrisos alvares (Malato e Goucha), ademanes ridículos, narcisismos insuportáveis, macaquices, saliências e ditos pirosos confrangedores (Goucha e Malato), pobreza dialogal impressionante com os concursantes e/ou convidados e uma vaidade intolerável (Malato e Catarina Furtado, esta com uns requebros pindéricos e expressões de diva que só visto, também Fátima Lopes não pelos requebros, mas pelo linguajar sempre igual e pinderiquice total, do cabelo à roupa que veste), outros com os gaguejos, asma e ãn, ãn, ãn (Moleiro e Crespo, este em vez de ãn, ãn, ãn introduz constantemente no seu discurso ame, ame ame, que foi buscar ao inglês 'hum' mas que na língua inglesa pouco se usa, excepto por pessoas pouco cultas e não muitas, além de possuir outro significado gramatical diferente do mesmo vocábulo (interjeição) em português, é profundamente desagradável ouvir constantemente aquele ame, ame, ame num discurso oral, não se emprega sequer na nossa língua, excepto como interjeição raramente e soa mal a quem ouve). João Ferreira nem abria a boca para ler as notícias, tinha péssima dicção e a locução era quase inaudível, porém melhorou bastante. Caretas ou esgares, frases silabadas e péssima semântica, orações cortadas a meio ficando sem nexo (Sofia Vinhas). Tiques, ar inquisitorial, misterioso, asma ou falta de ar, frases (orações) cortadas a meio e as últimas sílabas de todas as palavras, incluíndo os apelidos dos convidados e títulos de próximos programas, engolidos e portanto inaudíveis (Crespo) semântica e sintaxe péssimas, fonética pior do que todas as anteriores e então quando ele começa a querer mostrar-nos a sua sapiência nos vocábulos ingleses, com uma entoação enfática desmedida e pior pronúncia, nessas alturas é que temos o caldo todo entornado e tem o defeito insuportável, que é de uma falta de educação inaudita, de cortar o raciocínio dos convidados interrompendo-os antes destes terminarem de responder à pergunta que ele próprio lhes colocou e faz isto diária e sistemàticamente. E ninguém o chama à pedra?!? . Vaidades exacerbadas com ignorância à mistura (Clara Sousa só faz boquinhas para a câmara e tudo o que pergunta aos convidados é-lhe transmitido através do 'auricular' ou lido pelo monitor à sua frente, mas quer mostrar-nos que é a mais bela e a melhor locutora de todas as televisões do mundo incluíndo a nossa coo é óbvio, assim como a Catarina Furtado sofre da psicose de que é a mulher mais sensual, esbelta e sedutora e a melhor apresentadora de Portugal, mas quem a ouve a 'dialogar' com os concursantes... bem fica elucidado sobra as suas totais capacidades profissionais e 'bagagem' intelectual. O Rodrigues dos Santos é vaidoso até dizer chega e ainda por cima é tátaro, faz trejeitos, olhinhos e sorrizinhos estapafúrdios e expele interjeições supérfluas, a propósito e a despropósito após os noticiários, que provocam uma espécie de urticária a quem as escuta. Estas são particularidades estranhas, tiques e defeitos inadmissíveis em quem fala para o público e o mínimo que se lhes exije é competência, rigor, SERIEDADE (nada de risinhos, como o Augusto Madureira tem a manis de fazer a despropósito), boa apresentação, voz agradável e boa dicção. Como igualmente desapareceram do léxico falado e escrito dos ministros/as e políticos em geral - todos senhores doutores, pois então! - mas também no dos locutores, apresentadores, comentaristas, jornalistas (com honrosíssimas excepções) e outras personagens de antologia, que vão às televisões volta e meia botar discurso, ou escrevinham nos jornais e revistas em "portunhês", são as preposisões "de" e "em" (já para não falar de que agora a moda é não conjugar os verbos das orações e porque um deles, o auxiliar, não se conjuga mas o principal tem de obrigatòriamente conjugar-se, sem que eles o saibam ou sequer disso desconfiem, toca a não conjugar qualquer dos dois e assunto arrumado, julgam eles...), sem as quais a construção de uma oração - se alguma destas preposições nela estiver inclusa - fica imperfeita, coxa e soa terrìvelmente mal.
Mas enfim, parafraseando um intelectual francês, cujo texto sobre a degenerescência da língua francesa falada e escrita li há anos na Paris-Match (cá como lá e em muitos outros países por esse mundo fora, o mesmo problema), pode ser que isto mude um dia, até lá socorramo-nos de (e deliciemo-nos com) quem escreve correctamente e fala na perfeição a lindíssima língua portuguesa.

Nota: As iniciais minúsculas que empreguei ao mencionar uma instituição pública bem como quem detém o correspondente cargo ministerial, são propositadas. Quando uma instituição do Estado e de igual modo alguém que exerce um cargo público a ela inerente não granjeiam o respeito geral e se prestigíam suficientemente não merecem ser designadas pelas contrárias, que certamente lhes corresponderíam por direito próprio caso o fizessem.


Maria

 

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