sexta-feira, abril 06, 2007

Internet

A internet actua como um poderoso desinibidor. Deve ser esse mais um dos motivos que explicam a extraordinária expansão da rede, e particularmente da blogosfera. Repare-se como tantas vezes os mais tímidos e pacatos cidadãos quando levados pela embriaguez do teclado se transformam em energúmenos vociferantes. Há uma misteriosa euforia nisto, para além do sentimento de segurança e de conforto que a distância física proporciona, o que tudo contribui para o fenómeno de desinibição que é constatável.
É frequente encontrar gente habitualmente recatada e discreta metamorfoseada em matilhas de ferozes opinadores, com posição radical sobre tudo o que sabem que ignoram. Ao vivo manter-se-iam sensatamente calados, e pelo menos faziam que escutavam, ainda que não percebessem.
E no que respeita ao relacionamento pessoal e regras de civilidade, é tudo mão na anca e chinela no pé.
Indivíduos habitualmente cordatos e, acredita-se, com algumas noções de urbanidade desatam ao mais leve impulso a insultar quem lhes aparece à frente sem a menor contenção. Acontece em relação aos que não se conhecem, tratados como não se trata o pior dos inimigos, e acontece também entre pessoas que se conhecem, e que cara a cara nunca experimentariam tal situação.
Falo por experiência: mal apareci na rede recebi de chofre umas enormidades da parte de dois ou três sujeitos (com cartaz na praça) que não sabem quem sou, nem estão interessados em saber - mas injuriaram na mesma, sem contemplação nem hesitações. E também aconteceu um exemplo dos outros, com um que até me conhecia e nunca presencialmente me fez senão vénias e salamaleques e que surgiu aí desembestado a vomitar injúrias e ameaças.
Pelo que vou observando, são estas as regras comuns.
A internet é um poderoso desinibidor. Quase uma droga: um ecstasy da infralhada.
Neste sentido, é realmente um meio novo e diferente. E teria forçosamente que ser muito popular um meio em que todos aparentam ser iguais.

2 Comments:

At 8:46 da tarde, Blogger Professor Howdy said...

.

If I could speak in any
language in heaven or
on earth but didn't love
others, I would only be
making meaningless noise
like a loud gong or a
clanging cymbal. If I
had the gift of prophecy,
and if I knew all the
mysteries of the future
and knew everything
about everything, but
didn't love others, what
good would I be? And
if I had the gift of faith
so that I could speak
to a mountain and make
it move, without love
I would be no good to
anybody. If I gave
everything I have to
the poor and even
sacrificed my body,
I could boast about it;
but if I didn't love others,
I would be of no value
whatsoever. Love is
patient and kind. Love
is not jealous or boastful
or proud or rude. Love
does not demand its
own way. Love is not
irritable, and it keeps
no record of when it
has been wronged.
It is never glad about
injustice but rejoices
whenever the truth
wins out. Love never
gives up, never loses
faith, is always hopeful,
and endures through
every circumstance.

May You Always
Experience This
Kind Of Love,
Dr. Howdy

 
At 7:35 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Professor Howdy said... at 8:46 PM

So what?

Em Português, onde quer este gajo chegar com esta lenga-lenga?

Se é para ninguém reagir, é inútil porque está à vista que ninguém reage.
Ou então, está aflito cheio de medo que o Zé Povo se revolte e vire isto ao contrário.
Jesus ensinou a Caridade e disse-nos, até, que, quando esbofeteados,
devíamos oferecer a outra face. Mas, quando varreu do Templo os vendilhões, foi muito claro a dizer que é nossa obrigação defender a Verdade.

Nuno

 

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