Direitas
Um traço marcante nas direitas tradicionais é o seu horror ao concreto.
Reclamam-se do real, mas refugiam-se no abstracto, no teórico, ou na pura fantasia. Essa tendência reflecte-se quer no desinteresse pelos temas económicos, recorrente na produção intelectual direitista (a economia é a mais prática e concreta das ciências - mas a direita faz gala de desprezar a mercearia) quer nos pequenos hábitos do debate interno.
Tem mais probabilidades de despertar entusiasmo entre certas hostes a discussão sobre a demanda do Graal ou sobre os discos voadores do III Reich do que a análise dos problemas do ensino, do desemprego, ou simplesmente as tarefas a cumprir para umas eleições locais.
Muitos direitistas ofendem-se com o apodo de nefelibatas (quando descobrem o que é) mas ficam deveras incomodados quando os chamamos para que desçam das nuvens à terra.
Não poucos clamam constantemente que nada se faz, e angustiam-se sobre o que se pode fazer, mas debandam embaraçados se lhes apontamos tarefas concretas, programas, metas políticas, realizações possíveis.
Reclamam-se do real, mas refugiam-se no abstracto, no teórico, ou na pura fantasia. Essa tendência reflecte-se quer no desinteresse pelos temas económicos, recorrente na produção intelectual direitista (a economia é a mais prática e concreta das ciências - mas a direita faz gala de desprezar a mercearia) quer nos pequenos hábitos do debate interno.
Tem mais probabilidades de despertar entusiasmo entre certas hostes a discussão sobre a demanda do Graal ou sobre os discos voadores do III Reich do que a análise dos problemas do ensino, do desemprego, ou simplesmente as tarefas a cumprir para umas eleições locais.
Muitos direitistas ofendem-se com o apodo de nefelibatas (quando descobrem o que é) mas ficam deveras incomodados quando os chamamos para que desçam das nuvens à terra.
Não poucos clamam constantemente que nada se faz, e angustiam-se sobre o que se pode fazer, mas debandam embaraçados se lhes apontamos tarefas concretas, programas, metas políticas, realizações possíveis.
Aliás, o impossível é que os atrai, e só o impossível. Se propusermos um objectivo possível fogem alarmados. O possível repele-os, e em geral é desprezível. Além do mais, dá trabalho.
A política é uma chatice.
3 Comments:
Exactamente como escreveu, sem tirar nem pôr.
Maria
Inteiramente de acordo.
Apenas gostaria de deixar um tema para reflexão.
A "Economia" será uma ciência ou meramente uma técnica?
Pois, do género sondagens...
Para mim, a questão é esta: quando estou a preparar um projecto, peço informações que me ajudem a dar a orientação adequada; os economistas apenas me dão bases para poder completar os cálculos. É muito frequente mandar rever os relatórios que apresentam porque não fazem sentido.
Mesmo assim, quase sempre é preciso que o grupo de trabalho corrija esses pressupostos para poder apresentar as soluções finais.
Ou seja, os economistas são - e só às vezes - uma fonte de informação, sem a qualificar de preciosa, mas de atender.
Coisas...
E os lobbies?
Nuno
...
Encontram-se três "cientistas" a discutir sobre a criação do mundo e quem seria o iniciador da obra:
- O mundo foi criado obrigatoriamente por um arquitecto, só um arquitecto poderia criar algo assim tão maravilhoso!
- Não, não, diz o engenheiro - Uma construção desta requer cálculos elaboradíssimos que só um engenheiro poderia resolver. Não restam dúvidas depois do caos só um engenheiro resolveria o "puzzle"!
- Chegou a vez do economista – Desculpem meus caros, mas quem acham que criou o Caos?
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