segunda-feira, julho 23, 2007

Regeneração?

Para a geração política que detém o poder no PSD e no CDS, existe crise nos respectivos partidos, como se diz, mas esta explica-se tão somente com a fome e a vontade de comer.
Trata-se de uma gente que a mais elevada concepção de serviço que consegue conceber é o self-service.
Como eles adiantam de vez em quando, os seus são partidos "vocacionados para o poder". Quando o poder falta, as hostes minguam e estiolam, por falta de alimento.
Na conjuntura actual, com quem há-de falar a "comunidade de negócios"? Seja de submarinos ou de sobreiros, de OPAs ou de aeroportos, de empreitadas ou de privatizações - o que é preciso é falar com os do PS.
Importantes agora são o Dr. Armando Vara, o Dr. Fernando Gomes, o Dr. Pina Moura, o Dr. Teixeira dos Santos... e o Engenheiro Sócrates, é preciso não esquecer.
Andar metido nessas extravagâncias do CDS e do PSD até pode parecer mal e sair muito caro.
Se acontece isto com a gente dos negócios, não é mais animador o que se passa com a gente dos gabinetes, das nomeações, das requisições, das missões, das comissões. Com quem é que eles têm que contar? Com o PS, pois claro.
Sobraram para os dependentes do PSD os poderes locais, os lugares de deputado, e umas assessorias. Para os do CDS nem isso.
A tanto se resume a crise: é falta de alimento.
Nesta visão das coisas, não há lugar para grandes interrogações metafísicas sobre o sentido da actividade política, o mal e o bem. O que interessa é encontrar os caminhos para a terra prometida, onde jorram o leite e o mel.
Ilude-se quem julgar possível encontrar neles algo de mais sério e profundo.