quinta-feira, setembro 27, 2007

Misérias

Ontem na televisão vi um bocadinho de um jogo de futebol em que uma das equipas era comandada por um treinador espanhol e constituída por um alemão, um marfinense, um americano, uns brasileiros, uns uruguaios, uns argentinos e dois ou três portugueses - e continua a chamar-se de Lisboa e de Benfica. Não gostei nada daquilo. E o jogo foi uma porcaria.
De passagem vi também a cena em que uma senhora entrevistadora interrompia de repente Santana Lopes, que perorava muito a sério sobre as trapalhadas do PSD por ter sido convidado para ali para esse efeito, anunciando excitadíssima que Mourinho estava a sair do aeroporto e a SIC passava a transmitir em directo o magno acontecimento...
Santana Lopes pode não acertar muitas vezes mas desta vez tomou a atitude certa: foi-se embora. Devemos-lhe esta. O óbvio não está ao alcance de todos.

2 Comments:

At 7:07 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tem toda a razão no que escreve. Não vi o jogo, não vi Santana Lopes (porque nem me lembrei de que ele ia ser entrevistado, mas se de facto foi como diz, isto é, se interromperam a entrevista para 'mostrar' o Mourinho, qual deus do olimpo que desceu à Terra, no aeroporto, de partida para um sítio qualquer, bem, por este andar qualquer dia interrompem uma transmissão, por exemplo, de uma revolução ou outro acontecimento importante ou grave, para nos virem dizer que o treinador X, ou o jogador Y, fracturou um dedo da mão dando entrada no hospital Z de onde anunciarão, ufanos, que estão em directo e na hora a dar a importantíssima notícia..., capazes disso e de muito mais são eles) e não sei nada do Mourinho (cujo assunto já enjoa) porque simplesmente tenho a TV fechada quase todo o dia, excepto para ver algumas notícias à noite. A quantidade de elementos estrangeiros nas equipas de futebol é um facto estranho, quase escandaloso, designadamente essa que cita, não obstante são descaradamente apelidadas equipas 'nacionais' de futebol... Mas se formos a ver bem esta era outra das finalidades, mais uma, com que se virou do avesso o nosso País. O descalabro tinha que também e necessàriamente atingir este meio, como não? E que meio! Eles sabem bem onde se movimentam. Onde há muito dinheiro em jogo e lugar à alta corrupção, aí entram os excelsos democratas e grandes anti-fascistas em acção. Tudo isto estava na agenda política do bando que assaltou o País e tomou as rédeas da goveração e o futebol, que movimenta biliões, não podia ser excluído nem por sombras, dos desígnios dos corruptos e corruptores que nos governam (que por sua vez se escondem por detrás dos dirigentes desportivos) e porque eles não brincam em serviço, quando põem os pés num País com o fito de o destruír - aliás o seu único objectivo, à parte (e consequência directa) de se locupletarem com milhões de milhões - começam numa ponta e acabam noutra e quando dão a 'obra' por concluída, desses países e povos nem a alma se lhes aproveita. É dos livros e está provado, é assim que actuam em todos os países do mundo onde os desgraçados e infelizes povos têm o azar e a infelicidade de os deixarem entrar. Parece que no futebol francês se passa a mesmíssima coisa, com o protesto veemente de meia dúzia de patriotas, mas é malhar em ferro frio, tanto lá como cá. O mesmo se passa até no Reino Unido e porventura noutros países europeus. Mas é claro que tudo isto acontece porque os povos assim o permitem. E permitem-no pela intoxicação sistemática que sofrem décadas seguidas, através de campanhas subreptícias agressivas e permanentes que se insinuam na psique das populações, amolecendo-lhes o discernimento, desmotivando-lhes a vontade e anulando-lhes o querer.
Até ver.

E Manuel desculpe, mas já que o seu tema se relaciona com desporto, aproveito para escrever algo com ele conexo, que é o modo como TODA A GENTE pronuncia pèssimamente a palavra RUGBY, das dezenas de pessoas que tenho ouvido nos últimos dias, com a única excepção de uma Senhora economista que hoje, porque o tema era este, telefonou para o programa 'Opinião Pública' da SIC. A locutora, essa, não fugindo à regra, usou e abusou da fonética errada.
Porque será que se continua a pronunciar a palavra "RUGBY" mal e porcamente, incluíndo os jogadores que praticam este desporto, como os ouvi fazê-lo à chegada a Portugal e hoje um dos seus representantes nos estúdios da SIC (induzindo em erro quem desconheça o idioma inglês, ou o vocábulo já aportuguesado, o repita e insista no mesmo erro sisemàticamente, ao pronunciar fonèticamente de forma deficiente este substantivo próprio?!?! Mas será possível que não saibam, nem quem redige os textos que são lidos nem quem os lê - pelos vistos ninguém o sabe, nem sequer os jogadores que praticam o desporto, nem tão pouco os locutores, nem os jornalistas, nem os políticos, nem os repórteres de exterior, nem ninguém - que esta palavra de origem anglo-saxónica se pronuncía "RAGUEBI" e NÃO "REIBI"??????! E que o G e o B se pronunciam, ou abertamente, ou quase imperceptìvelmente, isto é, de forma 'enrolada', qualquer coisa como "RA-(gb)-I" e nunca por nunca ser "REIBI"!!! E que o U em inglês se lê A (há muitíssimos ingleses eruditos que pronunciam esta vogal "A" - que é um "U" - bem aberta e está correcto). É que, além de soar horrìvelmente aos ouvidos, é de uma ignorância atroz, sobretudo para quem tem uma instruçãozita acima da média e sabe (pelo menos) uma pitada de inglês como, supostamente, serão todos quantos nos últimos dias a têm pronunciado nas televisões... Se for o merceeiro do bairro a pronunciá-la deste modo ainda vá que não vá, dá-se-lhe o devido desconto pobre coitado, agora gente que em princípio deve, ou deveria, ter um conhecimento mínino de inglês, por favor!
Ainda para mais (ou para menos..., que isto de abrirem mapas para localizarem a origem das cidades, ou irem aos dicionários ver como se escrevem ou pronunciam as palavras, não é com eles) se olharem para o mapa do Reino Unido, lá está preto no branco a cidade de RUGBY bem assinalada e escritinha, nem precisam de a procurar com lente e menos ainda com lupa. Quanto muito e se quiserem, o que não constitui erro fonético, pronunciem-na como o fazem os habitantes da República da Irlanda ou da Escócia, ou seja, com o U em U (exactamente como na nossa língua) e porque em muitas línguas europeias incluíndo na nossa, a dupla consoante altera a fonética da vogal anterior, ler-se-á RUGUEBI exactamente como está escrito, isto é, com o U em U: R-U-(G-U-E)-B-I. Porém se o não quiserem fazer, ao menos digam RAGUEBI (com o A semi-fechado e as sílabas TODAS, repito TODAS, pronunciadas e JAMAIS "REIBI", por amor de Deus!), aportuguesado que já está e muito bem, este vocábulo inglês.

E já que estamos a tratar de matéria gramatical, pedia o favor a quem quer que escreva os subtítulos dos filmes e documentários que passam nas televisões, sobretudo por respeito para quem não conheça bem a nossa língua por motivos diversos e a queira aprender correctamente na sua qualidade escrita (emigrantes que voltam ao País e dela tenham já pouco conhecimento, imigrantes, estrangeiros cá radicados, etc.) que TODAS, repito TODAS, as palavras graves acentuadas tònicamente, quando passam a esdrúxulas são OBRIGATÒRIAMENTE acentuadas passando o acento, de agudo, a GRAVE. Uma boa gramática o explica - mas as de há 30 anos, não as modernas, porque a língua portuguesa é uma matéria demasiado importante e séria para ser tratada aos pontapés e entrar a fazer parte dos simplex, tlebs, etc.
Este comentário contém apropriadamente variadíssimas palavras esdrúxulas com acento grave - advérbios, estes, provenientes de adjectivos possuidores de acento agudo - como amostragem, pelo que me dispenso de dar mais exemplos.

O pronome indefinido "OUTREM" não leva acento agudo no "E" porque tònicamente é uma palavra GRAVE e não aguda e o ditongo OU não é acentuado gràficamente porque, como é óbvio, não o necessita. Se ela for pronunciada em voz alta verificar-se-á que a acentuação recai na sua primeira sílaba e não a última. Todos os artigos dos jornais e subtítulos nas televisões, salvo raríssimas excepções, inadvertidamente incorrem neste erro simples. Se houver dúvidas basta ir ao dicionário e ver como se escreve.

E, por favor, digam e escrevam "equipA/s" e NÃO "equipE/s". Nós não somos nem franceses nem brasileiros, somos portugueses e com muita honra. É que o vocábulo 'equipe' nem sequer faz parte do nosso léxico...

Cumprimentos.
Maria

 
At 1:22 da tarde, Blogger Flávio Gonçalves said...

Esteve muito bem o Santana Lopes.

 

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