Inevitabilidades
Ao acompanhar os noticiários ficamos com a sensação de que temos mais probabilidades de influenciar o clima do que as decisões políticas fundamentais que nos afectam. Em se tratando de arrefecimentos ou aquecimentos, mesmo globais, todos nos dizem que a responsabilidade é nossa e que dos nossos actos está dependente o futuro. Sendo a governação o assunto, a impressão que nos transmitem (desde o pedestal presidencial à autoridade dos comentadores encartados) é que sobre questões tão sérias não se pode arriscar instabilidade: superiormente se decide, longe da populaça.
A bem dizer, a agitação estéril a que a actividade política se foi reduzindo é apenas o espectáculo necessário para manter as ilusões e entreter as massas. Não espanta assim que se esteja a entrar numa era em que o estilo telenovelesco, para não falar do big-brother ou da "casa das celebridades", passa a marcar a vida política (a que se desenrola aos olhos do público). Os profissionais descobriram as potencialidades da imprensa cor-de-rosa, ou esta invadiu e dominou a outra, e os episódios do género Sarkozy-Carla Bruni e Chávez-Naomi Campbell são capazes de estar para ficar.
Quanto ao que importa, não se pode fugir ao sentimento de inevitabilidade. Sócrates decidiu que não haveria referendo sobre o tratado europeu, porque assim estava estabelecido há muito. Ouvem-se algumas críticas rituais a que não é possível deixar de reagir com um sorriso amarelo: fosse Luís Menezes o Primeiro-Ministro, ou Santana Lopes, ou Durão Barroso, e a situação seria a mesma - e nenhum de nós tem dúvidas a esse respeito.
Perante o "huis clos" em que nos fecharam, é natural o cansaço e a vontade de desistir de todos os que voluntarísticamente se propunham fazer política em nome de ideais, de sonhos, ou de simples projectos que não sejam meramente profissionais.
Quanto ao que importa, não se pode fugir ao sentimento de inevitabilidade. Sócrates decidiu que não haveria referendo sobre o tratado europeu, porque assim estava estabelecido há muito. Ouvem-se algumas críticas rituais a que não é possível deixar de reagir com um sorriso amarelo: fosse Luís Menezes o Primeiro-Ministro, ou Santana Lopes, ou Durão Barroso, e a situação seria a mesma - e nenhum de nós tem dúvidas a esse respeito.
Perante o "huis clos" em que nos fecharam, é natural o cansaço e a vontade de desistir de todos os que voluntarísticamente se propunham fazer política em nome de ideais, de sonhos, ou de simples projectos que não sejam meramente profissionais.
1 Comments:
O que a gentinha está à espera é da publicação, nas revistas "cú de rosa", da mancebia entre o Pinócrates e a "putinha" Câncio, que, se calhar, já cançou o "animal feroz".
Será que essa coisa continua? A criada cá de casa diz que o tal Pinócrates dá para os dois lados por que toda a gente sabe que o coiro tem um amante.
Se calhar, até é verdade.
O nosso Povo até se rebola de gozo.
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