quinta-feira, janeiro 10, 2008

Verdades como punhos

Hoje já se pode dizer: eles sempre foram favoráveis a Alcochete, só andaram a falar sobre a OTA para despistar os especuladores e evitar o assalto aos terrenos da Margem Sul. O Ministro Mário Lino, então, foi o mais sacrificado nesta estratégia. Até teve que dizer em público um sonoro "jamé" a uma decisão que ele sabia que já estava tomada. Bem se compreende que o senhor Primeiro-Ministro aprecie e apoie um tão fiel servidor. Quanto à posição pessoal do senhor Primeiro-Ministro, nem se fala: como é patente desde os seus tempos de Ministro do Ambiente, ele é um entusiasta da aposta no desenvolvimento daquela região. Alcochete já lhe devia o Freeport, amanhã ficará a dever-lhe o Aeroporto. É bom que se comece a pensar no nome a dar a tão prodigiosa realização, embora me pareça óbvio o que qualquer alma agradecida estará a sentir neste momento (não pode ser Teixeira Duarte, tem mesmo que ser José Sócrates).
Os acontecimentos demonstram que um homem está ao leme e que o navio tem um rumo, como diria o Professor Cavaco. A necessária unidade e harmonia na direcção e execução das políticas económicas e financeiras saiu reforçada com a normalização ocorrida no BCP, a par com a estabilidade mantida no Banco de Portugal, na CMVM, no Caixa Geral de Depósitos - e tudo terá que ser creditado a favor de quem esforçadamente nos governa. A tranquilidade da vida política nacional foi mantida corajosamente, com a recusa da demagogia do referendo sobre o Tratado que alguns mal intencionados insistem em confundir com outro para levantar despropositadamente velhas promessas em contextos que o tempo tornou anacrónicos. Como demonstra a leitura do "Público" de hoje, a economia segue em boa marcha, afastando os fantasmas da crise. Felizmente, o país tem gente com quem pode contar: no governo ou fora dele (tanto quanto possível uns dentro e outros fora), uma nova elite plena de dinamismo e iniciativa assegura que as oportunidades não serão perdidas. Não ficaremos todos ricos, mas alguns ficarão muito. Aleluia, aleluia, amen.