Sol na eira e chuva no nabal
Coexiste o mais intransigente liberalismo com o mais extremado assistencialismo socialista. Basta atentar nas respostas espontâneas do cidadão comum a qualquer inquérito de rua, dos que as televisões e os jornais gostam de fazer a propósito de qualquer tema do dia, para observar o fenómeno. Pergunte-se pela opinião sobre qualquer assunto que envolva regras, normas exteriores à vontade do indivíduo, e as respostas batem invariavelmente na mesma tecla: não pode ser, é inadmissível, cada um sabe de si, é com a consciência de cada qual. É proibido proibir. Viva pois a liberdade, cada um faz o que quer. Pergunte-se depois sobre qualquer problema, dos que resultam inevitavelmente das tais livres escolhas com que ninguém tem nada que ver, e é o desabar de um dilúvio de direitos. De acordo com esse radical liberal-socialismo que se instalou como ideologia comummente aceite, temos que instituir mecanismos de apoio aos toxicodependentes, mas se eles se drogam não temos nada com isso. O aborto é uma opção estritamente individual, e cada um é livre de fazer o que quer, mas se houver dificuldades ou complicações a comunidade tem que providenciar pela satisfação de todas as exigências e necessidades das interessadas.
Cada um é livre de fazer o que entender, mas os subsídios nunca são demais. Há subsídios para a seca e para a inverna, e compensações para a insularidade e para a continentalidade. Há direitos universais à educação gratuita, e quanto à saúde para todos nem se discute. Empregos para todos, pois claro, e subsídios para o desemprego também.
A relação dos cidadãos de hoje em dia com a sociedade a que pertencem é semelhante ao que se observa na generalidade das famílias actuais com os mimosos rebentos que sustentam até aos 40 anos, com pequeno almoço na cama. Com as suas opções e atitudes ninguém tem nada que se meter, porque a vida é deles; quanto a alimentá-los indefinidamente, e lavar-lhes o rabinho em água de rosas, isso é uma obrigação natural e evidente.
Curiosamente, e por estranho que pareça, esta ideologia sol na eira e chuva no nabal instalou-se solidamente em todos os estratos sociais. É pacificamente perfilhada por qualquer cabeleireira alimentada pela imprensa cor-de-rosa e pelo beautiful people da "Caras", pelos intelectuais esquerdistas subsidiodependentes e pela "nova direita" à procura de colocação no aparelho de Estado.
Cada um é livre de fazer o que entender, mas os subsídios nunca são demais. Há subsídios para a seca e para a inverna, e compensações para a insularidade e para a continentalidade. Há direitos universais à educação gratuita, e quanto à saúde para todos nem se discute. Empregos para todos, pois claro, e subsídios para o desemprego também.
A relação dos cidadãos de hoje em dia com a sociedade a que pertencem é semelhante ao que se observa na generalidade das famílias actuais com os mimosos rebentos que sustentam até aos 40 anos, com pequeno almoço na cama. Com as suas opções e atitudes ninguém tem nada que se meter, porque a vida é deles; quanto a alimentá-los indefinidamente, e lavar-lhes o rabinho em água de rosas, isso é uma obrigação natural e evidente.
Curiosamente, e por estranho que pareça, esta ideologia sol na eira e chuva no nabal instalou-se solidamente em todos os estratos sociais. É pacificamente perfilhada por qualquer cabeleireira alimentada pela imprensa cor-de-rosa e pelo beautiful people da "Caras", pelos intelectuais esquerdistas subsidiodependentes e pela "nova direita" à procura de colocação no aparelho de Estado.
1 Comments:
O rumo à anarquia é uma triste realidade.
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