segunda-feira, abril 21, 2008

Liberalidades

O PÚBLICO tinha noticiado no sábado que a verba atribuída pelo Governo a Tiago Monteiro em 2006 (dois milhões de euros), está entre as mais altas pagas pelo Instituto do Desporto e serviu ao piloto para evitar a rescisão com a equipa Midland, a meio da sua segunda época na Fórmula 1.
Hoje o secretário de Estado da Juventude e do Desporto afirmou que o subsídio de dois milhões de euros atribuído ao piloto Tiago Monteiro foi um "acto normal" e serviu para "apoiar a participação de Portugal na Fórmula 1".
"Foi um acto da mais completa normalidade, foi publicado na relação de participações financeiras que fizemos em 2006 a todas as federações e todos os eventos desportivos", afirmou Laurentino Dias.
"Esse foi o apoio possível do Estado na participação de Portugal na Fórmula 1. Foi numa altura em que o Estado verificou que não havia nenhuma empresa disponível para conceder esse apoio último e o Estado teve que cumprir a sua obrigação", explicou Laurentino Dias.
Comentários meus:
1) Os dinheiros públicos são realmente administrados com critérios muito particulares!
2) Destes subsídios os liberais da blogosfera não têm culpa (penso eu), mas lá que deviam falar muito mais destas coisas, lá isso deviam.
3) Em todo o caso, tenho a sensação que a atribuição destes subsídios só é explicável pela existência de uma "mão invisível"...
E umas perguntas:
1) Constitui uma obrigação do Estado financiar a "participação de Portugal na Fórmula 1"?
2) Quais são as obrigações do Estado e qual é a fonte dessas obrigações? (Esta é difícil, reconheço...)
3) Portugal é o nome de algum corredor da Fórmula 1? Já o viram participar?
4) E Laurentino Dias, não é o nome de um senhor que foi muito falado há uns anos numa comarca do Minho?
5) Qual a razão de ser exigido o certificado de registo criminal para ser nomeado como contínuo, porteiro ou empregado de limpeza de qualquer ministério, mas para ser nomeado membro do governo já não?