Segredos da evolução

Quando discorro em família sobre as peripécias da direita em Portugal nestes trinta e tal anos mais recentes costumo adiantar uma explicação, que me parece quase sempre desvalorizada, para certos lances mais polémicos: - é o problema do desemprego...
Passo em geral por excessivamente compreensivo, mas mantenho a minha benevolência. A questão do emprego é crucial, tanto para os que estão desempregados como para os que se acham mal empregados. Reveste-se de especial acuidade em situações de crise.
Quem sonha com brioches não se basta com o duro pão de cada dia.
Ora, nestes tempos, como encontrar satisfação adequada? Haver portas, há. Qualquer um que não seja de todo lerdo descobre rapidamente.
E aqui está o busílis: com o carrego dos princípios às costas é mais que certo que não se chega lá. O emprego fica à esquerda.
Os que padecem de excessiva dureza de rins e rigidez na coluna, esses empecilhos inultrapassáveis, obviamente ficam, muitas vezes a remoer inutilidades.
Os que são dotados de alguma maleabilidade, seguem para outra. Frequentemente com muitos e bons sucessos. Como é natural, para avançar não podiam levar os fardos. Esquecem e deixam para trás.
Tal não significa que não tenham sido autênticos e sinceros, quando eram; mudaram foi de autenticidade.