Angola 1961: a eclosão do terrorismo
Esclarecimentos de um protagonista
Caros Camaradas e Amigos
Tenho vindo, de maneira superficial, a acompanhar estes comentários sobre o início do designado «terrorismo» em Angola, sobre os massacres então ali ocorridos, sobre os primeiros reforços militares enviados e respectivas actuações e, tal como já previa, acabo por constatar os mesmos lapsos ou (no mínimo) omissões que de forma lastimável, incompreensível e inadmissível se têm verificado e repetido, nomeadamente, até em registos de natureza, dimensão e importância qualitativamente muito diferentes já que "se inscreverão na história", tais como publicações e livros diversos - alguns deles (infelizmente) de autores militares -, intervenções avulsas ou contextualizadas nos "media" nacionais, programas e séries de TV em que não deixo de incluir a recente produção da autoria do jornalista J. Furtado.
Procurarei, assim, e para já exclusivamente no que respeita à questão particular referente às primeiras forças militares enviadas (mobilizadas) para Angola, após a eclosão do conflito (noite de 15/16 de Março de 1961), repor a verdade sobre os factos ocorridos com vista a clarificar os lapsos e/ou omissões acima citados, mais que não seja, como acto de muito respeito e testemunho de veneração por todos aqueles que já não se encontram entre nós, precisamente por, nesse tempo distante mas sempre tão presente, terem dado as suas vidas no cumprimento do nobre dever que só a «condição militar» (especificidade tão incompreendida e tão maltratada, até, tem vindo a ser nestes últimos tempos) obriga. Falo, como é óbvio, dos deveres para com a Pátria, mormente, o do sacrifício da vida, inscritos no Código e no Juramento de Honra do cidadão militar.
Passemos, porém, aos factos em apreço. A 16 de Março, logo que conhecidos foram pelo poder político, na (então) Metrópole, os sangrentos e criminosos actos ocorridos em Angola na data acima referida, por decisão superior foi determinado o imediato envio para ali, por via aérea em aviões da TAP, da 7ª Companhia de Caçadores Especiais - 7ªCCE (posteriormente denominada 78ª) que se encontrava sedeada no B.C.5 em Lisboa e que muito recentemente havia completado a sua instrução de aprontamento operacional no Centro de Instrução de Operações Especiais - CIOE, em Lamego. A urgência imposta revestiu tal grau que a nenhum seu militar, inclusive aos residentes em Lisboa e na sua cintura, foi autorizada a saída do quartel para contacto e despedida dos seus familiares; houve, nessa tarde, que se proceder à vacinação de todo o pessoal no Institudo de Medicina Tropical, fazer espólios, distribuir novas dotações de fardamento camuflado, distribuir armamento ligeiro e munições aos graduados e receber instruções adequadas à situação.
Esta sub-unidade era comandada pelo Capitão de Inf. Abílio Eurico Castelo da Silva, que ao princípio da noite de 16 de Março de 1961, marchou com um 1º escalão da mesma num Super-Constellation da TAP (via ilha do Sal); face à total indisponibilidade de mais qualquer aeronave da respectiva frota, nessa data, só a 18 e 19 de Março, nas mesmas condições, marcham os 2º e 3º escalões da Companhia, sendo este último comandado por mim (Alferes de Infª, cmdt do 1º Pelotão e Adj. do Cmdt.).
Esta primeira força militar rapidamente encaminhada para o teatro de operações e, normalmente, pouco citada antes quase sempre omitida, até, nas mais diversas referências e descrições, quer faladas quer escritas, àcerca do início do conflito em Angola, ocorre relativamente apreciável tempo antes, ainda, da mobilização de unidades de escalão Batalhão - e acaba por realizar, à semelhança de outras muito poucas sub-unidades para lá mobilizadas ainda antes de 15 de Março de 1961, assim como das também poucas para lá deslocadas na circunstância, missões difíceis em condições perigosas, que exigiram sacrifícios de toda a ordem num ambiente de enorme tensão e de grande e generalizada instabilidade psicológica, por que não dizer mesmo de verdadeiro pânico das populações e de muita preocupação por parte das autoridades civis e militares.
É, pois, neste quadro que a 7ª CCE cumpre múltiplas missões nos Distritos do Quanza Norte e do Uige, centradas em toda a região dos Dembos (e rio Dange), área das inúmeras e grandes roças produtoras de café, que constituíram os «alvos» preferenciais da barbárie, em pé de igualdade com a quase totalidade das pequenas povoações, algumas das quais sedes de Administrações e de Postos Administrativos, onde, em comum, se desenrolaram os mais traiçoeiros e impiedosos ataques efectuados pelo movimento dirigido por Holden Roberto, designado, então, por "União das Populações de Angola" - UPA.
Esta intervenção de grande mobilidade sobre os Dembos é realizada pela 7ªCCE (-), já que dois dos seus pelotões foram destacados para garantir a segurança da capital de Distrito do Quanza Norte (Salazar), das povoações de Dondo e de Lucala e da barragem de Cambamba à data em plena construção, e pela 6ª C Caçadores (-) com a qual se verifica idêntico emprego atribuindo-se-lhe a segurança das povoações de Quibaxe, Bula-Atumba, Pango-Aluquem entre outras. Estas forças foram, para o efeito, integradas num Comando de Batalhão (muito reduzido), denominado por "Batalhão Eventual" e cujo comando foi atribuído ao (então) Major de Infª Rebocho Vaz que, até aí, desempenhava as funções 2º Cmdt do RI de Luanda.(Recorda-se aqui que o Ten Inf Jofre Prazeres, morto poucos dias depois, era seu adjunto e pertencia, igualmente, àquele RI).
Nas acções, inicialmente desenvolvidas, sempre em condições muito complexas e sem o mínimo apoio logístico, por total inexistência de meios, o seu pessoal procede ao levantamento dos hediondos danos cometidos pelo inimigo por toda essa vasta região, tenta a identificação e trata dos inúmeros mortos encontrados, salva e recupera bastantes colonos e nativos (bailundos) assalariados nas roças, que haviam conseguido furtar-se aos ataques (chacinas) fugindo e escondendo-se na mata e noutros locais seguros, dando-lhes todo o auxílio e protecção na desesperada busca de familiares não encontrados assim como na recuperação de alguns bens mais significativos, presta socorros a feridos que surgiram nas mais díspares situações e ajuda as populações a organizar-se em autodefesa nas povoações não atacadas e não abandonadas. Simultaneamente e com frequência, efectivos seus, na exploração de notícias obtidas e na perseguição de grupos inimigos, confrontam-se e travam com eles acções de combate, sobretudo aquando vítimas de emboscadas, por norma, montadas em locais difíceis e preparados com abatises.
É neste cenário e nestas condições que, decorridos que foram cerca de 15 dias de permanência em Angola, não obstante as inúmeras baixas provocadas ao inimigo, a 7ª CCE contava já, também, com um considerável número de baixas em combate - 7 mortos e 1 desaparecido.
De entre os mortos figurava o próprio comandante, Cap. Castelo da Silva, chefe que todos, mas todos, os seus subordinados veneravam profundamente e que, por todas as formas, tentavam tomar como exemplo (morto e chacinado com outros militares, em 02 de Abril de 1961, numa emboscada sofrida no triângulo Aldeia Viçosa - Vista Alegre - Cambambe, concretamente em Cólua).
Figura ímpar nas suas dimensões de Homem e de Militar sobravam-lhe qualidades e virtudes que o tempo - não fosse todo o infortúnio desse nefasto acontecimento - inexoravelmente se encarregaria de conferir os devidos reconhecimento e realce.
Ocorre de forma inverosímil, injusta e vergonhosa que este Distinto, Valente e Exemplar Militar nem, postumamente, merecedor foi de um singelo louvor.
O historial pátrio tem inscritos, também, exemplos destes!!
Valdemar Diniz Clemente (Cor. Infª Reformado)
NOTA – O autor deste comentário pede a todo e qualquer cidadão e agradece, profundamente, que faça dele a maior divulgação já que, face ao pensamento corrente e dominante nas actuais "elites", tão distraídas, rejeitantes e altamente aleivosas desse passado nacional, o simples conhecimento destes factos assim como de tantos outros da mesma sorte, possa constituir uma salutar lufada de natureza conceptual relativa à Honra, ao Respeito e à Gratidão.
Por outro lado e da nossa parte, tal gesto representará sempre uma pequeníssima Homenagem ao Cap. Infª A. Eurico Castelo da Silva e a todos os demais militares vítimas dos repugnantes acontecimentos desse período.
Este pedido abrange a inserção em blogues que, pela sua estratégia editorial, possibilitem o esclarecimento dos acontecimentos militares de 1961 em Angola e outros semelhantes.
Caros Camaradas e Amigos
Tenho vindo, de maneira superficial, a acompanhar estes comentários sobre o início do designado «terrorismo» em Angola, sobre os massacres então ali ocorridos, sobre os primeiros reforços militares enviados e respectivas actuações e, tal como já previa, acabo por constatar os mesmos lapsos ou (no mínimo) omissões que de forma lastimável, incompreensível e inadmissível se têm verificado e repetido, nomeadamente, até em registos de natureza, dimensão e importância qualitativamente muito diferentes já que "se inscreverão na história", tais como publicações e livros diversos - alguns deles (infelizmente) de autores militares -, intervenções avulsas ou contextualizadas nos "media" nacionais, programas e séries de TV em que não deixo de incluir a recente produção da autoria do jornalista J. Furtado.
Procurarei, assim, e para já exclusivamente no que respeita à questão particular referente às primeiras forças militares enviadas (mobilizadas) para Angola, após a eclosão do conflito (noite de 15/16 de Março de 1961), repor a verdade sobre os factos ocorridos com vista a clarificar os lapsos e/ou omissões acima citados, mais que não seja, como acto de muito respeito e testemunho de veneração por todos aqueles que já não se encontram entre nós, precisamente por, nesse tempo distante mas sempre tão presente, terem dado as suas vidas no cumprimento do nobre dever que só a «condição militar» (especificidade tão incompreendida e tão maltratada, até, tem vindo a ser nestes últimos tempos) obriga. Falo, como é óbvio, dos deveres para com a Pátria, mormente, o do sacrifício da vida, inscritos no Código e no Juramento de Honra do cidadão militar.
Passemos, porém, aos factos em apreço. A 16 de Março, logo que conhecidos foram pelo poder político, na (então) Metrópole, os sangrentos e criminosos actos ocorridos em Angola na data acima referida, por decisão superior foi determinado o imediato envio para ali, por via aérea em aviões da TAP, da 7ª Companhia de Caçadores Especiais - 7ªCCE (posteriormente denominada 78ª) que se encontrava sedeada no B.C.5 em Lisboa e que muito recentemente havia completado a sua instrução de aprontamento operacional no Centro de Instrução de Operações Especiais - CIOE, em Lamego. A urgência imposta revestiu tal grau que a nenhum seu militar, inclusive aos residentes em Lisboa e na sua cintura, foi autorizada a saída do quartel para contacto e despedida dos seus familiares; houve, nessa tarde, que se proceder à vacinação de todo o pessoal no Institudo de Medicina Tropical, fazer espólios, distribuir novas dotações de fardamento camuflado, distribuir armamento ligeiro e munições aos graduados e receber instruções adequadas à situação.
Esta sub-unidade era comandada pelo Capitão de Inf. Abílio Eurico Castelo da Silva, que ao princípio da noite de 16 de Março de 1961, marchou com um 1º escalão da mesma num Super-Constellation da TAP (via ilha do Sal); face à total indisponibilidade de mais qualquer aeronave da respectiva frota, nessa data, só a 18 e 19 de Março, nas mesmas condições, marcham os 2º e 3º escalões da Companhia, sendo este último comandado por mim (Alferes de Infª, cmdt do 1º Pelotão e Adj. do Cmdt.).
Esta primeira força militar rapidamente encaminhada para o teatro de operações e, normalmente, pouco citada antes quase sempre omitida, até, nas mais diversas referências e descrições, quer faladas quer escritas, àcerca do início do conflito em Angola, ocorre relativamente apreciável tempo antes, ainda, da mobilização de unidades de escalão Batalhão - e acaba por realizar, à semelhança de outras muito poucas sub-unidades para lá mobilizadas ainda antes de 15 de Março de 1961, assim como das também poucas para lá deslocadas na circunstância, missões difíceis em condições perigosas, que exigiram sacrifícios de toda a ordem num ambiente de enorme tensão e de grande e generalizada instabilidade psicológica, por que não dizer mesmo de verdadeiro pânico das populações e de muita preocupação por parte das autoridades civis e militares.
É, pois, neste quadro que a 7ª CCE cumpre múltiplas missões nos Distritos do Quanza Norte e do Uige, centradas em toda a região dos Dembos (e rio Dange), área das inúmeras e grandes roças produtoras de café, que constituíram os «alvos» preferenciais da barbárie, em pé de igualdade com a quase totalidade das pequenas povoações, algumas das quais sedes de Administrações e de Postos Administrativos, onde, em comum, se desenrolaram os mais traiçoeiros e impiedosos ataques efectuados pelo movimento dirigido por Holden Roberto, designado, então, por "União das Populações de Angola" - UPA.
Esta intervenção de grande mobilidade sobre os Dembos é realizada pela 7ªCCE (-), já que dois dos seus pelotões foram destacados para garantir a segurança da capital de Distrito do Quanza Norte (Salazar), das povoações de Dondo e de Lucala e da barragem de Cambamba à data em plena construção, e pela 6ª C Caçadores (-) com a qual se verifica idêntico emprego atribuindo-se-lhe a segurança das povoações de Quibaxe, Bula-Atumba, Pango-Aluquem entre outras. Estas forças foram, para o efeito, integradas num Comando de Batalhão (muito reduzido), denominado por "Batalhão Eventual" e cujo comando foi atribuído ao (então) Major de Infª Rebocho Vaz que, até aí, desempenhava as funções 2º Cmdt do RI de Luanda.(Recorda-se aqui que o Ten Inf Jofre Prazeres, morto poucos dias depois, era seu adjunto e pertencia, igualmente, àquele RI).
Nas acções, inicialmente desenvolvidas, sempre em condições muito complexas e sem o mínimo apoio logístico, por total inexistência de meios, o seu pessoal procede ao levantamento dos hediondos danos cometidos pelo inimigo por toda essa vasta região, tenta a identificação e trata dos inúmeros mortos encontrados, salva e recupera bastantes colonos e nativos (bailundos) assalariados nas roças, que haviam conseguido furtar-se aos ataques (chacinas) fugindo e escondendo-se na mata e noutros locais seguros, dando-lhes todo o auxílio e protecção na desesperada busca de familiares não encontrados assim como na recuperação de alguns bens mais significativos, presta socorros a feridos que surgiram nas mais díspares situações e ajuda as populações a organizar-se em autodefesa nas povoações não atacadas e não abandonadas. Simultaneamente e com frequência, efectivos seus, na exploração de notícias obtidas e na perseguição de grupos inimigos, confrontam-se e travam com eles acções de combate, sobretudo aquando vítimas de emboscadas, por norma, montadas em locais difíceis e preparados com abatises.
É neste cenário e nestas condições que, decorridos que foram cerca de 15 dias de permanência em Angola, não obstante as inúmeras baixas provocadas ao inimigo, a 7ª CCE contava já, também, com um considerável número de baixas em combate - 7 mortos e 1 desaparecido.
De entre os mortos figurava o próprio comandante, Cap. Castelo da Silva, chefe que todos, mas todos, os seus subordinados veneravam profundamente e que, por todas as formas, tentavam tomar como exemplo (morto e chacinado com outros militares, em 02 de Abril de 1961, numa emboscada sofrida no triângulo Aldeia Viçosa - Vista Alegre - Cambambe, concretamente em Cólua).
Figura ímpar nas suas dimensões de Homem e de Militar sobravam-lhe qualidades e virtudes que o tempo - não fosse todo o infortúnio desse nefasto acontecimento - inexoravelmente se encarregaria de conferir os devidos reconhecimento e realce.
Ocorre de forma inverosímil, injusta e vergonhosa que este Distinto, Valente e Exemplar Militar nem, postumamente, merecedor foi de um singelo louvor.
O historial pátrio tem inscritos, também, exemplos destes!!
Valdemar Diniz Clemente (Cor. Infª Reformado)
NOTA – O autor deste comentário pede a todo e qualquer cidadão e agradece, profundamente, que faça dele a maior divulgação já que, face ao pensamento corrente e dominante nas actuais "elites", tão distraídas, rejeitantes e altamente aleivosas desse passado nacional, o simples conhecimento destes factos assim como de tantos outros da mesma sorte, possa constituir uma salutar lufada de natureza conceptual relativa à Honra, ao Respeito e à Gratidão.
Por outro lado e da nossa parte, tal gesto representará sempre uma pequeníssima Homenagem ao Cap. Infª A. Eurico Castelo da Silva e a todos os demais militares vítimas dos repugnantes acontecimentos desse período.
Este pedido abrange a inserção em blogues que, pela sua estratégia editorial, possibilitem o esclarecimento dos acontecimentos militares de 1961 em Angola e outros semelhantes.
12 Comments:
Não é possível comentar.
O Portugal de hoje está afastado de tudo quanto deveria ter feito e não fez. Mais, Portugal, na minha opinião, até se esqueceu do desastre.
Portugal é uma vergonha.
No que me toca, em tempo , fiz tudo quanto podia.
Lamento se foi pouco - que seguramente poderia ter sido mais.
Nuno
caro amigo desde ja o meu respeito por si,li atentamente o seu testemunho e venho por este meio querer comentar que o meu pai tb foi caçador especial em angola desde março se 1961 a 1963 e nao encontro um nenhum livro ou publicaçao o relato de terem lá estado a 8ºC.C.E ele tb foi para angola de aviao em março de 1961,ele pertencia ao regimento de imfantaria 11 em setubal de 1959 a1960 depois foi como voluntario para lamego, ate ser chamado para angola ,gostaria que se tivesse algum extrato de algum documento ou algum sitio em que possa pesquisar na net agradecia-lhe, o meu muito obrigado e profundo respeito por aqueles que tanto, homraram a naçao e bandeira portuguessa ,em troca de nada para, depois cairam em esquecimento
Olá Valdemar,
Já lá vão mais de quarenta e cinco anos que a CART 528 desembarcou em Luanda; já ninguém sabe o que era isso e como se conseguia sobreviver sem suportes minímos. Em 1965 continuava a faltar à carga da Companhia aquela Madsen que desapareceu na emboscada.
Abraço, do
Zé Maria - Liceu de Évora
jose_falmeida@sapo.pt
boas sr,valdemar nasci em dezembro de 1961. portanto sou filho de um militar que foi para angola em março de 1961, pois sei pouco.derivado a guerra nunca vivi com o meu pai, era de caçadores 5 seu nome orlando josé rodrigues carvalho , talvez conhecido pelo alfama, agradecia que se foi seu camarada ,de me fazer o favor de informar alguma coisa , obrigado - analise.concreta@netvisao.pt
mario carvalho
É inegável que a colonização portuguesa foi diferente de todas as outras... Criou valor, criou riqueza... Criou também PALOP´s com "consciência Nacional" ao unir todos os povos sob uma só bandeira e uma só língua.
Há no entanto, uma coisa que é fundamental esclarecer as pessoas...
Quando em 1961 Portugal decidiu o tal de "Para Angola e em força" e para conseguir mobilizar tanto os portugueses como mesmo a opinião pública, fê-lo com base nos MASSACRES de 15 de MARÇO... ORA, a revolução angolana não foram só os "massacres do 15 de Março"... A revolução angolana teve dois protagonistas.. O movimento que é hoje o MPLA que iniciou a luta armada com o 4 de Fevereiro o qual no essencial atacou as cadeias e matou 7 policias (estamos a falar de soldados e não civis...) e o 15 de Março que foi iniciado pelo que é hoje a FNLA e na altura se chamava de UPA...
O governo Português da época, propositadamente ou não, METEU TUDO NO MESMO SACO e entre 1961 e 1964 fez a "razia" completa de tudo o que é nacionalista... Varreu culpados e inocentes.. Na dúvida varria, depois logo se via..
MAS na realidade estava-se perante duas correntes diferentes...
a- O MPLA que tinha um cunho claramente politico e consciente que a solução militar era algo a fazer mas sem barbárie...
b- a FNLA que tinha um cunho de barbárie...
É lamentável que não haja mais "Valdemar Dinizes" par poderem esclarecer esta situação e muitas mais.Porque interessa,a muitos,muitos jornalistas comentadores e mesmo ex-militares,alguns refratários até,subirem na vida e "aparecerem"mesmo subindo por cima dos ombros dos outros.Devia haver mais,e haveria muitos,testemunhos para contestarem os vários.muitos,comentários e documentários,tão esclarecedores como é este caso.Esclarecedores e verdadeiros,como eu sei que são.Sou um ex componente da Companhia de Caçadores 117 do Batalhão de Caçadores 114 e reforço o pedido de divulgação deste testemunho tão correcto e verdadeiro.
boas! sou filho de um ex caçador especial (francisco santos silva- observador). companhia 128 de junho de 1961. gostava de saber se ha algo publicado ou documentos sobre esta companhia. o meu pai tem procurado muito e nao encontra. gostava de o ajudar. muito obrigado. um bem haja para todos vos, que foram e sao uns herois.
Combatentes, sempre presentes
Combatentes, sempre presentes
Nossa pele se engelha,
O cabelo branqueia, os dias convertem-se em anos...
Fomos soldados de Portugal e não,
Soldados colonialistas
Como chama-nos alguns iluminados políticos
As nossas forças e fé não têm idade.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
Enquanto estivermos vivos
Continuam a lutar
Se sentes saudades do passado,
Volta e reencontrar-te com os companheiros
Não vivas de fotografias e nem nos traumas...
Continua e não desistas.
Não deixes que os ossos se oxidam.
Faz que te tenham respeito
Quando não conseguires, junta-te a nós!
Junta-te aos teus velhos camaradas do exército ou da Marinha.
Autores: os Três Combatentes Manuel Pombo, Carlos da Silva e Sousa
FESTAS FELIZES PARA TODA FAMÍLIA...
Bom ANO 2011...Saúde az e muitas alegrias...
http://bce357.blogspot.com/
Depois de ler todos estes comentarios e ter revivido todos estes lugares onde convivi com todos os meus camaradas e fui tratado condignamente pelos naturais a quem sempre correspondi da mesma moeda.Não quero no entanto de deixar um pequeno esclarecimento sobre dois locais aqui mencionados e que não estarão corretos.É o caso de Cambamba e Cambambe. Cambamba era em 1968-69 uma sanzala,uns civis brancos e um aquartelamento.Nessa altura a companhia 2833 do batalhão 2311.Ficava a cerca de 30 km.b de Vista Alegre. Cambambe era então a Barragem e que ficava perto da cidade de Salazar. Com os meus cumprimentos. J.LEAL
Respondendo a um "anónimo" que afirma que seu pai fez parte da 8.ª CCE e nunca viu nada publicado sobre a actividade desta subunidade, posso indicar o livro "Os Anos da Guerra Colonial; 1961.1975; Unidades Mobilizadas"/2010 de Aniceto Afonso e Matos Gomes, onde vem descrita a sua ida e regresso de Angola (1961-1962), sob o comando do então Cap. Inf.ª Cerqueira Rocha, anos mais tarde General e CEME, e que ainda está vivo, felizmente.
Tenho a honra de ter como Amigo e Camarada, AGOSTINHO FONSECA GOUVEIA, que fez parte do pelotão do falecido capitão Castelo e Silva.
Estive muito mais tarde, Out/70 a Set/71, em Quipedro e no Lué.
Um abraço para todos.
Tem toda a razão.Foi erro meu ao redigir o texto.Adianto e esclareço até que Cambamba,em 1961, era sede do posto administrativo denominado Dange, e o chefe do posto se chamava Arrobas Ferro.Cpnheci -o,pessoalmente,no contexto descrito.
Cambambe era já a grandiosa Barragem, então em fase de construção já adiantada.Obrigado pelo reparo.
Enviar um comentário
<< Home