O que é que muda?
A um estranho que chegue a Portugal e tome contacto com os portugueses poderá parecer que se trata do povo com maior potencial revolucionário do mundo conhecido. Ninguém está satisfeito com nada, toda a gente se queixa de tudo, a crer nas conversas e nos desabafos vive-se à beira da revolta generalizada. Com algum conhecimento mais, chega-se à conclusão de que estamos na realidade perante um povo que em regra aceita tudo o que lhe fazem - esgotando a indignação e as energias contestatárias na verborreia maledicente.
Um povo comodista, conformado e abúlico, que só se incomoda mesmo com o que lhe chega à porta, ou se mexem com as suas pequenas rotinas, e ainda então fica a aguardar que alguém resolva o problema.
Uma terra extremamente conservadora e imobilista, em suma.
Neste contexto se tem que analisar o interesse, até o frenesim, que se apoderou de tantos que normalmente surgem com a postura de descontentes e inconformistas, reclamando em altas vozes rupturas e mudanças, em face do concurso que actualmente decorre num dos dois partidos que se responsabilizam habitualmente pela gestão do sistema.
Ninguém em seu perfeito juízo acredita que dali possa aparecer nada que não seja mais do mesmo. Neste quadro, percebe-se e aceita-se como inteiramente racional o empenhamento daqueles que fazem contas aos lugares, aos negócios, à distribuição de pastas e postos. É a gestão usual do sistema, em que se fizeram os candidatos e que os fez a eles. O que não se entende são as ilusões daqueles que se têm como críticos da situação, alheios ao sistema e fora dele.
Falemos a sério: o que é que seria diferente com Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes ou Pedro Passos Coelho? O que é que vos aquece a alma com essas perspectivas?
Não será, no fundo, a certeza de que com eles tudo continuará como está - e poderemos todos continuar a entreter-nos a dizer deles o que vamos dizendo de sócrates e dos socretinos?
Um povo comodista, conformado e abúlico, que só se incomoda mesmo com o que lhe chega à porta, ou se mexem com as suas pequenas rotinas, e ainda então fica a aguardar que alguém resolva o problema.
Uma terra extremamente conservadora e imobilista, em suma.
Neste contexto se tem que analisar o interesse, até o frenesim, que se apoderou de tantos que normalmente surgem com a postura de descontentes e inconformistas, reclamando em altas vozes rupturas e mudanças, em face do concurso que actualmente decorre num dos dois partidos que se responsabilizam habitualmente pela gestão do sistema.
Ninguém em seu perfeito juízo acredita que dali possa aparecer nada que não seja mais do mesmo. Neste quadro, percebe-se e aceita-se como inteiramente racional o empenhamento daqueles que fazem contas aos lugares, aos negócios, à distribuição de pastas e postos. É a gestão usual do sistema, em que se fizeram os candidatos e que os fez a eles. O que não se entende são as ilusões daqueles que se têm como críticos da situação, alheios ao sistema e fora dele.
Falemos a sério: o que é que seria diferente com Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes ou Pedro Passos Coelho? O que é que vos aquece a alma com essas perspectivas?
Não será, no fundo, a certeza de que com eles tudo continuará como está - e poderemos todos continuar a entreter-nos a dizer deles o que vamos dizendo de sócrates e dos socretinos?
4 Comments:
Até porque qualquer um deles é garantia certa de mais quatro anos de Sócrtaes.
Touché caro Manuel! O imobilismo de pseudo-revoltados é que me causa mesmo impressão...O resto, é o mais do mesmo dos "amanhãs que cantam"...
Cumprimentos
SPP
Mas convenhamos que, através do único meio ao nosso alcance, o voto, já tentámos que as coisas fossem outras, sem que nunca tivéssemos conseguido pôr lá pessoas à altura- a um mau tem sucedido sempre outro igual.
Efectivamente, o mercado eleitoral é fraco e o seu funcionamento não tem conduzido à melhoria da oferta.
Enviar um comentário
<< Home