sexta-feira, maio 16, 2008

"Pais afectivos"

Um casal tem um desejo maluco de ter uma criança. Não pode pelas vias normais.
É simples: vai ao mercado. Nas filas da segurança social é que não, já lá há tantos que vai demorar anos.
Encontra na sala de espera de um consultório uma senhora que diz que conhece outra e até pode ser que se arranje (havia uma brasileira que andava na vida e estava precisada de massas). A coisa faz-se: dez mil euros, uma bébé. Excelente. A troca vem a ser no carro, com a intermediária. Não se querem contactos pessoais para não haver chatices. Para prevenir o futuro pede-se um escrito em que a mãe declara prescindir daquilo.
Porreiro: leva-se para casa, trata-se e cria-se como se fosse nosso. Quanto ao nome, põe-se um a gosto, como se faz aos cães.
O tempo passa.
Problemas? Venha o que vier, tudo se há-de resolver. A criança é nossa, e há o superior interesse da criança.

2 Comments:

At 7:41 da tarde, Blogger Luís Bonifácio said...

E o principal problema é que está na calha uma lei onde o juiz perguntará à criança com quem quer ficar.

Ó menina queres ficar com estes senhores que têm uma casa grande e te dão um briquedo por dia, ou com aqueles que moram numa barraca e nunca te darão nenhum brinquedo?

Portugal prepara-se para legalizar o roubo de crianças.

 
At 5:50 da manhã, Anonymous Anónimo said...

E depois o Sargento é três pontos, o que explica quase tudo...

 

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