Impasses do vazio
Rui Ramos, no Público«As lideranças da direita continuam a fazer política como se a actual "crise" não fosse mais do que uma dificuldade temporária, feita à medida para as oposições se habilitarem à herança de S. Bento. Por isso, discutem se lhes convém ir pela "esquerda" ou pela "direita", serem mais "liberais" ou mais "sociais", na suposição de que essas coisas devem ser vistas como simples alavancas eleitorais, dispensando qualquer convicção. É esta leviandade justificada? Os portugueses estão a passar pelo mais prolongado período de divergência em relação à Europa desde a década de 1930. A Europa ameaça reencontrar os dilemas da inflação da década de 1970, com os decorrentes conflitos. Portugal, como os outros países europeus, precisa de orientações definidas com clareza e convicção. As nossas direitas não parece terem dado por nada. E arriscam-se a que os portugueses dêem por isso.»
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