O assassinato da Filosofia
(um artigo de Maria Luísa Guerra)
A Filosofia no ensino secundário é uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Vai realizar-se no próximo mês de Julho, em Seul, na Coreia, o Congresso Mundial de Filosofia, organizado pelo FISF, organismo que concentra as sociedades dos professores de Filosofia do ensino secundário e do ensino universitário de todo o mundo. Tem a marca da globalização. É um encontro de tradições pedagógicas, de reflexão sobre a natureza e o papel da Filosofia na sociedade. Mostra o interesse dos vários países pelo problema. Mostra o que é evidente: o carácter vivo e actuante da Filosofia. O seu lugar insofismável na formação da mentalidade. Assim acontece no mundo.
E em Portugal? Em Portugal assiste-se ao inédito. Pela primeira vez em mais de um século (desde a reforma de Jaime Moniz, em 1895) destruiu-se decisivamente a Filosofia no ensino secundário. Podemos recuar mais atrás, a 1844, e mesmo aos Estudos Menores, criados pelo marquês de Pombal em 1799. Estudos onde figurava a disciplina de Filosofia Racional. Servia de acesso aos Estudos Maiores. Neste quadro de interesse global já referido, lembra-se também que a UNESCO instituiu o dia 15 de Novembro como Dia Mundial da Filosofia, congregando 36 nações.
E em Portugal? Em Portugal desvaloriza-se o exercício do pensamento, o rigor da análise, a descoberta de paradigmas e de valores, a discussão de problemas, a formação do espírito crítico, a reflexão sobre a aventura humana, parâmetros específicos da Filosofia e do seu ensino.
Sabe-se que a finalidade do estudo em qualquer disciplina não é o exame. Mas também se sabe que, na prática, se não houver exame, os alunos não se interessam. Não estudam convenientemente. Residual e em vias de extinção a Filosofia no 12.° ano. Obrigatória no 10.° e 11.° anos mas não sujeita a exame nacional. "Para que serve?" pensam os alunos.
É uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Ainda se rege Filosofia na universidade nalguns cursos, cada vez mais despovoados. Com este vazio no ensino secundário, acabará de vez.
O sucesso escolar não é gratuito. Depende de currículos apropriados, mas depende sobretudo de cabeças bem-feitas, treinadas numa apurada e progressiva ginástica mental, no exercício da abstracção, da comparação, do dissecar analítico. Esse exercício cabe especificamente à filosofia.
No limite, pela depuração que exige e supõe, aproxima-se da Matemática. Não é por acaso que grandes filósofos de referência (de Pitágoras a Descartes, de Leibniz a Russell) foram matemáticos. Tirar aos jovens esta ginástica mental é criar o caos. Multiplica-se no mundo a presença e o interesse pela Filosofia. Em iniciativas globais. De Paris a... Seul. Em Portugal, desvaloriza-se até a morte. Original.
A Filosofia no ensino secundário é uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Vai realizar-se no próximo mês de Julho, em Seul, na Coreia, o Congresso Mundial de Filosofia, organizado pelo FISF, organismo que concentra as sociedades dos professores de Filosofia do ensino secundário e do ensino universitário de todo o mundo. Tem a marca da globalização. É um encontro de tradições pedagógicas, de reflexão sobre a natureza e o papel da Filosofia na sociedade. Mostra o interesse dos vários países pelo problema. Mostra o que é evidente: o carácter vivo e actuante da Filosofia. O seu lugar insofismável na formação da mentalidade. Assim acontece no mundo.
E em Portugal? Em Portugal assiste-se ao inédito. Pela primeira vez em mais de um século (desde a reforma de Jaime Moniz, em 1895) destruiu-se decisivamente a Filosofia no ensino secundário. Podemos recuar mais atrás, a 1844, e mesmo aos Estudos Menores, criados pelo marquês de Pombal em 1799. Estudos onde figurava a disciplina de Filosofia Racional. Servia de acesso aos Estudos Maiores. Neste quadro de interesse global já referido, lembra-se também que a UNESCO instituiu o dia 15 de Novembro como Dia Mundial da Filosofia, congregando 36 nações.
E em Portugal? Em Portugal desvaloriza-se o exercício do pensamento, o rigor da análise, a descoberta de paradigmas e de valores, a discussão de problemas, a formação do espírito crítico, a reflexão sobre a aventura humana, parâmetros específicos da Filosofia e do seu ensino.
Sabe-se que a finalidade do estudo em qualquer disciplina não é o exame. Mas também se sabe que, na prática, se não houver exame, os alunos não se interessam. Não estudam convenientemente. Residual e em vias de extinção a Filosofia no 12.° ano. Obrigatória no 10.° e 11.° anos mas não sujeita a exame nacional. "Para que serve?" pensam os alunos.
É uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Ainda se rege Filosofia na universidade nalguns cursos, cada vez mais despovoados. Com este vazio no ensino secundário, acabará de vez.
O sucesso escolar não é gratuito. Depende de currículos apropriados, mas depende sobretudo de cabeças bem-feitas, treinadas numa apurada e progressiva ginástica mental, no exercício da abstracção, da comparação, do dissecar analítico. Esse exercício cabe especificamente à filosofia.
No limite, pela depuração que exige e supõe, aproxima-se da Matemática. Não é por acaso que grandes filósofos de referência (de Pitágoras a Descartes, de Leibniz a Russell) foram matemáticos. Tirar aos jovens esta ginástica mental é criar o caos. Multiplica-se no mundo a presença e o interesse pela Filosofia. Em iniciativas globais. De Paris a... Seul. Em Portugal, desvaloriza-se até a morte. Original.
editado por Manuel @ 8:36 da tarde
7 Comentários
7 Comments:
O Ministério que deveria ser da Educação está há muito transformado no Ministério da Reforma Psicológica, dedicado à brutalização mental das gerações mais jovens, de forma a docilizá-las para a imposição de uma "nova ordem mundial" jacobina e anticristã. Não é por acaso - longe disso! - que vimos assistindo aos sucessivos assassinatos da Religião e Moral, do Latim, do Português, da História, da Filosofia...
Antes de mais, a minha opinião, fundada, é de que a Matemática e a Filosofia não vivem uma sem outra.
Quanto ao ensino, concordo com o texto. Porém, tenho que ressalvar que tive a enorme felicidade de ter como professor Sant'Anna Dionísio.
Nuno
O que é que o Sarto anda a debitar por aqui?
Nuno
E o que tem V. a ver com isso?! É porventura o dono deste espaço?!...
Tenha mas é juízo e boa educação, que são coisas que lhe andam a fazer muita falta!
Este Sarto, como est� � vista, qualifica-se a si pr�prio como bo�al.
E, quando menos se espera, esse energ�meno aparece a invectivar as pessoas que n�o concordam com ele l� no seu blog de Cat�lico Tradicionalista - a Casa de Sarto - que revela bem o inferno fundamentalista em que o imbecil est� mergulhado.
O sujeitinho � demasiado ignorante para iniciar qualquer discuss�o mais elevada, qualquer que ela seja. Tem as suas ideias (muito) feitas e quem n�o concordar � de imediato considerado herege.
O tipo n�o tem a menor no�o do que � a Caridade Crist�.
Pode ter F� e Esperan�a - � sua maneira, coitado -, mas Caridade n�o tem.
Passa a vida a falar da falta de educa�o dos outros exactamente por que, ele pr�prio, n�o a tem. E isso � triste.
De certo modo, at� acho piada a isto, embora tenha cada vez menos paci�ncia para aturar gente est�pida.
Para est�pidos j� me bastam os desgovernos que temos tido e que desembocaram na mis�ria e descalabro socialista que, parece, ningu�m conseguir� apear.
Seria excelente que este Sarto fosse arranjar os miolos.
Nuno
Mais uma vez, aparentemente, o texto saiu imperfeito.
Repito:
Este Sarto, como está à vista, qualifica-se a si próprio como boçal.
E, quando menos se espera, esse energúmeno aparece a invectivar as pessoas que não concordam com ele lá no seu blog de Católico Tradicionalista - a "Casa de Sarto" - que revela bem o inferno fundamentalista em que o imbecil está mergulhado.
O sujeitinho é demasiado ignorante para iniciar qualquer discussão mais elevada, qualquer que ela seja. Tem as suas ideias (muito) feitas e quem não concordar é de imediato é considerado herege.
O tipo não tem a menor noção do que é a Caridade Cristã.
Pode ter Fé e Esperança - à sua maneira, coitado -, mas Caridade não tem.
Passa a vida a falar da falta de educação dos outros exactamente por que, ele próprio, não a tem. E isso é triste.
De certo modo, até acho piada a isto, embora tenha cada vez menos paciência para aturar gente estúpida.
Para estúpidos já me bastam os desgovernos que temos tido e que desembocaram na miséria e descalabro socialista que, parece, ninguém conseguirá apear.
Seria excelente que este Sarto fosse arranjar os miolos.
Nuno
Este Nuno, como está à vista, qualifica-se a si próprio como boçal.
E, quando menos se espera, esse energúmeno aparece a invectivar malcriadamente as pessoas com que ele não concorda nas suas próprias casas(blogues)ou de terceiros, sem qualquer cerimónia ou autorização prévia, o que revela bem a grosseria em que o imbecil está mergulhado.
O sujeitinho é demasiado ignorante para iniciar qualquer discussão mais elevada, qualquer que ela seja, para ordenar sequer um raciocíonio basilar, por mais elementar que ele seja. Tem as suas ideias (muito) feitas e quem não concordar é de imediato é alvo da sua boçalidade petulante.
O tipo não tem a menor noção do que é a Caridade Cristã.
Pode ter Fé e Esperança - à sua maneira, coitado -, mas Caridade não tem.
Passa a vida a falar da falta de educação dos outros exactamente por que, ele próprio, não a tem. E isso é triste.
De certo modo, até acho piada a isto, embora tenha cada vez menos paciência para aturar gente estúpida.
Para estúpidos já me bastam os desgovernos que temos tido e que desembocaram na miséria e descalabro socialista que, parece, ninguém conseguirá apear.
Seria excelente que este Nuno fosse arranjar os miolos.
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