Um postal velho, de Pozuelo de Alarcon
O auge da minha carreira de futebolista, no plano internacional, aconteceu um dia em Pozuelo. Joguei contra Espanha num seleccionado resto del mundo, e o resultado não foi brilhante.
Para dizer a verdade, foi um massacre. Podia estar aqui a dizer que a arbitragem foi um tanto suspeita, que a organização caseira nem deu tempo a que as estrelas adversárias pudessem minimamente conhecer-se, que até os equipamentos eram emprestados e não dá jeito alinhar com chuteiras próprias de outros pés, mas tudo isso pode parecer desculpa de mau perdedor. Para a eternidade ficou gravado um episódio digno de figurar entre as páginas mais gloriosas da História de Espanha.
Digo isto a pensar na assistência, e nos anfitriões, que estavam radiantes.
Confessada esta recordação pouco honrosa, devo acrescentar que naqueles dias distantes eu era substancialmente mais jovem - e o tempo tinha outro sabor.
Só escrevo isto a pensar nas desgraças que afligem os nossos representantes actuais no desporto do pontapé na bola, e que decerto os trazem acabrunhados. Deixai lá, um dia lembrareis isso com outros sentimentos.
Não sei que será feito dos companheiros de então. Os meus colegas de equipa devem ter regressado às suas terras, ninguém naquela constelação de mexicanos, peruanos, argentinos tinha raízes que o prendessem a Madrid. Dos portugueses que comigo estavam em Pozuelo nesse dia também a vida me foi separando, um no Porto, dois em Lisboa, eu na minha toca. Espero que a vida lhes tenha sorrido.
Para dizer a verdade, foi um massacre. Podia estar aqui a dizer que a arbitragem foi um tanto suspeita, que a organização caseira nem deu tempo a que as estrelas adversárias pudessem minimamente conhecer-se, que até os equipamentos eram emprestados e não dá jeito alinhar com chuteiras próprias de outros pés, mas tudo isso pode parecer desculpa de mau perdedor. Para a eternidade ficou gravado um episódio digno de figurar entre as páginas mais gloriosas da História de Espanha.
Digo isto a pensar na assistência, e nos anfitriões, que estavam radiantes.
Confessada esta recordação pouco honrosa, devo acrescentar que naqueles dias distantes eu era substancialmente mais jovem - e o tempo tinha outro sabor.
Só escrevo isto a pensar nas desgraças que afligem os nossos representantes actuais no desporto do pontapé na bola, e que decerto os trazem acabrunhados. Deixai lá, um dia lembrareis isso com outros sentimentos.
Não sei que será feito dos companheiros de então. Os meus colegas de equipa devem ter regressado às suas terras, ninguém naquela constelação de mexicanos, peruanos, argentinos tinha raízes que o prendessem a Madrid. Dos portugueses que comigo estavam em Pozuelo nesse dia também a vida me foi separando, um no Porto, dois em Lisboa, eu na minha toca. Espero que a vida lhes tenha sorrido.
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