Descobrimento
Na imagem de um rio chinês
busco a água de tanta mágoa:
um verso de cada vez
vem ao poema como um navio
que vai ao largo e não volta mais.
Uma orquídea exilada
de um outro espaço
pousa ao pé desta casa:
dir-se-ia que um sábio antigo
abriu, passo a passo,
o que há tanto se encobriu.
José Valle de Figueiredo, O Provedor de Vivos, Lisboa, 1988
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