quinta-feira, agosto 14, 2008

14 de Agosto

Durante anos, inesperadamente, fui cair nas cerimónias do Dia da Infantaria, em Mafra. Como inesperadamente, dirão, se o acontecimento se repetiu com essa regularidade? Pois, a verdade é que estando de férias eu não me lembro que dia é, nem muito menos que dia foi, no ano anterior ou há sete séculos. Nunca me lembrava que era 14 de Agosto e que nesse dia se comemorava Aljubarrota, em reluzentes paradas no centro de Mafra, em frente do Convento, onde todo o trânsito tinha que passar. Tinha, mas não passava.
Há que tempos isso foi!
Hoje julgo que já nada seja assim. O trânsito está canalizado por faraónicas autoestradas, que cortam as colinas e os vales em direcção às praias. Cessaram as epopeicas travessias da feira da Malveira, ou das cerimónias mafrenses. Agora os lisboetas podem ir tomar a bica à Ericeira, que fica só a meia-hora. Desgraçada dela.
Provavelmente, também deixou de haver comemorações. Por um lado as verbas são escassas, não há dinheiro para foguetes, e por outro lado a lembrança de Aljubarrota não deixa de ser embaraçosa - um lembrete de outras eras, primitivas e xenófobas, em nada consentâneas com estes tempos de fraternidade e progresso onde deliciosamente navegamos.

1 Comments:

At 4:25 da tarde, Blogger Vítor Ramalho said...

Em Coimbra vamos dizer presente neste dia.

 

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