quarta-feira, agosto 20, 2008

Casos isolados?

Uma carrinha de transporte de valores foi assaltada esta madrugada na auto-estrada do Sul, próximo de Aljustrel, por cinco pessoas armadas que utilizaram explosivos para arrombar as portas. A viatura de transporte de valores foi obrigada a parar pela acção de três veículos de alta cilindrada, cerca das 2h30, e os assaltantes, munidos de armas de fogo, utilizaram explosivos para arrombar a porta da carrinha e apoderar-se do dinheiro. Ficou ferido um dos funcionários da empresa transportadora.
Transcrevo os pormenores da notícia para que não escape o fundamental: uma actuação profissional, organizada, envolvendo planeamento prévio e recolha de informação, utilizando meios expressivos, traduzidos quer no número de pessoas envolvidas quer na logística (veículos, explosivos, armamento), tudo reunido para uma acção criminosa de elevada perigosidade.
Não estamos perante uma realidade que se compadeça com o discurso oficial. Não é a pobreza, nem a exclusão social, nem os preconceitos sociais, que explicam esta criminalidade organizada. E isto não se combate com marchas da paz, subsídios de reintegração e assistentes sociais.
Ao ouvir as teorias em que abundam sociólogos, jornalistas e políticos, somos levados a pensar que eles acreditam que Al Capone teria pautado a sua vida pela mais estrita legalidade caso lhe tivesse sido assegurado, logo desde novinho, o Rendimento Mínimo Garantido. Não é provável que assim tivesse acontecido.
Aguardemos, porém, os pronunciamentos oficiais. Possivelmente vamos ouvir um dos ministros de serviço a dizer-nos novamente que se trata de meros casos isolados.
Todos os dias, já cansa.