quarta-feira, outubro 29, 2008

Jovens Alentejanos, que futuro?

"É com a maior das tristezas e das mágoas que assisto a um cada vez maior e preocupante despovoamento jovem do Alentejo... "
(Leia o que pensa Nuno Lobo, no Tasca Real)

2 Comments:

At 1:36 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Manuel, desculpe afastar-me do seu tema de hoje, mas vi hoje o programa "Opinião Pública" da SIC-N das 17 horas e não posso deixar de comentar o assunto nele abordado antes que passe a oportunidade. Assunto que sei também o preocupa.
Era convidada do programa a Profª. Mª. do Carmo Vieira. Já por mais de uma vez escrevi que esta Senhora Professora, sempre coerente em tudo quanto afirma, é a maior crítica que presentemente possuímos, a par do Prof. Nuno Crato noutras áreas, relativamente aos programas escolares elaborados e implementados pelo Ministério desde há muitos anos, designadamente o que se refere ao ensino da língua portuguesa. Esta professora continua a dizer o que já afirmou porventura centenas de vezes, que o ensino do português se vem degradando desde 1975, piorando ano após ano e que está a chegar a um ponto de rotura absoluta. Disse que a partir dos anos 80, mas mais concretamente dos 90 para diante, os jovens começaram a chegar ao fim do Liceu sem saber ler, escrever, interpretar ou debater fosse que tema fosse em português. Desde então tem sido um inferno. Instou inclusìvamente os professores seus colegas a recusarem-se a acatar (tal como ela própria tem feito) as ordens do Ministério, leccionando os respectivos programas. Acrescentou - o que vem dizendo há anos - que os programas emanados do Ministério só vão produzir, já produziram, autênticos analfabetos. O ser proíbido chumbar os alunos mesmo sem saberem patavina do que quer que seja, não só de português
e matemática, mas também de física, química e outras matérias, é um acto criminoso que só vai dar cabo do dos alunos, futuros profissionais, que dele hoje beneficíam. Afirmou que as notas supostamente mais altas que se têm verificado todos os anos e mais neste último, segundo dados recolhidos pelo Ministério, significando, no dizer deste, que há melhor aproveitamento dos alunos do que em anos anteriores e em consequência disso menos chumbos, são mentiras monstruosas que necessitam ser denunciadas publicamente. Que o mito de que as crianças pobres oriundas de bairros degradados são menos favorecidas pela falta de educação dos pais e por viverem em ambientes pouco propícios ao estudo e que por isso são mais mal comportadas e violentas, etc., é uma rotunda mentira, que ela tem e sempre teve alunos muito pobres e nem por isso menos respeitosos, atentos nas aulas ou menos bem comportados, antes pelo contrário, por vezes são os mais aplicados e respeitadores (testemunho este corroborado por uma colega pelo telefone).
Acrescentou que os alunos das escolas públicas, porque têm que ser ensinados segundo critérios aviltantes estabelecidos pelo Ministério,
são quem vai estar injustamente em plano de inferioridade - dado o péssimo ensino recebido nas escolas públicas - no futuro em relação aos alunos que irão sair das escolas particulares onde se ensina como deve de ser, entre os quais curiosamente, segundo afirmou também alguém que enviou uma mensagem para o programa, figuram os filhinhos queridos dos políticos e daqueles que paradoxalmente são justamente os mentores dos programas criminosos que estão na base do ensino pensado para os filhos dos 'outros', dos desgraçados que não se podem permitir pagar os colégios particulares, colégios estes onde eles colocam os seus próprios filhos para adquirem a educação que negam aos filhos da classe trabalhadora a quem eles, berrando aos quatro ventos há mais de 3 décadas, dizem defender!!!!!! A hipocrisia elevada à sua máxima potência. E quem irá pagar a pesada factura destes crimes do sistema educativo é, num futuro não muito distante, o país no seu todo. Quanto aos políticos, quando estiver tudo destruído por-se-ão a milhas, já não necessitarão mais de por cá cirandar. Entre os depoimentos recebidos pelo telefone, houve um de uma professora que foi paradigmático: só UMA aluna da sua aula falava português(!!!!!!!!), os outros eram de nacionalidades diversas e nenhum falava a nossa língua!!! Ela tinha que esperar pela tradução que essa aluna fazia das outras línguas, para então prosseguir com a matéria!!!!!!!!!!!!!!
Esta Professora Mª do Carmo (que está de baixa porque, segundo reafirmou, se recusa terminantemente a seguir os vergonhosos programas e a acatar as ordens do Ministério), que aliás recebeu o apoio de vários colegas através dos telefonemas recebidos durante o programa, é um exemplo de dignidade e um orgulho para Portugal e para os portugueses. Honra lhe seja feita porque não teme a criminosa classe política que desgraçadamente suportamos e menos ainda teme os seus superiores(?) hierárquicos. É clara e frontal em tudo quanto tem sucessivamente denunciado quando é entrevistada, não se coibindo de remar contra a maré da podridão e baixeza moral de que se reveste a política do ensino em Portugal e de quem a implementa. Um exemplo de patriotismo, nobreza de carácter e coragem nunca vistos e dignos de nota alta, num país de carneiros que sob ordens superiores ajudam a afundar o nosso país todos os dias mais um bocadinho, só parando quando já não houver mais Portugal. A meta que neste momento se propõem atingir, que aliás os vem obececando desde os anos 80 (depois de terem ultrapassado todas as outras) e à qual estão a dar prioridade máxima empenhando-se nela com denodo e paixão, é a adulteração rápida e total da (ainda) língua portuguesa.
O que se pede aos professores do país inteiro, é que se manifestem as vezes que forem necessárias e desmascarem este crime nacional gravíssimo, de proporções tais que ainda não poderão ser totalmente mensuráveis. E que nunca desistam de lutar pela sua verdade e pelos seus direitos. Os portugueses estão na sua enormíssima maioria do vosso lado.

Nota: A língua portuguesa, como se sabe, é paupérrima em vocabulário, portanto só é natural que o programa O.P., após ter tido uma dificuldade enorme em encontrar um título em português para o tema em debate de hoje, se tenha resignado com o "ranking das escolas". É evidente que nenhuma das traduções deste substantivo/verbo/advérbio tem tradução em português... Qualquer "classificação(ões)/ordenação(ões)/grau(s)" etc., que se lhe pudesse atribuir como sinónimo, mas em PORTUGUÊS, seria um erro crasso, naturalmente... O costume. Mas é claro que eles, os criminosos e traidores da nossa língua, sabem-na toda. Eles estão perfeitamente conscientes de que grão a grão... Até um dia.
Maria

 
At 1:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=115067

bonito

 

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