O último a saber
Muito se divertem os nossos jornalistas. Leia-se este excerto da crónica de João Marcelino no Diário de Notícias.
"Dias Loureiro, na entrevista a Judite de Sousa (já que o PS não o quer no Parlamento), disse coisas pouco habituais num homem experiente, ex-ministro, gestor de sucesso. Sobretudo, repetiu "não sei", "não sabia", "acreditei", "era o que me diziam", "não achava nada". Esclareceu ainda que no BPN "não havia reuniões" (supõe-se que da Administração do banco) e que Oliveira e Costa "falava (despachava?) individualmente" com cada colaborador. O mais que a sua atenção conseguiu foi "ouvir vozes", um "bruáaa", detectar "ali um certo mal-estar", o que até o levou em Abril de 2001 a referir isso mesmo a um elemento do Banco de Portugal. Só depois (em 2002) conseguiu arranjar forças para declarar a Oliveira e Costa que "não gostava do modelo de gestão". E depois disto tudo, quando bateu finalmente com a porta, o presidente, "homem brilhante", ainda lhe retribuiu com um indelicado "você não sabe de contabilidade" quando ele não viu reflectido nas contas, que no entanto assinou, os 71 milhões que se tinham evaporado com um negócio em Porto Rico. Foi pura sorte, então, que a actual crise no BPN não lhe tenha apanhado um cêntimo do milhão de contos que lá chegou a ter.
Só houve uma deselegância: chamar para ali a amizade de 30 anos com Cavaco Silva. Mais um pouco e também invocava a apresentação que fez do livro de José Sócrates - o que, isso sim, já seria demais."
"Dias Loureiro, na entrevista a Judite de Sousa (já que o PS não o quer no Parlamento), disse coisas pouco habituais num homem experiente, ex-ministro, gestor de sucesso. Sobretudo, repetiu "não sei", "não sabia", "acreditei", "era o que me diziam", "não achava nada". Esclareceu ainda que no BPN "não havia reuniões" (supõe-se que da Administração do banco) e que Oliveira e Costa "falava (despachava?) individualmente" com cada colaborador. O mais que a sua atenção conseguiu foi "ouvir vozes", um "bruáaa", detectar "ali um certo mal-estar", o que até o levou em Abril de 2001 a referir isso mesmo a um elemento do Banco de Portugal. Só depois (em 2002) conseguiu arranjar forças para declarar a Oliveira e Costa que "não gostava do modelo de gestão". E depois disto tudo, quando bateu finalmente com a porta, o presidente, "homem brilhante", ainda lhe retribuiu com um indelicado "você não sabe de contabilidade" quando ele não viu reflectido nas contas, que no entanto assinou, os 71 milhões que se tinham evaporado com um negócio em Porto Rico. Foi pura sorte, então, que a actual crise no BPN não lhe tenha apanhado um cêntimo do milhão de contos que lá chegou a ter.
Só houve uma deselegância: chamar para ali a amizade de 30 anos com Cavaco Silva. Mais um pouco e também invocava a apresentação que fez do livro de José Sócrates - o que, isso sim, já seria demais."
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