Pena & Espada
Assumindo deliberadas ressonâncias camonianas, Pena e Espada é o nome do blogue pessoal de Duarte Branquinho. Nele vão ficando partilhados, dia a dia, os interesses do autor: a História, a Política, a Cultura em geral. Não da cultura que se encerra em torres de marfim, mas da cultura que vive e participa no seu tempo. E que combate os combates do seu tempo. Desde Abril de 2004, é um blogue que me habituei a visitar todos os dias - e que nos dias em que nada publica me deixacom a sensação de frustração e de inquietação de quem não encontra um amigo onde esperava vê-lo.
Logicamente, também importunei o Duarte com um pequeno questionário, a que ele pacientemente respondeu.
Publico a seguir o resultado, exortando os leitores a lançar-se ao caminho: Pena e Espada!.
a) Um blogue é uma arma?
- Pode e deve ser uma arma de "desintoxicação cultural", que é o que necessitamos cada vez mais. Mas, infelizmente, há quem não resista à tentação de o usar como arma de maledicência e difamação.
b) O que tem o "Pena e Espada" que os outros não tenham?
- Como é um blog pessoal, acho que a diferença substancial reside nesse cunho próprio.
c) Isto vai com a pena, ou só à espada?
- A eterna questão... Acho que a escolha do título deste blog demonstra bem a minha preocupação em transmitir a necessidade desse dificílimo equilíbrio, essencial ao nosso combate.
d) Leu o texto sobre o "gramscismo tecnológico", de Jean Yves Le Gallou? O que se lhe oferece comentar?
- Li com bastante agrado, é um texto excelente e de leitura obrigatória. O Polémia é, aliás, uma das minhas visitas habituais.
Não vou repetir agora a importância da internet e todas as possibilidades que esta abre na batalha das ideias. Vou referir uma questão que acho bastante importante, a de que a internet não é o substituto, mas sim o complemento das edições tradicionais, nomeadamente livros ou revistas. Estou inteiramente de acordo e acho que no nosso país, onde na nossa área há uma incrível falta de publicações de todos os quadrantes, a internet pode ser o óptimo motor de arranque para projectos editoriais. Não só porque permite a prática da escrita, da crítica e da edição, bem como o conhecimento rápido e a fácil troca de informações entre autores e outros envolvidos, mas porque é um óptimo meio de divulgação dessas publicações.
e) Cinco anos depois do aparecimento de uma corrente nacional na blogosfera, em Julho de 2003, qual é hoje o balanço?
- Como "bom português" deveria responder qualquer coisa do género: "não serviu para nada", ou "no início é que era bom, mas agora..." No entanto, tenho a opinião exactamente contrária. Gosto sempre de pensar que tudo demora o seu tempo e quem espera resultados imediatos rapidamente desiste. Não nego que esperava e gostaria que muitas coisas se tivessem passado... mas não é assim a vida?
Congratulo-me por ter conhecido muitas pessoas válidas e interessadas, das quais me tornei amigo, que na blogosfera encontraram uma montra para o seu talento e uma motivação para a sua luta diária. Os efeitos profundos da blogosfera, como espaço de combate cultural que é, sentir-se-ão a longo prazo.
f) "Politique d'abord" é uma máxima actual? Ou acredita que hoje tem que ser "culture d'abord"?
- Estou convicto, e sou amiúde criticado por isso, que é a cultura primeiro. Mas tal não significa só a cultura. É claro que o combate político é sempre necessário e importante, mas na ordem actual de prioridades arrisco-me a dizer "métapolitique d'abord".
g) Pode a internet ser o meio para escapar à tirania mediática?
- Afirmo que é, neste momento, o único meio para escapar à tirania mediática. De tal forma que a grande dor de cabeça das brigadas do pensamento único é como controlá-la eficazmente. Infelizmente temos assistido a várias tentativas de censura da internet e a situação só tende a agravar-se. Depois do combate na internet livre, será o combate pela liberdade na internet.
Logicamente, também importunei o Duarte com um pequeno questionário, a que ele pacientemente respondeu.
Publico a seguir o resultado, exortando os leitores a lançar-se ao caminho: Pena e Espada!.
a) Um blogue é uma arma?
- Pode e deve ser uma arma de "desintoxicação cultural", que é o que necessitamos cada vez mais. Mas, infelizmente, há quem não resista à tentação de o usar como arma de maledicência e difamação.
b) O que tem o "Pena e Espada" que os outros não tenham?
- Como é um blog pessoal, acho que a diferença substancial reside nesse cunho próprio.
c) Isto vai com a pena, ou só à espada?
- A eterna questão... Acho que a escolha do título deste blog demonstra bem a minha preocupação em transmitir a necessidade desse dificílimo equilíbrio, essencial ao nosso combate.
d) Leu o texto sobre o "gramscismo tecnológico", de Jean Yves Le Gallou? O que se lhe oferece comentar?
- Li com bastante agrado, é um texto excelente e de leitura obrigatória. O Polémia é, aliás, uma das minhas visitas habituais.
Não vou repetir agora a importância da internet e todas as possibilidades que esta abre na batalha das ideias. Vou referir uma questão que acho bastante importante, a de que a internet não é o substituto, mas sim o complemento das edições tradicionais, nomeadamente livros ou revistas. Estou inteiramente de acordo e acho que no nosso país, onde na nossa área há uma incrível falta de publicações de todos os quadrantes, a internet pode ser o óptimo motor de arranque para projectos editoriais. Não só porque permite a prática da escrita, da crítica e da edição, bem como o conhecimento rápido e a fácil troca de informações entre autores e outros envolvidos, mas porque é um óptimo meio de divulgação dessas publicações.
e) Cinco anos depois do aparecimento de uma corrente nacional na blogosfera, em Julho de 2003, qual é hoje o balanço?
- Como "bom português" deveria responder qualquer coisa do género: "não serviu para nada", ou "no início é que era bom, mas agora..." No entanto, tenho a opinião exactamente contrária. Gosto sempre de pensar que tudo demora o seu tempo e quem espera resultados imediatos rapidamente desiste. Não nego que esperava e gostaria que muitas coisas se tivessem passado... mas não é assim a vida?
Congratulo-me por ter conhecido muitas pessoas válidas e interessadas, das quais me tornei amigo, que na blogosfera encontraram uma montra para o seu talento e uma motivação para a sua luta diária. Os efeitos profundos da blogosfera, como espaço de combate cultural que é, sentir-se-ão a longo prazo.
f) "Politique d'abord" é uma máxima actual? Ou acredita que hoje tem que ser "culture d'abord"?
- Estou convicto, e sou amiúde criticado por isso, que é a cultura primeiro. Mas tal não significa só a cultura. É claro que o combate político é sempre necessário e importante, mas na ordem actual de prioridades arrisco-me a dizer "métapolitique d'abord".
g) Pode a internet ser o meio para escapar à tirania mediática?
- Afirmo que é, neste momento, o único meio para escapar à tirania mediática. De tal forma que a grande dor de cabeça das brigadas do pensamento único é como controlá-la eficazmente. Infelizmente temos assistido a várias tentativas de censura da internet e a situação só tende a agravar-se. Depois do combate na internet livre, será o combate pela liberdade na internet.
3 Comments:
Muito obrigado pela entrevista, Manuel. Acredite que as minhas ausências também me incomodam e tento ao máximo evitá-las. Claro está que não há desculpas quando me dirijo ao autor de um blog que não tem "faltas de presença".
Cumprimentos.
Muito interessante, esta sua ideia das entrevistas. Permite conhecer um pouco da pessoa que existe por detrás do autor.
Para a História. Será que o Carlos Zorrinho que escreve no Diário Sul é o mesmo que juntamente com outros foram prender os Salesianos da conhecida escola dos Padres? E os passearam como troféus, pela cidade de Évora.Nesta escola estudam agora os filhos destes senhores.
Não há vergonha.
Enviar um comentário
<< Home