sábado, dezembro 06, 2008

Obras públicas

Segundo a auditoria do Tribunal de Contas à obra da Casa da Música, agora divulgada, o projecto emblemático da Porto 2001 custou mais 230 por cento do que o inicialmente previsto. O orçamento começou por ser de um pouco menos de 34 milhões de euros, e os custos finais foram de um pouco mais de 111 milhões. Além disso, a inauguração do edifício sofreu um atraso de quatro anos e meio. Em Julho de 1999, quando arrancaram os trabalhos preparatórios, o objectivo oficial era o de que a Casa da Música abrisse as portas em Dezembro de 2001, a tempo de coincidir com o final da Capital Europeia da Cultura. Acabou por ser inaugurada em Abril de 2005, ainda em obras, e os trabalhos só foram formalmente encerrados em Maio do ano seguinte (2006).
O que espanta (os poucos que ainda se espantam) não é a notícia, mas a banalidade da noticia. E a indiferença, e a habituação. O país passou a aceitar isto, com mais conformação do que encara a seca ou as enxurradas. Como se fosse uma inevitabilidade, uma fatalidade, uma lei da vida.

2 Comments:

At 2:48 da tarde, Blogger Freire de Andrade said...

Eu sou dos poucos que ainda se espantam! Fui responsável por vários projectos e compreendo que, dentro de limites razoáveis, os gastos inesperados que inflacionam o custo total e os atrasos são dificilmente evitáveis, mas casos como estes ultrapassam todos os limites do razoável e mereciam ser investigados. Aliás ainda não vi ninguém referir se, com tais custos, a Casa da Música terá alguma viabilidade económica. Quem paga?

 
At 3:52 da tarde, Blogger Nuno Adão said...

Este dinheiro fez jeito a muita boa gente, é disso que se trata...

Cumprimentos

 

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