Sócrates mobiliza reservistas
Alguns encaram Marinho Pinto quase como um inimputável, que abre e boca e dispara em todas as direcções sem pensar no que faz.
Não é verdade. O homem pode ser um carroceiro avinhado, um comunista ressabiado pela marcha da história, um ambicioso sedento de promoção social, mas não dispara de qualquer maneira, nem atira em todas as direcções.
Pelo contrário: nota-se muito bem o sentido de todos os seus ataques, e quando ele ataca quase pode ver-se quem lhe escolheu os alvos a fazer-lhe a pontaria.
Nunca tinha existido outro caso destes, de um bastonário da Ordem dos Advogados assumir o papel de agente político do Ministro da Justiça e do Primeiro-Ministro.
Nunca mordeu que não fosse onde estes o mandam morder.
Basta observar os últimos pronunciamentos, a propósito das movimentações policiais, judiciais e jornalísticas do caso Freeport.
Mas se não considerarmos este exemplo, em todos os outros acontece o mesmo...
Seja como for, por estes desenvolvimentos parece que o tal caso Freeport é mesmo assunto importante. Deve ser, tal como o BPN ou o BPP - centros nevrálgicos das negociatas do regime.
Se assim não fosse, o situacionismo não teria recorrido à artilharia pesada que começou a surgir por estes dias.
Nem me refiro ao pobre Silva Pereira, moço de mandados do chefe destacado para a SIC tartamudear explicações toscas perante Mário Crespo.
Estou a pensar nas violentas catilinárias de Marinho Pinto, na diatribe de Nuno Morais Sarmento, armado em porta-voz dos tubarões da advocacia de negócios, e por último na aparição, ou assombração, de Freitas do Amaral, com a esperança sempre latente de que a História ainda lhe vai passar à porta.
Estou a pensar nas violentas catilinárias de Marinho Pinto, na diatribe de Nuno Morais Sarmento, armado em porta-voz dos tubarões da advocacia de negócios, e por último na aparição, ou assombração, de Freitas do Amaral, com a esperança sempre latente de que a História ainda lhe vai passar à porta.
Qualquer cego pode ver que estão a alinhar pela mesma equipa. E digam-me lá que "o sistema" não existe..
7 Comments:
O Marinho da ANOP conheço eu bem.
Mas isso são conversas para ter em privado.
A maluqueira é de familia. Se conhecessem a irmã do abascadinho...
;-)
Dizem(o próprio 1º. Ministro) que nenhum cidadão está acima da Lei.Querem enganar quem? O 1º Ministro não é um cidadão como os outros? Que sigam as investigações.O mais depressa possivel, sem olhar a quem.
Mas um bastonário desta Ordem tem alguma coisa que se meter em assuntos políticos? Ele é porventura ministro ou presidente da república? E, pior um pouco, ser agressivamente opinioso àcerca de processos melindrosos, atingindo acintosa e propositadamente uma das partes - precisamente a justiça, que se limita a fazer aquilo para que efectivamente foi criada - em processos que estão a seguir os seus trâmites normais, seja cá ou Reino Unido ou noutro sítio qualquer? Este senhor está sempre a tocar o mesmo disco riscado. Já ouvimos dele o mesmo aranzel indecente sobre o processo Casa Pia e a cabala, segundo ele, urdida contra o PS... Nunca, que me lembre, nos infindáveis anos que levamos desta esplendorosa democracia, ouvi tantas aleivosias da parte de um bastonário desta ordem. Algumas, talvez, mas nunca tantas e tão desbragadas. Este senhor aponta invariàvelmente as suas baterias na mesma direcção, porque será?... Ele quer deixar marca registada da sua passagem p'la Ordem e pela certa isso verificar-se-á, mas pelos piores motivos. O principal dos quais, pôr sistemàticamente em causa a justiça.
Maria
Querida Amiga Maria:
Estou plenamente de acordo com o que escreveu. No fundo, o actual Bastonário parece (e provavelmente é) mais um «implante» do poder político para tentar manobrar as instituições à sua maneira - bruta, aculturada, boçal, como é paradigma destes desgovernos.
E é claro que estão a tentar destruir o que resta da Justiça em Portugal. Mas felizmente há quem resista a esta destruição e controlo sistemático: a este propósito, a Cara Amiga veja o que vem veiculado hoje no DN, no JN e no Correio da Manhã, acerca do sistema informático da Justiça, que permite o acesso directo do poder político a toda a informação processual, para além de estar ilegal. Um grupo de Juízes (entre os quais duas Magistradas de Lisboa e Cascais) opõem-se frontalmente à tentativa de imposição por parte do governo desta «ferramenta» envenenada, e explicitam porquê, tanto técnica como legalmente. Bastante elucidativo.
O governo respondeu com as inanidades habituais.
Beijinho (se me permite).
Carlos, acabei de ler o seu comentário. Como saberá melhor do que ninguém, este é um processo lento mas eficaz de destruir um povo (já para não falar da 'sacrossanta' democracia, ela própria introduzida no país com essa específica finalidade) e se o primeiro e imperiosíssimo objectivo foi inverter de imediato a moral e de seguida ou conjuntamente a economia, o terceiro e último e nem poderia ser doutro modo ou o sistema implodiria, foi desautorizar por completo a justiça, mantendo-a - à custa de chantagens e/ou compra dos invertebrados e também d'alguns amedrontados, que ainda os há e não tão poucos quanto isso, pelos rabos de palha que possuem d'épocas passadas mas também desta em que nos encontramos... - sob a alçada total dos políticos e em permanente e apertada vigilância, em que o sistema Citius é o seu exemplo cabado, mais do que imprescindível tornou-se rigorosamente obrigatório. E fez-se. E tudo direitinho, sem hesitações ou erros, conforme estava estipulado. O poder global, que abrange naturalmente Portugal, é imenso e há quem diga que só uma revolução mundial irá conseguir neutralizar ou pelo menos inverter a sua marcha. Há uma fortíssima corrente de norte-americanos que, contràriamente ao que se supõe, apoia esta tese. E ela, revolução, já esteve mais longe.
Como se sabe, o sistema domina totalmente os orgãos legislativo e judicial, para além de quase totalmente o informativo, é para isso que ele serve. Uma vez estes três poderes sob seu controle quase absoluto, o povo não tem como escapar da teia. Ou melhor, ter até tem mas é extremamente difícil e carece da vontade indómita de um povo inteiro, o qual, uma vez pedida a sua ajuda, secundará indubitàvelmente a meia dúzia de Heróis que bravamente tomar a dianteira. Os políticos (escolhidos lá fora) que se mantêm há mais de 3 décadas à frente da governação, são os mesmos desde sempre ou, se não já estes, os seus alunos dilectos e directos têm-lhes sucedido paulatina e criteriosamente um a um. Não é por acaso que mulheres, cunhados/as filhos/as, genros, noras, netos/as, afilhados/as, correligionários, amigos/as, colegas, sócios (de vária ordem) etc., lhes vêm sucedendo no poder desde aí, sendo a política prosseguida passada a papel químico. Os portugueses têm que obrigatòriamente pôr um fim ao estado degradante em que o país se encontra e cortar cerce com a ignóbil classe política que o dirige. O povo encontra-se desorientado e infeliz porque se sente vergonhosamente representado por vigaristas e burlões nos quais ingènuamente confiou entregando-lhes os destinos da Nação. Uma cáfila que se apropriou de Portugal tornando-o seu território de caça privado, desdenhando, cuspindo, ultrajando e rindo acintosamente na cara do seu generoso e bom povo. Porém uma vez caída fragorosamente a máscara por detrás da qual se escondeu durante décadas e posta finalmente a descoberto a matéria pútrida de que é feita e se alimenta, ela encontra-se pela primeira vez em pânico porque não sabe - embora imagine e tema - qual será a reacção que um povo tremendamente defraudado e humilhado será capaz de desencadear, atingido que foi o seu limite.
A juventude, sentindo-se perdida, olha para cima e não encontra exemplos de integridade e honestidade vindos dos principais responsáveis do seu país, antes, só verifica que todos e cada um são o produto acabado da corrupção, da vigarice, da ladroagem e da traição. E os dias passam. E os mesmos prosseguem ignomìniosamente a sua marcha triunfante até à vitória final, porque fortemente portegidos julgam-se imunes a tudo e todos e enganadoramente pensam que nada nem ninguém os poderá afastar do seu trono imperial. E de facto é quase assim. A menos que algo ou alguém lhes ponha um travão na engrenagem, definitivo e depressa. Caso contrário dar-se-á a nossa auto-destruição como país e como povo, melhor, o que resta de ambos. E isso verificar-se-á se, inadmissìvelmente alheados do mal que submerge o corpo da Nação e lhe dilacera a alma, continuarmos a deixar correr o marfim como o temos vindo a fazer até aqui. A outra hipótese é levar à Justiça, a uma outra Justiça que não esta - hipótese menos viável em virtude do controlo total do país pelo poder mundial - aqueles que provocaram a derrocada de Portugal. De um modo ou de outro os responsáveis que se acautelem, o abuso tem limites. E ainda que sempre os tenha havido em todas as épocas e azimutes, quando eles são gravosamente excedidos raramente escapam sem castigo, está na lei dos povos. Mais cedo ou mais tarde ele acontecerá e não raro da pior maneira. O povo português é capaz de feitos extraordinários, julgados impossíveis pelos seus piores inimigos. Estes que se informem sobre a justiça praticada a limite pelos nossos antepassados. Passem os olhos pelas páginas da nossa História, nelas encontrarão brilhantemente descritas as medidas drásticas exemplarmente empreendidas para debelar heròicamente os ataques gravíssimos sofridos pelo país ao longo dos séculos e raramente os portugueses não levaram o inimigo de vencida. Esta será uma vez mais a regra - não a excepção.
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E Carlos, porque ainda o não fiz, agradeço muito o seu comentário, acertadíssimo como sempre. Ele honra-me particularmente porque me cita, mas todos os seus pensamentos consubstanciados nos comentários que assina - infelizmente, por razões que o Carlos já explicou e que se respeitam, não são tão frequentes quanto seria desejável (como não se cansa de repetir um amigo nosso norte-americano que lê o português razoàvelmente bem e segue os seus escritos e os de mais uns tantos heróis, comentadores e autores, da nossa blogosfera) - devem honrar todos os portugueses, estejam eles onde estiverem. Portugueses que o sejam de corpo e alma, quero eu dizer.
Maria
De certo modo, estou feliz: depois de uns meses afastado da chamada blogosfera venho reencontrar a Maria com os seus comentários e notas contundentes sobre a desgraça que a abrilada trouxe a Portugal.
Susbcrevo tudo quanto escreve, bem como Carlos Portugal.
No entanto, parece-me haver uma dificuldade quase inultrapassável: encontrar gente, isto é, haver QUEM reeduque o nosso Povo e QUEM então lidere uma revolta - que o mais certo é ser violenta.
Cumprimentos,
Nuno
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