A Igreja Portuguesa, e a salvação das almas
Ao que parece a Conferência Episcopal Portuguesa tem reunião marcada para amanhã.
O "Correio da Manhã", obviamente angustiado com o magno problema do casamento entre pessoas do mesmo sexo, como é de bom tom nestes nossos tempos, foi interrogar o Padre Secretário da CEP sobre a agenda da reunião.
Queria saber se esse tema transcendente, objecto de culto e adoração e dos transes místicos de toda a classe jornalística, era objecto da reunião.
O Padre Secretário não o quis desiludir de todo, e respondeu-lhe que "o assunto vai, naturalmente, ser analisado, mas não é o fundamental."
E logo de seguida, para que o plumitivo, naturalmente jovem, percebesse as alturas a que a CEP eleva o seu espírito ("o fundamental"), adiantou-lhe que "há assuntos muito mais importantes a preocupar a Igreja e a sociedade, como a crise económica, a pobreza e o desemprego."
Ao ler a notícia, confesso aos leitores que o meu primeiro impulso foi arrumar entrevistador e entrevistado com uma sentença breve e definitiva: o jornalista é tonto e o padre é estúpido, e eu já não tenho paciência para mais.
Todavia - os primeiros impulsos nunca são os últimos - aqui estou a desabafar convosco. A sentença era, aliás, muito provavelmente, injusta. Nem o jornalista nem o padre são os responsáveis por esta agenda. Esta, porém, a agenda da CEP, ficou-me cá dentro a latejar. Será que um dia destes poderemos subsituir a CEP pelo directório da SEDES? Ou por uma comissão especializada do ISCTE? E quando os relatórios indicarem que "a crise económica, a pobreza e o desemprego" estão finalmente superados - dissolve-se a CEP, e a Igreja também?
O "Correio da Manhã", obviamente angustiado com o magno problema do casamento entre pessoas do mesmo sexo, como é de bom tom nestes nossos tempos, foi interrogar o Padre Secretário da CEP sobre a agenda da reunião.
Queria saber se esse tema transcendente, objecto de culto e adoração e dos transes místicos de toda a classe jornalística, era objecto da reunião.
O Padre Secretário não o quis desiludir de todo, e respondeu-lhe que "o assunto vai, naturalmente, ser analisado, mas não é o fundamental."
E logo de seguida, para que o plumitivo, naturalmente jovem, percebesse as alturas a que a CEP eleva o seu espírito ("o fundamental"), adiantou-lhe que "há assuntos muito mais importantes a preocupar a Igreja e a sociedade, como a crise económica, a pobreza e o desemprego."
Ao ler a notícia, confesso aos leitores que o meu primeiro impulso foi arrumar entrevistador e entrevistado com uma sentença breve e definitiva: o jornalista é tonto e o padre é estúpido, e eu já não tenho paciência para mais.
Todavia - os primeiros impulsos nunca são os últimos - aqui estou a desabafar convosco. A sentença era, aliás, muito provavelmente, injusta. Nem o jornalista nem o padre são os responsáveis por esta agenda. Esta, porém, a agenda da CEP, ficou-me cá dentro a latejar. Será que um dia destes poderemos subsituir a CEP pelo directório da SEDES? Ou por uma comissão especializada do ISCTE? E quando os relatórios indicarem que "a crise económica, a pobreza e o desemprego" estão finalmente superados - dissolve-se a CEP, e a Igreja também?
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