SOS Capuchos
Há lugares mágicos entre nós, que geralmente os indígenas fazem caprichosamente por ignorar (nos dez anos em que vivi em Lisboa esforçava-me por passar sempre que podia pelo Jardim Botânico, e repetia-se de cada vez o mesmo espanto: nunca há lisboetas no Jardim Botânico!). Quando posso, em Almada, subir à Casa da Cerca, fico ali extasiado a olhar para Lisboa (não sei de sítio onde ela surja assim larga e esplendorosa) e penso sempre o mesmo: nunca nenhum lisboeta me falou disto - julgo que não há nenhum que saiba!...
Vejam-se as vistas do terraço de Santa Engrácia, ou do alto de São Vicente de Fora, e encha-se a alma de Tejo e luz, magnífica, incomparável - pois aposto que se perguntarem por isso a algum vosso amigo lisboeta... nunca nenhum lá foi. (Os lisboetas são, aliás, no geral, uma gente muito estranha, no que se refere à sua cidade. Pouco mais conhecem do que a rua deles, e olham com admiração quem lhes pergunte o que há além da esquina).
Deixando os lisboetas, e voltando aos lugares mágicos, um desses sítios em que uma magia estranha e indefinível ficou no ar, para os que sabem sentir, é o lugar dos Capuchos, em plena Serra de Sintra. O Convento da Cortiça, onde nos falam as presenças de Frei Agostinho da Cruz, de D. João de Castro, de Diogo Bernardes, de Camões, de D. Sebastião... como bem se mostra neste blogue que lhe é dedicado.
É frágil, como quase todas as coisas simples e belas. Nem pode ser aproveitado para empreendimento turístico ou reconvertido em projecto imobiliário de luxo. Não dá. A tendência, desde há muito, tem sido abandoná-lo. Honra ao SOS Capuchos, que nos vem acordar a memória.
Deixando os lisboetas, e voltando aos lugares mágicos, um desses sítios em que uma magia estranha e indefinível ficou no ar, para os que sabem sentir, é o lugar dos Capuchos, em plena Serra de Sintra. O Convento da Cortiça, onde nos falam as presenças de Frei Agostinho da Cruz, de D. João de Castro, de Diogo Bernardes, de Camões, de D. Sebastião... como bem se mostra neste blogue que lhe é dedicado.
É frágil, como quase todas as coisas simples e belas. Nem pode ser aproveitado para empreendimento turístico ou reconvertido em projecto imobiliário de luxo. Não dá. A tendência, desde há muito, tem sido abandoná-lo. Honra ao SOS Capuchos, que nos vem acordar a memória.
1 Comments:
Parece-me um fenómeno não apenas dos lisboetas mas extensível à maior parte dos naturais de muitas belas cidades. Recordo-me de no Brasil, apenas visitar alguns dos locais mais maravilhosos do Rio de Janeiro, quando recebíamos visitas de Portugal, a pretexto de lhos mostrar-mos. O que não faz deste hábito um bom hábito.
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