As sondagens
A um mês das eleições europeias, começou, com naturalidade, a guerra das sondagens.
Em primeiro lugar, teria que dizer-se que elas se apresentam à partida condicionantes das próprias opções de voto pela selecção prévia feita pelos responsáveis pelas mesmas. Se são contactadas telefonicamente mil pessoas com telefone fixo para lhes perguntar simplesmente "se as eleições fossem hoje diga qual seria o seu voto de entre as opções seguintes: partidos A, B, C, D, E, Outros, branco, nulo, abstenção", obviamente que a pergunta condiciona os resultados obtidos. Afasta e diminui desde logo aqueles partidos, presentes no boletim de voto, em que os inquiridos até poderiam estar tentados a votar - mas que dessa forma são como que eliminados, por reflexo condicionado... Poucas pessoas se sentem gratificadas em serem integrados nos outros, nos inominados, sendo inconscientemente atraídos para os que têm nome próprio e são individualizados na pergunta.
Depois, segue-se a conhecida tendência para manutenção de respostas dadas. Some-se a isto todo o conjunto de efeitos que a divulgação dos resultados normalmente procura induzir (desde a moralização dos adeptos daqueles que são anunciados como estando à frente até à mobilização dos partidários daqueles que são apresentados como estando logo atrás) e creio que ninguém negará que a realização e a divulgação das sondagens tem que encarar-se como fazendo parte da luta política, e não de uma eventual ciência social que se limitasse a tê-la como seu objecto.
Em primeiro lugar, teria que dizer-se que elas se apresentam à partida condicionantes das próprias opções de voto pela selecção prévia feita pelos responsáveis pelas mesmas. Se são contactadas telefonicamente mil pessoas com telefone fixo para lhes perguntar simplesmente "se as eleições fossem hoje diga qual seria o seu voto de entre as opções seguintes: partidos A, B, C, D, E, Outros, branco, nulo, abstenção", obviamente que a pergunta condiciona os resultados obtidos. Afasta e diminui desde logo aqueles partidos, presentes no boletim de voto, em que os inquiridos até poderiam estar tentados a votar - mas que dessa forma são como que eliminados, por reflexo condicionado... Poucas pessoas se sentem gratificadas em serem integrados nos outros, nos inominados, sendo inconscientemente atraídos para os que têm nome próprio e são individualizados na pergunta.
Depois, segue-se a conhecida tendência para manutenção de respostas dadas. Some-se a isto todo o conjunto de efeitos que a divulgação dos resultados normalmente procura induzir (desde a moralização dos adeptos daqueles que são anunciados como estando à frente até à mobilização dos partidários daqueles que são apresentados como estando logo atrás) e creio que ninguém negará que a realização e a divulgação das sondagens tem que encarar-se como fazendo parte da luta política, e não de uma eventual ciência social que se limitasse a tê-la como seu objecto.
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