quinta-feira, maio 28, 2009

Entre Dupond e Dupont

"O ex-ministro Nuno Morais Sarmento entrou hoje inesperadamente na campanha para as europeias de 7 de Junho. E logo para dizer que não sentiu nem percebeu as diferenças entre o candidato do seu partido, Paulo Rangel, e o do PS, Vital Moreira. Talvez por se discutir mais política nacional que europeia, admitiu o dirigente social-democrata, presente no almoço de hoje no American Club, em que Paulo Rangel era o convidado." (aqui)
Foi pena que ninguém lhe respondesse que eles não podem discutir política europeia precisamente por nada terem para discutir: a esse respeito é que não há absolutamente nenhuma diferença de opinião entre as candidaturas.
Como já tinha sido explicado na blogosfera: "(...) o discurso europeu dos sociais-democratas não se distingue do discurso europeu dos socialistas. Nas questões essenciais, os dois partidos estão de acordo, como aliás se tem visto debate após debate. Vital Moreira é um entusiasta declarado do Tratado de Lisboa, Paulo Rangel também. Vital Moreira acha normalíssimo que o PS tenha violado a promessa eleitoral de referendar o Tratado Constitucional (de que o de Lisboa é um óbvio sucedâneo), Paulo Rangel faz como ele. O PS aplaude a entrada da Turquia na União Europeia, embora sem explicar aos portugueses quanto nos custaria essa adesão, e o PSD também aplaude, contrariando aliás as posições já assumidas por Angela Merkel e Nicolas Sarkozy. Mesmo na recondução de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia Manuela Ferreira Leite e José Sócrates já mostraram sintonia: estão ambos de acordo."
Resta-lhes, obviamente, no tempo que falta até às eleições, tentar simular o que não existe. Haverá um crescendo de tensão, um avivar de crispações, à volta de questiúnculas tipo papa maizena, para abrir os telejornais e tentar mobilizar os adeptos.
Estes farsantes nem um voto merecem. Espero e desejo que todos os portugueses sintam o mesmo. Se lhes apetecer riscar, risquem os dois.