quinta-feira, junho 25, 2009

Falando de novo sobre o "Sexo dos Anjos"

Aproveitando o fim da tarde, regressemos ao "Sexo dos Anjos".
Um sintoma evidente do fracasso é o flagrante isolamento em que o blogue caiu, ao fim de praticamente seis anos de trabalho incessante. Não se pode atribuir esse facto ao sectarismo, certamente, já que mau feitio foi defeito que nunca ninguém aqui encontrou; ao contrário, creio que a urbanidade e a cortesia sempre foram constante deste espaço. Nem sequer quando se deparou com o insulto ou a provocação houve qualquer atitude de resposta. Preferimos sempre encolher os ombros, e ignorar.
As razões para a falta do sucesso pretendido têm que procurar-se segundo os critérios frios da economia de mercado. A blogosfera é um mercado aberto, e o blogue é um produto. Se os potenciais consumidores não se interessaram por ele, há que reconhecer o facto - e outra máxima dessa ciência é que os consumidores têm sempre razão. Boa ou má, mas certamente têm razão.
Uma razão pode estar na falta de qualidade do produto; preferimos não seguir por aí (ao menos que se salve o amor próprio). Parece-nos, francamente, é que o produto não tem mercado. Claro que existe um nicho, que a certa altura pensámos ser suficiente, mas nesta fase impõe-se concluir que o nicho é demasiado escasso.
Falando claro, afigura-se-nos nesta altura que o projecto esgotou as suas potencialidades. Se tinha a sua raiz e fundamento numa concepção de serviço, não vale a pena continuar a mantê-lo vivo artificialmente só por obstinação pessoal, quando os indicadores vão no sentido de que já serviu para o que havia de servir - e agora já não serve para mais nada.
No fundo, é uma questão de prazo de validade.

13 Comments:

At 11:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Mas quais os indicadores de falencia?Não será cansaço subjectivo de seis anos?Eu só aí vou há seis meses e não me manifesto.Como sabe o blogue contabilizar o bem que me tem feito?
"Restez!Tenez"

 
At 11:46 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Vá mais devagar se lhe apraz, mas não abandone a lide.

 
At 12:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Concordando com o anterior comentador, pergunto: como é que sabe de ciência certa aquilo que afirma? Não o pode saber. Talvez se venham a manifestar os muitos leitores que o lêem e que por variadíssimas razões nunca tenham achado importante ou necessário comentar. Se tal se vier a verificar poderá ter uma agradável surpresa.
Parar é morrer. Esta atitude - egoística na minha modesta opinião porque, com o devido respeito, faz tábua rasa de quem dela depende, no caso os fiéis leitores. Afinal, como em qualquer outra prestação de serviços, estamos perante um contrato, singelo embora e não assinado mas ainda assim tido como garantido, entre o escritor de um Blog e os seus leitores - refere-se (e reflecte-se) a tudo na vida: à política, ao trabalho, à própria vida. E nunca foi boa conselheira.
Mas isto saberá de sobejo.
Maria

 
At 12:17 da tarde, Blogger Manuel said...

Como tenho tentado transmitir, não se trata de abandonar aquilo que importa.
Trata-se de passar a uma nova fase da vida.
A decisão foi muito amadurecida, e está assente.
Quanto aos argumentos contra que têm surgido, já os pesei devidamente (conhecia-os e contava com eles).
No tempo que resta do prazo que fixei, ainda voltarei a esses assuntos.

 
At 1:55 da tarde, Blogger Nuno Adão said...

Caro Manuel, em tempos disse a um ex-amigo, que por acaso até faz parte do seu ministério, que os blogues eram como os receptáculos postais, isto é, se não dessemos a morada do blogue, ninguém sabia da nossa existência. E de facto é assim mesmo. A democratização do blogosféra veio trazer um poderoso meio de propaganda, mas também, um igual e poderoso meio de alienação, entenda-se, por excesso de informação dispersa...

Poucos são aqueles que realmente querem mudar, mas mesmo esses, dizem ter família, ou falta de tempo para nada mudar...

Portanto amigo, aqui ou noutro lugar, o importante, é que não perca de vista este meio de propaganda e informação, enquanto ele ainda existe!

Cumprimentos

 
At 3:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se o Manuel puder dizer que "nova fase de vida" lhe vai permitir continuar sem "abandonar aquilo que importa" os seus fiéis leitores ficarão mais sossegados.

 
At 4:25 da tarde, Blogger Manuel said...

Ainda continuarei aqui mais algum tempo, dentro do prazo limite que estabeleci.
Vamos por isso continuar a falar.
Mas não há lugar para preocupações.

 
At 11:59 da tarde, Blogger Flávio Gonçalves said...

Veja lá o que faz, que é dos poucos bloggers de direita que não me envergonho de admitir que leio. E eu sou muito esquerda.

 
At 3:14 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Caro Manuel,
ainda que só um leitor o leia como vai arcar com o peso de lhe faltar?
Esqueça o chegar as massas... a mim faz-me falta!
abc

 
At 3:16 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Caro Manuel,
ainda que só um leitor o leia como vai arcar com o peso de lhe faltar?
Esqueça o chegar às massas... a mim faz-me falta!
abc
FCS

 
At 1:19 da manhã, Blogger Marcos Pinho de Escobar said...

Caro Manuel,
Descanse, reformule se assim o desejar, altere o ritmo, mas de forma alguma pode pensar em abandonar os fiéis leitores.

 
At 4:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Este blogue é dos poucos que faz falta.
Leitor fiel

 
At 7:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Escrevi isto há dias e depois apaguei. Nem sei se valerá a pena acrescentar mais alguma coisa para o demover. Acho sinceramente que não e nem é essa sequer a minha intenção. Aliás já o deu a entender sem margem para dúvidas e esta não foi a primeira vez.
Ainda assim e socorrendo-me do sábio conselho de Pessoa, deixo mais umas linhas que só têm por objectivo deixar modestamente registado o que me vai na alma tendo por horizonte o futuro de Portugal.
Baseada nas suas palavras, é minha convicção, uma quase certeza, de que irá estar por aqui mais dois ou três meses, se tanto. E se não se retira antes é para, calculo eu, poder travar ainda alguns bons e últimos combates até às próximas eleições. Caso não houvesse eleições este ano fá-lo-ia imediatamente, arrisco o vaticínio. Eu tinha inicialmente escrito que o seu afastamento se verificaria lá para Setembro/Outubro, após as eleições. Agora sabemos que elas realizar-se-ão em Setembro. Esta será a sua data-limite, presumo. Se esta for a sua opção definitiva - e está no seu pleno direito, naturalmente - e se ela for inabalável como parece que é, nós, leitores, nada mais poderemos fazer do que acatá-la respeitosamente.
Quem perde em primeiro lugar é a blogosfera - e bem que esta já perdeu alguns patriotas insubstituíveis; noto, só para citar dois excepcionalíssimos, cada vez maior distanciamento (esperemos que não definitivo) nos ilustres Atrida e Euro-Ultramarino, dois grandes dentre os primeiros - seguidamente e muito mais, Portugal. E caso os escritores da blogosfera, aqueles que são a sua principal razão de existir - e refiro-me especìficamente aos nacionalistas e patrióticos - ainda não se tenham dado conta, Portugal está a morrer e necessita como de pão para a boca de todos e de cada um de vós, os indefectíveis guardiães do seu solo sagrado. Nós, os do presente, desapareceremos; Portugal tem que sobreviver. É nosso indeclinável dever deixá-lo intacto às futuras gerações. Aquela que é a nossa maior tragédia, como país e como povo, é vermos os seus maiores defensores irem-se afastando um a um. Por cansaço? Por tristeza? Por falta d'apoio ou d'incentivo? Por total desinteresse? Será isto possível tendo eles à mão um extraordinário - e verdadeiramente único - meio para a difusão das ideias nacionalistas e ímpar para lutar pela Restauração de Portugal, como é este de que dispomos sabe Deus por quanto tempo mais?!? Os inimigos, sempre atentos às nossas movimentações, por mínimas que sejam, rebolam-se de um gozo diabólico e batem palmas efusivas a cada desistente. Eles esperam vencer-nos pelo cansaço. E paulatinamente vão-no conseguindo.
Restar-nos-ão por fim meia dúzia (meia dúzia é uma forma de dizer, mas quantos mais?) de estoicos que perdurarão no espaço e no tempo. Mas e esses perdurarão efectivamente? E serão eles suficientes para o combate que se avizinha?
Queira Deus que sim. E por poucos que eles sejam, que os haja bravos e valentes para enfrentarem de peito aberto as batalhas que mais dia menos dia se hão-de travar. Tenhamos sempre presente que sangrentas guerras houve no passado em que "dos poucos se fizeram muitos" e perante os mais incrédulos todas elas foram vencidas.
Entretanto choremos por Portugal.
Maria

 

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