A eficiência, não a auto-satisfação
Num regime em que a representação se faz necessariamente através dos partidos políticos, compreende-se a preocupação de quem sente o imperativo de actuar na vida pública em ter um partido que eficazmente represente as suas ideias e traduza essa vontade de intervenção.
O caso dos nacionalistas, ou mais genericamente da Direita, não é, desse ponto de vista, diferente do das demais correntes políticas. Trata-se de encontrar um instrumento adequado, um meio apropriado. Os fins situam-se noutro plano.
Encarada a coisa assim pragmaticamente, é mais fácil perceber que a realização dessa preocupação tem que obedecer essencialmente às legis artis, às regras da boa técnica, que também as há nessa área do saber. Tem que se procurar a eficiência, não a auto-satisfação.
Percebe-se portanto que, neste momento, impõe-se erguer um partido político que seja a representação de um movimento, obviamente o mais vasto possível sob pena de se consagrar o fraccionismo institucional (e aí cada fracção quer naturalmente ter o seu).
Quanto à sua imagem perante a opinião pública, esse partido tem que surgir na arena política de forma a ser claramente identificável. Se for para se confundir com os outros, ser igual aos outros, ser mais um, não vale a pena. Tem que ser suficientemente diferente para se demarcar da oferta existente, tem que ser associado pelos consumidores a algumas ideias-força facilmente reconhecíveis, tem que agitar bandeiras que possam constituir sinais de presença de todos conhecidos.
Em suma, tem que ser diferente - porque a generalidade das pessoas está farto dos outros. Importa porém dizer, a todos os que até aqui dirão sem dúvida que estão de acordo, que não pode ser tão diferente que ninguém com ele se sinta identificado. Diferente, sim - sem dúvida. Mas as diferenças não podem ser daquelas que repugnem ao homem comum, daquelas que uma vez tornadas imagem de marca constituam obstáculo insuperável à aceitação do produto pela generalidade dos destinatários.
É fácil acontecer que algo seja tão diferente da norma... que consiga concitar sobre si a hostilidade de todas as pessoas normais. Não é isso certamente o que se deseja.
Como evitar esses abismos? Eu diria que, antes do mais, cada militante deve aprender a olhar para si com os olhos dos outros. É um exercício difícil, talvez. Mas necessário. De vez em quando temos que ser capazes de nos projectar para fora de nós próprios, dos nossos pessoalíssimos gostos, preferências e manias, e conseguir olhar para nós com os olhos dos outros, ver-nos como eles nos vêem, entender as visões, juízos e sentimentos que são despertados nos outros por tudo aquilo que fazemos e dizemos.
E não adianta dizer que o público é estúpido; nestas questões da vida política, como no mercado, o cliente tem sempre razão. Se só lhe oferecermos o que não gosta e não quer, somos nós que vamos à falência.
O caso dos nacionalistas, ou mais genericamente da Direita, não é, desse ponto de vista, diferente do das demais correntes políticas. Trata-se de encontrar um instrumento adequado, um meio apropriado. Os fins situam-se noutro plano.
Encarada a coisa assim pragmaticamente, é mais fácil perceber que a realização dessa preocupação tem que obedecer essencialmente às legis artis, às regras da boa técnica, que também as há nessa área do saber. Tem que se procurar a eficiência, não a auto-satisfação.
Percebe-se portanto que, neste momento, impõe-se erguer um partido político que seja a representação de um movimento, obviamente o mais vasto possível sob pena de se consagrar o fraccionismo institucional (e aí cada fracção quer naturalmente ter o seu).
Quanto à sua imagem perante a opinião pública, esse partido tem que surgir na arena política de forma a ser claramente identificável. Se for para se confundir com os outros, ser igual aos outros, ser mais um, não vale a pena. Tem que ser suficientemente diferente para se demarcar da oferta existente, tem que ser associado pelos consumidores a algumas ideias-força facilmente reconhecíveis, tem que agitar bandeiras que possam constituir sinais de presença de todos conhecidos.
Em suma, tem que ser diferente - porque a generalidade das pessoas está farto dos outros. Importa porém dizer, a todos os que até aqui dirão sem dúvida que estão de acordo, que não pode ser tão diferente que ninguém com ele se sinta identificado. Diferente, sim - sem dúvida. Mas as diferenças não podem ser daquelas que repugnem ao homem comum, daquelas que uma vez tornadas imagem de marca constituam obstáculo insuperável à aceitação do produto pela generalidade dos destinatários.
É fácil acontecer que algo seja tão diferente da norma... que consiga concitar sobre si a hostilidade de todas as pessoas normais. Não é isso certamente o que se deseja.
Como evitar esses abismos? Eu diria que, antes do mais, cada militante deve aprender a olhar para si com os olhos dos outros. É um exercício difícil, talvez. Mas necessário. De vez em quando temos que ser capazes de nos projectar para fora de nós próprios, dos nossos pessoalíssimos gostos, preferências e manias, e conseguir olhar para nós com os olhos dos outros, ver-nos como eles nos vêem, entender as visões, juízos e sentimentos que são despertados nos outros por tudo aquilo que fazemos e dizemos.
E não adianta dizer que o público é estúpido; nestas questões da vida política, como no mercado, o cliente tem sempre razão. Se só lhe oferecermos o que não gosta e não quer, somos nós que vamos à falência.
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