quarta-feira, julho 08, 2009

Retrospectiva e balanço

Olhando agora à distância de seis anos para aquele mês de Julho de 2003, em que surgiu este blogue, surpreende-me a visão de uma política portuguesa em que nada parece ter mudado. Sobretudo os protagonistas. Como se estivesse a ver uma peça de teatro que se mantivesse em cena, com os mesmos actores, desde tempos maiores que a memória.
Estão notoriamente mais envelhecidos, alguns mudaram de papéis, mas no essencial são os mesmos. Vamos ter todo este ano de 2009 dominado por intensa luta política, e tudo gira à volta de rostos que já em 2003 apareciam com as marcas de uma longa presença.
Nada se renovou, nem nos partidos nem fora deles. Pelo contrário, os partidos têm cada vez menos gente - e a gente que têm é, cada vez mais, sempre a mesma.
Fixando o olhar à Direita, verifico, também com alguma surpresa, que a fotografia do Verão de 2003 podia passar por actual. Continua a ausência e o alheamento, como se a inexistência fosse um modo de existir.
Na blogosfera, que foi o terreno novo onde então me empenhei, animei esperanças de consolidação de uma intervenção política da Direita. Uma comunidade diversificada mas presente, activa e interveniente, uma corrente de opinião que com naturalidade exprimissse uma cultura própria. De Direita e à Direita.
Obviamente, não posso gritar vitória. Mesmo as vozes que então se levantaram foram esmorecendo, ou calando. Seis anos depois, o marasmo a que se chegou quase iguala o silêncio de que se partiu.

1 Comments:

At 4:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nem mais! E a atitude que mais nos assalta o espírito ao colocarmos num dos pratos da balança a tristeza que nos invade a alma por vermos os dias passarem sem que nada no país se altere para melhor - esquecendo o bom por momentos - e no outro o combate permanente que uns tantos gloriosos, os indefectíveis da blogosfera, travam mas até ao momento sem resultados palpáveis, o lado para que pende o prato mais pesado da balança é o de total prostração. Perante um quadro tão desolador quão trágico, o mais patriota dentre os patriotas quase perde a vontade de lutar. Na verdade quase perde a vontade de viver.
Maria

 

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