sexta-feira, fevereiro 05, 2021

DO BLOQUEIO MEDIÁTICO

 Todos nos queixamos, com fortes razões, do bloqueio mediático.

E como se fura o bloqueio, perguntais vós?

Responderei à maneira de Sun Tzu: um bloqueio não se fura, a não ser que se possua força de choque largamente superior à do inimigo. Não sendo esse o caso, qualquer tentativa de investir contra o bloqueio traduz-se em esbanjamento de meios, que nos conduzirá à exaustão. O inimigo estará em vantagem insuperável. Investir assim é tentação de animais de chifres.
Normalmente, um bloqueio rodeia-se - dá-se a volta, para surgir em zona que o inimigo tenha desprotegida. Para tal é preciso encontrar caminhos que não estejam bloqueados, e escapar por aí, surgindo implantado em terreno que estava desguarnecido. Um bloqueio tem sempre falhas, pontos insuficientemente guardados. O leão não os encontrará, mas a raposa sim.
Quando somos mais fortes, podemos fazer de leão. Quando somos mais fracos, teremos que ser raposas. (Leões e raposas, é metáfora de Maquiavel; mas o nosso D. João II dizia que havia tempos para usar de coruja e tempos para usar de falcão - o que quer significar essencialmente o mesmo).
Acontece, amigo, que nestes tempos de blogação temos feito a prova de alguma coisa. Digo mesmo que no campo que escolhemos o inimigo não nos levou vantagem.
E só uns poucos praticamos com idêntica compreensão do jogo. Se fossem quinze ou vinte, ou trinta, o que seria?