terça-feira, março 23, 2021

MEMÓRIA HISTÓRICA


 Foto do dia 20 de Julho de 1936, do fotógrafo Alfonso Sánchez Portela.

Chama-se "El patio del Cuartel de la Montaña" e representa isso mesmo, o pátio desse quartel de Madrid após a vitória das tropas assaltantes nesse que foi o primeiro grande enfrentamento da guerra civil que se iniciava.
No quartel estava instalado o Regimento de Infantaria Covadonga, e nele também se tinham refugiado bastantes civis, sobretudo falangistas. Ao tomar partido pela revolta de 18 de Julho o quartel transformou-se num alvo e foi quase de imediato cercado pelas tropas governamentais e pelas milícias comunistas.
Sendo impossível resistir ao cerco da artilharia, e não havendo perspectiva de socorro exterior, o quartel aceitou render-se, após duros combates desde a tarde de 19 até essa manhã de 20 de Julho.
Foi após a rendição que ocorreu a mortandade que se observa na foto. A chacina não foi resultante dos combates, foi feita sobre prisioneiros indefesos.
No quartel haveria uns 1500 militares, entre oficiais, cadetes e praças, e uns 180 falangistas. Ainda agora não está esclarecido o número exacto dos que morreram e dos que sobreviveram (a política de apaziguamento da sociedade espanhola promovida pelo franquismo também levava a tentar esquecer estes acontecimentos, as próprias ruínas do gigantesco quartel acabaram por ser demolidas para dar lugar a um parque urbano).
Mas as estimativas oscilam entre as 500 e as 900 pessoas logo executadas no local. O General Fanjul e outros oficiais capturados, entre eles o filho, tenente-médico Fanjul, foram ainda levados a um simulacro de julgamento, a 15 de Agosto, e fuzilados dias depois.