CORAGEM, TENACIDADE E FÉ
A sucessão dos tempos e das gerações impõe a renovação.
As rotinas cansam, e o que era novo torna-se velho. Tal como a natureza, em que a vida obriga à sucessão das estações, também as sociedades não podem eternizar-se num Outono sem fim, com as mesmas ideias já gastas, os mesmos protagonistas, sempre os mesmos rostos e os mesmos discursos, tudo repetido e tornado a repetir, até à náusea.
Nós, em Portugal, precisamos antes do mais de uma renovação geral do ambiente político. Que venham novos protagonistas, gente nova, ideias novas, que tragam nova vida às instituições.
Mudança. Sobretudo mudança. E só pode vir de baixo. Os que estão sentados e instalados não se vão mexer. Nem saberiam o que fazer, se quisessem mudar. E andamos há décadas a ver as mesmas caras na televisão!!
Terão que ser os novos, os jovens, as mulheres, sobretudo as mulheres (que estão sempre sub-representadas, se repararmos bem aquelas que aparecem nos lugares cimeiros da nossa vida política estão lá por repetir a cartilha e obedecer ao guião de um qualquer teorizador masculino, em nada se identificam com a experiência de vida da normal cidadã que vive e trabalha por aí fora, tem que se confrontar com o seu emprego, a sua casa, os seus filhos, não tem dinheiro nem tempo para feminismos folclóricos).
E tem que ser o povo, aquele povo todo que não se sente representado nem se identifica minimamente com os que oficialmente são os seus representantes, numa ficção cada vez mais desfasada da realidade.
Claro que a tarefa não é fácil. Apresenta obstáculos e riscos a cada passo. É um caminho de pedras. Mas tem que ser, e convém começar já.
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