terça-feira, setembro 23, 2008

Silva Tavares

Já aqui tinha evocado o poeta João Silva Tavares, natural de Estremoz, e que durante muitos anos gozou de enorme popularidade devido sobretudo à divulgação das suas letras para fado nas vozes de Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro.
Vejo-o agora lembrado precisamente por um dos netos de Marceneiro, no seu blogue.
É curioso observar como alguns dos maiores êxitos de Amália estão ligados a duas notáveis personalidades de alentejanos que marcaram decisivamente o percurso da artista: o estremocense Silva Tavares, que profissionalmente trabalhava na Emissora Nacional, e Alberto Janes, que era de Reguengos, e de profissão farmacêutico no Rossio lisboeta.
Hoje Silva Tavares é muito pouco conhecido, apesar da vastidão e diversidade da sua obra publicada. (Talvez não sejam estranhas a isso considerações de natureza ideológica - já o vi crismado de "poeta legionário", com indisfarçável hostilidade).
Lembro-o eu agora; foi um poeta do povo, cuja poesia permaneceu sempre fiel às origens. Tal como Azinhal Abelho, outra figura do concelho de Estemoz a quem habitualmente vejo reprovado o seu folclorismo, a propósito do seu gosto pela etnografia e da sua escrita de temática mais ruralista, e que neste momento trago aqui a reboque do outro.