A publicação dos resultados dos Censos 2021 tem provocado algum embaraço entre as forças políticas dominantes.
Com efeito, o que se ficou a saber com essa contagem é que a realidade é ainda pior do que se julgava. Nos dez anos que decorrem entre 2011 e 2021 o Alentejo todo continuou a perder população, a um ritmo confrangedor.
Em 47 concelhos só há um em que a população residente aumentou. Foi Odemira. É escusado explicar os motivos: não foi de certeza por terem nascido subitamente muitos alentejanos.
Quanto ao resto, é fácil observar concelho a concelho o que se foi passando. Todos perderam gente, até mesmo Évora, que pela sua centralidade e pela concentração de serviços podia pensar-se que resistia melhor, perdeu mais de três mil residentes.
Os restantes ainda estão pior. Portalegre e Beja, que já foram pequenas cidades com vida própria, estão agora resignadas a uma decadência triste e silenciosa.
Os concelhos todos perderam população, há alguns como Mourão ou Barrancos ou Alvito onde a desertificação é de tal ordem que não tarda muito vem aí a proposta de extinção do concelho.
Será que as forças políticas hegemónicas na região, que governam tudo há quase 50 anos, não têm responsabilidade nenhuma nesta situação? É que na realidade a evolução destes últimos dez anos é igual ao que se passou nos períodos anteriores, isto tem sido sempre a descer, e não é verdade que seja igual em todas as regiões do país. Nenhuma zona do país apresenta uma evolução como esta, com esta dimensão, e na verdade até encontramos muitas zonas que eram tão ou mais pobres do que nós há umas décadas e hoje estão incomparavelmente melhor.
O que acontece não é uma fatalidade, e só o fanatismo e a cegueira podem continuar a dizer que os culpados são umas entidades longínquas e estranhas, e que contra o destino não se pode fazer nada.
A verdade por vezes é dura, mas é preciso que se diga. A responsabilidade maior pelo desastre das políticas públicas no Alentejo durante os últimos 50 anos pertence ao poder socialista e comunista e às suas ideologias nefastas.
Como em toda a parte, os socialistas e comunistas enquanto são oposição tentam por todos os meios destruir o que existe, e depois quando governam conseguem invariavelmente essa finalidade.
O atraso e a miséria do Alentejo vêm daí. O socialismo e o comunismo quando se instalam no corpo social são como a sida.
A realidade está à vista, e não temos o direito de a ignorar. Os alentejanos são já uma espécie em vias de extinção. E não há uma associação ambientalista que se preocupe com isso. Para esses que controlam todos os centros de poder tanto faz que haja aqui alentejanos ou que se arranjem umas carradas de nepaleses ou indianos para apanhar as azeitonas e dar emprego aos militantes da solidariedade imigrante.
Nas aldeias e montes onde nasceram os nossos pais e avós já não nasceram os nossos filhos, e muito menos os filhos deles. Se não reagirmos depressa o Alentejo vai tornar-se uma vaga recordação histórica, onde vagueiam turistas ricos e imigrantes pobres.