quarta-feira, novembro 30, 2005

Colóquio: "Portugal (in)dependente?"

Para o final do dia 1º de Dezembro, a partir das 19 horas, está convocado o colóquio "Portugal Independente?" na Casa das Beiras, em Lisboa, com as presenças do Prof. Humberto Nuno de Oliveira, secretário-geral do PNR, e do Dr. Miguel Jardim, dirigente da Causa Identitária.
O colóqio será seguido de um jantar comemorativo da data da Restauração.

1º de Dezembro em Lisboa

Também em Lisboa, às 16 horas, na Praça dos Restauradores, está convocado um acto de afirmação patriótica, em defesa e afirmação da soberania e da independência de Portugal, traduzido na concentração popular em redor das comemorações oficiais, seguida de um desfile até à Praça da Figueira, onde haverá intervenções a cargo de alguns oradores.

1º de Dezembro no Porto

Para assinalar o Dia da Restauração, realiza-se amanhã um acto de afirmação patriótica no Porto, às 15 horas, em frente à Câmara Municipal, contando os organizadores com a presença de todos os portugueses que se queiram associar ao evento.

Homenagem a Rodrigo Emílio

Recordo mais uma vez que já está à venda o livro «Pequeno Presépio de Poemas de Natal», de Rodrigo Emílio, em edição de estreia da editora Antília.
A apresentação formal, a cargo de António Manuel Couto Viana, far-se-á este dia 30 de Novembro, pelas 19 horas, no Círculo Eça de Queirós, sito no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, n.º 4, em Lisboa, seguida de um jantar evocativo nas mesmas instalações, com a presença de Couto Viana e de José Campos e Sousa (que musicou alguns dos poemas ora editados).
Um belo acontecimento, no dia em que se completam 70 anos sobre a morte de Fernando Pessoa.

Edições Falcata

Recebi uma nota de apresentação das "Edições Falcata", que se descreve como um colectivo nacionalista que tem por objectivo colocar à disposição dos militantes pequenos cadernos de formação ideológica, entendendo que a leitura também é um acto de militância, e dos mais importantes, já que só uma robusta formação ideológica é garantia de perseverança e de impermeabilidade ao desânimo; promete ainda trabalhar de forma a ser o mais abrangentes possível, disponibilizando textos representativos de todas as tendências nacionalistas.
Eis um empreendimento meritório, a justificar as nossas melhores expectativas - digo eu.

Comemoração do 1.º de Dezembro

A Real Associação de Lisboa apela a todos os seus associados e amigos a comparecerem na cerimónia que terá lugar na praça dos Restauradores, em Lisboa, dia 1 de Dezembro próximo, às 16h00.
Assistirão SAR o Duque de Bragança e a direcção da Real Associação de Lisboa. Não faltem, e levem as vossas bandeiras.

Jantar dos Conjurados

A Real Associação de Lisboa está a organizar e realizará o tradicional Jantar dos Conjurados à semelhança do ano anterior.
O jantar terá lugar na Qtª. de Santa Sofia, Outeiro de Polima, São Domingos de Rana, Carcavelos, neste dia 30 de Novembro de 2005, pelas 20,30 horas e, como habitualmente, estarão presentes Suas Altezas Reais, os Duques de Bragança.

Antigos alunos do Liceu de Évora

Avisam-se todos os retardatários e distraídos que hoje quarta-feira 30 de Novembro realiza-se a tradicional ceia comemorativa do 1º de Dezembro: o jantar está marcado para as 20 horas no Monte da Graciete, estrada de Montemor, junto ao kartódromo, e o programa prolonga-se até à alvorada (para os que aguentarem, claro).
Para amanhã, quinta-feira, feriado do 1º de Dezembro, está previsto especialmente o reencontro dos finalistas de 69/70 e 70/71, com visita ao velho Liceu pelas 12 horas e almoço pela tarde fora no Quintal D. Quixote (Estrada da Igrejinha).

Estado estacionário

Para saber como se fazem as coisas, e de que vive e sobrevive esta coisa tentacular, viscosa e escorregadia a que chamam o regime em vigor, pode ler-se com proveito a entrevista de Paulo Morais ao "Primeiro de Janeiro".
Cheguei até lá através do Mais Évora, regressado às lides com o sentido de oportunidade, a acutilância e a lucidez desencantada a que nos tinha habituado.

Pornojornalismo e pornogovernação

A crise da imprensa escrita traduz-se noutros indicadores que não apenas as tiragens e a publicidade. Cada vez mais os custos de produção têm que ser assegurados por receitas que noutros tempos teriam sido consideradas infamantes e condenariam sem remissão quem a elas recorresse.
Cresce também a circulação de profissionais entre as redacções e os gabinetes do poder, político e económico, abundando os assessores, adjuntos, especialistas de imagem e comunicação, que num dia estão no jornal, no outro estão a trabalhar para um notável qualquer e no seguinte regressam à redacção. Intensificam-se as ligações e a promiscuidade. Os políticos, ou simplesmente os poderosos, precisam de se vender às massas, e os vendedores habilitados vendem-se-lhes por seu turno, assegurando empregos junto deles como chefes de vendas.
Multiplicam-se assim os exemplos de jornalismo de frete e encomenda, os títulos de aluguer que ganham à bandeirada como os táxis.
Estive a ler uma peça publicada hoje na revista "Sábado" dedicada ao Ministro Correia de Campos, chamada precisamente de "Perfil de Correia de Campos". É um exemplo lamentável do que não há muitos anos só seria admissível, quando muito, num encarte publicitário devidamente identificado, e agora aparece vulgarizado como prática de jornalismo que se pretende sério.
O trabalho é também significativo do clima e da mentalidade que dominam actualmente as altas esferas governamentais e as suas câmaras de repercussão jornalísticas, sob outros aspectos. Sublinho o título escolhido, a acompanhar a fotografia de um Correia de Campos sorridente e orgulhoso: "O ministro que os médicos odeiam".
Para quem nos governa e para os seus escribas assalariados, agora a definição de um bom Ministro da Saúde está nisto: "o ministro que os médicos odeiam". De igual modo, um Ministro da Educação de sucesso é "a ministra que os professores detestam". E um Ministro da Justiça brilhante é "o ministro que os magistrados não podem nem ver". E um excelente Ministro da Defesa é "o ministro que os militares querem ver pelas costas". (Só não pode é haver ministros que os jornalistas não gostem).
Generalizou-se a nível da governação esta prática e esta convicção de que hostilizando alguém se consegue sempre a aprovação de muitos outros, e que o desagrado dos destinatários é um bom indicador do acerto das medidas.
Como elemento fundamental para o êxito da estratégia, calculada em termos de efeitos eleitorais, está o discurso contra os privilegiados, repetido exaustivamente pelos próprios protagonistas da governança e pelos seus papagaios de serviço nos grandes meios de formatação da opinião pública.
A um observador atento, ressaltaria a evidência de até agora nunca se ter visto nem ouvido o tal discurso contra os privilegiados senão na boca de quem tem como seguras situações bem mais abonadas do que aquelas que aponta como escândalo - e nem aceita a hipótese de abandonar o estatuto.
Mas a generalidade dos destinatários da mensagem não são observadores atentos, e o essencial lá vai passando - mesmo que seja o absurdo de ver gente que se reforma com quatro anos num cargo, acumulando ainda os demais, a arregalar os olhos de indignação com a perspectiva de outros se reformarem com trinta e seis anos de trabalho.
Enfim, nada admira já neste país que tanto precisaria de homens por inteiro, e onde só proliferam os homens a dias e as mulheres a noites.

Comemorações do 1º de Dezembro

A cerimónia de Homenagem aos Heróis da Restauração decorrerá na Praça dos Restauradores, sob a presidência conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, de acordo com o seguinte programa:
16h00 – Homenagem aos Heróis da Restauração, na Praça dos Restauradores;
17h00 – Assinatura do Livro de Honra da SHIP e actuação do grupo “Danças com História”, no Palácio da Independência;
18H30 – Missa Solene de Acção de Graças, na Igreja Paroquial de S. Nicolau.

terça-feira, novembro 29, 2005

Pensamento do dia

«A estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência. A inteligência tem limites. A estupidez não.»
(no Joeiro)

No centenário de Monsenhor Marcel Lefebvre

Para assinalar um centenário que não pode deixar-nos indiferentes, aproveito um artigo de J. Sarto que copiei da edição de hoje do semanário "O Diabo", e que muito honra esta casa.
Aproveito para informar que o mesmo semanário publica também hoje colaboração do bloguista AMPT, com o que se mostra mais uma vez como o órgão da imprensa escrita mais atento aos valores da blogosfera. É um caso em que ficamos gratos a'"O Diabo".

No dia 29 de Novembro de 1905, há exactamente cem anos, nascia na cidade francesa de Tourcoing, o futuro Arcebispo Marcel Lefebvre, que viria a desempenhar papel crucial na história da Igreja Católica no período subsequente ao encerramento do Concílio Vaticano II.
Cientes de que o seu percurso biográfico é por demais conhecido dos leitores, não tencionamos repeti-lo agora desnecessariamente. O nosso desiderato é outro: sabendo-se que a qualidade da árvore se avalia pelos bons ou maus frutos que dá, que frutos deu Monsenhor Lefebvre?
Não tendo sido o primeiro defensor da fé e tradição católicas no período pós-conciliar - essa honra pertence ao padre belga Gommar de Pauw, radicado nos Estados Unidos, que no ano de 1965 fundou o «Catholic Traditionalist Movement»-, Monsenhor Lefebvre foi todavia o seu mais insigne paladino, assumindo, após a subversão provocada pela heresia modernista no seio da igreja, um papel semelhante aos de Santo Atanásio ou Santo Hilário de Poitiers durante a crise ariana do século IV, ou de São João Fisher na sequência da reforma anglicana no século XVI.
Depois do final do Concílio Vaticano II, e em consequência do clima favorável por este propiciado, já que o mesmo foi dominado na sua quase totalidade pelos sectores modernista e progressista que há muito planeavam a sua ofensiva (pelo menos, desde meados do século XIX) a partir do próprio interior da estrutura eclesial, os erros por eles sustentados invadiram virulentamente a Igreja, com o fito de a protestantizar, jacobinizar e marxizar, bem como de demolir a sua tradição bimilenar, transmutando-a num mero instrumento ao serviço da conjura revolucionária.
Ora, na prática, tais objectivos conduziram à adopção de conceitos estranhos a toda a tradição católica, como, por exemplo, o sobraçar de um ecumenismo mal-são, propiciador do relativismo e do indiferentismo religiosos, ou o sufragar de uma liberdade religiosa confundida erroneamente com a tolerância religiosa, sem se olvidar a promoção da desastrosa reforma litúrgica, obnubiladora de verdades fundamentais da fé católica e enfatizadora de realidades que lhe são espúrias, certamente a primeira e principal responsável pela abissal queda da prática religiosa entre os católicos, mormente por transformar aquela que deveria ser a mais solene manirfestação de fé - a Missa - não despiciendas vezes, num circo recheado de extravagâncias e excentricidades. Outrossim, escusado mencionar a adesão de boa parte do clero pós-conciliar à mundividência da esquerda radical marxista...
Contra tudo isto se ergueu num labor titânico Monsenhor Lefebvre, reafirmando sem compromissos a verdade católica, obstando ao esvaimento da tradição, impedindo a desaparição da Missa de rito latino-gregoriano ou tridentina, ordenando sacerdotes defensores da ododoxia do magistério bimilenar da Igreja através da sua Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, enfim, consagrando numa situação de absoluto estado de necessidade da Igreja quatro bispos sem jurisdição, garantindo assim a continuidade da tradição para o século XXI.
Custou-lhe este último gesto uma excomunhão, cuja análise detalhada extravasaria de todo o âmbito deste artigo. Digamos apenas que a mesma se caracteriza pela sua manifesta injustiça e notória falta de fundamentação à luz do direito canónico, constituindo seguramente um dos momentos menos felizes do pontificado do Papa João Paulo II, que o seu imediato sucessor, o Papa Bento XVI, há-de reparar num futuro que se supõe breve. Sem prejuízo, recordemos que o dever de obediência propugnado pela doutrina católica, mesmo relativamente à pessoa do Papa, não é em caso algum cego: ele cessa quando está posta em crise a defesa do depósito de fé divinamente revelado, que à Igreja urge conservar, defender e transmitir, mas não alterar ou inovar. Pelo contrário, nesta última situação, impõe-se aos católicos um dever de resistência a quem ouse enveredar por tais caminhos, porventura ao Papa, como sempre o ensinaram doutrinariamente São Paulo, São Tomás de Aquino ou São Roberto Belarmino e como o demonstrou, a nível prático, a vida de Santo Atanásio e a sua oposição à heresia ariana. Em resumo: primeiro obedecer a Deus, e só depois aos homens.
E se, na sequência das polémicas consagrações, Roma concedeu uma margem de manobra muito maior à tradição, através criação da Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei» (regula as actividades dos católicos tradicionais no seio da Igreja), e da subsequente fundação de institutos religiosos tradicionais como a Fraternidade de São Pedro (www.fssp.org), o Instituto do Cristo-Rei (www.icrsp.com), ou a brasileira Administração Apostólica de São João Maria Vianney (www.adapostolica.org) que preservam a celebração da Missa de rito latino-gregoriano ou tridentina e a disciplina tradicional, ainda uma vez mais e sempre, na base disso tudo, está a pessoa de Monsenhor Marcel Lefebvre.
Ora, só este facto bastaria para demonstrar a justeza do seu combate, e a qualidade dos frutos que o mesmo deu.

Um livro fundamental

Foi reeditada a "Sociologie du comunisme" de Jules Monnerot: os três volumes estão disponíveis nas Éditions du Trident.
Em português também foi editada em tempos a obra de Monnerot "Desmarxizar a Universidade".
Para conhecer melhor o autor e a obra, leia-se o magazine L'Insolent, de Jean Gilles Malliarakis.

Querem Mandar os Padres para a Prisão?

Este é mais um artigo pilhado ao Padre Nuno Serras Pereira, recentemente em foco pela sua condenação em juízo criminal.

As sucessivas reivindicações a favor da liberalização do homicídio/aborto, em Portugal, têm tido como estribilho a sentença: “querem mandar as mulheres para a prisão”. Como já escrevi noutro lugar uma das finalidades desta frase é a de culpabilizar (1) , chantageando emocionalmente quem, com toda a razão, pensa que as crianças a nascer têm o mesmo direito a serem protegidas legalmente que qualquer outra pessoa, porque dotadas de igual dignidade – se se criminaliza e penaliza quem deliberadamente mata gente grande por maioria de razão se deve fazê-lo a quem mata gente pequena, tantas vezes sem outra defesa senão a da lei. De facto, ao ignorar a criança que é vítima de uma violência brutal, ao fingir que só a mulher que decide provocar a morte de sua filha ou filho é que pode (teoricamente, já que não se têm verificado casos na prática) ser condenada a pena de prisão, sem se referir à possibilidade de que qualquer homem cumpliciado o poder ser também, e ao generalizar, como se pairasse o espectro da enxovia sobre todas as mulheres, pelo facto de serem mulheres, coloca-se demagogicamente a questão.
Mas uma vez que insistem em falar de prisão discorramos sobre ela, não demagogicamente, mas realistamente. Muitos ignorarão que a descriminalização e legalização do aborto são os primeiros passos de um processo que levará à criminalização, perseguição e prisão de todos os que a ele se oponham. De facto, como escrevi em 1998 (2):
A IPPF [- International Planeed Parenthood Federation (em Portugal a “sucursal” desta organização é a APF - Associação para o Planeamento da Família)] colabora estreitamente com a UNFPA, a UNICEF e a OMS. Estas organizações, juntamente com o Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, emitiram, em Agosto de 1998, um impresso chamado “Informação da Mesa Redonda sobre os Tratados dos Direitos Humanos, a partir da perspectiva da Saúde da Mulher. Acentuando os Direitos Sexuais e Reprodutivos” (3). Partindo do princípio que “os direitos humanos à saúde da mulher têm uns conteúdos, aceites internacionalmente, que transcendem a cultura, a tradição e as normas sociais” de cada povo, o texto afirma que “as legislações que proíbam ou limitem o direito ao aborto e a liberdade reprodutiva dos menores (o que inclui o aborto)” violam os direitos humanos (4). Por outras palavras, não só os pais não serão tidos nem achados, ignorando-se assim os seus direitos, no que se refere à educação sexual e cuidados de seus filhos, como se prepara a criminalização de toda a oposição ou resistência ao aborto. Não espanta, pois, que estejam em andamento tentativas várias de criação de um Tribunal Criminal Internacional com o poder de condenar, como crime contra a humanidade, toda e qualquer oposição a esse homicídio que é o aborto provocado (5). De facto, se o aborto é um direito humano, quem atentar contra esse direito, Estado, pessoa ou grupo, será submetido a sanções (6).
Esta “conjura contra a vida” (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 12), como sabem as pessoas minimamente informadas sobre estes assuntos, tem vindo num crescendo. O Tribunal Penal Internacional foi, entretanto, criado. Na listagem dos crimes contra a humanidade a julgar, consta a “gravidez forçada”. Este delito não se refere tão só, como muitos poderão ingenuamente pensar, aos crimes de violação com intenção de engravidar as mulheres submetidas a essa violência, mas, na interpretação de muitos, refere-se, por exemplo, ao “crime” de impedir (por uma lei que penalize o aborto, por exemplo) que uma mulher aborte uma filha ou filho que resultou de uma relação sexual consentida entre adultos. De modo que, mais do que dissuadir o delito de violação pretende-se sim estabelecer com uma linguagem eufemista um verdadeiro e próprio “direito” ao aborto livre – uma vez que ninguém poderá “forçar” uma mãe a levar a sua gravidez adiante o aborto terá de ser liberalizado para que qualquer mulher em qualquer momento possa “interromper a gravidez” de um modo “seguro”. Não é por acaso que já vão surgindo propostas de julgar o Papa por crime de genocídio das mulheres que morreram ao abortarem clandestinamente. Ainda é cedo para o conseguirem, mas é óbvio que se não houver uma inversão das tendências habituais, não tardará muito, mais década menos década, a ser possível ver um Papa sentado no banco dos réus como um perigoso facínora. A IPPF, de que a APF é uma filial, está na linha da frente das investidas abortistas, a nível mundial. Margaret Sanger, a fundadora desta organização, era uma malthusiana radical, uma admiradora e amiga de Ernst Rudin, chefe do programa nazi de eugenia, e uma racista extremista. A IPPF não só nunca se distanciou das suas ideias como se reconhece nela como um modelo inspirador, continuando a oferecer prémios com o seu nome. Ainda há poucos anos, Albino Aroso foi condecorado pela APF, aqui em Portugal, com o prémio Margaret Sanger.
Num artigo escrito em Maio de 2002, intitulado Os Abortófilos, procurei defender os Direitos Humanos denunciando os gravíssimos atentados contra o Direito à vida, fundamento e origem de todos os outros. Nas críticas dirigidas a tantos que promovem a descriminalização, a legalização e a liberalização do aborto referi, também, a dado ponto, a APF. A publicação dessa prosa num jornal regional indignou esta associação que, pressurosa, me colocou um processo-crime – por difamação, suponho. É certo que não é habitual, nestes casos, ser-se preso, como o não é no caso das mulheres que abortaram e vão a julgamento, mas trata-se de uma possibilidade que não se pode excluir absolutamente. Será possível que, por agora (?), a intenção seja tão só de intimidação, quer do autor quer do jornal, de modo a tentar calar as vozes que mais afoitamente se lhes opõe? Nesse caso tratar-se-ia de uma ameaça à liberdade de expressão que, de qualquer modo, não prognosticaria nada de bom. Seja como for, eu como padre católico, sacerdote de Jesus Cristo nunca poderei deixar de realizar a missão à qual fui chamado: anunciar, celebrar e servir o Evangelho da Vida. É essa a essência da minha vocação. Como, aliás, a de qualquer outro padre. Mas uma vez que este Evangelho é aquilo que mais se opõe à “cultura” de morte – ao aborto, ao racismo, ao eugenismo, ao malthusianismo, à destruição da família, à contracepção, à esterilização, etc. -, e é a única força capaz de a vencer, é bom de ver que muitos dos que são necrófilos tudo farão para alcançar o que mais acima se indicava, e perseguirem, condenarem, aprisionarem e aniquilarem os sacerdotes de Jesus Cristo. Eliminado o pastor, facilmente se abocanham as ovelhas.
O abocamento destas poderia dar-se, fundamentalmente, de dois modos: umas seriam escravizadas pela manipulação sedutora que as conduziria a prestarem consentimento à própria alienação; as resistentes seriam atassalhadas sem dó nem piedade, com a mesma indiferença fria com que as outras pessoas humanas, na sua fase embrionária ou fetal, são perfidamente retalhadas nos gélidos laboratórios ou nas sanguinárias clínicas abortistas.
De nós dependerá, suposta a Graça de Deus, que assim não seja.

Nuno Serras Pereira
02. 07. 2004

Notas:
1) Nuno Serras Pereira, Querem Mandar os Bebés para o Lixo, 24. 01. 2004
2) Nuno Serras Pereira, A Condecoração do Presidente Sampaio, Novembro 1998
3) Pbro. Dr. Juan Claudio Sanahuja, Noticias de la ONU, Número 05/99. Informe nº 142
Buenos Aires, 17 de enero 1999.
4) Cf. Idem.
5) Catholic Family and Human Rights Institute, Friday Fax, Vol. I, Number 25, April 3, 1998.
6) Cf. Juan C. Sanahuja, opus cit.

Olivença é terra portuguesa!

No dia 1.º de Dezembro comemoram-se 365 anos da Restauração da Independência.
Em 1640, chegada a notícia a Olivença, logo em 5 de Dezembro a população aclamou D. João IV como seu legítimo soberano e saudou a Liberdade reconquistada.
De novo e como sempre, os Oliventinos fizeram respeitar a divisa que lhe fora outorgada pelos Reis de Portugal:
«NOBRE, LEAL E NOTÁVEL VILA DE OLIVENÇA!»
Hoje, ocupada militarmente por Espanha e mantida desde 1801 sob o seu domínio, Olivença não pode comemorar, com os demais portugueses, a sua Portugalidade.
Todavia, assim como os oliventinos não esquecem Portugal, também Portugal não esquece e não pode esquecer Olivença!
Apesar da indignidade e do silêncio, Olivença é terra portuguesa!
A usurpação de Olivença, contra a História, a Cultura, a Moral e o Direito, impõe aos Portugueses e, em particular, aos responsáveis políticos e ao Estado, que sustentem efectivamente a retrocessão daquela parcela de Portugal.
O 1.º de Dezembro, marco e símbolo decisivos em quase nove séculos de História, exige-nos a capacidade de interpretar o passado, conduzir o presente e, criando e defendendo as condições de afirmação da nossa identidade e independência, demandar o futuro.
Olivença é terra portuguesa!
*******************************
O Grupo dos Amigos de Olivença participará, como habitualmente, nas Cerimónias Oficiais do 1.º de Dezembro, em Lisboa (Praça dos Restauradores), às 16:00 horas.
A nossa concentração será feita na sede, Casa do Alentejo, às 15:30 horas, de onde seguiremos em comitiva para a Praça dos Restauradores.
Para que a Causa de Olivença tenha uma presença significativa, pujante e visível, é necessário que os sócios e apoiantes do GAO marquem presença no acto.
Apelamos à participação de todos!
Levantando as nossas bandeiras, faremos saber:
Olivença É Terra Portuguesa!

segunda-feira, novembro 28, 2005

Já está!

Já se encontra em linha o portal da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
Uma feliz nova para os dias que passam.

«Pequeno Presépio de Poemas de Natal»

Recordamos que a sessão de lançamento do livro «Pequeno Presépio de Poemas de Natal», de Rodrigo Emílio, terá lugar no Círculo Eça de Queiroz, sito no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 4, em Lisboa, quarta-feira dia 30 de Novembro, às 19 horas.
Para apresentar a recolha de poemas de Rodrigo Emílio estarão presentes, entrte outros, António Manuel Couto Viana e José Campos e Sousa.
Haverá também um jantar para assinalar a data, devendo para o efeito de participar no mesmo contactar-se o Nova Frente.

Um olhar sobre 2005

O Centro de Investigação e Análise em Relações Internacionais vai realizar a 29 de Novembro, Terça-feira, a sua última tertúlia de 2005.
O tema proposto é "Um Olhar Sobre 2005", e a ideia consiste em participar numa conversa sobre os acontecimentos merecedores de destaque no decorrer deste ano de 2005.
O local marcado é a Rua Andrade Corvo, nº 27, em Lisboa (metro Picoas).
Informações no sítio próprio:
CIARI - Um olhar sobre 2005.

domingo, novembro 27, 2005

O crime do Padre Nuno

Por me parecer que os leitores terão todo o interesse em ler o texto, e este merecer a mais ampla divulgação possível, reproduzo a seguir o artigo do Padre Nuno Serras Pereira que fundamentou a sua recente condenação em processo criminal no Entroncamento (o que faço inteiramente à revelia do Padre, que desconhece de todo o meu abuso).

Os Abortófilos
Anda por aí, à solta, um género de gente extremamente perigosa que tem, positivamente, um horror aos bebés nascituros e um fascínio obsessivo pela sua morte. De há uns anos a esta parte tem andado num sobressalto, numa agitação, num desassossego, uivando palavras homicidas, estabelecendo estratégias mortíferas, elaborando leis assassinas, engendrando julgamentos mediáticos para alcançar os seus objectivos tenebrosos, reivindicando estudos manipuladores sobre a realidade do aborto a fim de conseguir a sua liberalização, levando a cabo, nas escolas, uma deseducação sexual estruturalmente pornográfica e, consequentemente, irresponsável, impondo uma mentalidade contraceptiva/abortiva, etc., etc..
Esta gente, que constantemente incita ao crime, goza de grande publicidade na comunicação social e de muita ascendência na política. Nomes sonantes vêm agora, à centena, propor a criação de uma conta bancária “para ajudar mulheres sem meios económicos a interromper a gravidez no estrangeiro de forma legal e segura [?]” (Público, 15. 05. 2002). Repare-se bem que não se trata de ajudar a mãe, com dificuldades económicas, a criar o seu filho; pelo contrário, o dinheiro ser-lhe-á dado sob condição de o matar. Para isso, e só para isso, haverá auxílio. Tal é a veemência da “paixão” desta gente pelo aborto! Porque se há algo que fica claro com esta proposta é que o seu propósito não é de modo nenhum acabar com o homicídio/aborto mas sim acabar com a clandestinidade, facilitando-o. Porém, numa tentativa de esconder, perante si mesmos e os outros, o óbvio adiantam com uma hipocrisia maquiavélica ou com uma cegueira cínica: “ Com esta proposta ... não pretendemos promover o aborto, mas ajudar as pessoas”!! (Idem). De modo que, para esta gente, cumpliciar-se na matança da pessoa do filho, destroçando, desse modo, a vida da pessoa da mãe, é uma grande ajuda, uma obra de solidariedade! Surrealismo semelhante só, mesmo, em Sade (“o radicalismo abortista é filho do sadismo” - cf. V. Possenti, Filosofia e Societá – studi sui progetti ético-politici contemporanei, Massimo-Milano, 1983).
Neste mesmo dia 15 de Maio, demonstrando uma coordenação notável, o Diário de Notícias e o Público entrevistam Angela Gomez, presidente da Federação Internacional de Planeamento Familiar (IPPF, iniciais em inglês), que por “coincidência” se encontrava em Portugal. A IPPF, uma organização serial killer, é a segunda ONG maior do mundo, sendo que a primeira é a Cruz Vermelha, e é a instituição que mais promove o homicídio/aborto a nível mundial. O seu ramo em Portugal é a APF – esta “sucursal”, generosamente subsidiada e patrocinada por sucessivos governos, ao longo de décadas, dá formação aos nossos políticos, esteve implicada, como motor principal, em todas as investidas abortistas em Portugal, foi condecorada, em 1998, pelo Presidente Jorge Sampaio e viola impunemente a lei quando lhe convém.
Nestas elucidativas entrevistas Angela Gomez esclarece: “estamos presentes em 182 países e todas as nossas associações trabalham de forma igual no mundo ... O plano estratégico é o mesmo e os padrões que tentamos alcançar também, mas há obviamente diferenças entre os países e para cada um procuramos, dentro do nosso plano estratégico, um nicho onde o governo local não esteja a actuar e onde possamos promover a nossa causa ... devemos oferecer um aborto seguro porque é um direito da mulher ... A IPPF lida com os grupos parlamentares de vários países - incluindo Portugal, onde o contacto é feito através da APF -, no sentido de promover as mesmas ideias no mundo, sendo esta, afirma Angela Gómez, a «nossa forma de influenciar as leis». (DN, 15. 05. 2002). Segundo ela “do ponto de vista legislativo ... Portugal continua «atrasado» ... uma questão que foi aflorada durante a reunião com os três deputados (do PS, PSD e CDS/PP) que colaboram com a APF na cooperação internacional. Para além de abordar a problemática dos direitos sexuais e reprodutivos [esterilização, contracepção e aborto], ... aproveitou para sensibilizar os parlamentares para o apoio que Portugal pode prestar nesta matéria às populações das antigas colónias ... ” (cf. Público, 15. 05. 2002). Angela Gomez disse ainda da sua surpresa “com a «elevada prevalência» do uso de métodos anticoncepcionais pela população, actualmente da ordem dos 80 por cento ... «É uma das percentagens mais altas que tenho visto», confessou ...” (Idem).
Esta agradável surpresa, este contentamento, pela eficácia do trabalho da sua organização em Portugal (a APF), a ser verdade, deveria constituir para a Igreja e para todos os pró-vida um motivo de grande tristeza e de rigoroso exame de consciência. De facto, mal se entende que num país onde a Igreja tem tanto peso, os seus membros, em especial, – embora não só estes, uma vez que esta questão é de lei natural e não meramente confessional -, não estejam devidamente formados e/ou catequizados em matéria de tanta importância quer para a virtude da castidade, quer para a estabilidade familiar, quer para a saúde das mulheres, quer para a defesa da vida, quer para a própria salvação. A censura sistemática da encíclica Humanae Vitae e mesmo o dissentimento obstinado da sua doutrina (que, importa recordar, é definitiva e imutável – cf. Conselho Pontifício da Família, Vademecum para os confessores sobre alguns temas de moral conjugal, 12.II. 1997, n. II.4) feito ensino nalguns sectores da UCP e aconselhamento nas pregações, e em outras circunstâncias, devem contar-se entre os principais responsáveis por esta situação catastrófica.
Recorde-se, a propósito, que Malcolm Potts, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si” (Malcolm Potts, Peter Diggory y John Peel, Abortion, Cambridge University Press, London, 1970), “à medida que as pessoas se virarem para a contracepção, dar-se-á uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos” (Report, Cambrige Evening News, 7 February 1973. Cit. in Valerie Riches - Foreword by Professor Sir Bryan Thwaites, MA, PhD, Sex and Social Engineering, Family and Youth Concern (The Responsible Society), 1986).
Também Judith Bury, médica abortófila e investigadora dos Brook Advisory Centres, confirma-o: “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos” (Judith Bury, Sex Education for Bureaucrats, The Scotsman, 29 June 1981).
Declarações deste tipo são frequentes entre os membros desta organização e entre os seus cúmplices. Pelo que se torna evidente que quando incitam ao uso da contracepção eles sabem que estão a promover o aborto: Pierre Simon (médico obstreta, co-fundador e vice-presidente do Movimento francês para o planeamento familiar, colaborador de Simon Veil no Ministério da saúde, por duas vezes Grão-Mestre da Grande Loja - maçónica - de França) que esteve na dianteira do combate pela legalização da contracepção e do aborto, recordando a sua luta, escreveu: «Atacar a lei [que proibia a contracepção] na sua totalidade significava liberalizar o aborto. ... [A] opinião [pública], no entanto, não estava preparada para tal. Por isso, tivemos como nosso primeiro objectivo separar esta amálgama. Uma vez conseguido que a contracepção se tornasse normal e aceite pela lei, logo o aborto seria aceite. O futuro provou que tínhamos razão. A luta pela contracepção duraria mais e seria mais difícil do que a luta pelo aborto. Mudando o famoso provérbio: Nós tínhamos ganho a guerra [legalizando e promovendo a contracepção], só faltava travar a última batalha [legalizar o aborto]» (Pierre Simon, De la vie avant toutes choses, Ed. Mazarine 1979). De facto, em Dezembro de 1967, 9 meses antes da encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI, foi aprovada a lei que autorizava a venda e a publicidade dos contraceptivos e, logo, em 1975 a lei Veil legalizou o aborto. Em 1983 o aborto passou a ser pago pela Segurança Social, isto é, por todos os cidadãos que pagam impostos. Ninguém escapa, pois, à participação no aborto, uma vez que todos o financiam.
Consciente da gravidade da situação Mons. Philippe Barbarin, Bispo de Moulins, declarou recentemente (31. 10. 2001): “ ... alguns Bispos de França ... interroga[mo-nos] sobre a nossa atitude por volta de 1975, quando foi discutida e aprovada na França a lei que liberalizou o aborto. Pode ser que cheguemos a fazer uma confissão pública, pedindo perdão publicamente pela nossa pusilanimidade, pela nossa cobardia, no momento da discussão desta lei criminosa” (Michel Schooyans, Terrorismo e Globalização, 29. 01. 2002).
Será ainda preciso recordar que grande número dos contraceptivos actuais têm ou podem ter um efeito abortivo precoce (desde a pílula normal ao DIU e à pílula do dia seguinte, eufemisticamente chamada contracepção de emergência) e que a grande maioria dos homicídios/abortos não são cirúrgicos mas são causados química e precocemente?
Verificamos mais uma vez, com amargura, que os católicos em Portugal (e demais pessoas de boa-vontade), geralmente falando, ainda não tomaram consciência da gravidade da situação e das medidas excepcionais de organização e de combate que a circunstância merece. Mesmo dentro da Igreja, entendida como conjunto dos fiéis, há um número significativo de pessoas, em lugares de alguma responsabilidade, seriamente contaminadas pela mentalidade contraceptiva e abortiva.
Esfregar-se ou abusar de crianças, adolescentes e jovens é um crime repugnante, detestável e muito grave, mas ainda mais grave, abominável e tenebroso é esquartejar ou matar crianças no seio materno. Se a sociedade e o Estado se levantam unânimes e justamente indignados para combater o primeiro crime, porque é que se organizam para realizar o segundo? (Para as ligações da IPPF à defesa da pedofilia e do incesto ver Robert G. Marshall and Charles A. Donovan, Blessed Are The Barren –The Social Policy of Planned Parenthood, Ignatius Press, San Francisco 1991 e Brian Clowes, Pro-Life Activist's Encyclopedia, Stafford, Virginia: American Life League, Inc., 1993).
Nuno Serras Pereira
16. 05. 2002

O rosto do comunismo

O Presidente da Ucrânia, Viktor Iushchenko, pediu ontem à comunidade internacional que considere a Grande Fome verificada na década de 1930 um genocídio provocado pelas autoridades soviéticas.
"O mundo deve saber desta tragédia", disse o Presidente Iushchenko, na abertura de uma exposição dedicada aos perto de dez milhões de ucranianos que morreram de fome em 1932 e 1933, quando Estaline lhes retirou os seus produtos e mandou proceder à reforma agrária. Crê-se que teria morrido perto de um quarto da população, existindo relatos dramáticos de situações que chegam inclusive ao canibalismo.
A Ucrânia decidiu que o dia 26 de Novembro deve ser dedicado às vítimas do "Holodomor", o assassínio pela fome, e a outras perseguições políticas da era soviética.
Entretanto, aqui pela ocidental praia lusitana foram publicados com destaque estudos que revelam a prática regular do assassínio político pela direcção do PCP, de que foram vítimas ao longo de décadas, nomeadamente, outros militantes e responsáveis comunistas. O assunto não é novo, e já foi desenvolvido, pelo menos e que me lembre, por pessoas com vasto e profundo conhecimento do PCP, pelo lado de dentro, como é o caso de Cândida Ventura, Francisco Ferreira, Patrícia McGowan Pinheiro. Existem também outros depoimentos, de Silva Marques a Vera Lagoa, que devem ser tidos em conta por qualquer historiador sério.
Não é provável que este movimento de revisão histórica mereça grande atenção dos intelectuais instalados: o conjunto de crenças vigente é essencial ao equilíbrio de forças do sistema. Aliás, ainda agora, para ironia, e para exemplo das visões oficiais da História, os responsáveis de uma das grandes empresas públicas, os CTT, emitiram selos de homenagem a Álvaro Cunhal - um assassino frio e contumaz.

O progresso

O político xiita Ayad Allawi, primeiro-ministro interino do Iraque até Abril, garante, em entrevista publicada domingo no jornal britânico The Observer, que a violação dos direitos humanos no Iraque é actualmente «igual ou pior» do que durante o regime de Saddam Hussein.
A descrição não acrescenta nada ao que se vai sabendo, mas tem a vantagem de vir de uma fonte inegavelmente autorizada.
Receio porém que não vá ocupar nem um segundo do precioso tempo de quem se recusa a pensar nestes pormenores.

Não se confirma?

Entre as inúmeras boas obras com que o governo socialista tem contribuído para a resolução dos grandes problemas nacionais avulta agora também a irradicação dos crucifixos das escolas.
Ao que consta, a medida constitui apenas o primeiro passo de um extenso programa que visa rapidamente pôr fim à agressão ideológica permanente de que são vítimas os cidadãos não crentes ou afectos a outras religiões devido à esmagadora presença de simbologia religiosa católica em espaços públicos.
Entre as acções previstas para breve, a de maior impacto deverá ser a demolição da estátua do Cristo Rei, símbolo religioso que de forma ostensiva ocupa um extenso domínio público, perturbando o horizonte visual de milhões de portugueses.
Posteriormente, e para além da retirada de um sem número de cruzeiros, alminhas e nichos que bordejam as estradas de todo o país, e até as ruas e largos das nossas cidades, vilas e aldeias, uma decisão de largo alcance passará pela remoção da Sé de Braga, o que só deverá ser feito após um minucioso estudo arqueológico do local, dada a importância dos trabalhos para um melhor conhecimento do passado mais remoto dos habitantes daquela região.

Sociedade Histórica da Independência de Portugal

Para amanhã, segunda-feira dia 28 de Novembro, pelas 16 horas, no Salão Nobre do Palácio da Independência, está prevista a cerimónia de apresentação pública do portal da SHIP.
É um bom pretexto para passar no Rossio e visitar o Palácio, tanto os que já conhecem como os que querem conhecer.

Portugal nos livros

Num tempo em que Portugal parece esquecido de si, é interessante observar como vão surgindo aqui e além manifestações de interesse do mundo culto anglo-saxónico, onde não se pode dizer que isso sempre tenha acontecido, pela prodigiosa aventura da existência portuguesa.
Destaco a propósito três livros há pouco tempo postos à venda em tradução portuguesa:
"Império à Deriva" do australiano Patrick Wilcken, que foi apresentado recentemente na Academia Portuguesa de História pelo prof. Veríssimo Serrão, debruça-se sobre a experiência fascinante da transferência da corte portuguesa para o Brasil, à distância de 200 anos.
"Confronto em África", do americano Witney W. Schneidman, procura fazer a história do longo braço de ferro entre o império americano e o domínio português em África, sobre o destindo dos territórios ultramarinos.
"De Chaul a Batticaloa", do americano Kenneth David Jackson, um estudo sobre a persistência da herança portuguesa na costa ocidental da Índia e norte do Ceilão, nomeadamente nos crioulos ainda subsistentes, editado pela Mar de Letras, editora sediada na Ericeira.
Se os portugueses desistirem de o ser, pode ser que Portugal sobreviva ao menos na História.

sábado, novembro 26, 2005

A ler neste sábado

Sobre a Decadência do Debate de Ideias
Ensaio sobre a escumalha europeia
A árvore que provoca aridez à sua volta
Para lá do ruído... O Império do Costume
Caminhos Errantes
FILHOS DA P…OTA!

sexta-feira, novembro 25, 2005

Feliz regresso

Não resistiu e está de volta às lides o Mais Évora.
E assim é que está certo.

Da Justiça

Muito falada tem sido a intervenção do Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Conselheiro José Moura Nunes da Cruz, na sessão de ontem do congresso dos juízes portugueses.
Fui ler, e digo-vos com toda a franqueza (sabem que eu sou exigente): trata-se de uma peça notável, que merece ser lida por todos os que verdadeiramente se interessam sobre os problemas da Justiça em Portugal, e de uma nobreza e elevação que grandemente dignificam o seu autor (que, saliento, não conheço nem de perto nem de longe).
Em conclusão: leia-se o discurso do Conselheiro Nunes da Cruz, e não as frases soltas apanhadas pela comunicação social.
E uma vez que entrei nesta matéria não posso também deixar de realçar a importância do recente discurso de tomada de posse do Presidente do Tribunal da Relação de Évora, Desembargador Manuel Cipriano Nabais.
Em relação a este, eborense adoptivo, não posso deixar de expressar a minha particular estima: ninguém nesta cidade de Évora pode ignorar o que tem sido o labor do Dr. Nabais desde há 24 anos consecutivos ao serviço da causa da Justiça nesta terra que fez sua. Nunca ouvi opinião que não exaltasse a sua dedicação à causa pública, embora talvez poucos saibam avaliar até onde estendeu a sua capacidade de trabalho e de sacrifício.
Acrescem ainda, para mim, outras razões de particular consideração, algumas que me dispenso de enumerar e outras que não fica mal referir: é um português culto e com o sentido da Pátria, desde cedo enraízada na solidez da sua terra granítica (partilha a naturalidade com o sábio Pinharanda Gomes) e mais tarde cultivada na experiência de combatente do Ultramar, quando Angola se defendia de armas na mão; partilha connosco alentejanos a vivência do Seminário de Vila Viçosa e do Liceu de Évora, muitos anos antes de se fixar em Évora por força da colocação no Tribunal da Comarca; e temos em comum ainda o gosto pelo Direito, por ele sedimentado nos estudos da vetusta academia coimbrã e por mim adquirido nas paragens mais sulistas da Faculdade lisboeta. Não é nada pouco.
Quanto ao que interessa: a magistratura tem sido desde há muito em Portugal, mesmo nos assuntos em que mais devia fazer ouvir a sua voz, la grande muette.
Tornou-se por isso a grande desconhecida para a generalidade dos portugueses, que só a conhecem de ouvir dizer; é deveras importante que comecem a elevar a voz aqueles que nela conservam a autoridade moral, a experiência, o conhecimento técnico e o espírito de serviço que permitam ao país compreender um pouco melhor o que está em causa quando se fala da Justiça, da Magistratura e de toda a problemática ligada a essas áreas, ultrapassando uma tradição já consolidada de sobre isso só falar quem não sabe.

A força das raízes

"Temos obrigação de salvar tudo aquilo que ainda é susceptível de ser salvo, para que os nossos netos, embora vivendo num Portugal diferente do nosso, se conservem tão Portugueses como nós e capazes de manter as suas raízes culturais mergulhadas na herança social que o passado nos legou."
Com esta epígrafe, do tão importante quanto esquecido etnólogo Jorge Dias, apresenta-se o portal dedicado ao Folclore de Portugal.
Muito mais longe e mais fundo propõe-se chegar o Na Penumbra Arcaica, "site dedicado às manifestações contemporâneas de arcaísmo selvagem, em honra da memória cultural e artística da ancestral Ibéria".
Um e outro territórios a descobrir.

Portugal Contemporâneo

Após ter tentado a dissolução num projecto claramente colectivista, o Rui Albuquerque emerge incólume no Portugal Contemporâneo.
Promete o "diário de um país visto à distância", coisa que também não parece compatível com ele.
Ficamos a saber que temos de contar com o Rui, sempre de olho nisto.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Guénon, ou l'orgueil d'être "réactionnaire"

Il y a cinquante ans, René Guénon mourait au Caire. Il avait été le principal théoricien de la Tradition. Peu d'auteurs, en ce siècle qui vient de se terminer, ont fait montre d'une clarté aussi cristalline et d'une rigueur intellectuelle aussi sévère que René Guénon. Mathématicien et surtout métaphysicien français, profond connaisseur des systèmes religieux et philosophiques, né à Blois en 1886 et mort au Caire le 7 janvier 1951, il y a cinquante ans, Guénon peut être considéré comme l'un des réactionnaires les plus radicaux de tous les temps; la cohérence et la radicalité de sa pensée en ont fait le chef de file d'une école (l'école traditionaliste) qui apparaît dans ses ramifications variées, comme un grand arbre au milieu du désert, celui du monde moderne. Avec Julius Evola, il est considéré comme le principal exposant de la pensée traditionnelle en Europe. Le fondement de la pensée de Guénon est la dialectique entre modernité et tradition, étant conçues comme deux réalités aprioristiques et antithétiques dans le monde. "L'origine de la Tradition (écrivait Guénon dans La métaphysique orientale, un de ses essais brefs et dense de 1939) si le mot "origine" a encore une raison d'exister dans ce cas, est non humaine comme la métaphysique elle-même".
Cette conception de la Tradition universelle et suprahistorique, représentée comme une flamme divine qui se transmet dans le temps à travers les diverses traditions singulières, se fonde sur la sapience même que les religions recèlent, transmises par les textes sacrés comme par le symbolisme, par le langage du mythe et par la transmission initiatique. L'ésotérisme est donc la voie par excellence, dans le monde moderne, par laquelle la Tradition sacrée se perpétue comme une flamme inextinguible qui passe de main en main et unit ainsi les générations humaines en une chaîne sacrée. Guénon écrit avec une clarté limpide et absolue sur la tradition hyperboréenne primordiale qui se diffuse depuis son siège polaire originel, sur la genèse des races humaines, sur le fondement sacré des systèmes de castes, sur l'inégalité des hommes et sur les cycles cosmiques, qu'il considère comme des phénomènes absolument certains. Le fondement de sa pensée repose sur le sacré, car, citant le Mahabharata, il nous rappelle: "Tous les livres qui ne sont pas fondés sur la Tradition sont issus de la main de l'homme et périront: cette origine qui est la leur démontre qu'ils sont inutiles et mensongers". La vision du temps, chez Guénon, est cyclique: à l'intérieur de chacun des cycles cosmiques pris en particulier (le Manvantara de l'hindouisme), depuis l'age d'Or des origines, on chemine, progressivement, à travers des sédimentations progressives, vers l'age du Fer (le kali youga sanskrit) puis vers les temps sombres que nous connaissons et vivons aujourd'hui. Nous avons là une vision grandiose de l'histoire humaine que Guénon nous esquisse dans "La crise du monde moderne": c'est la conception générale du temps dans les formes traditionnelles et les cycles cosmiques.
Quelles sont les perspectives spirituelles pour l'homme dans ce monde entièrement désacralisé? La réponse de Guénon se différencie de celle d'Evola, l'autre interprète majeur du Monde de la Tradition. Dans cette divergence d'interprétation, nous trouvons deux attitudes différentes, majoritairement sacerdotale et contemplative chez Guénon, active et guerrière chez Evola. Pour Guénon, l'homme "différencié", qui veut trouver une réalisation spirituelle propre, ne peut que partir à la "recherche" d'un centre de transmission authentique de la Tradition. Mais, simultanément, Guénon ne cesse de mettre en garde contre les mille et un périls que réserve cette voie: la prolifération de mouvements religieux de tous types, le phénomène qu'Oswald Spengler définit comme celui de la "seconde religiosité", l'infection psychanalytique et l'erreur du spiritisme ne sont qu'autant de miroirs aux alouettes dans un monde crépusculaire.
On trouvera des pages très évocatrices dans "Le Roi du monde"; elles contiennent, en germe et en condensé, le noyau même de la réponse qu'apporte Guénon à ce problème central; Guénon y part de la légende d'Agarthi, patrie mythique du "Souverain universel". Le métaphysicien français révèle comment la Tradition est encore vive, bien que cachée, "dans un Tibet des plus obscurs". On ne peut que conseiller ce livre, de même que celui qu'il a consacré aux symboles de la science sacrée, à tous ceux qui veulent s'approcher, pour la première fois, des splendeurs cristallines des pages de Guénon.
Lié aux milieux du traditionalisme catholique et converti au soufisme de facture islamique, Guénon est également un représentant de cette radicalité aristocratique et réactionnaire; il n'était aucunement impliqué dans les débats et les conflits d'ordre politique. Il se limitait à théoriser, en termes généraux, l'opportunité d'une réforme de sens traditionnel en Occident, sous le signe d'un catholicisme intégral. Mais cette vision ne peut trouver aucune réalisation aujourd'hui, car, il est vrai et triste que l'on est obligé de constater que l'Église du 20ième siècle est profondément dégradée, privée qu'elle est désormais de toute véritable conscience des symboles qu'elle utilise et évoque pourtant constamment. Le message que Guénon nous a laissé, à nous, hommes d'aujourd'hui, c'est qu'"il n'y a nulle raison de désespérer: même si on ne peut espérer atteindre un résultat sensible, avant que le monde moderne ne s'écroule, ce n'est pas une raison pour ne pas entamer une oevre dont la portée va bien au-delà de l'époque actuelle".

Alberto Lombardo
(10 janvier 2001).

Der Untergang

Da blogosfera talvez ainda se venha a dizer que frequentemente quem escreve muito pouco acerta, tal qual como se diz daqueles que muito falam.
O que se pode dizer desde já é que o Alexandre Franco de Sá, bloguista às vezes, quando escreve é sempre acertado.
Desta vez caiu-se a dissertar sobre "A Queda"; foi breve, mas como sempre vale a pena ler - bem ao contrário do que acontece com tanta poluição electrónica que enche de caracteres gráficos legiões de blogues (este meu, e inumeráveis milhares como este). Vão lá, e não desistam de pedir-lhe mais.

Margens de erro

Sobre a questão por mim aqui abordada anteriormente, dos destaques das edições de hoje do "Diário de Notícias" e do "Público" ácerca de duas sondagens sobre os possíveis resultados das eleições presidenciais, deve ler-se a análise feita pelo "Margens de erro", onde com superior conhecimento técnico é dissecado esse assunto.
De acordo com as explicações que ali podem ler-se, as censuras deverão ir todas para o tratamento jornalístico que foi feito, e não para os dados fornecidos pelas sondagens.
O que diz o Margens de erro é capaz de estar muito certo, e não serei eu quem vai contestar em campo que não é o meu.
Todavia, insisto no fundamental: a apreciação política dos factos em causa não é tocada sequer pela análise técnica efectuada. O que chega ao público é o que lhe transmitem os intermediários; o facto político reside na mensagem, não nos dados técnicos constantes das sondagens, que só os especialistas irão ler e decifrar.
Ora neste ponto mantêm-se inteiramente válidas as minhas interrogações. O que foi comunicado aos portugueses nas primeiras páginas do "Público" de Belmiro e do "Diário de Notícias" da Lusomundo/Oliveira foi que nesta altura Cavaco conta com 57% dos votos, num caso, e 44%, no outro. Não são afirmações compatíveis. E temos todas as razões para nos interrogar sobre os motivos por que aparece num jornal um número e no outro outro número completamente diferente.
E não parece provável que se trate meramente de descuido ou de ignorância. A incompetência e analfabetismo dos jornalistas responsáveis, ou a sua "falta de numeracia", como diz com graça mas com ingenuidade o "Margens de erro", não pode presumir-se.

Outra vez as sondagens

Hoje os dois principais diários de Lisboa fazem título com resultados de sondagens sobre as próximas presidenciais.
Ambos, na primeira página, a toda a largura, informam o eleitorado sobre as escolhas deste, caso tivesse votado por estes dias.
Ficou assim o eleitorado a saber, pelo "Público", que o seu voto iria inteirinho para Cavaco Silva, que garantidamente ganharia à primeira volta, com 57% do total.
E ficou o mesmo eleitorado a saber, pelo "Diário de Notícias", que o mesmo Cavaco está em descalabro, tendo já descido para 44% dos votos.
É natural que o povo soberano fique um tanto confundido; ou o universo sondado não foi o mesmo ou algo de estranho se passa com as sondagens.
Surge inevitavelmente à lembrança a publicação nas vésperas das últimas autárquicas de resultados estranhíssimos, por sinal com a mesma marca de origem.
Sem nenhum gosto em afundar ainda mais a reputação de damas tão duvidosas, não se pode deixar de perguntar francamente se os resultados fornecidos pelas empresas de sondagens estão realmente dependentes de quem as encomenda (entenda-se aqui "encomenda" no sentido que se quiser).
Com efeito, não parece convincente vir mais uma vez com explicações técnicas tentar argumentar que é perfeitamente normal que na mesma altura, com os mesmos meios e sobre o mesmo objecto duas sondagens (credíveis... dirão ainda os especialistas?) tenham resultados tão díspares. Entre 57% e 44% não há "margem de erro" que se aguente!
Some-se a isto os precedentes já apontados, e a inevitável observação sobre os donos dos órgãos de informação em causa: os que apoiam Cavaco dão Cavaco, os que já nas referidas autárquicas brilharam pelos fantasiosos resultados atribuídos ao PS continuam nessa área - e põem Cavaco em queda...
Será que das sondagens se pode dizer o mesmo que dos touros de lide - que saem ao dono?
A este respeito, recordo que já há uns anos o Dr. Miguel Sousa Tavares explicou publicamente que tinha deixado de acreditar em sondagens no tempo em que foi director de um importante órgão de informação escrita e se passou que ao receber no seu gabinete os resultados já tratados de uma sondagem que tinha sido realizada para o mesmo, acompanhados naturalmente pelo técnico responsável da empresa sondadora, manifestou alguma estranheza perante alguns dos resultados apontados; e de imediato o dito técnico responsável lhe retorquiu com a mesma naturalidade que não havia problema, se alguns dos resultados não lhe agradavam faziam-se algumas pequenas correcções e tudo se comporia. Era a aplicação prática do princípio de que o cliente tem sempre razão.
As coisas são efectivamente assim? Marktest? Dr. Oliveira e Costa?

quarta-feira, novembro 23, 2005

A propósito de Padres no banco dos réus

Comunicado da Associação Juntos Pela Vida:

Foi com grande consternação que os Juntos Pela Vida souberam da condenação do Pe. Nuno Serras Pereira no âmbito de um processo-crime no qual este sacerdote vinha acusado da prática do crime de difamação, em resultado de uma queixa apresentada pela APF (Associação para o Planeamento da Família), alegadamente ofendida pelo artigo “Os Abortófilos”, publicado no jornal do Entroncamento dirigido pelo Padre José Luís Borga.
Queremos por isso publicamente:
1.Manifestar a nossa solidariedade e total apoio ao Padre Nuno Serras Pereira. Sabíamos que em alguns países que vivem em democracia (EUA, Canadá e outros) a manifestação de uma opinião contrária à mentalidade dominante nos “media” pode provocar processos semelhantes e às vezes resultar em prisão. Verificamos agora que tal também pode suceder em Portugal.
2.Testemunhar, em virtude de termos assistido à audiência de julgamento, que no processo ficou demonstrado que:
a)A APF não se socorreu, junto do jornal do Entroncamento, do “direito de resposta” como legalmente lhe era garantido, reagindo assim em termos normais a um artigo de opinião com que pretensamente se terá “ofendido”;
b)A APF não pediu no processo qualquer indemnização cível;
c)A APF usou o processo apenas para exercer uma inaceitável pressão sobre o Padre Nuno Serras Pereira e outras pessoas que sobre a APF e quem defende o aborto, fazem o mesmo juízo ou avaliação.
d)Correspondiam à verdade não apenas as citações incluídas no artigo em causa, como as situações descritas no mesmo. Isto mesmo foi confirmado pela testemunha Maria José Alves (membro destacado da Associação).
3.Reafirmar que a APF é hoje, como o é desde longa data, uma organização cuja grande preocupação política é a obtenção do aborto livre em Portugal, conforme nomeadamente se pode verificar de qualquer abaixo-assinado movido pelo mesmo propósito, da presença sistemática dos seus membros nos debates sobre o aborto, em posição favorável ao mesmo, ou até de declarações de Duarte Vilar quando descreve em relatórios internacionais da IPPF a actuação da sua organização e a caracteriza como desempenhando um papel determinante nessa batalha política. Nenhum problema existe nesse facto se simultaneamente a APF não fosse a organização tentacularmente mais instalada a nível de aparelho de Estado, nas questões da educação sexual e planeamento familiar, e através dessa posição desenvolva uma actividade persistente de formação das mentalidades no mesmo sentido dos seus objectivos políticos.
4.Acusar a APF de falta de cultura cívica e democrática. Ficou assim patente aos olhos de todos a intolerância que se esconde na posição de tantos tolerantes…
5.Lembrar que no debate político e naquele que versa sobre o aborto em especial, a temperatura da expressão sobe com frequência e que quem não é capaz de aguentar essas oscilações não deve frequentar essas paragens…
Não é por acaso a palavra hipocrisia (que acreditamos é universalmente entendida como insultuosa) aquela que mais frequentemente é chamada à colação para descrever a atitude daqueles que se opõem ao aborto livre?
E, apesar disso, há memória de algum processo judicial mandado instaurar por alguma dessas pessoas ou associações? Haja pois uma tolerância real, porque aquela da APF, já o sabíamos, passa sempre pela exclusão de alguém…
6.Informar a APF e todas as pessoas e organizações que defendem o aborto livre que manobras de pressão como esta não nos atemorizam.
Apesar de, aqui sim, parecer que há quem queira mandar os outros para a prisão, fiquem sabendo que, como dizia o poeta, haverá sempre alguém que resiste, haverá sempre alguém que diga Não!
7.Declarar o dia de hoje como um dia negro para a liberdade de expressão em Portugal. 30 anos depois do 25 de Abril há por aí uns senhores que se dão mal com a democracia e querem repôr o “lápis azul”.

Lisboa, 21 de Novembro de 2005
JUNTOS PELA VIDA

L' imposture ecologiste (III)

Um terceiro extracto de Guillaumne Faye:

Le principal projet politique des Verts en Europe, c'est l'ouverture généralisée à toute immigration. En Allemagne, ils ont obtenu en 1998 du gouvernement du triste Schröder la naturalisation quasi-automatique, avec droit de double nationalité, des étrangers installés depuis huit ans, remplaçant ainsi le droit du sang par la dangereuse formule française, supposée supérieure, du droit du sol. «Les Verts allemands déplorent surtout, note Jean-Paul Picaper dans Le Figaro (16/11/1999), que les socialistes limitent l'immigration».
En matière d'ethnomasochisme et de collaboration avec les colonisateurs de l'Europe, les Verts allemands sont les meilleurs. Mais grâce au trotskiste Cohn-Bendit, Dany-le-Rouge repeint en vert, ils ont fait des émules en France. Au cours de la campagne pour les européennes de 1999, l'ouverture des frontières à toute immigration et la régularisation des clandestins étaient au centre des exigences de Cohn-Bendit, Noël Mamère et Dominique Voynet, des pressions qu'ils exerçaient sur Jospin, et de leur stratégie de «fascisation» du pauvre Chevènement. 10% de propositions pour défendre l'environnement, 90% pour défendre les immigrés, 0% contre le chômage et la paupérisation.

Guillaume Faye, La colonisation de l'Europe, l'Aencre 2000, p. 39.

L'imposture ecologiste (II)

Outro excerto de Guillaume Faye:

Le désastre du pétrolier Erika nous le rappelle: l'énergie pétrolière est la plus polluante du monde. Pourtant, les pseudos-écologistes réservent leurs foudres au nucléaire, l'énergie à ce jour la moins polluante! La raison: le pétrole est une des bases économiques de l'hégémonie américaine et des moyens financiers des Etats musulmans; et puis le nucléaire assurerait l'autonomie énergétique européenne, qui est vue d'un très mauvais oeil. Il y a donc alliance objective entre Verts trotskistes, intérêts américains et Etats musulmans.
L'énergie nucléaire a été diabolisée en Europe, parce qu'elle évoque la «bombe atomique» et Hiroshima. Encore un des syndromes de la pensée magique. Pourtant, cette énergie s'avère la moins sale de toutes, la moins dangereuse, contrairement au babil des propagandes et ... malgré Tchernobyl.
L'énergie nucléaire est parfaitement respectueuse de l'environnement, si elle est bien maîtrisée. Les centrales thermiques classiques ou les barrages hydroélectriques (comme celui qu'on édifie en Guyane) polluent massivement l'atmosphère ou détruisent forêts et couvertures naturelles.
Sauf accident, une centrale nucléaire n'est pas nocive. Depuis 1950, les très rares accidents nucléaires (Three Miles Island, Tchernobyl, Fukuyawa, etc) ont causé mille fois moins de dégâts que les accidents pétroliers. Un seul exemple: les Verts allemands se sont massivement mobilisés contre le transport de produits nucléaires de France vers l'Allemagne ou vers le Japon, alors qu'aucun incident ne fut jamais signalé. Mais silence radio sur les accidents et dégâts innombrables provoqués par le transport par route ou par oléoduc des produits pétroliers! Les précautions qui entourent la production nucléaire sont dix fois plus rigoureuses que celles prises par les pétroliers. Mais l'industrie pétrolière est au centre de la logique militaro-industrielle américaine et elle génère d'énormes sources financières dont bien des gens bénéficient, y compris objectivement Greenpeace et les Verts.
A la suite de la stupide décision allemande, sous pression des trotsko-écolos américanophiles et islamophiles du gouvernement Schröder, d'abandonner l'énergie nucléaire, Claude Allègre, ancien ministre de l'Education nationale, déclarait (Le Figaro, 20/07/2000) : «Une fois levée l'hypothèque des déchets, ce que nous ferons d'ici à dix ans, je maintiens qu'au jour d'aujourd'hui, l'énergie nucléaire est la plus sûre et la moins polluante. Car les Allemands ne nous disent pas comment ils vont produire leur énergie. Toutes les sources d'énergie statique recensées rejettent du CO2 dans l'atmosphère, entraînant à terme une dangereuse modification du climat. Je tiens, en ce qui me concerne, à l'indépendance énergétique de la France». Les énergies fossiles (pétrole, charbon et gaz) rejettent dans l'atmosphère des millions de tonnes d'oxyde de carbone et d'oxyde d'azote, à la fois cancérigènes (bien plus que les mythiques «radiations»!) et coupables de la destruction de la couche d'ozone comme de l'effet de serre (réchauffement du climat et multiplication des catastrophes climatiques). Rien qu'en France, l'électronucléaire évite le rejet atmosphérique de 78 000 tonnes de poussières, de 1,1 millions de tonnes de NaO2 (dioxyde d'azote), de 2 millions de tonnes de SO2 (dioxyde de soufre) et de 337 millions de tonnes de Co2 (dioxyde de carbone), le gaz le plus polluant et le plus dangereux pour la santé. Grâce au nucléaire, la France a réduit de 70 % les rejets de gaz polluants dus à la production électrique, le reste n'étant plus le fait que des transports automobiles à moteur thermique au pétrole, qui polluent à eux seuls davantage que tous les rejets industriels! Grâce au nucléaire, la France (dont la part de cette énergie dans la production électrique est la plus importante du monde) dégrade moins l'atmosphère que ses partenaires de l'UE: 6,9 tonnes de CO2 par habitant, contre une moyenne européenne de 8,15 tonnes et de 11 en Allemagne.
Or, le lobby écolo, les «Verts», ont curieusement toujours joué la carte du pétrole, donc de la pollution maximale! Le premier exemple, c'est évidemment celui du projet, hélas réussi en Allemagne, en Suède et en Italie de l'arrêt de toutes les centrales nucléaires. On les remplacera évidemment par des unités électrogènes au gaz et au fuel, très polluantes. Et les «économies d'énergie», démagogiquement promises par les Verts, ne limiteraient que symboliquement ces émissions. Un deuxième exemple: les Verts -- la catastrophique Mme Voynet -- ont réussi à faire capoter le canal Rhin-Rhône, soi-disant nuisible aux ... paysages. Résultat des courses: pour assurer l'acheminement du fret en croissance de 4% par an entre les bassins rhodanien et rhénan, il faudra recourir aux camions sur autoroutes, le mode de transport le plus polluant, le plus coûteux, le plus dangereux, le plus fragilisant pour la nature. D'ailleurs, jamais les Verts n'ont levé le petit doigt contre le percement d'axes autoroutiers systématiques et souvent inutiles (l'A3 Paris-Troyes, l'A28 Rouen-Tours, toujours vides); en revanche, ils ont protesté contre la ligne TGV Valence-Marseille ... Jamais ils n'ont manifesté le moindre soutien aux projets de «ferroutage» (camions sur les trains). Le transport et l'électricité fondés sur le pétrole: voilà ce que soutiennent objectivement les Verts, imposteurs patentés.
Il semble probable que les Verts et les lobbies écolos «roulent» pour l'industrie pétrolière et pour les intérêts américains qui y sont étroitement liés. Car les USA comme leurs alliés musulmans producteurs de pétrole ont intérêt à ce que l'Europe abandonne le nucléaire.
Le lobby pétrolier mondial est globalement menacé par le nucléaire, comme par les modes de transports fondés sur l'électricité. Or l'industrie pétrolière est détenue à 80% par des sociétés anglo-saxonnes. N'oublions pas non plus les champs pétroliers britanniques de la Mer du Nord ... Autre chose: le soutien américain objectif, comme celui de la gauche européenne pro-US, aux musulmans tchétchènes est lié à la volonté américaine de contrôler la route pétrolière des champs de la Caspienne. De même, les principaux producteurs de gaz (Algérie, Indonésie, Asie centrale) sont des pays musulmans. La production pétro-gazière est entre les mains des intérêts américano-musulmans. La généralisation de l'électricité nucléaire en Europe serait pour eux une catastrophe économique. Tant pis pour l'environnement. Et ce, avec la bénédiction des pseudo-écolos, très probablement achetés.
Leur hargne antinucléaire s'explique aussi par une vision mondialiste de l'économie, qui sert là encore les intérêts américains et permet de fragiliser l'Europe. En effet, le pétrole suppose la dépendance de l'Europe envers des sources extérieures, tandis que le nucléaire repose sur la fourniture de faibles quantités d'uranium aisément disponibles (et dont la Russie regorge). L'idée d'indépendance énergétique de l'Europe leur est insupportable. De même, priver l'Europe d'une compétence nucléaire civile, c'est aussi lui interdire (et notamment à la France) de produire du combustible militaire! Donc de la priver de dissuasion indépendante. Ce qui arrange là encore la géopolitique américaine, mais aussi ses alliés arabo-musulmans. Comme en bien d'autres domaines: écolo-trotskistes-Pentagone-Islam, même combat contre l'Europe.
Ce qui inquiète nos néo-gauchistes écolos, c'est bien la puissance objective (militaire et économique) comme l'indépendance que le nucléaire offre à l'Europe, ainsi que les retombées technologiques qu'il autorise. Leur combat est cohérent: affaiblir le diable européen (et de nos jours eurosibérien), interdire sa renaissance, censurer ses traditions et sa mémoire ancestrale, désamorcer sa puissance technoscientifique et militaire, noyer son indépendance, corrompre ses moeurs, détruire son germen ethnique par l'immigration. Le volet anti-nucléaire et pro-pétrolier n'est qu'un aspect de cette stratégie très cohérente et multiple dont l'objectif est tout simplement la destruction de l'identité et de la continuité de la civilisation européenne. Les préoccupations écologiques et la protection concrète de la santé publique ne sont que des prétextes en forme de grosses ficelles huileuses de fuel.
(...) Pour les transports ... on ne peut pas échapper aux moteurs thermiques (avions, navires, locos diesel, etc) mais on peut les limiter. Ce qui n'a jamais été fait sérieusement. Tout s'est passé comme si, faute de recherche et d'investissements sérieux, les énergies de transports alternatives au pétrole, notamment celles qui concernent l'automobile, avaient été systématiquement découragées en dépit de leur évident avenir.
(...) En cinquante ans d'exploitations des centrales, on n'a connu qu'un seul Tchernobyl, dont les effets négatifs sur la santé publique furent beaucoup moins importants que les colossales émissions de gaz cancérigènes de l'énergie pétrolière, sans compter les marées noires et les dégazages sauvages en haute mer des pétrocargos. L'énergie nucléaire est globalement maîtrisable et améliorable, pas l'énergie pétrolière.
(...) Pour la production d'énergie électrique, le socle doit donc être le nucléaire, ce qui n'existe pour l'instant qu'en France. Un nouveau type de centrale franco-allemande, encore dans les cartons, permettrait de diminuer d'un quart le coût de l'électricité. Les Verts font tout pour faire capoter ce projet.
(...) Un peu de bon sens: les pluies acides qui détruisent les forêts, les mineurs engloutis par les coups de grisous, les marées noires qui ravagent les côtes, les cathédrales et les monuments historiques rongés et noircis par les gaz de combustion automobiles, les maladies respiratoires et les cancers provoqués par les aérosols carboniques ou soufreux, la dépendance européenne envers les fournitures et intérêts pétroliers et gaziers américano-musulmans, tout cela ne pèse-t-il pas beaucoup plus lourd que les fantasmatiques dangers de l'électronucléaire?
L'écologie est la science de l'environnement naturel et le souci de le préserver dans l'intérêt des sociétés humaines. L'écologisme est une doctrine politique qui a pris prétexte de l'écologie pour poursuivre de tout autres buts.
Le mot [écologie] vient du grec oïkos, «maison», «habitat». L'impératif écologique est fondamental, non pas tant pour préserver Gaïa, la Planète bleue, (elle a encore quatre milliards d'années devant elle et en a vu d'autres), que pour éviter à l'espèce humaine de se détruire en polluant la biosphère, son cadre de vie. Ce n'est pas la «nature en soi», comme une sorte de concept métaphysique brumeux (et qui, dans l'immensité de l'univers, n'a rien à craindre de l'homme) qu'il convient de protéger, mais l'oekoumène de notre espèce. Celle-ci, et tout spécialement la civilisation européenne, s'est employée dans les temps historiques à dominer et à domestiquer la nature proche, c'est-à-dire l'écosystème terrestre. Mais un bon jardinier ne doit pas faire n'importe quoi, poussé par l'orgueil et l'avidité. Le proverbe: imperat naturam nisi parendo («on ne commande à la nature qu'en lui obéissant») est bien connu. Le réchauffement de la planète et les catastrophes qu'il provoque déjà prouvent les effets néfastes de la méconnaissance de ce précepte.
(...) L'écologisme, quant à lui, est une pseudo-écologie. C'est un paravent qui dissimule les idées du cosmopolitisme trotskiste. Les «Verts» s'opposent à l'industrie nucléaire, qui est la moins dangereuse et la moins polluante; en France comme en Allemagne leur politique globale joue objectivement le jeu du lobby pétrolier. Leur principal souci est de favoriser l'immigration de peuplement en Europe. Imposteurs professionnels.
(...) Le véritable souci écologique n'est pas de se demander: «comment moins produire pour moins polluer ?», mais: «comment produire mieux en polluant moins?».
(...) La puissance économique européenne est parfaitement compatible avec le respect de l'environnement. A condition qu'une volonté politique sache imposer le choix de l'électronucléaire (source d'énergie la moins polluante), l'abandon progressif de l'économie pétrolière, le ferroutage, l'électrification du transport automobile, le recours aux canaux et à tous les modes de transports non polluants.

Guillaume Faye, Pourquoi nous combattons, l'Aencre 2001, pp. 32-38, 103-105).

L'imposture ecologiste

Na sequência de outrs textos recentemente publicados sobre este assunto, eis um forte artigo de Guillaume Faye sobre o título que antecede.

En France comme en Allemagne, le paradoxe des écologistes politiques, c'est qu'ils font de la politique, mais pas d'écologie. On chercherait en vain dans leurs programmes de véritables propositions écologiques, comme l'organisation continentale du «ferroutage» (les camions sur trains, non plus sur autoroute) ou la production de véhicules non polluants (GPL, électrique, etc), ou la lutte contre le «mitage» (dispersion de l'habitat en zones naturelles), l'épandage de lisier, la pollution phréatique des grands aquifères, l'épuisement halieutique des plateaux continentaux, les additifs alimentaires chimiques, l'excès d'insecticides, de pesticides, etc. A chaque fois que j'ai évoqué ces questions précises et concrètes avec un représentant des Verts, j'ai eu l'impression qu'elles ne le concernaient pas vraiment et qu'il ne les avait même jamais creusées.
C'est que, m'a avoué un jour discrètement Brice Lalonde, la cible des Verts est le nucléaire diabolisé de manière magique, car assimilé à la «bombe atomique». Or leur objectif explicite de fermeture du parc nucléaire implique la remise en fonctionnement de centrales au fioul et au charbon autrement plus polluantes et dangereuses (et plus chères) que les centrales nucléaires et leurs aléas (déchets et risques d'aérosols radioactifs type Tchernobyl). La lutte anti-nucléaire est donc anti-écologique. Contre les marées noires et les émissions de dioxyde de carbone, les Verts donnent peu de la voix; contre le moindre incident sans gravité dans une centrale, c'est un concert de hurlements. Seulement voilà: les Verts n'osent pas s'en prendre au lobby pétrolier mondial qui, sans aucun doute, crache au bassinet pour intensifier la lutte anti-nucléaire. Le lobby nucléaire national est un ennemi beaucoup plus confortable.
Il n'existe pas d'énergie non souillante et, à ce jour, le nucléaire est la moins sale des énergies industriellement maîtrisables. Il est extraordinaire de penser que, pour remplacer l'énergie la moins polluante, les Verts en arrivent (comme en Suède) à recourir à la réactivation des énergies fossiles les plus polluantes. Les cinq sources d'énergies peu salissantes alternatives au nucléaire (géothermique, solaire, éolienne, marémotrice, hydraulique) sont techniquement dans l'impossibilité de fournir les mégawatts nécessaires à un pays industriel.
Comme l'extrême-gauche dans le domaine économique et social, les Verts se contentent de critiquer et de démolir. Jamais aucune étude, aucune proposition sérieuse n'émane de leurs rangs pour améliorer et rentabiliser les sources d'énergie précitées, assez propres, ou en imaginer d'autres. Par exemple: décentraliser la production d'électricité en installant sur tous les fleuves des dynamos immergées, version contemporaine des antiques moulins à eau, ou en construisant au large des côtes ventées des plates-formes éoliennes selon le concept d'une société hollando-flamande.
Les mesures concrètes prises par les Verts au pouvoir sont souvent à se tordre de rire, comme l'annulation du percement du canal Rhin-Rhône obtenue par Madame Voynet. En conséquence: l'augmentation du trafic de marchandises par camions, entre la mer du Nord et la Méditerranée, engorgera davantage la route, voie la plus coûteuse et la plus polluante.
En réalité, les Verts ne se préoccupent absolument pas d'écologie. C'est un simple prétexte. A preuve: ils se dépensent sans compter, en Allemagne et en France, pour défendre les naturalisations, la régularisation des clandestins, pour empêcher les expulsions légales, etc, mais bien peu pour défendre la cause écologique. L'écologie est le cache-sexe du gauchisme.
L'écologie politique, comme on l'a vu avec les campagnes de Greenpeace, est une vaste imposture. Elle constitue un des innombrables déguisements -- comme les associations caritatives et humanitaires ou culturelles -- dont se sert l'extrême-gauche politique pour avancer ses pions et pallier son absence profonde de tout projet socio-économique alternatif.

Guillaume Faye, L'Archéofuturisme, l'Aencre 1998, pp. 145-147.

terça-feira, novembro 22, 2005

Banco Alimentar recolhe comida este fim-de-semana

No próximo fim-de-semana vai realizar-se em 561 estabelecimentos comerciais do país uma campanha de recolha de alimentos promovida pelo Banco Alimentar Contra a Fome.
Mais de 11 mil voluntários vão recolher alimentos, que serão depois encaminhados para os armazéns onde se processará o respectivo armazenamento e posteriormente distribuidos pelas famílias com carências alimentares.
Para aderir a esta campanha, promovida simultaneamente por 156 Bancos Alimentares europeus, basta aceitar o saco de plástico entregue pelos voluntários e colocar no seu interior bens alimentares não perecíveis como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, arroz ou leguminosas secas.
Em Portugal existem dez bancos alimentares (Aveiro, Abrantes, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Setúbal e São Miguel nos Açores) que recebem toda a qualidade de géneros alimentares provenientes de empresas, particulares, ou excedentes de produção agrícola.
Ajude também a alimentar esta ideia.

Portugueses, celebremos/ a glória da Redenção

O Primeiro de Dezembro vai ser mais uma vez celebrado condignamente em Santo Aleixo da Restauração, Moura, a aldeia heróica de Bento Caldeira, estando previstas as presenças de diversas entidades oficiais e, como habitualmente, da população que recordará com festa rija o heroísmo dos seus antepassados.

Novos blogues

Nas vésperas do Primeiro de Dezembro, assinalo a inauguração de um blogue em Vila Viçosa: é o Restaurador da Independência.
Aliás, na terra de Florbela e de Pousão, e do Senhor D. João IV, abundam as referências históricas: já era o Aljubarrota, do D. Nuno Álvares Pereira, é o INFOCALIPO, o Meu Alentejo, as Minhas Viagens, o saudoso Alentejano SA... ainda o Calipolense, o Copo de Três, o Tudo tem um princípio - e até o Partido Socialista de Vila Viçosa (Patacão M-L).
Enfim, uma fartura de libatos na blogosfera.
Por eles fiquei a conhecer também o Ala dos Namorados e o Falange Lusitana.
Façam História, rapazes!

Dois livros

De "O DIABO" de hoje:

(Dois breves apontamentos já que ambos me chegaram às mãos mesmo em cima da hora de alinhar esta prosa – que a gráfica não se compadece com atrasos, justificados ou não).

PEQUENO PRESÉPIO DE POEMAS DE NATAL
Oitenta e (mais cinco) consoadas da memória à mesa da solidão

NATAL D’EXÍLIO

Muito embora o meu destino se encontre à face
do fim,
Nesta hora o Deus-Menino mais uma vez nasce
em mim!

A mesma luz resplandece,
entre as mil-e-uma urtigas do meu horto.
— Mas é como se Jesus desta vez nascesse
morto!...

(Natal de 1974)

A um mês do Natal, surge um novo livro do nosso Rodrigo Emílio. O primeiro depois da sua morte mas tão vivo e nele tão presente que, por um segundo fugaz, penso poder revê-lo um dia destes. Porque o Rodrigo esteve sempre presente em mim, encontrando-nos e desencontrando-nos ao sabor das nossas vivências erráticas e pouco convencionais. Era sempre bom o reencontro mas um e outro tínhamos o cuidado de não invadirmos a nossa privacidade.
E preocupava-me vê-lo cada vez mais magro, cada vez mais negligenciado (de uma forma curiosa que não tocava a sua eterna elegância de “grand seigneur” cunhado pelo sangue e pela alma). Estava doente – viu-se quanto! – e nada fazia para atenuar o sofrimento, para atrasar a hora derradeira que o rosto estampava e que só o pudor escondia.
O Rodrigo – já aqui o disse, na hora do seu funeral – queria morrer: “Põe-se a mesa / de festa/ para a última (ou penúltima) ceia/ que me resta.”
De certo modo, morrera com a Pátria tal como a entendia. Católico fervoroso, estando-lhe vedado o caminho do suicídio, fez batota; uma batota um tanto irónica, um pouco fingida, não para enganar Deus mas, piscando-Lhe o olho, para Lhe pedir o perdão por se deixar morrer.
Mas adiante!
O livrinho que vai ser lançado no derradeiro dia deste mês agreste, no Círculo Eça de Queiroz, em Lisboa, traz-nos oitenta e cinco poemas de Natal do Rodrigo Emílio. Datados entre 1959 e 2003, têm ainda a virtude de ser quase todos inéditos. A iniciativa é da nova Editora Antília, criada, entre outros, pelo meu (e do Rodrigo), bom amigo Alberto Araújo Lima, que tudo tem feito para manter viva a chama do Poeta. A obra tem ainda a mais valia de um Prefácio dessoutro Poeta maior e também meu bom amigo, o António Manuel Couto Viana (que muito melhor do que eu vos sabe falar da grandeza do Rodrigo), e que este muito admirava.
Que vos posso dizer? Que os poemas agora publicados estão à altura dos melhores momentos do Rodrigo. E que os li com tanto agrado como dor porque neles sangra a alma lusitana do Poeta: “Hoje, dói-te/ — dói-te/ e faz-te mal,/ como relento/ de um açoite/ glacial,/ o advento/ de cada Noite/ de Natal...”
A solidão a que Rodrigo Emílio voluntariamente se submeteu na sua “casa eremitério” de Parada de Gonta fere-me a alma: “Meu Deus, aqui estou. E no mais não repares,/ por ser esta noite a Noite que é!/ Em versos Te rezo. E no mais não repares,/ por ser esta noite a Noite mais calma!/ — Conduz-me aos mais altos lugares/ da minha fé!/ — Conduz-me aos mais altos lugares/ da minha alma!”
Durante os anos que ali viveu, como um “ermitão jerónimo” achei (é o diabo sermos tão parecidos!) sempre que devia respeitar-lhe o exílio que, afinal, era um exílio de si mesmo. Ao ler a sua dor, a sua solidão, já não sei se fiz bem ou se, como outros amigos, deveria ter-lhe invadido as fronteiras mais inóspitas que erguera à sua volta. E o pior é já ser tarde para emendar a mão.
Consola-me apenas a certeza de que o Rodrigo continua vivo... e não só nos seus versos.

25 de NOVEMBRO de 1975
Os “Comandos” e o combate pela liberdade
O coronel Manuel Amaro Bernardo (outro amigo), tem vindo a dedicar-se a uma série de estudos rigorosos e bem documentados sobre a triste revolução que cavou a sepultura a Rodrigo Emílio e marcou dolorosamente a mim e a muito boa gente.
Desde o seu polémico “Os Comandos no Eixo da Revolução”, em 1977 editado quando as feridas ainda andavam em carne viva, o coronel Bernardo tem dado à estampa uma série de obras de mérito insofismável e de inequívoco interesse para que “a terra nunca esqueça”.
São dele, e sigo a badana deste livro, “Marcelo e Spínola, a ruptura”, “As Forças Armadas e a Imprensa na queda do Estado Novo”, “Portugal 1974-75”, “Equívocos e realidades; Portugal 1974-75”, “Combater em Moçambique – Guerra e descolonização; 1964-75” e “Memórias da revolução; Portugal 1974,75”. Em co-autoria com o Pil. Av. Cor. Morais da Silva, publicou ainda “Timor; Abandono e tragédia”.
Esta última obra, “25 de Novembro 1975 – Os Comandos e o combate pela liberdade” é também uma co-autoria, desta feita com o major Francisco Miguel Gouveia Pinto Proença Garcia e com o sargento-mor “comando” Rui Jaime da Fonseca, volta ao tema da intervenção dos “comandos” no desenrolar das peripécias do 25 de Novembro quando o País e o poder andavam na rua ou pelas ruas da amargura.
Cumpre-me ainda referir tratar-se de uma bela edição da (minha) Associação de Comandos que contou com a colaboração, o profissionalismo e o bom gosto do (outro grande amigo), Vítor Luís. Dá gosto manusear um livro assim.
Não é este o momento para elaborar teorias acerca do 25 de Novembro. Quem tem tido a paciência de me ler, ao longo dos quase dez anos que levo de militância por este “Diabo” de bom porte e noutros jornais por onde peregrinei, sabe bem a minha opinião sobre mais essa golpada pós-abrilina. Se foi para recuperar a jovem e mui frágil democracia ou se alguns, como o Grupo dos Nove, usaram uma data de inocentes úteis, para levar a água ao seu moinho é coisa que de momento pouco importa. E não é essa, a opinião do coronel Bernardo nem dos seus companheiros desta aventura.
O que importa é que o livro, nas suas mais de quinhentas páginas, nos revela os bastidores das forças políticas e militares e a acção, de coragem singular, dos “comandos”, muitos deles já na disponibilidade mas que souberam dizer “presente” quando a sua consciência o determinou.
De realçar também, a inserção de catorze depoimentos de pessoas que estiveram “no eixo” desta revolução, golpe ou contra-golpe, conforme as perspectivas, que em muito valorizam a obra por derem testemunho de factos por elas vividas e que, em muitos casos, escaparam a terceiros.
Os depoimentos dos comandos, major-general Manuel Apolinário, major-general António Lourenço, coronel Jaime Neves, coronel Loureiro Cadete, coronel Ribeiro da Fonseca, comandante Vítor Ribeiro, capitão Sousa Gonçalves e sargento-mor Rui Fonseca, além dos de outros militares envolvidos, são da maior importância, até pelo “toque” humano dos seus testemunhos.
O que é certo, fosse o que fosse que estava em jogo, é que o 25 de Novembro acabou com a agitação anedótica de uma certa esquerda que com mais folclore do que eficácia causou todos os distúrbios que ficaram conhecidos como o “Verão Quente”.
E convém repor a verdade, deixar aos historiadores futuros documentos de trabalho honestos. Porque, e não resisto a citar aqui o general Tomé Pinto, no seu prefácio a esta obra, “Raramente vamos ao fundo das questões – é o “porreirismo nacional” –, somos emotivos, choramos com facilidade e depois da morte não há rapazes maus, como diria o Padre Américo. Aliás, isso ficou amplamente demonstrado no recente falecimento de dois dos mais importantes interventores no designado “Verão Quente” de 1975 – o Ten-General Vasco Gonçalves e o Dr. Álvaro Cunhal. A Comunicação Social ocupou imensas horas com o relato das suas vidas, quase esquecendo (branqueando) este doloroso período da nossa História recente.”
Só por isso, e há muito mais, este “25 de Novembro 1975” vale a pena.

WALTER VENTURA
(In «O Diabo», de 22.11.2005)

segunda-feira, novembro 21, 2005

Os mitos climáticos

Conduzido pelas recomendações de Manuel Brás, lá estive a ler o blogue Mitos Climáticos.
Muito interessante e educativo - e se o global warming e o climate change não existissem?
Oh diabos! Sem o "aquecimento global" e as "mudanças climáticas" desfazem-se em espuma metade dos telejornais!
Isto é de estarrecer qualquer consciência devidamente calibrada: se o fascismo já não serve, e as catástrofes naturais também não estão atrás da porta, em torno de quê se vai estruturar o discurso esquerdista?
As massas vão mobilizar-se contra quem ou o quê, não me dirão?
Sem a obsidiante presença do Mal, como se distingará a refulgência das forças do Bem?
O mundo está a deixar de fazer sentido. Vou procurar um lugar isolado nas margens de Alqueva, dedicar-me à pesca e levar uns livrinhos de Manuel Alegre. Ao menos nestes ainda está tudo nos lugares.

«Pequeno Presépio de Poemas de Natal»

Na semana que corre, surge a público uma recolha de poemas de Rodrigo Emílio.
O lançamento formal do livro «Pequeno Presépio de Poemas de Natal» de Rodrigo Emílio, terá lugar no Círculo Eça de Queiroz, sito no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 4, em Lisboa, dia 30 de Novembro, às 19 horas.
Dele fica aqui uma bela "Enluminura de Natal".

ENLUMINURA DE NATAL

Branqueja, ao longe, o telhado
da casa onde já não moro.
Revejo o papel pautado
das telhas à chuva... e choro.

No piano enregelado
da memória, me demoro...,
enquanto, murmurejado,
perpassa, alegre e alado,
a rasar o teclado
inclinado do telhado,
um solo de àgua(s), sonoro...

Toda a Terra é um bailado...
Todo o céu um miradouro...

— ó quadro iluminado
de vestidos de noivado!...

Horizonte tiritado
de vento e chuva..., caiado
de neve... e franjado a ouro.

Pousa a noite no telhado
da casa onde já não moro.
Pousa a noite no telhado...
Luz o céu como um tesouro!
... E, à mesa, há lugar marcado
p`ra sombras que rememoro.

Tem honras de convidado,
e de parente chegado,
Sempre o mesmo antepassado.
Sento-o, à ceia, a meu lado,
de frente para um vindouro.

E, no momento aprazado,
brindamos todos, em coro,
mais que ao presente, ao passado,
e a um futuro endoirado
por um Natal duradouro!

Branqueja, no descampado,
como um poema nevado,
a casa onde já não moro...

Contemplo o papel pautado
das telhas à chuva... e choro.

(Natal de 1983)

Para o Primeiro de Dezembro

Por ocasião do dia da Restauração da Independência (1 de Dezembro), a Juventude Nacionalista vai organizar um colóquio, seguido de um jantar, para comemorar a efeméride.
O colóquio, com o título “Portugal (in)dependente”, contará com a participação do Prof. Humberto de Oliveira (secretário-geral do PNR – Partido Nacional Renovador) e do Dr. Miguel Jardim (ex-responsável pela secção portuguesa da Amnistia Internacional e actual dirigente da Associação Causa Identitária).
Anunciam-se ainda para o mesmo dia 1º de Dezembro manifestações nacionalistas simultâneas em Lisboa e no Porto.
Esses actos de afirmação patriótica, marcados para as 15 horas, constituem um formidável desafio e um teste crucial à capacidade de mobilização e à própria existência política do movimento nacionalista em Portugal.
Para além da mobilização, e indissociável desta, parece decisiva a questão do conteúdo político de tais actos: quais os temas, quais os objectivos, quais os vectores fundamentais que poderão ligar essas movimentações a sectores cada vez mais expressivos do povo português.
A palavra e a acção de cada um, de todos os que sentem que Portugal também é consigo, é decisiva nesta hora que passa.

Conferência em Gaia

Numa realização da ASSOCIAÇÃO CULTURAL AMIGOS DE GAIA, terá lugar no próximo dia 26 de Novembro, às 15h00, no Auditório da Biblioteca Pública Municipal de Vila Nova de Gaia, uma Conferência sobre a Questão de Olivença. O Dr. Carlos Luna, investigador e professor de História, membro da Direcção do Grupo dos Amigos de Olivença, desenvolverá o tema «Situação Colonial de Olivença: Um Anacronismo no Séc. XXI».

Palestra na Casa do Alentejo

Integrada no ciclo de palestras sobre o relacionamento Peninsular e a Questão de Olivença, denominado justamente "PORTUGAL, OLIVENÇA E A DINÂMICA PENINSULAR", que tem sido promovido pelo Grupo dos Amigos de Olivença, irá realizar-se no dia 24 de Novembro de 2005, às 18.30 horas, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma conferência pela Professora Doutora Ana Paula Fitas, da Universidade Nova de Lisboa, com o título «Olivença: Continuidade Cultural e Mudança Social».
Será moderador o Dr. Francisco Bélard, jornalista do semanário EXPRESSO.

domingo, novembro 20, 2005

Valores acrescentados

Blogues que trazem mais valias à blogosfera lusa: o singular A Corneta do Diabo, já aqui referido, e o recém descoberto Curtas e Rápidas, onde um grupo de mancebos mostra o que vale.
No geral, a blogosfera está um tanto monótona, e quase tão sensaborona como o Pacheco Pereira.

Manobras

O PS é hoje o partido dos PCs que escolheram subir na vida.
Foi basicamente isso que me ocorreu ao ler neste fim de semana, sem surpresa, as notícias sobre os ensaios frustrados de substituir de golpe o actual Procurador Geral da República pelo jurista Rui Pereira.
Bate certo, inteiramente, com o que já aqui escrevi sobre a figura do jurista, perdão, do político de reconhecido mérito.
Rui Pereira tem servido para ser nomeado pelo PS para quase tudo, porque não serviria para PGR?
Ele e a esposa, a Conselheira Fernanda Palma ( - conheci-os mais novinhos, e menos importantes).
Enfim, de Pina Moura a Mário Lino, de José Magalhães a Vital Moreira... se os outros comem à tripa forra porque havemos nós de ficar a ver?
O mais engraçado quanto a esta notícia foi o desmentido de Sócrates. Foi o que se pode chamar desmentir confirmando. Quando interpelado respondeu enfaticamente que o governo nunca propôs a substituição de Souto Moura (o que nunca tinha sido dito por ninguém, na verdade só apresentaria a proposta se as sondagens dessem positivo) e que portanto mantém a confiança nele (o que é mera semântica protocolar).
José Souto de Moura está portanto condenado a ficar até final do mandato, se nada de anormal acontecer. Entretanto, e dado o pouco tempo que falta, irão decorrendo tão discretamente como possível as manobras para a designação do sucessor (evidentemente muita coisa está em suspenso até ser conhecida a identidade e a disposição do novo PR).
Para já, parecem ter sido ultimamente queimadas duas hipóteses muito sérias: José Luís Lopes da Mota e Rui Carlos Pereira. Sinal seguro de que alguém poderoso lá em cima não gosta deles. Não necessariamente o mesmo alguém.

20 de Novembro

Neste domingo cinzento e chuvoso passam aniversários vários, e outros se aproximam.
Na blogosfera sente-se a melancolia outonal e a nostalgia das evocações.
O André de Melo Bandeira, bracarense errante e espírito inquieto, lança ao vento uma balada triste para o 1º de Dezembro.
Outros lembram os 30 anos da morte do Generalíssimo, e os muitos mais daquela outra, de José António: o Santos da Casa, o Euro-ultramarino, o Último Reduto, o Nova Frente.
Não ficou esquecido também o primeiro dia do famoso julgamento de Nuremberga, há 60 anos.
São muitos dias num mesmo dia. Também se assinalou hoje por todo o país a tragédia da sinistralidade rodoviária: só no decurso deste ano já se contam 950 mortos em acidente de viação.
Um dia feito só de desgraças.

sábado, novembro 19, 2005

Antigos Alunos do Liceu Nacional de Évora

Implora-se aos interessados que façam tão rápido quanto possível (já hoje) as suas inscrições para a tradicional Ceia do 1º de Dezembro em Évora.
Todas as informações necessárias estão em linha, e qualquer esclarecimento adicional pode ser facilmente obtido pelos contactos indicados.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Bem me parecia

Ninguém se apresentou a responder ao desafio que lancei ali mais abaixo a propósito das "Noites à Direita". Compreensivelmente. A esta direita e a esta esquerda é muito difícil distingui-las. Separá-las, então, nem se pensa mais nisso: ao que parece nada as separa (concordaram Borges e Bessa).
Continuando curioso, estive a ler atentamente o Direita Liberal, à procura de esclarecimento (li tudo!). Mas lá está: eles também não sabem. Fiquei na mesma.