segunda-feira, março 31, 2008

A grande arte


A Rainha da Noite.
Diana Damrau. Soberbo.

Balbúrdia na escola

Leia-se: as impressões de António Barreto sobre o famoso “estatuto do aluno”.

domingo, março 30, 2008

O divórcio no Multibanco

O casamento para um católico é um sacramento; para o direito civil, ainda assim mesmo, é um contrato...
Um contrato é pacificamente definido como fonte de direitos e de obrigações. Por isso o legislador ao estabelecer o conteúdo desse contrato, tal como fez para outros, estabeleceu um elenco de deveres a que os cônjuges contraentes ficam reciprocamente vinculados. Sem esse conteúdo, não se percebe o que resta da figura. E se esse conteúdo não vincula as partes, não se percebe a natureza de tal contrato.
Assistência, fidelidade, respeito, coabitação...
A proposta de institucionalização do divórcio independentemente de culpa (desligado da violação de qualquer dever conjugal por parte de um dos cônjuges, ou seja, por decisão unilateral de uma das partes) não pode deixar de levantar algumas perplexidades.
Como se sabe, o divórcio é uma forma de dissolução do casamento. O divórcio-sanção, isto é, aquele que funcionava como reacção à violação dos deveres conjugais por um dos cônjuges, apresentava-se como um direito de que era titular o cônjuge ofendido.
Faz sentido manter na lei um contrato que qualquer das partes pode dissolver a todo o momento por simples manifestação de vontade e sem invocação de qualquer causa?
Se fica eliminado o divórcio-sanção, qual é a consequência legal para a violação dos deveres conjugais? Fica sujeita ao regime geral da responsabilidade civil, e dará lugar a indemnização? Ou não tem consequência nenhuma? Se não tem, como se justifica a manutenção da previsão legal de deveres conjugais? Ficam esses deveres a constituir meras obrigações morais, como as dívidas de jogo? Ou está prevista a eliminação dos próprios deveres conjugais? Mas, se forem eliminados os deveres conjugais, dada a inutilidade dessa previsão, o que fica do contrato de casamento? Um contrato de onde não resultam direitos nem deveres?
Então porque não abolir o próprio contrato, visto que um acordo bilateral que a nada e a ninguém obriga acaba por ser destituído de sentido à luz do próprio conceito?
Enfim, esta instituição do divórcio a pedido, na linha do aborto a pedido, parece-me completamente redonda: não tem ponta por onde se lhe pegue...
E nem me apetece entrar na análise de outras perversidades que resultarão do sistema. Como observará de imediato quem destes assuntos tenha alguma experiência, ou seja apenas dotado de senso comum, a figura do divórcio unilateral e sem culpa será sobretudo utilizado por aquele dos cônjuges que violou os deveres conjugais a que se tinha obrigado. Será mais um castigo e humilhação adicionais para o ofendido. Por outras palavras, fica abolido o divórcio sancionatório mas em substituição dele fica a vigorar uma espécie de divórcio premial, em que o infractor é que fica a ganhar... Obviamente que é imoral - e a moral ainda existe e não deveria ser despicienda para o direito, penso eu. Teremos um contrato que vai partir sempre em desfavor do elo mais fraco, leia-se economicamente dependente ou contratualmente cumpridor ou ambas as coisas. As consequências patrimoniais, vigorando regimes de comunhão de bens, podem ser chocantes.
A protecção e a segurança que era suposto o casamento conferir (como aliás qualquer contrato) parecem-me claramente comprometidas. Volto a repetir que assim justifica-se indagar se ainda tem algum sentido a manutenção do nomem juris para este tipo contratual específico.
Receio bem que seja inútil falar; o socratismo descobriu a chave de ouro da governação, esse sábio ponto de equilíbrio que lhe garante os consensos necessários para se manter no poder em Portugal. A esquerda satisfaz-se e rebola-se de gozo com as suas causas sociais, e não há que hesitar - dá-se-lhe o que quer, e os trabalhadores que se lixem. A direita basta-se com a vidinha, e uns negócios, e por aí também não há dificuldades. Alimenta-se a dita cuja, que ideais e princípios não enchem barriga.
Que venha pois o divórcio no Multibanco, e nas Lojas do Cidadão. Simplex.

O génio em sua oficina


Um retrato de trabalho, como diria o saudoso Je Maintiendrai.

Um centenário neste mês de Abril


Herbert Von Karajan faria cem anos.
Aqui, a abertura do Don Giovanni.
Mozart revisitado, em Salzburg.

Ernst Jünger

O mago da Floresta Negra evocado na data do seu aniversário.

sexta-feira, março 28, 2008

Da New Age ao pragmatismo cristão: os desafios da fé

Na próxima Quarta-feira, dia 9 de Abril de 2008, às 21:00H no Oratório S. Josemaria (rua Vera Lagoa, 5 - C, às Laranjeiras, em Lisboa) terá lugar uma conferência sob o tema "Da New Age ao pragmatismo cristão: os desafios da fé", pelo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada.

Dissolução

Este Raul Castro é um subversivo: depois dos computadores e das televisões, os cubanos agora até vão poder comprar telemóveis!
Ainda o Fidel não está enterrado e já lhe estão a estragar a herança.

Sinais do Céu

Os monges da Cartuxa de Évora estão na blogosfera: visitem-nos em Sinais do Céu.

VOLUTA

Abissal, absurdo, absorto,
Possesso, em absoluto, de outro círculo maior,
Parto para perto do tal porto
Onde o sonho a que regresso me confere aquele conforto
Que não ronda em meu redor.

De mártir, a Morte vem matar um morto.
(— Caso para dizer: «Tanto melhor!»)
E eu, às cegas, sigo sempre... — direito ao navio torto,
Que, a meio do mar do tempo, não é mais que um pormenor.
Descobre-o, curvo, um corvo —
Serve: um corvo — Eu sugo. Sorvo.
— Sinal de seiva e sangue. Sabor a sal e suor!

E insinuo-me até ao ponto de encontro com o teu corpo
— Corpo que estas mãos sabem de cór...

(Lembrando Rodrigo Emílio, quatro anos depois)

quarta-feira, março 26, 2008

Vasco Graça Moura e EmCanto


No dia 29 de Março, às 20 horas na Quinta de São João do Marco, na Castanheira do Ribatejo (EN 1, km 29). A inscrição (35€) para a Exma. Sr.ª D. Maria Bobone Mira: telem - 91 909 50 90 ou para o email mbobonemira@yahoo.com.br.

Mircea Eliade entre nós

O «Diário Português [1941-1945]» de Mircea Eliade está na mesa de trabalho do "Nova Frente".

Portugal dos Pequeninos

Esta é de um dos melhores blogues portugueses (sem sombra de dúvida):
"O Ministério Público junto do Tribunal de Menores vai promover um inquérito acerca disto. É uma boa notícia. Finalmente alguém trata o assunto como e onde ele merece ser tratado. Sem paninhos quentes exculpativos, pedopsiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, fora dos "territórios educativos" dos burocratas do ministério. À escola o que é da escola, ao crime o que é adequado a combatê-lo. Até para os meninos e meninas não pensarem que frequentam o jardim zoológico em vez de um liceu. Serve, ao menos, de exemplo."

terça-feira, março 25, 2008

Chamem a polícia!

O ensino tipo ISCTE

"Com estas coisas tecnológicas, dos telemóveis para esta geração que nem é rasca, mas apenas à rasca de valores e referências, podem ver-se outros vídeos, ainda mais interessantes e que demonstram à saciedade, o que os técnicos da 5 de Outubro e das comissões do ISCTE não vêem: o ensino está de rastos, a começar pela disciplina na sala de aula. Pode ser que a compilação de legislação, laboriosamente recolhida ou a recolher, por um Pedroso, sirva para perceber o que não presta.
O primeiro dos requisitos para alguém, seja quem for, poder ensinar seja o que for, pode ver-se por aqui, nestes dois vídeos bem exemplares.
Até agora, o discurso ministerial, de seriedade e firmeza, convencia apenas os acólitos. Suponho que depois de se verem estas coisas, afinal corriqueiras e que todos os professores conhecem de ginjeira, nem esses. Ficarão apenas os Pedrosos e Lurdes que nos calharam nesta malfadada rifa."

Sementes de esperança

Olhando de longe

Está feito!

Perante o reparo, resta reconhecer a omissão: vão lá visitar o Nacional-Cristianismo!

Tradição católica

Durante muito tempo, foi só A Casa de Sarto.
Pouco a pouco, a blogosfera começa a povoar-se de blogues em defesa da tradição católica. Até portugueses... graças a Deus!

http://gazetadarestauracao.blogspot.com/

http://emdefesadelefebvre.blogspot.com/

http://auxiliumchristianorum.blogspot.com/

http://intribulationepatientes.wordpress.com/

http://doctorisangelici.blogspot.com/

http://ascendensblog.blogspot.com/

http://www.derebusbeatis.blogspot.com/

http://reconquistabr.blogspot.com/

http://vetusordo.blogspot.com/

http://ultramontano.blogspot.com/

segunda-feira, março 24, 2008

Lusa Voz

Completou quatro anos o Pasquim da Reacção.
Vamos poupar nos parabéns e dizer-lhe simplesmente, com toda a veemência: é preciso continuar!
No se os puede dejar solos!

sábado, março 22, 2008

A escola ao vivo

sexta-feira, março 21, 2008

Educação e mentalidades

(para o Movimento Mobilização e Unidade dos Professores)

Gerou-se discussão generalizada a propósito do vídeo sobre a trágica vida das escolas que ontem foi divulgado. Não é verdade que da discussão nasça luz, e muitas vezes dela só sai algazarra, mas talvez os factos e o impacto emocional obriguem a uma reflexão mais aprofundada sobre os problemas que as nossas gerações enfrentam.
Estes em concreto poderiam ser grandemente evitados com recurso apenas a uma dose normal de bom senso, ou simplesmente de senso comum, que nem sempre é a mesma coisa mas aqui também serve.
Para já, o que vou ouvindo não é muito animador. Ainda agora estava ali na televisão a declamar vacuidades um conhecido passarão que se atirava aos pais, que o drama estava todo nos pais e nas famílias que não dão educação aos filhos, coitadinha da rapariga e das criancinhas todas em geral… Ora aqui está, pensei, uma boa forma de usar uma realidade para esconder outra…. E lá sai ilibada a pequena energúmena!
É verdade que hoje em dia os pais e as famílias se demitem do seu dever de educar os filhos, por variada ordem de razões. Desde logo pelas habitualmente apontadas, que se relacionam com as dificuldades objectivas das suas vidas, e sobretudo pela mais óbvia e por isso menos referida, que é a hostilidade radical da mentalidade actual a qualquer princípio de autoridade e a qualquer ideia de responsabilidade.
Com efeito, o que acontece não se deve a qualquer desinteresse ou afastamento da parte dos progenitores. Ao contrário, os pais de agora procuram dar aos filhos o que a eles nunca foi dado. E não me refiro só a telemóveis… Todos sabemos até que ponto chegam os sacrifícios das famílias para que os seus rebentos tenham tudo, tanto o que precisam como o que não precisam. O que mais se vê são os casos de endividamento absurdo e de sacrifício extremo dos progenitores, só para que aos filhos não falte nada. Pode dizer-se sem receio de errar que desse ponto de vista a geração dos pais actuais vai muito mais longe dos que as que a antecederam, e que os filhos de agora beneficiam de um tratamento privilegiado como nunca se viu, até idades inimagináveis ainda há poucos anos.
O que não recebem é educação… mas como poderiam receber se as ideias dominantes, mais imperativas do que as sagradas escrituras, condenam a autoridade paternal, fonte e matriz de todos os autoritarismos, e estatuem como dogma que as crianças não podem ser contrariadas e devem desenvolver-se e crescer sem coacções estranhas, ao sabor de não se sabe que impulsos naturais?
A súbita condenação sumária das famílias tem como consequência imediata a desresponsabilização individual dos prevaricadores, esta e quaisquer outros. Afinal, e como sempre, eles não são mais do que aquilo que fizeram deles…
Importa dizer frontalmente que isto está errado, e tão perniciosa será a mania de atirar as culpas todas para os pais como a de ignorar as suas responsabilidades.
As famílias são responsáveis, evidentemente, e devem assumir plenamente as suas funções educativas. E ao mesmo tempo é preciso aceitar que por cada acto individual há um responsável individual, e o único princípio saudável de educação é colocá-lo perante a sua própria responsabilidade. Se explicarmos agora à adolescente do vídeo que afinal a culpa é dos pais, e da sociedade (que ainda é um culpado melhor porque até é anónimo e impessoal) ela certamente vai agarrar-se à explicação que tanto jeito lhe fará à consciência. O que não acontecerá de certeza é ela arrepiar caminho e endireitar o que possa ainda endireitar-se.
No fundo, a explicação última disto tudo é a mentalidade absurda que leva a que pacificamente se proclame que uma jovem de 16 anos deve ter plena liberdade para tomar a pílula, para abortar, para casar, para negociar e contratar, até para votar (há propostas nesse sentido de blocos representados no parlamento) – mas quando se porta mal a culpa é sempre dos outros, ela é apenas uma criança, uma personalidade em formação.
Esta sociologia tem tanto sucesso que até encheu as faculdades de Direito, e até se implantou nas cadeias: não há delinquente que ao ser ouvido não aproveite para recordar que se ele é aquilo que é e fez aquilo que fez foi porque a sociedade o fez assim…
É preciso rejeitar esta diluição do conceito de responsabilidade individual, sem o que não será possível fundamentar qualquer ética de responsabilidade.
Toda a gente conhece péssimos pais que vieram a dar ao mundo filhos exemplares a muitos títulos, e pais excelentes, e infelizes, que apesar de todos os esforços vieram a criar execráveis patifes.
Em resumo, não deixemos de acentuar as responsabilidades que cabem às famílias, mas não usemos isso para excluir a responsabilidade de cada um naquilo que faz. A cada qual a sua responsabilidade. Só deste modo é possível erguer efectivamente famílias, escolas e indivíduos capazes de ocupar dignamente o seu lugar na sociedade.

quinta-feira, março 20, 2008

Sempre sempre a sonhar com a tirania

Fiel a si próprio, o PCP não muda: Jerónimo de Sousa veio comentar os acontecimentos no Tibete para dizer em primeiro lugar que é necessário "não haver precipitação no julgamento dos factos" e logo depois adiantar o seu julgamento, obviamente nada precipitado, esclarecendo que os tais factos têm como "objectivo político comprometer os Jogos Olímpicos" na China.
Fez bem em pronunciar-se abertamente o velho controleiro comunista. Assim fica sem alibi quem anda por aí a vender ilusões. Pode ter desabado o império soviético, pode estar à beira do fim a loucura cubana, mas isso não fez mais do que reforçar no núcleo duro dos comunistas portugueses a nostalgia pelos sonhos de sempre. E, para quem ainda não tivesse notado, o Sol da Terra agora está muito mais a Oriente.

Páscoa

O meu muito obrigado a todos os que se me têm dirigido para desejar Boa Páscoa.
Para todos os meus votos de Festas Felizes.
Deixo ainda um agradecimento especial ao Templo do Giraldo e um cumprimento ao Rua de Alconxel (que descobri hoje). São cá do burgo.

A escola moderna da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues


(A justa indignação de uma jovem confrontada com a arbitrariedade da "stora de françes" que a quer impedir de ocupar a aula com o seu telemóvel de estimação)

A coligação

Para quem andasse distraído, as recentes intervenções de Proença de Carvalho e de José Miguel Júdice vieram recordar que na realidade a governação de Sócrates já é apoiada numa coligação. Não é obviamente uma coligação no sentido nem que ela é geralmente entendida, uma aliança formal entre partidos políticos, mas é uma verdadeira coligação, um entendimento entre múltiplos poderes fácticos que convergem na defesa de um estado de coisas que se lhes apresenta favorável aos seus interesses.
E trata-se de uma coligação muito ampla, que inclui um vasto leque de forças muito diversificadas. É o inevitável aparelhismo socialista, que vive incrustado nas autarquias, nas direcções regionais, nos gabinetes e ministérios, por toda a vasta administração pública regional e local, em tudo o que é cargo dependente de nomeação por quem tenha poder sobre o Diário da República... E é a esquerda chic, da cultura e dos subsídios, sempre colada a quem tenha as chaves dos Teatros, dos Museus e dos Cinemas, das Casas disto e daquilo... É a direita catita, em busca de lugares e consideração social... E é a direita dos negócios, pragmática e atenta, um mundo de gente que descobriu as virtudes da estabilidade e do consenso. Por outras palavras, de José António Pinto Ribeiro a Inês Pedrosa, de Pedro Mexia a João Marques de Almeida, de Daniel Proença de Carvalho a José Miguel Júdice, ou a Balsemão, tudo augura um sólido futuro ao engenheiro por correspondência. Com aquele mar de gente cuja vidinha depende directamente de quem nomeia, esteja agora na empresa de desenvolvimento do Alqueva ou no programa especial do Vale do Côa, nas administrações regionais de saúde ou de educação ou na segurança social, pode o engenheiro dormir descansado (embora convenha vigiar, porque às vezes fazem asneiras e comprometem). Com os restantes, enquanto lhes puder dar o que eles pretendem também não haverá problema. Quer-me parecer que esta coligação só pode cair por dentro. Como aliás costuma acontecer às sucessivas governações em Portugal.
Desconfio que o país tem realmente vocação para o partido único. Só cabe um de cada vez.

Resulta sempre

Se repararmos neles, veremos que não há figurão que apareça no telejornal a insurgir-se contra os privilégios desta ou daquela classe profissional, das que à vez vão ficando sob a mira governamental, que não goze de muito melhor situação do que a daqueles que aponta para o pelourinho da opinião pública.
Cidadãos que há décadas vivem à custa de prebendas que sacam directamente dos cofres públicos, desde as reformas vitalícias com dez anos de serviço até às acumulações várias com as comissões, os conselhos de administração, a mama dos pareceres e das avenças, surgem nas vestes da catões moralizadores a clamar contra os privilégios dos funcionários públicos...
E o povinho nem repara quem eles são, os vitais moreiras da praça, e dói-se com a injustiça das vidas regaladas de professores, de funcionários, de polícias, de magistrados, de militares, etc. etc.
Um grupo de cada vez, laminado na praça pública, numa estratégia de salamização que resulta sempre em terra de invejosos. Enquanto são uns a levar, os outros descansam e pensam que não é nada com eles.
Por este andar, não se vê quem possa escapar ao rolo compressor dos privilégios que nos desgraçavam as finanças... para além dos políticos, evidentemente. Esses não têm privilégios.
Eles e os jornalistas, claro. Em simbiose perfeita e harmoniosa, até conseguem pôr cada grupo profissional a apontar com indignação para privilégios que julgam que os outros têm...
Resulta sempre, por razões tão mesquinhas que custa referi-las.

O IMPÉRIO COMO NAÇÃO

Como salienta o nosso amigo Euro-Ultramarino, atento e vigilante lá da sua Buenos Aires querida, "é sempre bom recordar que o conceito de Nação Euro-Ultramarina não foi invencionice salazariana "para inglês ver" em épocas de anti-colonialismo tão nefasto como hipócrita."
Isto a propósito de umas luminosas observações de Miguel Freitas da Costa, no Futuro Presente.
Aplaudo.

quarta-feira, março 19, 2008

Destaque

O colapso do poder americano, por Paul Craig Roberts

Destaque

Quatro anos depois

Destaque

Quando a receita contradiz o diagnóstico

El Manifiesto

O jornal digital El Manifiesto é uma das mais interessantes leituras que nos vêm hoje de Espanha.
Nele escrevem José Javier Esparza, Pio Moa, Fernando Sanchéz Dragó... a melhor intelectualidade anticonformista do país irmão anima este "periódico políticamente incorrecto".
E não querem lá ver que hoje se dedicaram a estragar-nos o ego, publicando sobre Lisboa uma peça que seria impensável ler por cá?
Começam pelos títulos: "Una de las ciudades más sugestivas del mundo", "Lisboa: usted no puede vivir sin conocerla"... e depois continuam no mesmo tom:
"Si usted no conoce Lisboa, no tiene perdón de Dios. La tenemos aquí al lado, a tiro de piedra: una de las ciudades más sugestivas del mundo, incluso en aquellos rincones (escasos) donde no es hermosa. Lisboa es tan sorprendente que a uno se le olvida hasta el caos de tráfico. Este pps es un recorrido por algunas de las estampas más características de la capital portuguesa. Uno no puede vivir de verdad si no ha pisado, al menos una vez, las calles de Lisboa".
E ainda há quem diga que "de Espanha nem bom vento nem bom casamento"!!! (Ou será que estes espanhóis trazem alguma escondida???)

Contra o comunismo restante

Concentração e Vigília de apoio ao Tibete
HOJE, 4ªfeira, dia 19 Março:
Em Lisboa pelas 18.30h em frente à Embaixada da República Popular da China, na Rua de S. Caetano, 2, à Lapa;
No Porto, pelas 18h30h na Praça dos Leões.

Desde 1959, há quase 50 anos, que o Tibete vive esmagado pela tirania do Partido Comunista da China. É preciso que o mundo não esqueça.
http://grupodeapoioaotibete.blogspot.com/

Olivier Messiaen hoje em Lisboa

As orquestras Metropolitana e Académica Metropolitana, sob a direcção de Michael Zilm, acompanhadas pelo Coro Gregoriano de Lisboa, encarregam-se hoje da estreia nacional de uma das mais poderosas e impressionantes obras do grande compositor francês Olivier Messiaen (1908-1992), cujo centenário do nascimento se assinala ao longo deste ano.
(ver http://www.messiaen2008.com/ e http://www.oliviermessiaen.org/ ) .
Trata-se de Et exspecto resurrectionem mortuorum, para orquestra de madeiras (18 instrumentistas), metais (16 executantes) e percussões metálicas (seis músicos), que se poderá ouvir esta noite, a partir das 21.30, na Igreja de S. Vicente de Fora.
Se puder, não perca... e procure conhecer mais de e sobre Olivier Messiaen.

"O acontecimento cultural do ano"?

Está marcado para dia 19 de Maio, à noite, no Porto, o lançamento da revista NOVA ÁGUIA.
Os responsáveis propõem-se fazer desse lançamento "o acontecimento cultural do ano".
Não esqueçam de apontar na agenda!

terça-feira, março 18, 2008

Sol na eira e chuva no nabal

Coexiste o mais intransigente liberalismo com o mais extremado assistencialismo socialista. Basta atentar nas respostas espontâneas do cidadão comum a qualquer inquérito de rua, dos que as televisões e os jornais gostam de fazer a propósito de qualquer tema do dia, para observar o fenómeno. Pergunte-se pela opinião sobre qualquer assunto que envolva regras, normas exteriores à vontade do indivíduo, e as respostas batem invariavelmente na mesma tecla: não pode ser, é inadmissível, cada um sabe de si, é com a consciência de cada qual. É proibido proibir. Viva pois a liberdade, cada um faz o que quer. Pergunte-se depois sobre qualquer problema, dos que resultam inevitavelmente das tais livres escolhas com que ninguém tem nada que ver, e é o desabar de um dilúvio de direitos. De acordo com esse radical liberal-socialismo que se instalou como ideologia comummente aceite, temos que instituir mecanismos de apoio aos toxicodependentes, mas se eles se drogam não temos nada com isso. O aborto é uma opção estritamente individual, e cada um é livre de fazer o que quer, mas se houver dificuldades ou complicações a comunidade tem que providenciar pela satisfação de todas as exigências e necessidades das interessadas.
Cada um é livre de fazer o que entender, mas os subsídios nunca são demais. Há subsídios para a seca e para a inverna, e compensações para a insularidade e para a continentalidade. Há direitos universais à educação gratuita, e quanto à saúde para todos nem se discute. Empregos para todos, pois claro, e subsídios para o desemprego também.
A relação dos cidadãos de hoje em dia com a sociedade a que pertencem é semelhante ao que se observa na generalidade das famílias actuais com os mimosos rebentos que sustentam até aos 40 anos, com pequeno almoço na cama. Com as suas opções e atitudes ninguém tem nada que se meter, porque a vida é deles; quanto a alimentá-los indefinidamente, e lavar-lhes o rabinho em água de rosas, isso é uma obrigação natural e evidente.
Curiosamente, e por estranho que pareça, esta ideologia sol na eira e chuva no nabal instalou-se solidamente em todos os estratos sociais. É pacificamente perfilhada por qualquer cabeleireira alimentada pela imprensa cor-de-rosa e pelo beautiful people da "Caras", pelos intelectuais esquerdistas subsidiodependentes e pela "nova direita" à procura de colocação no aparelho de Estado.

ONTEM POR TIMOR, HOJE PELO TIBETE

Na quarta-feira, dia 19, a partir das 18.30, Concentração e Vigília frente à Embaixada da China, na Rua de São Caetano à Lapa, n.º 2, em Lisboa.
Perante os graves acontecimentos que ocorrem em Lhasa e noutros pontos do Tibete, em que já perderam a vida cerca de 100 pessoas, só possíveis devido a quase 60 anos de brutal ocupação, opressão e violação dos direitos humanos por parte do governo chinês, convocamos todos para uma concentração e vigília de solidariedade com o povo tibetano, a favor do fim da repressão e da violência e do respeito pelos direitos humanos no Tibete.
Quando os governos, as Nações Unidas e os poderosos deste mundo permanecem indiferentes, desprezando as causas humanitárias em prol dos interesses económicos, cabe aos cidadãos indignarem-se e solidarizarem-se com os seres humanos como nós que estão a ser violentados e oprimidos. Exijamos do nosso governo que tome uma posição à altura das nossas relações históricas com o povo tibetano. Fomos os primeiros ocidentais a chegar ao Tibete. Fomos capazes de despertar a comunidade internacional para o drama de Timor. Façamos hoje o mesmo pelos tibetanos e por todos os povos oprimidos do mundo.
Recordamos que está on line uma Petição para que a Assembleia da República aprove, de acordo com os princípios fundamentais consagrados na Constituição da República Portuguesa, uma moção de censura à sistemática violação dos Direitos Humanos e das Liberdades Política e Religiosa no Tibete, por parte do Governo Chinês.
Esta petição, em pouco mais de uma semana, aproxima-se das 2500 subscrições e, com a ajuda de todos, chegará em breve às 4000, o que tornará obrigatória a sua discussão na Assembleia da República.

http://www.PetitionOnline.com/Tibete08/petition.html

domingo, março 16, 2008

Eleições 2009

E se Sócrates e Menezes surgissem como os grandes vencedores das eleições de 2009?
Parece uma hipótese bizarra, se considerarmos apenas o tom geral do discurso publicado destes últimos tempos.
E todavia, não parece inverosímil - se esquecermos um momento o ruído gerado à volta de tais personagens por circunstâncias que o tempo pode vir a mostrar como passageiras, meros fenómenos de superfície.
Se os movimentos eleitorais forem similares aos que ocorreram nas recentes eleições espanholas, e também nas francesas, a nota mais destacada vai ser a bipolarização. Não me espantaria: em tempos de pouca convicção, os votos distribuem-se pragmaticamente apenas tendo em conta as perspectivas de vitória que só os grandes possuem. Daí que a concentração do eleitorado nos dois agrupamentos que surgem como as únicas alternativas de governo seja uma reacção natural. Se os outros já não inspiram fé nem entusiasmo, votos também não terão.
Hão-de observar-me que para Menezes vir a beneficiar desse efeito bipolarizador não basta que o eleitorado marche para as urnas com a impressão de que o PSD é a única alternativa a Sócrates e que à direita só há um deserto. Será efectivamente preciso que Menezes sobreviva, e aguente até lá. Todavia, pensando bem, alguém está a ver como provável que dentro de uns meses, quando faltarem só seis para as eleições, uma nova equipa e um novo líder se apresentem à frente do PSD? Eu não apostaria nessa probabilidade. O mais certo é que todos se tenham que habituar a Menezes, e para já esta turbulência interna que tem marcado a agenda até pode - por paradoxal que pareça - reverter a seu favor. A política tem destas coisas.
E quanto a Sócrates, pode ter-se como possível que no tempo que falta consiga ultrapassar o desgaste e venha a surgir remoçado e revigorado na hora certa? Não é certamente impossível. Tem muitos trunfos para jogar, e os adversários têm pouco jogo. Os que se têm mostrado ultimamente parecem já não ter muito mais para jogar.
A mais séria objecção que me surge à eventual boa performance eleitoral do engenheiro por correspondência é a aparente solidez dos dois partidos à sua esquerda, que segundo todos os observadores representam neste momento e em conjunto um caso único na nossa Europa - em nenhum outro sítio se encontra um bloco eleitoral esquerdista com expressão tão elevada.
E todavia... será que essa solidez é real e duradoura? Não acontecerá que à medida que se aproxime o momento crucial a propaganda do poder e a sensação da utilidade do voto não produzirão um efeito Zapatero? Se bem conheço o actual eleitorado BE e PCP, bastará transmitir-lhes adequadamente a mensagem dos "riscos de um governo de direita" para se esboroarem os descontentamentos de meio de mandato. E na hora da contagem lá surgirá o PS a facturar, e o PCP e o BE emagrecidos até ao esqueleto.
São cenários, evidentemente. Esperemos para ver.

Odisseia

Um blogue individual vive todos os percalços da existência do dono. Aproximar-se dos cinco anos de vida, e manter o ritmo da juventude, é um milagre que contraria todas as estatísticas. São inevitáveis uns achaques, uns tropeções, umas paragens para retomar o fôlego. Estar vivo é que é um prodígio!
A generalidade deles morre com poucos meses. Fazer cinco anos deve ser um acontecimento tão raro como entre os humanos chegar aos cem. Por isso, vamos lá a ter calma e a prosseguir esta odisseia no andamento que for possível.
É mesmo de uma Odisseia que estou falando, meus amigos!

sábado, março 15, 2008

Los huesecitos de Alcalá

O escritor Juan Manuel de Prada disseca impiedosamente a "memória histórica" que os socialistas quiseram impôr em Espanha: leia Los huesecitos de Alcalá, e veja como o achamento de uns ossos veio transtornar a... "memória histórica".

sexta-feira, março 14, 2008

Contas à vida

Vamos a ver no que isto vai dar.

O problema fundamental

Algumas reflexões de José Javier Esparza sobre "o problema fundamental"- a hegemonia cultural das esquerdas:
(...)se aconseja que la derecha oriente su discurso hacia la izquierda: transigir con el aborto, alejarse de la sensibilidad católica, romper con el discurso “tradicional”… Pero esto es un contrasentido, porque una derecha que hiciera suyos los postulados de la izquierda dejaría de ser derecha. Al final, la crítica sobre la eficacia del discurso conduce, o bien a un replanteamiento de tipo táctico, o bien a una ruptura del discurso. Lo primero es puro marketing, es decir, una tirita, y lo segundo es un cambio de sexo, es decir, cirurgía irreversible. Ninguna de las dos vías parece especialmente sensata.(...)
(...)tiende a pensarse que “lo moderno”, lo “in”, es redefinir a la derecha en los términos que impone el discurso progresista: laicismo, relativismo moral, multiculturalismo, feminismo de género, etc. Así la derecha “conquistaría el centro”, sea eso lo que fuere.(...)
(...) En fin, nunca se ha visto que la derecha gane nada adaptando su discurso a una sensibilidad de izquierda. Esto sólo conduce, más bien, a preparar el camino para que la izquierda gane –y se quede en el poder. (...)

(Leia-se no excelente El Manifiesto)

“Desafios e Oportunidades do Alentejo Cultural”

Organizado pelo Fórum Alentejo 2015, realiza-se no próximo Sábado dia 15, pelas 16:00, no Salão Nobre do Teatro Garcia de Resende, em Évora, uma Conferência-Debate, subordinada ao tema “Desafios e Oportunidades do Alentejo Cultural”
Estão confirmados como oradores José Amaral Lopes (ex-secretário de Estado da Cultura), Rui Horta (coreógrafo, responsável pelo projecto Espaço do Tempo em Montemor-o-Novo) e Maria do Céu Ramos (secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida).
Mais informações em http://www.alentejo2015.com/

quarta-feira, março 12, 2008

O ano em que Vieira faz 400 anos

Amanhã dia 13, às 15h00, na Universidade Nova de Lisboa (Auditório 1): “Vieira – o Tempo e os seus Hemisférios”, com Manuel Ferreira Patrício.

Conservadorismo moral?

Alguém acredita que o eleitorado fugiu e foge do Dr. Portas e do dr. Telmo, do Dr. Santana e do Dr. Menezes, por ver neles a carantonha severa do "conservadorismo moral"? Só se fosse mesmo o caso de João Marques de Almeida, mas julgo sinceramente que nem isso.
Estou mais inclinado a crer que as gentes se afastam por não verem neles credibilidade, por eles não lhes merecerem confiança, por não terem neles qualquer esperança ou ilusão. Provavelmente, atrevo-me a dizer, algum "conservadorismo moral" poderia ajudar. A impressão que se sente nas pessoas comuns é conhecida de todos os observadores: não vale a pena, eles são todos iguais, chegam lá e fazem todos o mesmo...
Mesmo um mau entendedor perceberá que não é de "moralismo" que eles são suspeitos.
Não serão receitas com sabor a mais do mesmo, não será no esbater de diferenças e no apagar de convicções que os cidadãos encontrarão razões para se mobilizar.
Não conheço Marques de Almeida, mas desconfio que ele se enquadre entre aqueles que segundo Pacheco Pereira enchem os blogues: "gente cuja classe social se acha acima destas coisas e conhecem pouco mais do que o Portugal das livrarias e das páginas de opinião".

terça-feira, março 11, 2008

Confusões

Escreve João Marques de Almeida que “para conseguirem falar a esta geração, os partidos de centro-direita têm, antes de mais, que ser modernos, abertos e tolerantes. É o conservadorismo moral que afasta, instintivamente, esta geração da direita e a aproxima da esquerda.
Por outras palavras, para falar à tal geração que se afasta da direita e se aproxima da esquerda a solução da direita será aproximar-se da esquerda (para isso largando o "conservadorismo moral" que as afasta).
Para se entender melhor a ideia era bom saber até que ponto deveria ir a aproximação. Até à indiferenciação?
Confesso que à força de os ver a todos tão "modernos, abertos e tolerantes" já não sei quem é quem.

Tempo de vésperas

A blogosfera sofre do mesmo mal que Pacheco Pereira, arguto como quase sempre, notou estar a instalar-se nos portugueses: "uma sensação de impotência, de que não vale a pena fazer nada, de derrotismo e/ou apatia ou agressividade".
Cada um veja por si, e fique com o que melhor se lhe ajuste.
Eu, modesto blogador anónimo, concordo com o diagnóstico do reputado colunista.
Para todos os que se interessam pela coisa pública, cada vez é mais difícil vislumbrar qualquer "alternativa no domínio político" que permita materializar a esperança. Parece bem fundado recear que toda a agitação seja estéril e vã, e que todo o esforço resulte apenas em "desespero apático" ou "asneira agressiva".
O que importaria era passar do diagnóstico à terapêutica, e aí desfalece até o famoso comentador - que a esse propósito nem pia.
Também nisso estou com ele: quase cinco anos depois, e quase cinco mil entradas depois, não sei que vos diga. Não há receita que me ocorra. Tento desculpar-me, dizendo-me que grande espanto seria se encontrassse eu remédio onde tão ilustre facultativo, e tantos tão ilustres como ele, hesitam e engolem em seco.
Falamos de blogosfera, e falamos de política. Outros temas haverá.

(O óbvio: este escrito um tanto errático surgiu, também e além do mais, da leitura, que me soube algo amarga, de notáveis Bomba Inteligente, Combustões, Jansenista e Réprobo. Amargura, associações e divagações são minhas).

domingo, março 09, 2008

Buckley e os equívocos conservadores

O Corcunda, incisivo, sobre o legado de William Buckley e os equívocos do "conservadorismo" actual:
"Hoje, quando se anuncia um comentador conservador na imprensa, nunca se sabe se é alguém com uma visão moral fundada num elemento transcendente, se é um liberal clássico ou um pragmatista, ou se é apenas um maluco que acha que os Estados Unidos podem e devem fazer no mundo aquilo que bem lhes apetece porque receberam “a calling from beyond the stars”. Isso nunca teria acontecido se Buckley não tivesse preferido um projecto de poder a uma missão para os problemas da América e se não tivesse tranformado a cruzada contra o comunismo em único elemento da frente “conservadora”. Caiu o Muro, ficaram a mandar os macacos."

sexta-feira, março 07, 2008

Entre a vergonha e a catástrofe

Oportuno por estes dias: ler de novo este artigo de Vasco Graça Moura.

Comecei tarde a ler os artigos de Nuno Crato no Expresso. O que me chamou a atenção, aqui há uns meses, foi um texto que ali publicou sobre o número de ouro. Em 1985, eu tinha tentado demonstrar a relevância estrutural da divina proporção para as redondilhas "Sobre os rios que vão", de Camões, e aquele texto abordava os mesmos princípios com uma clareza notável. Agora, acabo de ler de um fôlego o seu livro, que atingiu rapidamente a segunda edição, O 'Eduquês' em discurso directo/Uma crítica da pedagogia romântica e construtivista (Gradiva, 2006). Diga-se desde já que esta obra presta um serviço público inadiável e devia ser de leitura obrigatória para todos os responsáveis pela educação em Portugal, dos membros do Governo aos pais dos alunos, passando, evidentemente, pelos professores e pelos sindicalistas do sector.
Numa linguagem muito simples e directa, o autor desmonta as sucessivas e inenarráveis patetices e irresponsabilidades que têm dominado as teorias pedagógicas e os programas de ensino em Portugal e que explicam, em grande medida, o insucesso escolar e a bronca iliteracia dos nossos estudantes.
O discurso directo do "eduquês" que Nuno Crato analisa atinge as raias do delírio surrealista, configurando as justificações ideológicas mais insensatas, a cegueira mais portentosa perante a realidade, a exaltação abominável de teorias mais do que ultrapassadas em toda a parte menos por estas paragens em que se continua a "entre-enxertar" impavidamente o pior de Rousseau, de Piaget e de Agostinho da Silva.
Entre muitos possíveis, eis um exemplo, dado a pp. 57-58: "A função principal [do professor] já não é dar o programa, mas interpretar, gerir e adaptar o currículo às características e necessidades dos alunos". Eis outro, este ainda mais alçapremado, a p. 109: "O professor deverá respeitar sempre a opinião do aluno e, mesmo quando esta é incorrecta, evitará emitir sobre esta um juízo de valor."
Vai para cinco anos, citei aqui um manual de português deveras suculento para o 11.º ano onde se lê que "não se deve: comentar o texto; analisar as atitudes e as acções das personagens; dar opiniões; omitir detalhes funcionais; ir para além do texto". Mas agora estas pérolas surgem a propósito do ensino da matemática e da aritmética!
Um parágrafo do livro pode servir expressivamente de síntese geral: "Na realidade, disciplinas tão fundamentais como a literatura, a matemática e a filosofia podem ser essenciais para preparar um jovem para o mercado de trabalho. Por essa razão, os programas das universidades anglo-saxónicas concentram-se em áreas básicas. A tentação portuguesa, pelo contrário, tem sido a de estreitar conteúdos, orientando-os para as aplicações e escolhendo de forma bastante arbitrária aquelas que se imagina serem importantes" (p. 68).
Questões como as da disciplina; da autoridade do professor; do inefável princípio do prazer; da vantagem dos exames; da configuração (e da destruição que se vai operando) dos currículos; da moda da chamada "contextualização das aprendizagens"; da memorização (tão dramaticamente desvalorizada pela escola portuguesa); da tabuada; da retórica balofa do "eduquês" a propósito dos conteúdos; do vazio angustiante do Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências Essenciais, o qual "desliga e coloca em oposição a criatividade e a aprendizagem de rotinas" (p. 83); das dificuldades na apreensão de conceitos; da rejeição da fase dogmática que, no ensino, precede necessariamente toda a fase crítica - são outros tantos pontos em que o leitor, face ao que se passa na escola portuguesa, oscila constantemente entre o pasmo, a indignação e a revolta.
Nas conclusões, e citando Diane Ravitch, Nuno Crato acentua que "no século XX tudo o que se apresentou como movimento de mudança radical da escola deveria ter sido evitado como uma praga".
Já falei várias vezes do "eduquês" nesta coluna. Agora, num artigo do último Expresso, Guilherme Valente, editor do livro, cita amplamente um eminente professor de Matemática francês, Laurent Laforgue, para quem querer resolver o problema da educação recorrendo aos especialistas dela seria o mesmo que querer defender os direitos do homem recorrendo aos khmers vermelhos. Não se podia dizer melhor. Entre a vergonha e a catástrofe, devemos reconhecer que é isso mesmo. A senhora ministra da Educação fará aos contribuintes o subido obséquio de ler atentamente este livro.

Prémios Culturais da SHIP

Relembramos que todos os anos a Sociedade Histórica atribui o “Prémio SHIP – Imprensa Regional”, para artigos publicados na imprensa periódica do ano anterior, que abordem a Identidade Nacional, e o “Prémio SHIP – Monografia”, que este ano tem como tema “Padre António Vieira – A Dimensão Cultural da sua imagem”.
De dois em dois anos, sendo este ano o caso, temos também o “Prémio SHIP – Livro” para obras que melhor retratem os valores pátrios.
Aguardam-se os trabalhos, bastando consultar os regulamentos e concorrer.
Os regulamentos dos prémios culturais estão já à disposição dos sócios e demais interessados, na secretaria e, também, no “site” da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

Movimento Internacional Lusófono

Paulo Borges, em entrevista a "O Diabo", sobre o Movimento Internacional Lusófono e a sua petição sobre o estabelecimento de uma força militar lusófona:
"O MIL, recentemente criado, mas contando já com mais de quatrocentas adesões, de todos os países lusófonos, é um movimento cívico e cultural, associado à Revista NOVA ÁGUIA (http://www.novaaguia.blogspot.com/), que visa, com esta petição e outras formas de intervenção, defender uma aproximação crescente da vida cultural, política e económica das nações lusófonas, até uma futura União Lusófona. Estamos convictos de que os 240 milhões de falantes da Língua Portuguesa constituem uma comunidade com a vocação de estabelecer pontes entre os diferentes povos e culturas, promovendo uma cultura da paz e da fraternidade à escala planetária. Para isso são necessárias profundas mudanças mentais e políticas. No nosso caso, Portugal precisa de uma nova geração de líderes, cultos e formados dentro dos valores da cultura portuguesa e lusófona, com uma visão ampla e desinibida sobre as potencialidades culturais, políticas e económicas da comunidade lusófona. O nosso problema são as oligarquias de administradores, tecno-burocratas e políticos carreiristas e ignorantes, instalados nos partidos, nos grupos económicos e no estado, que desprezam a cultura e o bem comum e não têm a mínima ideia de um objectivo e uma estratégia para Portugal. O MIL assume-se como alternativa a isso e admite o combate político nesse sentido, quando for o momento oportuno."
P.S.: Se quiser assinar a petição e/ ou aderir ao Movimento, consulte o blogue: http://www.novaaguia.blogspot.com/

Marcha de solidariedade com o povo tibetano

No próximo dia 10 de Março, aniversário da revolta do povo tibetano, em 1959, contra a ocupação e repressão perpetrada pelos comunistas chineses, serão realizadas marchas pacíficas e acções de protesto em todo o mundo, exigindo o respeito pelos direitos humanos no Tibete, o reconhecimento do direito do povo tibetano à autonomia, a libertação dos presos políticos por parte da China, país que procede a um genocídio étnico e cultural no Tibete e que viola brutalmente os mais elementares direitos de homens e animais.
Convidam-se por isso todos os portugueses a aderirem à MARCHA PACÍFICA DE PROTESTO que se realizará no dia 10 DE MARÇO, 2ª feira, com concentração no Rossio, pelas 18.30, de onde seguirá para o Largo de Camões e de seguida para o Cais do Sodré.

Cursos da Associação Agostinho da Silva

Já estão disponíveis no site da Associação Agostinho da Silva os programas dos novos cursos do Centro de Estudos Agostinho da Silva, que se iniciarão em Abril:

- PORTUGAL E QUINTO IMPÉRIO: EM CAMÕES, VIEIRA, PESSOA E AGOSTINHO DA SILVA (por Paulo Borges)

- INTRODUÇÃO À LITERATURA PORTUGUESA: O SÉCULO XX (por Duarte Braga)

- INTRODUÇÃO AO LATIM (por Ricardo Ventura)

- FINANCIAMENTO DE PROJECTOS CULTURAIS ATRAVÉS DE PATROCÍNIO E MECENATO (por Rui Matoso)

Para fazer a sua inscrição, deverá enviar um e-mail para: agostinhodasilva@mail.pt

O milenarismo português

No dia 10, segunda-feira, às 18h30, na FNAC/ COLOMBO em Lisboa será lançado o livro de Manuel J. Gandra "O Milenarismo Português e o Quinto Império: uma Panorâmica".
Mais informações, e mais acontecimentos em agenda, na Nova Águia.

Moçambique - Voo para a Liberdade

O lançamento do livro "Moçambique - Voo para a Liberdade", de Jorge Cruz Galego, vai ter lugar na próxima Quinta-feira,dia 13 de Março, pelas 18 horas, no Aeroporto de Lisboa (ABC - Airport Business Center).
A edição é da Associação de Comandos, e o tema é uma das últimas grandes aventuras de portugueses do Império, a contas com o Destino.
Apresentará a obra o Comandante Armando Cró Braz.

quinta-feira, março 06, 2008

Mais sobre professores e escolas

Quem também fala com saber de experiência feito é João Tilly, professor lá na Serra da Estrela. Até propõe (generoso) um "plano de recuperação da aluna Maria de Lurdes Rodrigues". (O utopismo afecta profundamente os meios docentes, até mesmo os melhores).

Sobre a escola e os professores

Discorre também com muita lucidez e a propósito o confrade do REXISTIR, que é conhecedor e experiente nessa matéria:
(...) para uma escola funcionar com espírito de corpo, onde haja reconhecimento da autoridade e o respeito pela hierarquia é necessário, sobretudo, que os professores e os funcionários dêem o exemplo. Acontece que os professores e os funcionários destruíram todos os rituais e formalismos que davam uma carga simbólica de respeitabilidade aos cargos e funções que desempenham e agora queixam-se de que ninguém os respeita (...)
Nota: eu nestes conflitos entre professores e governo apoio totalmente os docentes e nada, nadinha mesmo, quem nos desgoverna nisso e em tudo o mais. Mas era muito bom que todos tirassem lições dos problemas de que se fala agora, tarde e a más horas.

ALENTEJO

Como alentejano fundamentalista, não resisto a transcrever este magnífico pedaço de prosa do confrade do REXISTIR - um compadre ali de Ponte de Sor - que assim fez justiça ao Alentejo e aos alentejanos:

«Ser alentejano não é um dote, é dom.»

Palavra mágica que começa no Além e termina no Tejo, o rio da portugalidade. O rio que divide e une Portugal e que, à semelhança do Homem Português, fugiu de Espanha à procura do mar.
O Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano.
Portugal nasceu no Norte, mas foi no Alentejo que se fez Homem. Guimarães é o berço da Nacionalidade; Évora é o berço do Império Português. Não foi por acaso que D. João II se teve de refugiar em Évora para descobrir a Índia. No meio das montanhas e das serras, um homem tem as vistas curtas; só no coração do Alentejo, um homem consegue ver ao longe.
Mas foi preciso Bartolomeu Dias regressar ao reino, depois de dobrar o Cabo das Tormentas, sem conseguir chegar à Índia, para D. João II perceber que só o costado de um alentejano conseguia suportar com o peso de um empreendimento daquele vulto. Aquilo que, para o homem comum, fica muito longe, para um alentejano, fica já ali. Para um alentejano, não há longe, nem distância, porque só um alentejano percebe intuitivamente que a vida não é uma corrida de velocidade, mas uma corrida de resistência onde a tartaruga leva sempre a melhor sobre a lebre.
Foi, por esta razão, que D. Manuel decidiu entregar a chefia da armada decisiva a Vasco da Gama. Mais de dois anos no mar... E, quando regressou, ao perguntar-lhe se a Índia era longe, Vasco da Gama respondeu: «Não, é já ali.». O fim do mundo, afinal, ficava ao virar da esquina.
Para um alentejano, o caminho faz-se caminhando e só é longe o sítio onde não se chega sem parar de andar. E Vasco da Gama limitou-se a continuar a andar onde Bartolomeu Dias tinha parado. O problema de Portugal é precisamente este: muitos Bartolomeu Dias e poucos Vasco da Gama. Demasiada gente que não consegue terminar o que começa, que desiste quando a glória está perto e o mais difícil já foi feito. Ou seja, muitos portugueses e poucos alentejanos.
D. Nuno Álvares Pereira, aliás, já tinha percebido isso. Caso contrário, não teria partido tão confiante para Aljubarrota. D. Nuno sabia bem que uma batalha não se decide pela quantidade mas pela qualidade dos combatentes. É certo que o rei de Castela contava com um poderoso exército composto por espanhóis e portugueses, mas o Mestre de Avis tinha a vantagem de contar com meia-dúzia de alentejanos. Não se estranha, assim, a resposta de D. Nuno aos seus irmãos, quando o tentaram convencer a mudar de campo com o argumento da desproporção numérica: «Vocês são muitos? O que é que isso interessa se os alentejanos estão do nosso lado?»
Mas os alentejanos não servem só as grandes causas, nem servem só para as grandes guerras. Não há como um alentejano para desfrutar plenamente dos mais simples prazeres da vida. Por isso, se diz que Deus fez a mulher para ser a companheira do homem. Mas, depois, teve de fazer os alentejanos para que as mulheres também tivessem algum prazer. Na cama e na mesa, um alentejano nunca tem pressa. Daí a resposta de Eva a Adão quando este, intrigado, lhe perguntou o que é que o alentejano tinha que ele não tinha: «Tem tempo e tu tens pressa.» Quem anda sempre a correr, não chega a lado nenhum. E muito menos ao coração de uma mulher. Andar a correr é um problema que os alentejanos, graças a Deus, não têm. Até porque os alentejanos e o Alentejo foram feitos ao sétimo dia, precisamente o dia que Deus tirou para descansar.
E até nas anedotas, os alentejanos revelam a sua superioridade humana e intelectual. Os brancos contam anedotas dos pretos, os brasileiros dos portugueses, os franceses dos argelinos... só os alentejanos contam e inventam anedotas sobre si próprios. E divertem-se imenso, ao mesmo tempo que servem de espelho a quem as ouve.
Mas, para que uma pessoa se ria de si própria, não basta ser ridícula, porque ridículos todos somos. É necessário ter sentido de humor. Só que isso é um extra só disponível nos seres humanos topo de gama.
Não se confunda, no entanto, sentido de humor com alarvice. O sentido de humor é um dom da inteligência; a alarvice é o tique da gente bronca e mesquinha. Enquanto o alarve se diverte com as desgraças alheias, quem tem sentido de humor ri-se de si próprio. Não há maior honra do que ser objecto de uma boa gargalhada. O sentido de humor humaniza as pessoas, enquanto a alarvice diminui-as. Se Hitler e Estaline se rissem de si próprios, nunca teriam sido as bestas que foram.
E as anedotas alentejanas são autênticas pérolas de humor: curtas, incisivas, inteligentes e desconcertantes, revelando um sentido de observação, um sentido crítico e um poder de síntese notáveis.
Não resisto a contar a minha anedota preferida. Num dia em que chovia muito, o revisor do comboio entrou numa carruagem onde só havia um passageiro. Por sinal, um alentejano que estava todo molhado, em virtude de estar sentado num lugar junto a uma janela aberta. «Ó amigo, por que é que não fecha a janela?», perguntou-lhe o revisor. «Isso queria eu, mas a janela está estragada.», respondeu o alentejano. «Então por que é que não troca de lugar?» «Eu trocar, trocava... mas com quem?»
Como bom alentejano que me prezo de ser, deixei o melhor para o fim. O Alentejo, como todos sabemos, é o único sítio do mundo onde não é castigo uma pessoa ficar a pão e água. Água é aquilo por que qualquer alentejano anseia. E o pão... Mas há melhor iguaria do que o pão alentejano? O pão alentejano come-se com tudo e com nada. É aperitivo, refeição e sobremesa. E é o único pão do mundo que não tem pressa de ser comido. É tão bom no primeiro dia como no dia seguinte ou no fim da semana. Só quem come o pão alentejano está habilitado para entender o mistério da fé. Comê-lo faz-nos subir ao Céu!
É por tudo isto que, sempre que passeio pela charneca numa noite quente de verão ou sinto no rosto o frio cortante das manhãs de Inverno, dou graças a Deus por ser alentejano. Que maior bênção poderia um homem almejar?

quarta-feira, março 05, 2008

Para lembrar Di Stefano


La donna e mobile, em 1955.

Un di Felice


Dizem-me que morreu Giuseppe di Stefano. Imagino que tenha encontrado Maria Callas, e os dois tenham voltado a cantar assim.

Estes mortos não eram dos bons...

Em Espanha foi encontrada uma vala comum que os habituais tenores da "memória histórica" estão a fazer tudo por ignorar.
Foi em Alcalá de Henares, e aventa-se a hipótese de ter sido finalmente desvendado o mistério do desaparecimento de Andrés Nin (o Dr. Louçã deve saber quem é).

terça-feira, março 04, 2008

Media blackout of Ron Paul

There's a national media blackout of presidential candidate Congressman Ron Paul.
There's no other explanation when you study his campaign accomplishments. You probably didn't hear it on the news, but he finished second in Maine, Nevada, and Louisiana and won 25 percent of the vote in Montana, 21 percent in Washington and North Dakota, 17 percent in Alaska, and 16 percent in Minnesota, and in a few of these contests he beat McCain.
These are significant numbers and clearly qualify him as a major candidate. He's been declared the winner of numerous straw polls and debates, and broke the previous single day fund-raising record from 2004 held by John Kerry by raising $6-plus million.
In the fourth quarter he raised more money than all other Republican candidates with $20 million, and he's received more campaign contributions from veterans and active military personnel than the others — McCain, Clinton, Obama, Huckabee — combined.
Considering these accomplishments, why haven't we heard more about him from the media? Because the financial interests and corporations who own the major media outfits don't appreciate him exposing their domination of our monetary system, government, and country.
He's the only candidate whose not "politics as usual"; the only candidate telling us about "our" privately owned Federal Reserve and the implications of our fiat currency and its lack of gold/silver backing; the only candidate who does not meet with or take money from lobbyists, PACs, or corporations. He follows the Constitution, which is a rarity amongst our politicians.
During his 10 terms in Congress, he's never voted: to raise taxes; for an unbalanced budget; to raise congressional pay; to increase the power of the executive branch. He voted against the Iraq War and the Patriot Act. He's in the race for the duration, and is on the Vermont primary ballot on March 4.
For the sake of this nation, I urge everyone to learn about Ron Paul and his consistent voting record. Being outspoken about the issues above, and others, combined with the fact that so much legislation passed in Washington benefits corporations and special interests, it's easy to see why Congressman Paul has been censored. The media shapes the elections with their biased, narrow coverage.

ALLISON CASSAVECHIA, in Mathaba News Network