terça-feira, maio 31, 2005

OLIVENÇA: DOIS SÉCULOS DE USURPAÇÃO

«Problema ibérico: A integração do Estado português, pela reintegração de
Olivença
» (Fernando Pessoa)

Em 20 de Maio de 1801, passam hoje 204 anos, a «Nobre, Leal e Notável Vila de Olivença» foi ocupada militarmente pelos exércitos de Espanha.
Iniciou-se a colonização e a espanholização de um território onde, desde sempre, florescera a cultura portuguesa.
Impediu-se o contacto de Olivença com o resto do país, escondeu-se aos oliventinos a sua origem, a sua história, a sua cultura, castelhanizaram-se os nomes, proibiu-se o uso da língua portuguesa.
O processo de colonização, aculturação e espanholização, necessariamente apoiado na força e na repressão, encontrando a resistência surda dos oliventinos, continua ainda nos nossos dias.
Portugal e a cultura portuguesa defrontam-se com a ocupação e o sequestro de uma parte de si. A língua portuguesa - a pátria de Fernando Pessoa! - encontra-se diminuída na sua universalidade. Aqui, à nossa beira, em Olivença.
Em contraponto, também hoje, comemora-se o segundo aniversário da República Democrática de Timor Leste, proclamada em 20 de Maio de 2002. No outro lado do Mundo.
Tal como Timor Leste afastou o ocupante estrangeiro e iniciou a construção do seu próprio Estado, reservando à língua portuguesa uma particular importância, também Olivença obterá Justiça, resgatando a sua História e a sua Identidade, reencontrando-se com a Cultura e a Língua de Camões e de Pessoa!
Contra o silêncio e a indignidade, um passo por Olivença!
Lx., 20 de Maio de 2005.
A Direcção
Grupo dos Amigos de Olivença
www.olivenca.org

1 DE JUNHO, O DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA

1. Neste dia importa recordar que a Declaração dos Direitos da Criança, adoptada pela ONU em 20 de Novembro de 1959, afirma que toda a criança tem direito à “protecção e cuidados especiais, inclusive protecção legal apropriada, antes e depois do nascimento”.
Na verdade, vive-se em Portugal, um momento político e social em que a Vida humana, é sujeita a diversos ataques que têm por primeiras vitimas as nossas crianças, seja pela ameaça constante e repetida de uma liberalização do aborto, seja pela submissão dos nossos filhos a uma “educação sexual” que os agride na sua integridade pessoal, física e psíquica, (como o semanário “Expresso” e demais imprensa vêm desde há três semanas, continuamente e com destaque, denunciando e alertando).
2. No que diz respeito à “educação sexual”, recordamos o que diz a
Declaração dos Direitos da Criança:
a. “a criança, em decorrência da sua imaturidade física e psíquica, precisa de protecção e cuidados especiais”,
b. a lei deverá assegurar “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade”;
c. “Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais”.
3. Queremos também manifestar a nossa surpresa e desagrado com o facto de a Assembleia da República, não ter dado o devido tratamento processual (audição e apreciação em Comissão, debate em Plenário) à Petição Mais Vida Mais Família, subscrita por cerca de 217 mil cidadãos há mais de um ano!
A petição exige legislação no sentido da protecção da vida humana embrionária, medidas adequadas à promoção das famílias (adultos e crianças) portuguesas e disposições de protecção das mães grávidas e dos recém-nascidos.
4. Neste Dia Internacional da Criança:
a. Exigimos aos poderes públicos que cumpram o preceituado na
Declaração de Direitos que Portugal assinou;
b. Apelamos a todos os pais que se manifestem contra a vergonhosa
“educação sexual” que a APF continua a promover nas nossas escolas,
assinando e divulgando a petição do MOVE – Movimento de Pais no site
www.move.com.pt, à qual nos associamos inteiramente;
c. Reafirmamos a nossa determinação em amar, promover e proteger a Vida das nossas crianças, desde a sua concepção até à morte natural.
Juntos Pela Vida - Associação
1 Junho 2005

Acasos da História

No dia em que se completaram 452 anos sobre a tomada de Constantinopla pelos turcos (ao que se conta os sábios da cidade entretinham-se a discutir o sexo dos anjos) os eleitores franceses disseram um vibrante Não.
Será que um acontecimento tem alguma relação com o outro?

Incompetentes ou mentirosos?

O melhor comentário sobre a estratégia socrática veio de António Barreto; pode ler-se no Tomar Partido.
Só acrescento que o autor podia ainda ter analisado uma terceira possibilidade, para além das duas referidas - pode ser que sejam mentirosos, ou incompetentes, e pode dar-se que sejam as duas coisas; a acumulação é prática habitual na nossa vida política.

A democracia interna dos partidos

São pequenas coisas, diz o Absonante... se estas são pequenas como serão as grandes!
Leia-se o texto sobre a prática da "democracia interna" no CDS/PP.

E a mãe?

Ao que se comenta, "O monstro mudou de pai outra vez".
Refere-se isto ao badalado défice das contas públicas, agora generalizadamente conhecido por "monstro" (economia do espaço e força na expressão).
Tinha o "Expresso" anunciado em letras gordas na primeira página que Cavaco era o pai, invocando o depoimento de Miguel Cadilhe.
A testemunha em causa recusa agora a interpretação que das suas palavras foi feita.
Terá portanto que prosseguir o processo de investigação da paternidade, que se apresenta problemático dado o elevado número de hipóteses já aventadas.
O que parece inevitável concluir é que se trata realmente de um monstro filho da p....

Blogues pelo Não

Talvez seja já o efeito do referendo francês: dinamiza-se a blogosfera pelo Não.
No seguimento do Sítio do Não, de Pacheco Pereira, apareceu agora o movimento Blogues pelo Não.
Apela a que se constitua "um movimento de blogues portugueses contra o tratado constitucional. Blogues pequenos e grandes, populares e impopulares, ilustres ou desconhecidos, de um ou vários autores, de esquerda, centro ou direita. Blogues unidos num só movimento, por um só Não. Porque afinal, o Não só tem um quadradinho no boletim de voto".
Nós estamos nessa!

segunda-feira, maio 30, 2005

Numa mão a pena, noutra a espada...

Regressou das férias o Duarte Branquinho.
E com ele a primeira recomendação concreta para a Feira do Livro de Lisboa: passem então pelo pavilhão da DISLIVRO (o n.º 144).

domingo, maio 29, 2005

O Poder e o Povo

O referendo francês, ao que parece, deu como resultado a rejeição da constituição euroturca por 56 % do eleitorado.
Esse facto nada tem de anormal. Todavia, se nos lembrarmos que entre os parlamentares o mesmo documento tinha sido aprovado entusiasticamente por 92 % deles, começa a haver motivo para séria reflexão.
E se considerarmos também tudo o que foi feito pelo "país institucional", e mediático, numa gigantesca operação de chantagem, para que o sim pudesse ganhar, então vislumbra-se a dimensão do problema.
A rejeição popular atinge uma expressão assustadora - se eles tivessem vergonha demitiam-se todos. Como não têm, estão simplesmente a estudar as hipóteses de tornear a questão. E o que vai ser apontado como "o erro" vai ser... a convocação do referendo.

O 28 de Maio, 79 anos depois

Uma sequência de artigos para leitura neste domingo: no Santos da Casa.

Chesterton's distributism and happiness

A ler n'A Casa de Sarto.

sábado, maio 28, 2005

Sobre o "relatório Kinsey"

Lembram-se do célebre "Relatório Kinsey"? Na verdade são dois, mas a fama projectou-os como obra una - um marco na sexualidade humana.
Quem quiser saber mais sobre Alfred Kinsey, o "relatório Kinsey", a revolução sexual, a máfia rosa, pedofilia e outros temas afins, que leia este importante artigo de David Guijarro Garcia.

Vida sem passado

Hoje o Correio da Manhã surpreendeu-me com uma peça em que se comprova que é possível fazer bom jornalismo a partir de um simples pedaço de vida (e até no Correio da Manhã!).
Gostava que os meus amigos lessem o artigo. Uns pelo José Torres (acredito que o bom gigante faça parte da memória da infância de muitos como faz parte da minha), os outros todos porque é preciso que se saiba o que alguns vivem em silêncio e na sombra. O José Torres tem 66 anos e tem Alzheimer. É mais usual que essa doença surja associada a idade muito avançada, mas por vezes acontece. Acontece, e não cabe nas palavras. Eu sei.
O artigo de Hugo Franco, que não sei quem é, dá-nos uma imagem dessa verdade. Uma visão apenas, do que é indizível. Mas é um artigo extraordinário. Leiam, se faz favor, "Vida Sem Passado".

Mais Céline

Satisfazendo o reparo de FG Santos, que considerou que eu omiti o melhor site sobre Louis Ferdinand Céline, aqui fica este aditamento. Já está: Louis Ferdinand Céline.

sexta-feira, maio 27, 2005

Move!

Nasceu o MOVE - Movimento de Pais, com a convicção firme de que "a família é o elemento fundamental da sociedade e tem a responsabilidade primária pela protecção, crescimento e desenvolvimento das crianças" e ciente que cabe a todos participar de forma activa na definição das políticas que a todos dizem respeito. Não faltem à chamada.

Forum Monárquico

Está aberto desde hoje o novo Fórum sobre a Monarquia em Portugal, criado com a intenção de constituir um espaço on-line onde todos possam exprimir livremente as suas opiniões.
Agora só faltam os participantes!

Viagem ao Fim da Noite

Para aproveitar a boleia de alguns confrades, venho evocar também os 111 anos de Louis Ferdinand Destouches, dit Céline.
Mas como gosto pouco de exercitar as minhas capacidades de escrita, já de si fracas, limito-me a remeter para lugares dedicados ao autor.
Podeis ler sobre Céline "a la lettre", ou neste site dedicado ao mesmo Louis Ferdinand, como podeis consultar a bibliografia céliniana ou um dicionário do léxico celiniano.
Enfim, uma fartura, um vasto universo céliniano.
(E continuo sem ter notícias das feiras do livro...)

quinta-feira, maio 26, 2005

Portalegre

Depois do impulso dado pelo "Em Portalegre Cidade", anima-se a blogosfera portalegrense com a dinamização do "Portalegre Blog".
Faço votos para que uma blogosfera exigente e crítica conduza a um restauro condigno da alegre cidade: agora o manto castanho da poeira não permite ver nada, a não ser as crateras dos buracos e as montanhas de entulho que se descobrem por entre a paisagem de pós-bombardeamento.
Quando penso naquele destroço que já há tantos anos ocupa o lugar que foi o "Cádislegre" de outros tempos!!!
Parece-me que só mesmo o plátano gigante resistiu incólume às degradações.
Coragem e ânimo aos companheiros portalegrenses, é o que se deseja.

Na feira de Lisboa

Quanto a Lisboa, dois acontecimentos que me chamaram a atenção:
Integrados no programa da feira lisboeta realiza-se hoje às 20 horas um colóquio sobre "Revistas Políticas Portuguesas: Do final da Monarquia Constitucional ao Estado Novo", moderado por Luís Filipe Figueiredo e com a presença de Pedro Serranito e Álvaro Costa de Matos, e uma sessão de autógrafos, às 18 horas, para lançamento do livro "Campanhas do Prior do Crato", de João Vaz (edição "A Tribuna da História").
Isto para além de poderem ser localizados nos sítios próprios os já recomendados no post anterior, "Actas secretas da Câmara dos Deputados e do Senado da República sobre a participação de Portugal na I Grande Guerra", e "A Carreira da Índia" de Francisco Contente Domingues.
Nos pequenos editores realço a participação da HUGIN, com um espólio valioso a vários títulos.
Mas como já pedi: do que encontrarem de interesse não deixem de dar notícia.

Livros do dia

Na Feira do Livro do Porto estão hoje como livros do dia duas obras que despertarão certamente o interesse dos amadores de História.
A primeira, é a publicação das "Actas secretas da Câmara dos Deputados e do Senado da República sobre a participação de Portugal na I Grande Guerra". Está editado pela Assembleia da República e encontra-se no Stand D-3.
Fica recomendado especialmente ao responsável da Nova Floresta e também das Cartas Portuguesas.
O segundo, é o estudo sobre "A Carreira da Índia", publicado pelos CTT, e está no Stand D-7. O autor é o Francisco Contente Domingues, que tem vindo a construir uma sólida e vasta obra de historiador, centrada nos descobrimentos portugueses, sem precisar dos favores dos holofotes nem da trafulhice das promoções organizadas sobre a forma de crítica. Acresce que o Francisco é um velho amigo (como talvez se lembrem o comentador Eurico e o colega bloguista Humberto, ambos do mesmo tempo de Faculdade de Letras), que lamentavelmente não vejo há uns anos por contingências da vida.
Também na feira do Porto andarão a irmã do Pacheco Pereira a lançar um livro sobre anjos e uns rapazes que cairam em graça e que gostam de se autochamar de felinos malcheirosos. Mas nesta parte estou nada interessado.

Feiras do Livro

Começaram as feiras do livro, em Lisboa e no Porto.
Também começa hoje a de Évora, na Praça do Giraldo, mas esta não tem website.
Solicito aos amigos que por lá passem o favor de me informarem das novidades interessantes que queiram partilhar (editoras, livros, autores, descobertas que possam ser interessantes para os menos ágeis na procura).
Podem escrever nos comentários, ou enviar-me email; o que eu queria era destacar atempadamente o que lá se encontre a merecer destaque. Façam-me então o favor pedido.

terça-feira, maio 24, 2005

Dr. Mabuse

Aqui em "O Sexo dos Anjos" votamos natural admiração aos santos; depois de outros já falados é a vez do "Santos da Casa".
Tudo porque este hoje se meteu a falar em Fritz Lang, e no seu personagem mais célebre: o diabólico Dr. Mabuse.
Dou a minha concordância aos que vêem "O testamento do Dr. Mabuse" (Das Tagebuch des Dr. Mabuse) como um dos mais perturbantes filmes jamais feitos (os outros parece-me que nem tanto).
Para complicar as questões a esse respeito, permito-me no entanto dirigir uma observação a um dos comentários de FGSantos: diz este que "O filme de 1933 foi entendido como uma alegoria ao nazismo, o que certamente não estaria fora dos planos de Lang".
Talvez sim, talvez não. Sabe-se que o que mais há é história em marcha-atrás, literatura de justificação, e anti-fascismo póstumo. Eu, olhando para o filme, não resisto a pensar que em 1933, ou actualmente, não seria como uma "alegoria ao nazismo" que o mesmo seria provavelmente encarado por um qualquer adepto convicto do nacional-socialismo. Aquele mal que cresce a partir das trevas e oculto alastra ameaçando o mundo não seria visto sem uma emoção comovida pelo tal nacional-socialista. A identificação imediata não seria nem será seguramente a que sugere o comentário citado.
E o mesmo que eu devem pensar muitos e bons anti-fascistas, porque o filme em causa nunca beneficiou de grande favor nos círculos culturais dominantes nestes últimos setenta anos. Ao contrário, a fita quase foi relegada para a clandestinidade.

European No Campaign

Uma ajuda para o blogue do Pacheco, este European No Campaign.
E vocês, o que fizeram hoje contra a Constituição Euroturca outorgada por Giscard?

Ainda mais livros e autores

No semanário "O Diabo" de hoje destaco duas indicações bibliográficas: a primeira, a de Walter Ventura, que recomenda a obra de Barroso da Fonte intitulada "Alfredo Pimenta - da praxis libertária à doutrinação nacionalista" (Editora Cidade Berço); a segunda, a de Pinharanda Gomes, que desenvolvidamente se pronuncia sobre "O Espírito da Letra", de João Bigotte Chorão (editado pela Fundação Lusíada, de Abel de Lacerda Botelho).
Escusado seria dizê-lo, mas faço minhas as recomendações.

Livros e autores

No mesmo Nova Frente, o dono da casa discorre sobre Jacques Laurent (ou Cécil Saint-Laurent).
O último dos hussardos é raramente evocado no nosso mundilho literário; fez parte de uma geração em que os congéneres portugueses receberam de França sobretudo aquilo que ali foi combatido por Jacques Laurent.
E todavia não tenho dúvidas que as obras-primas nascidas do livre exercício da liberdade de criação artística, fora de compromissos e amarras, ainda estarão aí refulgentes e actuais quando o "roman engagé" for já matéria esquecida e morta.

Autores e livros

No Nova Frente, interessante bate-papo entre Rafael Castela Santos e Bruno Oliveira Santos sobre Jorge Luís Borges, a Argentina, o tango e outras tangas mais.
O escritor argentino já há muito era santo da minha devoção, dos outros dois passei a ser também devoto faz algum tempo já.
Tudo autores recomendáveis - o Borges e os outros dois santos.

Genialidades

Segundo o Presidente Sampaio, "o problema do défice é complicado e difícil".
Todo ele é testa.

segunda-feira, maio 23, 2005

No alvo!

Dois incisivos artigos sobre a acção e a inacção do governo que lá está, posto em sossego: um sobre luxos e despesismos, outro sobre as famosas medidas.

domingo, maio 22, 2005

A Aldeia e a deseducação sexual

Para mais e melhor conhecimento sobre assuntos muito em foco ultimamente recomendo a leitura dos textos publicados em A Aldeia sobre a Associação para o Planeamento da família (APF), a APF e a educação sexual, e a APF e o aborto.
E depois de elucidados não se esqueçam de assinar a petição que se insurge contra o programa de deseducação sexual nas escolas.

Sobre Coruche

Porque é sempre melhor ouvir os próprios, recomendo uma digressão pelos blogues feitos por coruchenses: El Coruchero, Em Coruche, Barbos e Bordalos, Crónicas do Parreira, Biscainho, Conspirações da Vila.

Pensa Bem!

Realce para um excelente artigo no utilíssimo PensaBem:
"A neo-Constituição só serve para limitar a liberdade de todos".

sábado, maio 21, 2005

Sem Pavor

Completou um ano de aventura na blogosfera o nosso conterrâneo Geraldo Sem Pavor.
Mais do que endereçar-lhe os formais parabéns, exprimo daqui os meus votos para que nunca lhe falte a capacidade de inventar-se todos os dias - e de prosseguir esta marcha, firme nos caminhos traçados.
Atrás de tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir.

Dois governos dois PS

Duas notícias, lidas na imprensa de hoje.
O ministro das Finanças tem reiterado aos seus mais próximos colaboradores que prefere sair do Governo a deixar cair as suas propostas para fazer face ao défice orçamental. Campos e Cunha não está disposto a abdicar do conjunto de medidas que considera absolutamente indispensáveis para combater o descontrolo das finanças públicas.
Jorge Coelho foi a Faro apresentar candidatos às autárquicas, e disse transmitir garantias dadas pelo primeiro-ministro José Sócrates: «Há duas coisas que são uma realidade do PS. Uma é que vai haver hospital central de Faro, quer os nossos adversários queiram quer não. Outra é que com o PS não vai haver portagens na Via do Infante».
Desenha-se deste modo uma polarização que tenderá a extremizar-se?

Colom(bo) português

No próximo dia 28 de Maio vai realizar-se na Cuba uma conferência sobre o estado actual da polémica sobre a nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colom.
Estão previstas intervenções de Carlos Calado, do Núcleo de Amigos da Cuba, e de Manuel Luciano da Silva, médico e investigador luso-americano.
Serão focadas nomeadamente as teses do "Colombo catalão" lançadas em alternativa ao tradicional "Colombo italiano", e a questão dos testes de ADN para determinação dos laços de parentesco do navegador.
Aqui fica o convite para uma deslocação a Cuba.

Anda Pacheco!!

A iminência do referendo francês tem concentrado de tal forma as atenções dos noticiários que tem ficado esquecida a existência de outros (todavia eles existem, destacando-se a prova decisiva que será o prometido referendo inglês).
E na verdade há mais notícias sobre o projecto de constituição euroturca.
Segundo uma sondagem divulgada ontem pelo instituto de sondagem Interview-NSS, realizada para a televisão pública holandesa, se o referendo fosse neste momento o "não" obtinha 63 por cento e o "sim" 37 por cento.
Confirma-se portanto que o "não" à Constituição continua a ganhar terreno na Holanda e ultrapassa largamente o "sim". Há uma semana, o mesmo inquérito dava os dois campos em igualdade.
A duas semanas do referendo holandês os partidários do "não" parecem estar em nítida vantagem.
Apesar de não poderem ser subestimados os dilúvios de propaganda a favor do sim que desabarão sobre os eleitores no tempo que falta, perspectiva-se seriamente que neste final de Maio haverá alguma desfeita para a casta eurocrática.
O que conduz à conclusão que há batalhas que merecem ser travadas, e esta não é uma batalha perdida: como sabiamente intuiu o Pacheco.

quinta-feira, maio 19, 2005

VINTE DE MAIO: TIMOR LIVRE (ou...O SIGNIFICADO AMBIVALENTE DE UMA DATA)

Vinte de Maio de dois mil e dois. Nasce uma nova nação. Gerada no sofrimento. Combatendo a indiferença. Com sangue, muito sangue.
Vinte de Maio de dois mil e dois. Esta data ficará na História. Vinte sete anos depois, e duzentos mil mortos como preço e marca de ocupação, a Indonésia vê surgir nas suas fronteiras um novo país ao qual quis negar a liberdade, apoiada por um grande deste mundo, em nome da estabilidade do seu próprio regime. Como se se pudessem invadir vizinhos só porque o sistema político não agrada. Não há lei que tal contemple. As instâncias internacionais nunca aceitarão a legalidade da acção.
Em vinte de Maio de dois mil e cinco, recordemos esta lição. Portugal não pode esquecer o heroísmo de todo um povo, e pode orgulhar-se de o ter ajudado de forma decisiva. Portugal combateu uma situação de violação do Direito Internacional. Sem desfalecimento. Contra (quase)tudo e (quase) todos. Independentemente do peso dos adversários. Apenas porque acreditou que era justo fazê-lo.
Vinte de Maio. Uma data marcante na História de Portugal.
Vinte de Maio de mil oitocentos e um. Um governador militar, perante um ataque iminente, decide capitular. Afinal, o invasor mais não é que um peão manobrado por uma potência exterior. Lutar para quê ?
Vinte de Maio de mil oitocentos e um. Espera-se que, tal como sucedeu em situações anteriores, tudo volte a ser como antes quando uma verdadeira paz for assinada. O invasor sairá então.
Vinte de Maio de mil oitocentos e um. Olivença capitula, sem disparar um tiro. A população inquieta-se, mas confia. Com o tempo, tudo regressará ao normal.
Muitos anos antes, em mil seiscentos e cinquenta e sete, ocorrera algo idêntico. Quase todos tinham fugido, para regressar onze anos depois. Tudo se recompusera.
Vinte de Maio de mil oitocentos e um.
Não houve sangue. Uns poucos (os pessimistas!) atravessaram o Guadiana. Em Elvas, o invasor encontraria resistência, bem como em Campo Maior. Na primeira, conseguiu uns ramos de laranjeira. Na segunda, acabou por vencer, mas a que preço!!!
E veio uma paz falsa e logo violada. E outras guerras. E uma paz verdadeira, em que se apagou o vinte de Maio de mil oitocentos e um. Para todos. Mas não para o invasor. Que não matou duzentos mil, nem mil, nem cem. Mas matou uma cultura. Ou, pelo menos, deixou-a vazia, moribunda. Em duzentos e quatro anos, muito se consegue. Recorrendo à repressão, quando necessário. Às claras, ou discretamente.
Vinte de Maio de dois mil e cinco. Timor-Leste é uma nação livre, com os seus problemas, avanços e recuos.Mas livre. Este vinte de Maio é diferente ao de mil oitocentos e um. Timor derramou sangue, muito sangue. Disparou-se sem contemplações.
Olivença não viu sangue derramado em vinte de Maio de mil oitocentos e um. Evidentemente, nesse aspecto, não é comparável.
Mas... Olivença viu ser sangrada a sua cultura e a sua história. Viu gente sua dispersa, numa sangria dos seus filhos. Não morreu na carne. Morreu no espírito. O passado tornou-se um conjunto de sombras vagas, contraditórias, falsidades contra as quais quase não consegue reagir. Perdeu as referências.
Vinte de Maio de dois mil e cinco. A bandeira de Timor Larosae tremula sobre um povo libertado. Consciente da sua história. Dolorosa. Mas de todos conhecida. Por todos sofrida.
O invasor teve quase vinte e cinco anos para diluir uma nação e fazê-la esquecer-se de si própria. Algumas vozes calaram-se. Outras, nunca o fizeram. Tiveram dúvidas, mas não desistiram.
E fizeram-se ouvir. Alguns resistiram na própria terra de Timor. Outros, principalmente os que falavam em Português (ainda que não só...), protestavam. Fora de Timor, estes. E não deixavam esquecer. Teimosamente. Vinte e cinco anos de teimosia.
O ocupante não conseguiu, em vinte e cinco anos, apagar a chama. Poucos se vergaram.
Vinte de Maio. Uma data no calendário. Consoante o ano, o início de uma ocupação persistente, contínua, preocupada em apagar um passado de seiscentos anos, numa população que resistiu com fracos recursos e apoios. Ou o início da vida independente de um povo. Que sofreu, mas venceu. Que a diplomacia nunca abandonou. Corajosamente. Crente em princípios.
Mil oitocentos e um. Dois mil e dois.Dois mil e cinco, recordando.
Dois vinte de Maio...

Estremoz,09 de Maio de 2005
Carlos Eduardo da Cruz Luna

quarta-feira, maio 18, 2005

Petição contra a deseducação sexual nas escolas

Outra causa de mobilização, a desafiar quem se queira interveniente e activo na vida da comunidade: a petição lançada a propósito dos "programas de educação sexual" e da controvérsia despertada pelo artigo do último Expresso a esse respeito.
Há causas, sim senhor, assim haja gente!

Está na hora de organizar o movimento do “Não”

Quem o diz é José Pacheco Pereira, e quem sou eu para discordar.
Para dar o pontapé de saída, já abriu o Sítio do Não.
Por mim acho que fez muito bem, e era tempo de se multiplicarem as iniciativas nesse sentido.
Naturalmente que se trata de um não feito da soma de muitos diferentes nãos, mas a vida é assim, plural e vária. Cada um tem os seus motivos.
Até agora só tinha encontrado um blogue centrado nessa questão (A esta Constituição Europeia, votemos Não!), apesar de muitos outros já terem tomado posição a esse respeito.
De qualquer modo, trata-se de uma batalha política que é preciso travar e que aí está à mão de quem ainda acredite que existem causas políticas.

Más línguas

Escreve o "Mais Évora" que "Até agora temos um Governo que ainda não governou e do qual não se conhece o programa".
Há gente mesmo maldosa, nunca estão contentes e passam a vida a dizer mal só por dizer.
Que o Governo ainda não governou até posso admitir, mas lá que tem um grande programa é indiscutível. Nada menos de 162 páginas (cento e sessenta e duas), orgulhosamente expostas à admiração geral no Portal do Governo. Em html (com índice ou corrido), em pdf, em word...
Vão ler, e corem de vergonha - seus ingratos!

Surpresas

Eu não sabia que havia três gerações de arquitectos Albert Speer e nunca imaginei que Hugo Grotius tinha sido entrevistado a propósito da guerra no Iraque.
O que se aprende com O Jansenista!

terça-feira, maio 17, 2005

A rebelião das massas

Recordando Ortega y Gasset, ou a perene actualidade de um pensamento.

Mais avanços no caminho do progresso

Eu não li o "Expresso", mas estive a ler este artigo publicado na blogosfera sobre a Educação Sexual nas nossas escolas, na sequência de um trabalho do dito semanário, e fiquei novamente animado: a marcha do progresso continua a bom ritmo nestas terras lusitanas.
Não sei é para onde vai.
Em todo o caso, obrigado ao Faccioso pela notícia.

segunda-feira, maio 16, 2005

Apreensivo

Como querem que me sinta eu, que nasci azinhal, com este desbaste que vai nos sobrais?

Distributismo

Na Casa de Sarto a actividade editorial é intensa: agora chegou a vez do distributismo.
A Casa é uma instituição que não brinca com o serviço.

Eu na antologia

O irrequieto Geraldo Sem Pavor saiu-se com mais uma das suas, e organizou uma pequena e pessoal antologia de citações blogosféricas.
E incluiu-me a mim! Também lá há outros, como poderão ver, mas não se distraiam do essencial: eu estou lá!

Confusões

Por ter falado ali atrás em Draco (Dracon, Drácon, Drakon, Draconte) houve logo quem pensasse que me estava a meter com o Dragão.
Nem por sombras! Eu atrevia-me lá...
A etimologia engana.

Encontros de 21 de Maio

Lembrem-se: comemorações em Beja do duplo aniversário do Praça da República e do Aliciante; febre de sábado à noite na capital, para os anos de "O Código de Santiago".

domingo, maio 15, 2005

O nosso Hospital

Eu nunca aconselho ninguém a ir ao Hospital. Como se sabe é um sítio perigoso. Tem um índice de mortalidade elevadíssimo. Sobretudo entre os doentes. Penso portanto que é um lugar a evitar, a não ser que tenha mesmo de ser, por qualquer imperativo social ou profissional - mas mesmo assim acho que só deve arriscar quem tenha uma saúde de ferro, e à cautela precavendo-se com todas as vacinas.
Agora doentes parece-me que é temerário cairem nessa tentação. Se já vão para lá doentes é mais que certo que não resistem.
O nosso Ministro da Saúde também deve pensar da mesma forma, e vai daí resolveu emendar as absurdas promessas de um novo Hospital em Évora.
Faz muito bem. A época é de economias, e morrer por morrer havemos de morrer todos, com Hospital novo ou velho.
Os doentes que fiquem em casa. Um Hospital só com médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar, de preferência saudáveis, apresenta em geral performances verdadeiramente extraordinárias.

Ciência política

Ao que se verifica pelas notícias dos últimos tempos, a dinamização da actividade governamental não ocorre apenas nos derradeiros dias antes das eleições; o impulso dinâmico é tal que a intensificação do ritmo de governação se estende mesmo aos dias que se seguem às eleições.
É o que eu tenho dito: devia haver eleições mais vezes. Semelhantes benefícios para a comunidade não deviam ser tão avaramente racionados.

Draco por Sócrates

De acordo com o semanário "Expresso" estarão a ser discutidas no governo "medidas draconianas" para conter o défice.
Eu compreendo que se tenha que fazer alguma coisa; e o certo é que "medidas socráticas" nem vê-las.

Progressos

Segundo li no título de "A Capital", o governo PS "vai avançar com salas de chuto e trocas de seringas nas prisões".
Fiquei impressionado. É realmente um avanço dos grandes.
Aposto que até vai passar a haver muito mais gente a querer ir para as prisões.

Blogues alentejanos

Senti-me desafiado a encontrar mais blogues do Alentejo (o TUDOBEN...). Então lá vai: um de Marvão, um de Alter, outro da Urra...
Que tal?

sábado, maio 14, 2005

Sobre a direita

Gostei especialmente destes comentários de José Adelino Maltez, sobre a velha nova direita que parece ferida de morte e a novíssima que se perfila para a substituir.
Aliás, o Dr. Maltez quando ajusta os óculos e assesta a objectiva de analista é certeiro e implacável. Tenho pena que não seja sempre assim.

Utilidade e necessidade

A "imprescindível utilidade pública" é um indício seguro.
Vale sempre a pena seguir a pista.
Quando os despachos ministeriais recorreram à declaração da "imprescindível utilidade pública" é certo e sabido: trata-se de coisa que pelos critérios legais estabelecidos não passava.
A viabilização, autorização, licenciamento, construção, etc. já tinham até sido alvo de pareceres e decisões negativas das entidades administrativas próprias.
Segue-se depois a superior declaração da "imprescindível utilidade pública".
Também pode fazer-se um estudo estatístico: por coincidência essa expressão aparece com muito maior frequência em despachos governamentais quando se aproximam os períodos de eleições.
São as épocas em que a necessidade aperta. Experimentem tomar conta das finanças de um partido e vao ver como custa.

A "imprescindível utilidade pública"

Será possível averiguar uma a uma as situações em que algum empreendimento apareceu referido no "Diário da República" por despacho governamental como sendo de "imprescindível utilidade pública"?
Por exemplo, quanto àquele projecto conhecido por "Nova Setúbal", em que ficou escrito, em 2001, que "o plano de pormenor em causa se afigura como a única solução disponível no sentido de viabilizar a construção de infra-estruturas desportivas de inegável de interesse público para a cidade de Setúbal e zonas envolventes".
E já agora o que se passou com o mastodôntico Freeport de Alcochete, viabilizado a três dias das eleições legislativas (de 17 de Março de 2002...).
A cicuta já não se usa, mas a dúvida metódica pode aplicar-se...

sexta-feira, maio 13, 2005

Aljustrel

No Alentejo mais a sul, um blogue que desconhecia: o Aljustrel.
Mais uma recomendação para o TUDOBEN, que não apresenta actualizações nesta matéria já há algum tempo.

Convívios bloguistas

Como se não bastasse o convívio bejense, dinamizado pelo Praça da República e Aliciante por natureza, chegou-me também a notícia de outra confraternização blogueira, esta a realizar em plena encosta do Castelo de São Jorge, no coração alfacinha - e no mesmo dia do primeiro.
Trata-se da festa do primeiro aniversário do blogue "O código de Santiago" e está marcada para o Teatro Taborda, em Lisboa, no dia 21 de Maio por volta das 23h e 59 m...
Estarão presentes as forças vivas da capital: destaco a Objectiva e a Lolita... e não sei quantos mais.

Antigos Alunos do Liceu de Beja

Em Beja, realiza-se nestes dias, 13, 14 e 15 de Maio, a confraternização habitual dos antigos alunos dos Liceu de Beja, promovida pela respectiva Associação.
É a Festa do Galo, em edição de 2005.

Conferência e Concerto sobre Domenico Scarlatti

Os melómanos eborenses têm já para hoje o início de um fim-de-semana musical.
Hoje dia 13 de Maio, pelas 18 horas, na Igreja do Convento dos Remédios, em Évora, haverá um Concerto e Conferência dedicados ao tema "Scarlatti em Portugal"
A conferência/concerto estará a cargo de Patrizia Giliberti e versa sobre a vida e a obra de Domenico Scarlatti. Serão executadas diversas obras deste compositor, compostas quando da sua permanência em Portugal.
A organização é da responsabilidade da Associação Musical de Évora “Eborae Mvsica”.

Coros do Instituto Gregoriano de Lisboa em Évora

A Associação Cultural Trítono organiza um concerto de música sacra no próximo dia 15 (Domingo), pelas 16 horas, na Igreja de S. Francisco, em Évora.
O Coro Gregoriano e o Coro de Câmara do Instituto Gregoriano de Lisboa, sob a direcção de Armando Possante, vão interpretar o Próprio de Pentecostes e Missa a 8 vozes de João Rodrigues Esteves.
Trata-se de uma oportunidade rara para o público eborense.
Notícias: no blogue da Associação.

quinta-feira, maio 12, 2005

"A Theory of Justice"

Por pensar em filósofos, e na Justiça, lembrei-me de John Rawls e de Souto de Moura.
Já há muito tempo, quando todos éramos mais jovens, um falava-me do outro com grande apreço - a bem dizer com entusiasmo, como um verdadeiro "maître a penser".
Não digo é qual falou de qual.

Straussian world

Tenho visto por aí tantas referência a Leo Strauss (não, não é o dos jeans, nem era antropólogo, nem é músico nenhum) que me apeteceu oferecer também um link para o universo da net straussiana. Aqui fica, e boa viagem. Uma vez lá chegados, links há muitos.

Aringa do Macombe

Olhem, achei aqui um blogue recém nascido e já dotado de muito bom humor...

Por Portugal e pela Europa, dizer não!

Por entre a indiferença e a abulia, alguns vão atempadamente esclarecendo e alertando: veja-se este importante dossier sobre a Constituição Europeia.

Integralismo Lusitano

Aos estudiosos e aos curiosos: através de outro blogue ("A Arte da Memória") descobri um estudo académico, de André Ventura, sobre o tema "Integralismo Lusitano - Subsídios para uma teoria política", que se me afigurou merecer a vossa atenção.

quarta-feira, maio 11, 2005

A direita de Monteiro

Não querendo ficar de fora da vaga opinativa sobre a direita, sua afundação, fundação ou refundação, Manuel Monteiro presenteou-nos no "Expresso" último com os frutos da sua reflexão. Ei-lo.

À DIREITA DA ESQUERDA
E agora direita? Depois da vitória do PS qual é o caminho? Deve existir uma reorganização de todo o espaço não socialista? Mas que sentido deve ser dado a essa possível reorganização? Uma aliança partidária? Uma plataforma eleitoral alargada que vá para lá dos partidos? Uma candidatura presidencial a partir da qual se parta à conquista do parlamento e do governo? Qual a melhor solução?
A minha resposta a estas questões é simples: a direita em Portugal não tem, no momento, condições para se reorganizar. E não tem essas condições pela seguinte razão: não se reorganiza, aquilo que consistentemente não existe. Continuar a identificar como sendo de direita pessoas e partidos, que de quando em quando se juntam tendo como único objectivo o poder, só o poder, e nada mais do que o poder, é perpetuar um grave equívoco conveniente à esquerda e cómodo a quem vive do sistema e para o sistema, seja ele governado pelo PS, pelo PSD ou pelo PSD em coligação com o CDS.
Insistir na ideia de reorganizar uma direita que, sob o ponto de vista partidário, não existe é querer manter um rotativismo estéril e ideologicamente corrompido. Bem sei que os interesses na manutenção deste estado de coisas são múltiplos. Se as peças estão escritas, os palcos montados e os actores escolhidos, para quê mudar? Continua afinal a ser mais fácil e barato dizer que o PSD e o CDS são de direita, quando se quer falar da oposição ao PS, mesmo se os seus dirigentes proclamam o contrário.
Mas na realidade não há direita digna desse nome, enquanto ela não for efectivamente fundada. O caminho a seguir não é assim o de refundar a direita, mas de a fundar com a clareza e a coragem que a democracia plena exige. Só através dessa fundação se pode construir uma alternativa, que represente todo o amplo espaço que não é de esquerda em Portugal. Falar da refundação da direita é querer juntar num mesmo grupo, de forma utilitária e cega, os que não acreditam na democracia representativa, os vendilhões de qualquer templo, os usurários de qualquer regime, os usufrutuários de qualquer governo ou governação.
Do que Portugal precisa não é de uma velha, tímida e envergonhada, direita refundada; do que Portugal precisa é de uma Direita Nova que una sem unificar, que agrupe e mobilize, sem tolher ou condicionar a liberdade de pensamento. Essa Direita Nova tem de ser objectiva em matéria de Valores Políticos, diferente no que respeita a Opções Ideológicas, para a resolução dos problemas dos homens e das comunidades, e clara no que toca a alternativas eleitorais. Essas alternativas só podem todavia ser fortes, e durarem para lá das normais derrotas em eleições, se possuírem valores ideológicos comuns, programas e agendas verdadeiramente distintos e lideranças que testemunhem seriedade e solidez. Aceite a democracia como regime, a Direita Nova tem de explicar o que pensa sobre o Homem, sobre a Nação, sobre a Soberania, sobre o Estado, sobre a União Europeia, sobre a Globalização. Não há alternativa à esquerda, apenas com pragmatismo político.
A ausência de definição ideológica naqueles que se apresentam a combater politicamente a esquerda, mesmo que se digam de centro ou de centro – direita, apenas aumenta a confusão e estende a podridão do sistema. Ora a podridão do sistema, responsável pelo atraso do país, pela ausência de reformas, pelo imobilismo e pela péssima situação económica e financeira, testemunha o vazio no pensamento de quem nos tem governado. Esse vazio é o principal aliado dos discursos efusivos, que tanto falam da reorganização da direita, como da reorganização da esquerda, desde que isso sirva para manter o jogo político no campo pré seleccionado.
A Direita Nova tem ainda pela frente um percurso a fazer. Não será já nas próximas eleições presidenciais que estará em condições de se apresentar como alternativa à esquerda. Quanto a isso nenhuma dúvida poderá existir. Cavaco Silva não é de direita, nunca foi, e está mais próximo em pensamento e convicção da social - democracia europeia do que muitos socialistas portugueses. Podem alguns querer dizer o contrário, mas se dúvidas sobre isto existirem nada melhor do que lhe fazermos a pergunta directamente. Isso não me impedirá todavia de nele votar, assumindo que a sua seriedade, sentido de Estado e isenção, garantem a estabilidade imprescindível quer ao cumprimento da legislatura, quer ao preenchimento do tempo que estimo como necessário para a fundação da Direita que tarda e falta em Portugal.
Por isso concluo dizendo: para perpetuar e reorganizar coisas na base de equívocos digo não, para fundar e unir uma Direita Nova, eu e muitos mais saberemos dizer Sim!
Manuel Monteiro
Presidente da NOVA DEMOCRACIA
Porto, 5 de Maio de 2005

História Militar

Hoje à tarde decorre no Salão Nobre da Sociedade Histórica da Independência de Portugal o lançamento público de um livro do Tenente-Coronel António Pires Nunes, intitulado "Angola 1961 - da Baixa do Cassange a Nambuangongo".
O acontecimento está marcado para as 18.30 horas deste dia 11 de Maio, no Palácio da Independência (Largo de São Domingos, n.º 11, em Lisboa).

terça-feira, maio 10, 2005

Sobre as últimas

Os noticiários das últimas horas fizeram-me recordar as minhas perplexidades com certas disfunções sistémicas...
O problema é fácil de equacionar: se para uma campanha eleitoral ganhadora são precisas verbas da ordem do milhão de contos, não podem as mesmas fazer-se por mil.
O valor das quotas dos militantes recebidas em cada mês mesmo nos nossos maiores partidos não chega para alugar um outdoor durante quinze dias.
Todo o sistema instalado assenta em formas de financiamento que os seus protagonistas não podem permitir que sejam esclarecidas.
Os que pagam e os que recebem.
Isto é verdade em Felgueiras; mas também o é em Lisboa ou no Porto, em legislativas, em autárquicas ou em presidenciais.
Veja-se o ridículo das contas apresentadas para fazer de conta, e que todos os políticos, incluindo os do Tribunal Constitucional, fingem levar a sério, e avalie-se até onde vai a colossal mentira.
É tão grande que pode chegar e sobrar para todos.
Por acaso a D. Fátima Felgueiras, apesar dos ameaços, até agora conteve-se e não pôs a boca no trombone (ainda deve ter esperanças de ver resolvido o seu "problema").
Mas há gente que não se fica; por exemplo o Major Valentim, o Dr. Isaltino, e outros, são bem capazes de não se negar a jogar o mesmo jogo com que os querem arrumar.
A parada começa a estar muito alta.

Edmund Burke

Um blogue dedicado ao pensador contra-revolucionário anglo-irlandês Edmund Burke.
Para complementar a Revista de Teoria Política ou para a substituir?

Está de volta o Alentejão

Faço questão de saudar o regresso do Alentejão, e manifestar aqui a minha satisfação com o feliz acontecimento.
Foi um pioneiro, e cabe-lhe o mérito de ter trazido para a blogosfera, com a força do seu exemplo, muitos dos que depois aqui se instalaram orgulhosos da sua identidade alentejana - dando realidade a uma blogosfera feita de sítios com raiz e por pessoas com os pés na sua terra e o coração com a sua gente.

Blogues na planície

Haja Deus, que Governo já temos

Finalmente o governo da era socrática parece ter definido prioridades na luta contra o crime: segundo as notícias, o governo já está a investigar "se há crucifixos nas escolas públicas". A decisão baseou-se numa denúncia de que "vários estabelecimentos de ensino da rede pública ostentam de forma destacada o crucifixo católico".E não é tudo: consta que existem "salas de aula por todo o país, sobretudo no ensino primário, onde, geralmente por cima do quadro, está a Cruz de Cristo" e mesmo que "celebrações religiosas estarão a acontecer nas escolas públicas" e ainda, escândalo dos escândalos; que "em muitos estabelecimentos de ensino as festas cristãs, como o Natal ou a Páscoa, fazem parte dos planos de actividades".
O gabinete da Ministra Lurdes Rodrigues solicitou "às Direcções Regionais Educativas que fizessem um levantamento de casos", e foi "pedido às DRE's que averiguassem no sentido de se saber se as situações descritas se mantêm ou não e em caso afirmativo tomar as devidas providências para que a lei seja cumprida".
Ainda bem que temos lá em cima quem zele por nós.

segunda-feira, maio 09, 2005

Vozes no deserto

A sagacidade e a acutilância de Nuno Rogeiro num artigo publicado o mais recente número da revista "Sábado" - "O deserto da travessia".
Pareceu-me quase tão bom como o meu texto sobre as "aporias" no funcionamento do nosso sistema político (ainda ninguém me apresentou solução...) ou o ensaio sobre "a direita do futuro" da autoria do Corcunda.
Não admira, o Nuno (também) é muito inteligente...
E como tem bom feitio e sentido de humor não leva a mal que eu copie para aqui o acervo patrimonial da "Sábado" (com toda as vénias devidas).

O DESERTO DA TRAVESSIA
Onde param as chamadas "direitas"? Umas estão no poder, como sempre, outras renderam-se sem luta, muitas aderiram à tradicional "maioria silenciosa", algumas enlouquceram, certas portam-se como bestas sadias (obrigado, Pessoa), e há até quem permaneça nos quartéis, isto é, nos partidos.
Os exércitos restantes do PSD e do PP, com bandeiras (e desculpas) esfarrapadas, rostos enegrecidos pela pólvora (dos foguetes alheios), depois de terem tentado uma retirada mais ou menos organizada, debaixo de fogo cerrado e emboscadas, franco atiradores e tortas de creme, granadas e rasteiras, atravessam o deserto. E o deserto atravessa-os.
O deserto de ideias. O deserto de convicções. 0 deserto de estratégias. 0 deserto de recursos. 0 deserto de palavras.
Pode dizer-se que ainda estamos no começo, mas o que é que as novas lideranças de PSD e PP trouxeram de verdadeiramente espantoso, não para convencer o pais, mas para convencer os próprios militantes?
Não basta dizer que o governo não governa, e que portanto nada há a criticar ou a opor. É uma brincadeira oratória estafada, e sem grandes consequências.
Não basta opor a "moderação" do presente ao "radicalismo" do passado. Em boa verdade, para usar a frase de Goldwater, a moderação na defesa da virtude não é um
bem, e o radicalismo no combate pelo bem não é um mal.
Não basta ajustar as contas com o "antigo regime". É preciso mostrar as contas do novo.
Marques Mendes apresentou um projecto ambicioso na forma (manter as câmaras actuais, e portanto ganhar mais do que o PS), mas ainda pouco definido no conteúdo. É preciso não esquecer que a última retumbante vitória autárquica do PSD se ficou tanto a dever à capacidade combativa de muitos candidatos (incluindo muitos que pertencem ao "passado" não Marques-Mendista, como Santana Lopes), como à rejeição global do Guterrismo.
0 PSD não pode desta vez contar com a muleta do "pântano". 0 Pais mobilizar-se-á menos contra Sócrates - que vive o tal estado de graça - do que contra os autarcas incompetentes, venais ou vazios.
É evidente que este governo precisa de nervos sólidos, muita cabeça e muita sorte, para passar este Verão incólume: a "paz social" é frágil, o calor aperta, a água escasseia, as florestas aí estão, desprotegidas.
À falta de uma catástrofe - que não alegraria ninguém bem formado - os partidos das "direitas" precisam de encontrar forças em si mesmos. Surgem aqui soluções diferentes: Marques Mendes rompe com o antecedente, e sofre lavagens públicas de roupa suja, enquanto que Ribeiro e Castro procura não tornar o PP numa coisa ainda mais pequena (tem feito tudo o que os livros mandam).
Um divide e expurga, para a seguir lucrar.
0 outro mantém e agrega, para mais tarde ter aliados na escalada do Himalaia.
São duas vias, mas o deserto é o mesmo.

domingo, maio 08, 2005

Todo o Alentejo deste mundo

Do Sul ao Norte, seguindo o IP2: pode começar-se na Praça da República em Beja (ler a reportagem sobre a OVIBEJA e anotar o encontro de blogues na planície), passar por Mais Évora (não perder os artigos sobre a Quinta do Chantre e o hospital-que-afinal-não-há) e terminar Em Portalegre Cidade (a reflectir do alto sobre a urbe, mirando da Quinta da Saúde ou da Senhora da Penha).

A direita do futuro

Um notabilíssimo texto ensaístico do jovem Corcunda no Pasquim da Reacção.
Não tenham dúvidas: a mais inspirada vocação de combatente das ideias e o mais vigoroso talento de polemista revelados pela nossa blogosfera encontram-se neste blogador de Lusa Voz.
Sem desdouro para outros... e goste-se ou não se goste. A quem dele discorde, resta sempre apreciar o gosto da inteligência e da cultura (o que não é pouco).

Aporias

O noticiário centrado nos jogos de braço de ferro que se vêm desenrolando no PSD parece-me contribuir pouco para o esclarecimento do dilema cruel que está subjacente a essas disputas.
Focando as peripécias e personalizando os confrontos como se de um torneio desportivo se tratasse, mantém-se a ocultação do que mais importaria discutir.
Repare-se no equívoco que se desprende da maior parte das peças jornalísticas respeitantes a esse campeonato: de acordo com a interpretação mais imediata e acessível dos dados que são presentes ao público, está sobre a mesa uma questão de "credibilidade"; afastados Valentim e Isaltino e mais uns quantos está garantida a "credibilidade".
Pressuposto indiscutido do raciocínio é portanto que em matéria de credibilidade a coisa chegou ali a Marques Mendes e parou.
Ora é neste ponto que interessaria determo-nos um pouco. Não é axioma indiscutível que os chefes dos estados-maiores partidários sejam necessariamente esses espécimens exemplares nascidos da encarnação de todas as virtudes.
E aqui entramos na parte mais difícil do problema.
Com efeito, não se apresenta muito controvertido o diagnóstico sobre o "poder local" que temos visto à solta. Há muito tempo que muita gente tem vindo a alertar para as duras consequências que têm resultado da consolidação dos fenómenos do caciquismo local ou regional. Um pouco por todo o país, e em qualquer dos principais partidos, é fácil encontrar exemplos de como as estruturas locais dos partidos e os órgãos autárquicos podem ser tomados e duradouramente controlados por cidadãos em geral ambiciosos e expeditos e com fraco apego a legalidades formais.
As formas de exercício desses poderes, fruto inevitável da rede de conluios e cumplicidades que são precisos para os alcançar e manter, também são conhecidos e têm sido expostos à saciedade.
Se nada se alterar, continuaremos logicamente a ter os Valentins, os Isaltinos, os Raúis dos Santos, os Abílios Curtos, as Fátimas Felgueiras, os Antónios Saleiros, e também os Mesquitas Machados, os Avelinos Torres, os Narcisos Mirandas, os Albertos Joões, os Mários de Almeida...
É verdade, sim senhor. A depredação moral e física do país por toda uma legião de pequenos sobas deslumbrados é inenarrável e indescritível.
O diabo é assentar no dogma de que atribuindo o poder absoluto nessa matéria de escolha do pessoal para o poder autárquico a quem controlar a máquina partidária em Lisboa o panorama muda radicalmente e o problema fica resolvido.
Essa centralização já existe na prática quanto à selecção dos deputados: quem domina a sede domina a lista, e só pode ser parlamentar quem passar pelo crivo de quem momentaneamente dominar o aparelho dos partidos.
Mas não se pense que o processo é muito diferente no que respeita à apresentação de candidaturas aos órgãos autárquicos: as sucessivas entronizações desses reizinhos e baronetes só têm sido possíveis porque eles oferecem aos chefes dos partidos as vitórias eleitorais de que estes carecem, e em troca desse bem precioso tudo o resto é esquecido.
Em resumo: não me parece demonstrado que esse esplendor da partidocracia que é atribuir a dois ou três seleccionadores nacionais, sejam Jorge Coelho/Sócrates e Dias Loureiro/Marques Mendes ou outros quaisquer, o poder irrestrito de definir quem entra no parlamento, nas câmaras, nas empresas públicas, e no que mais houver, traga inelutavelmente a moralização da vida pública nacional.
Até porque factos conhecidos alimentam-me uma justificada suspeita: que as negociatas e traquibérnias que caracterizam o exercício desses poderes locais não sejam diferentes a não ser em razão da escala daquilo que se vai passando a nível central.
Quando se fala em promiscuidades entre poder político e poder económico, na permeabilidade e nas recíprocas dependências, é bom recordar fontes idóneas como os senhores Abílio Curto e Fátima Felgueiras (para não falar do livro do sr. Rui Mateus que só a simples menção costuma deixar os socialistas com cara de doentes).
Bem vistas e compreendidas as palavras das ditas fontes, percebe-se que regra geral eles limitaram-se a fazer na sua esfera de acção, naturalmente mais limitada e quantitativamente reduzida, o mesmo que se faz a níveis mais altos, com os mesmos métodos e objectivos.
Por outras palavras: em Sabrosa, em Alcoutim, em Penamacor ou em Marvão podem fechar-se por mil as relações que em Lisboa precisariam de um milhão. Os protagonistas podem ser o empreiteiro Xico Martins e o caudilho que temporariamente tiver as rédeas da partido maioritário e da Câmara lá da terra, ou um delegado da "Lynch & Fairchild Corp." e os aspirantes a homens de estado que se perfilam nos corredores do poder lisboeta, por eles mesmos ou através de uns tubarões geralmente associados em luxuosos escritórios de advocacia que se vangloriam de nunca advogar.
Mas, fora a dimensão quantitativa, não vejo diferenças substanciais.
O que custa é vislumbrar uma saída.

sábado, maio 07, 2005

Lisboa move-se

Goste-se ou não, suspeito que a candidatura de José Sá Fernandes à Câmara de Lisboa pode vir a ser um dos grandes acontecimentos das próximas eleições autárquicas. Veja-se a gente que se apresta a mobilizar-se em torno dessa candidatura, leia-se este texto de apoio que surripiei a José Adelino Maltez, e avaliem-se as potencialidades disto. Aqui fica a palavra escrita (com um toque indisfarçável de António Barreto...).

NÃO QUEREMOS
Não queremos mais ver a nossa cidade ser administrada por uma Câmara que se tornou numa permanente ameaça à identidade de LISBOA.
A verdade é que a LISBOA de hoje tem menos praças, menos jardins, menos quintais, menos mercados, menos lojas tradicionais, menos passeios, menos parques desportivos, piores transportes públicos, cada vez menos espaços culturais, nenhuma feira popular, menos associações e agremiações, poucas esplanadas, menos Baixa, menos vida no centro e é menos solidária com os idosos e os jovens. E temos mais lixo, mais acidentes, mais derrocadas, mais prédios ao abandono, o Rio Tejo mais poluído, mais centros comerciais, mais crime, mais ruído, mais sinalética sem sentido, mais trânsito, mais edificação arbitrária, mais rodovias inconsequentes, mais obras de fachada, mais desorganização, mais esbanjamento e pouca transparência, ou seja, menos qualidade de vida.

NÃO QUEREMOS
Não queremos mais assistir à conversão progressiva da nossa Câmara em agência dos negócios imobiliários e da construção civil. Nos últimos anos a gestão da cidade tem-se limitado a impulsionar múltiplos negócios de rendimento garantido, como o do Parque Mayer e a tentativas de concretizar ideias delirantes, insensatas e esbanjadoras como o Túnel do Marquês.
A verdade é que o futuro de LISBOA está a ser, sistematicamente, planeado na prossecução dos interesses dos negócios imobiliários. Vejam-se os Planos da Expo 98 (sobretudo nas suas posteriores revisões), de Braço de Prata, da Ajuda, do Alto do Lumiar, da Artilharia 1, de Alcântara, da 24 de Julho, e da ex-Feira Popular.

LISBOA TEM QUE MUDAR.
E MUDAR PASSA POR:
-acabar com a promiscuidade entre a Autarquia e a construção civil, com averiguação e publicitação do modo, como e a quem são adjudicadas as empreitadas de obras municipais e o fornecimento de bens e serviços;
-auditar todas as empresas municipais;
-rever o PDM com base na estrutura ecológica da cidade, com concretização dos denominados Corredores de Monsanto e Vale de Alcântara, Parque Periférico e Sistema de Chelas (de modo a que a frente ribeirinha, Avenida da Liberdade, Parque Eduardo VII, Monsanto, Alcântara, Ajuda, Ameixoeira e Chelas, mantenham um eixo de ligação e estas duas últimas se integrem finalmente na cidade) e promover a efectiva participação dos cidadãos;
-acabar de vez com a construção de obras públicas sem enquadramento legal, sem concepção devidamente integrada e sem a aferição de impactos e consequências urbanísticas pelas entidades para isso habilitadas (ex.: Túnel do Terreiro do Paço, Túnel do Marquês e Viaduto de Algés, CRIL - troço Buraca Pontinha);
-democratizar e descentralizar a Câmara Municipal de Lisboa organizando-a em função das necessidades dos seus bairros.

UMA CANDIDATURA INDEPENDENTE
Ora, não é nas candidaturas já existentes que antevemos a concretização destas mudanças e, muito menos, qualquer decréscimo da nossa preocupação ou uma viragem drástica no modo de gestão da CIDADE. Por isso, impõe-se o aparecimento e a consequente constituição de uma candidatura que integre todos os elementos e forças capazes da realização destes objectivos e de criar uma nova maneira de servir a CIDADE DE LISBOA.
É com vista ao cumprimento e concretização dos objectivos que temos por essenciais e à reabilitação do serviço público de gestão da CIDADE que apoiamos o cidadão JOSÉ SÁ FERNANDES a assumir a liderança deste projecto e a candidatar-se nas próximas eleições autárquicas à presidência do Município de LISBOA, apelando aos lisboetas, sem discriminação, que apoiem esta candidatura.

LISBOA VAI MUDAR.
5 de Maio de 2005

O regresso da Tia Mariana

Estava eu já convencido que as eleições municipais em Évora seriam disputadas apenas a dois quando deparo com a notícia em blogues afectos ao CDS eborense: haverá candidatura deste lado, sendo a cabeça de lista para a Câmara a Prof. Mariana Cascais e o primeiro nome para a Assembleia Municipal o do Dr. Artur Fouto.
Não deixa de ser revelador da crise que vai para os lados do PSD de Évora o persistente silêncio que se mantém dessa banda. Parece que não haverá outro remédio senão sacrificar-se o próprio líder distrital, António Dieb...
Temos portanto as candidaturas do PS, com José Ernesto de Oliveira e Capoulas Santos, e da CDU, com João Andrade Santos e Abílio Fernandes. Ambas a apostar em força nestas eleições, em cerrada competição - uma por se manter, outra para reconquistar o que já foi seu. Uma a lutar para que se esqueça este último mandato, outra a combater por uma visão dourada das décadas anteriores.
Para já, boa jogada do CDS local. Vamos a ver a sequência. Eu gostaria de ouvir sem demora a palavra dos protagonistas; a estes compete começar já a marcar o terreno, dizer ao que vêm, condicionar a concorrência - candeia que vai à frente... O que têm a dizer Mariana Cascais e Artur Fouto?

quarta-feira, maio 04, 2005

George F. Kennan

O Centro de Investigação e Análise em Relações Internacionais (CIARI) leva a efeito no próximo dia 10 de Maio às 21 horas em Lisboa uma sessão "Em memória de George F. Kennan", destinada a lembrar o diplomata e historiador americano falecido a 17 de Março último, com a bela idade de 101 anos.
Uma boa oportunidade para os entusiastas da Diplomacia, da História Diplomática, ou simplesmente da História do Século XX, aumentarem os seus conhecimentos sobre o autor do "long telegram" (ver "The Sources of Soviet Conduct").

Genial

Este "credo do incrédulo" vale por uma biblioteca inteira!

Contra a Fome

Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam no próximo fim-de-semana (7 e 8 de Maio) a recolher alimentos em 527 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira e Leiria-Fátima.
São precisos voluntários, disponíveis para fazer turnos de duas a três horas à porta de supermercados.
Aqui em Évora podem voluntariar-se quer no próprio Banco Alimentar Contra a Fome (Largo da Estação da CP, tel. 266771432) quer na Associação de Estudantes da Universidade de Évora (Rua de Machede).

As tertúlias do Senhor Reitor

O nosso Magnífico Reitor, Manuel Ferreira Patrício, acalentava a intenção de tentar na Universidade a experiência da tertúlia: espaço de semeadura e colheita do saber, da sabedoria e da sageza, reunião de amigos, assembleia - é ele que o diz.
E a primeira é já amanhã: a inauguração das "Tertúlias à Tarde" realiza-se na quinta-feira dia 5 de Maio entre as 18 e as 20 horas, na Sala dos Docentes do Colégio do Espírito Santo.
O evento está aberto a todos, e conta com as intervenções dos professores Vítor Aguiar e Silva - literatura e humanismo - e Carlos Braumann - a estatística na relação com o desenvolvimento.
Espera-se por todos os tertulíadas.

A contra-revolução em português

As Edições Colibri fizeram sair em dois volumes um importante tabalho da Prof. Maria Ivone de Ornellas de Andrade dedicado a analisar o pensamento contra-revolucionário em Portugal, através da obra de José Agostinho de Macedo, no período compreendido entre 1805 e 1831.
O primeiro volume tem por título "José Agostinho de Macedo - Um Iluminista Paradoxal" e o segundo volume chama-se "A contra-revolução em português - José Agostinho de Macedo".
O prefaciador foi o Prof. Eduardo Lourenço.
Até pela escassez de estudos sobre o grande polemista bejense merece encómios esta iniciativa, sempre ousada e arriscada, ao entrar em terrenos ainda hoje objecto de interditos e tabus no nosso universo cultural.
Louvor às Edições Colibri, detentoras de um catálogo realmente notável e valioso.
Espero que o livro venha a ter como resultado o recrudescer do interesse sobre a extraordinária figura de José Agostinho, nas sua várias facetas - mais não seja por esse "português divagativo, saltitante, endiabrado, salpicado de paradoxos, de fantasia lexical" (Joaquim Palminha Silva) que ele trouxe à nossa expressão literária.

terça-feira, maio 03, 2005

SEMPER

Saiu mais um número da pequena revista "SEMPER", da Fraternidade Sacerdotal São Pio X em Portugal, o primeiro após a eleição do novo Papa.
Neste número, além do mais, destaca-se uma sequência de artigos sobre a situação das minorias cristãs no mundo islâmico, nomeadamente na Turquia, no Líbano, na Palestina e no Iraque.
Recordo que a Fraternidade, de orientação católica tradicional, tal como a revista, estão instaladas na Estrada de Chelas, 29 e 31, 1900 - 148, em Lisboa.
Quem preferir contactar por via electrónica pode fazê-lo:
  • pspx_lisboa@hotmail.com
  • Futuro Presente, ano XXV

    Entrou no seu vigésimo quinto ano de publicação a revista "Futuro Presente", aparecida no já longínquo Verão de 1980.
    Tem agora redacção na Rua do Corpo Santo, n.º 16, 3º, 1200 - 130 Lisboa.
    O número recentemente publicado contém como peça fundamentais um ensaio de Jaime Nogueira Pinto intitulado "25 Anos de Revolução Americana", um estudo de Carlos Blanco de Morais sobre "O Novo Terrorismo e os Direitos Fundamentais", e um debate entre Francisco Sarsfield Cabral, Pedro Lomba e Luís Salgado Matos sobre o tema "U.S.A.: O Tempo Imperial".
    No resto, variada colaboração sobre livros, revistas, autores, cinema, o tempo que passa - de Miguel Freitas da Costa, Roberto de Moraes, Bernardo Calheiros, Rui Falcão, Paulo Mendes.
    Quem quiser contactar por correio electrónico pode experimentar para os endereços que constam da revista:
  • dina.rebelo@lxgift.com

  • futuro.presente@portugalmail.pt
  • "The Life and Death of Peter Sellers"

    Ao que vejo nos anúncios estreia-se esta quinta-feira nos cinemas portugueses um filme britânico sobre Peter Sellers.
    Grande Peter Sellers... quem se riu com a paródia ao rato que ruge, ou com o Inspector Clouzeau, ou se lembra de Mr. Chance, não pode deixar de sentir alguma expectativa e curiosidade.
    O Eurico e o Mendo, homens do cinema, ficam encarregados de se pronunciar sobre o caso.

    Isaltino isaltadíssimo

    Desde os episódios pitorescos em que foi protagonista Duarte Lima (lembra-me sempre irresistivelmente o Calisto Elói de "A Queda de um Anjo", e não é só por ser mirandês) que não me ria assim com as peripécias destes transmontanos que perdem a tramontana com as luzes da cidade.
    Hoje o valente Isaltino de Mirandela e Oeiras destrambelha no semanário "O Diabo" contra os actuais patrões do seu partido. A coisa está preta...
    Mas curiosamente este António Preto gosta tanto dos bastidores como o Isaltino gosta da ribalta... e assim resguarda-se mais.
    Duarte Lima, Isaltino Morais, António Preto, Armando Vara, Edite Estrela, Isabel Damasceno... há aqui qualquer atracção recíproca entre transmontanos e tribunais...

    BLOGS NA PLANÍCIE

    Este encontro até já tem outdoors ("fora de portas"? - pode ficar "outdoors").
    Sigam o Praça da República, e mantenham-se a par dos acontecimentos.

    segunda-feira, maio 02, 2005

    Fados Novos

    Mariza estará no Olympia na quinta-feira, 5 de Maio.
    Mísia há muito que tem o seu público sobretudo lá fora.
    Cristina Branco lança-se no mercado internacional.
    Será que o fado se vai tornar um produto marcante nas nossas exportações?

    Por que razão a blogosfera pára no fim-de-semana?

    Oh Viriato, essa pergunta nem parece tua!!!
    Então aos fins de semana como é que o pessoal tem acesso aos computadores dos empregos?

    Ou há moralidade...

    Ou comem todos pela mesma medida: ocorreu-me agora de repente que existem pelo menos dois Presidentes de Câmara do PSD, e ambos de municípios importantes, que estão na mesma situação de Isaltino de Oeiras (são arguidos em processo penal ainda na fase de inquérito).
    São eles Valentim Loureiro, de Gondomar, e Isabel Damasceno, de Leiria.
    Que vai fazer quanto a estes o Matraquilho?

    domingo, maio 01, 2005

    Vão por mim...

    A cantata cénica "Carmina Burana", uma das peças mais famosas do compositor Carl Orff, vai estar no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, na quarta e na sexta-feira às 21 horas e no domingo às 16 horas.
    Quem puder ir, já sabe.