quinta-feira, março 31, 2011

TEMPO PRESENTE, UMA REVISTA CONTRA-CORRENTE

(Um artigo de António Leite da Costa assinalando "Os 50 anos da revista «tempo presente»", que aqui gostosamente e com a devida vénia reproduzimos.)

O aparecimento, em 1959, da revista "tempo presente", que tinha como director Fernando Guedes, um conselho de redacção formado por António José de Brito, António Manuel Couto Viana, Caetano de Melo Beirão e Goulart Nogueira e secretário, João Manuel Pedra Soares – e, a partir do segundo ano, número 13, também Artur Anselmo, único secretário no último ano – e, como editor e proprietário José Maria Alves, veio contribuir para um debate que, não sendo novo entre nós, ganhava, então como hoje, uma premente actualidade. O debate era amplo e versava várias questões. Logo à partida, o que se entende por cultura e cultura portuguesa, pois de uma revista portuguesa de cultura se tratava. Uma segunda nota é que a cultura é sempre uma cultura viva, que alia o pensamento e acção ou transforma o pensamento em acção. Daqui resultou, como consequência lógica, a intervenção, no meio cultural português, de um grupo de intelectuais nacionalistas e monárquicos seduzidos também eles por propostas modernas e vanguardistas de artistas e de escritores, nacionais e estrangeiros, o que naturalmente punha em causa a visão largamente difundida pelos intelectuais de esquerda, que a si mesmos se consideravam os únicos capazes de compreender os sinais dos tempos e as correntes do futuro, de modo a entrar, definitivamente, nas páginas da História. É que, embora a revista se chamasse tempo presente, ela continha em si mesma as páginas do futuro, sem deitar fora as lições do passado. Significativamente, citava, logo no primeiro número (p. 3), três textos – um do Ecclesiastes, outro de Santo Agostinho e o último do poeta e dramaturgo anglo-americano T. S. Eliot – que reforçavam esta ideia que animou e deu corpo a este projecto cultural. A citação de T. S. Eliot é verdadeiramente paradigmática e, por isso, vale a pena recordá-la: O tempo presente e o tempo passado São ambos presentes talvez no tempo futuro E o tempo futuro contido no tempo passado. Mas foi ao longo de várias páginas da rubrica tempo presente que número após número se nos foi dando conta não só das claras e límpidas intenções da revista mas também da reacção, por vezes intempestiva e nem sempre inteligente – isto é, capaz de saber ler o que de facto estava escrito –, de críticos e opositores. Quase sempre assinados por Goulart Nogueira, constituíram estes textos uma forma de elucidar o leitor mais distraído daquilo que, na velha linguagem camoneana, se via claramente visto, mas que alguns teimosamente não queriam acreditar, talvez pelo carácter inovador e arrojado da própria revista. Daí que, no número 12 (Abril de 1960), ao encerrar-se o primeiro ano de vida, numa nota assinada pela redacção e intitulada também tempo presente (pp. 3-5), se fizesse o ponto da situação e se esclarecessem assinantes e leitores: " Qual foi o nosso intuito? Fazer uma revista que tivesse acção reactiva, revolucionária e formativa, que despertasse energias, que desencadeasse forças, que evidenciasse os valores, que gerasse uma consciência." E, por isso, esta revista combatente, como também se proclama, não entrou, "comodamente, na corrente: fizemos contra-corrente, lutámos." Para logo acrescentar: " Pretendeu-se, nesta revista, dar um testemunho de presença ao supremo valor, ao que é totalmente humano, um testemunho actual." E continua: " Nas artes, no pensamento, em todas as manifestações espirituais e humanas, qual foi a nossa posição e o nosso cuidado? Aceitar que todas as posições eram possíveis e legítimas, digamos até necessárias, desde que não tornassem parcelares o homem e a vida. O todo e o universal tinham de integrar o modo e as parcelas, o humano tinha de justificar as obras, o espírito tinha de explicá-las e inspirá-las, elas tinham de situar-se nele." Para logo acrescentar: "Por isso, nunca nos fechámos em uma escola. Se alguém nos considerou neo-futuristas, concretistas ou qualquer coisa semelhante, teve, a breve trecho, de desenganar-se." A ligação entre o passado e o presente, o clássico e o moderno foi constante e permanente. " A quem tenha estado atento, não haverá escapado que, desde o primeiro número, declaramos aceitar a obra clássica e a moderna, a realista e a romântica, a documental e a imaginativa, etc., etc." Daí que tenham apresentado " ao público português autores, obras e tendências modernas, de modo a torná-lo conhecedor do que se vai processando no mundo – esta é uma tarefa sobretudo informativa." Mas também " apresentámos ao público os autores, as obras e tendências que, nesta época negativista, perplexa, materialista, fragmentária, cerebralista ou sentimentalista, comunicam a fé e a afirmação, o espiritualismo e a unidade, a integridade humana e a dedicação, a claridade e a naturalidade sábia, a virilidade e a luta." E, mais adiante, esclarece: " A nossa revista pretendeu, pois, dar testemunho de interesse pelos vários sectores da cultura" e que mostra, desde o início, " insubmissão à lei das maiorias ou ao insulto desta conturbada época. Eis uma tarefa que nos compete e que temos procurado cumprir". E cumpriram.


No início do terceiro ano de publicação ( nº21-1961), e de novo em tempo presente (pp. 3-5) – e da responsabilidade da redacção – se faz um balanço da influência da revista no meio cultural português, afirmando acertada e justamente: " Trouxemos ao panorama cultural português um revigoramento inesperado, uma inesperada voz – dizemo-lo com simplicidade, sem vaidade pavoneante, mas com justo orgulho." Pois, " com tempo presente começou o processo de desmistificação, como se diz em linguagem da moda." Mas se " houve emocionados sobressaltos de adesão, houve um frémito de juvenilidade; e, por outro lado, houve o surdo rancor, a raiva impotente, a campanha do silêncio, tentando abafar o som deste clarim rejubilante, vivo." Em suma, como quase sempre sucede a quem fica irremediavelmente preso ao comodismo, houve não só a incompreensão da novidade como o medo da ousadia, de ir mais além, de tentar compreender o futuro gerado continuamente no presente. A perfeita ligação entre tradição e modernidade, reflectiu-se, desde logo, na qualidade gráfica da revista, com capas de Fernando Lanhas, nos temas e artistas estudados, na riqueza literária das colaborações, no cuidado da organização de cada número, na selecção dos textos antologiados, na divulgação da correspondência inédita publicada, nos poetas traduzidos com sensibilidade e rigor. Mas também nos temas versados que iam desde o direito à política, passando pela música e o teatro, a filosofia e a história, o cinema e a rádio, a sociologia e a antropologia, a literatura e as artes plásticas, que naturalmente abundavam, sem esquecer a crítica literária e a polémica, plena de ironia da rubrica A besta esfolada, título tomado de empréstimo a José Agostinho de Macedo, e, embora não assinada, da autoria de Goulart Nogueira. O número duplo de tempo presente de Set./Out. de 1960 (17/18) é dedicado ao V Império. Nele colaboraram Agostinho da Silva, Álvaro Ribeiro, António Manuel Couto Viana, Artur Anselmo – responsável pela organização deste volume - , Duarte de Montalegre ( J. V. de Pina Martins), Fernando Guedes, Fernando Luso Soares, Goulart Nogueira, Rafael Monteiro, Raul Leal e Raymond Cantel. Contém igualmente uma antologia sobre o mesmo tema, feita pelo secretário da revista e organizador deste número. Este número duplo teve larga projecção, tendo sido adquirido por alguns leitores seduzidos apenas por esta matéria e que não compravam habitualmente a revista, existindo mesmo em duplicado em algumas bibliotecas, antevendo os respectivos bibliotecários o natural interesse das futuras gerações por este assunto e o modo como era aqui exposto, quer literária, quer graficamente. Nos 27 números publicados, de Maio de 1959 a 1961, deram-se a conhecer autores e correntes estéticas pouco divulgadas entre nós, como Ezra Pound, T. S. Eliot, Stefan George, Hilda Doolitle, W. B. Yeats ou o vorticismo, o dadaísmo, a pintura abstracta, o concretismo (na música e na poesia), os Angry Young Men, a Beat Generation. Ou ainda, na sétima arte, cineastas como Eisenstein, Fritz Lang e Truffaut, para além de artistas plásticos como Graham Sutherland, Paul Nash, Henry Moore, Rouault. Nas suas páginas "reencontrou-se" o grupo do Orpheu com textos de Fernando Pessoa, Almada negreiros, Mário de Sá-Carneiro e Raul Leal, colaboraram Manuel Bandeira, Murillo Araújo, Lygia Fagundes Teles, os concretistas brasileiros Décio Pignatari e Haroldo e Augusto de Campos, foram reveladas peças até aí inéditas de Almada Negreiros, Alfredo Cortez, Tomaz de Figueiredo, Raul Leal, saíram antologias de Robert Brasillach, Drieu la Rochelle e Giovanni Papini. A lista de colaboradores e de autores de textos inéditos ou reproduzidos atinge praticamente a centena e meia. Muitos deles já consagrados, outros que se tornaram conhecidos no jornal Mensagem, editado em Coimbra (1948), ou nas folhas de poesia Tavola Redonda (1950) ou na revista Graal (1956), ambas de Lisboa. Outros ainda que colaboraram no 57(Lisboa, 1957) ou fundaram a revista Cidadela (Coimbra,1959) ou escreviam regularmente nos Estudos do velho C.A.D.C. de Coimbra e que buscaram neste tempo presente um local de convívio e encontro cultural. Finalmente, aqueles que aqui encontraram o seu espaço de debate e de afirmação: Agostinho da Silva, Agustina Bessa-Luís, Amândio César, António Botelho, António Quadros, António Correia de Oliveira, António Salvado, Ana Hatherly, Álvaro Ribeiro, Armando Cortês Rodrigues, Artur Anselmo, Carlos Eduardo de Soveral, Domingos Mascarenhas, Duarte de Montalegre, Eduíno de Jesus, Esther de Lemos, Fausto José, Fernando Paços, Francisco da Cunha Leão, Francisco Rendeiro, O. P., J. Beckert d’Assumpção, J. Monteiro-Grilo, João Bigotte Chorão, José Blanc de Portugal, José Enes, José Valle de Figueiredo, Luís Cajão, Luís Forjaz Trigueiros, Manuel de Seabra, Manuel Gama, Manuel Moutinho, Manuel Múrias, Manuel Vieira, Maria Manuela Couto Viana, Matilde Rosa Araújo, Mário Saa, Miranda Barbosa, Natércia Freire, Nuno de Sampayo, Ruy Alvim, Ruy Belo, Sellés Paes, Soares Martins, Tomás Kim, Tomás Ribas e tantos outros. Mas toda a concepção, organização e realização da revista é obra sobretudo do seu director – Fernando Guedes -, do conselho de redacção – António José de Brito, António Manuel Couto Viana, Caetano de Melo Beirão e Goulart Nogueira – e dos secretários, inicialmente João Manuel Pedra Soares e, a partir do segundo ano, Artur Anselmo. Todos eles se desdobraram na redacção de ensaios, crítica literária, pequenas notas ou crónicas, em traduções de autores estrangeiros, ou em antologias de escritores de referência que marcaram cada número da revista e o seu conjunto de forma indelével e duradoura, merecendo muitos desses textos figurar, também eles, numa antologia do que de melhor se escreveu em revistas portuguesas, pois estão, ainda hoje, prenhes de actualidade e de rigor. Como G. K. Chesterton, também esta revista quis ser contra-corrente. E é, por isso, que como este genial e admirável escritor inglês ela é também, ainda agora, cinquenta anos passados, tempo presente.

*Texto inicialmente publicado no volume Annualia 2008-2009.

quarta-feira, março 30, 2011

Portugal e a Sérvia em debate na Universidade Lusíada


A propósito do centenário das relações diplomáticas luso-sérvias, realiza-se na próxima quinta-feira um debate em que intervirão, entre outros, os nossos confrades bloguistas Humberto Nuno de Oliveira e Duarte Branquinho.

Município de Viana do Castelo lança Prémio Escolar António Manuel Couto Viana


O Município de Viana do Castelo criou um "Prémio Escolar António Manuel Couto Viana", em homenagem à vida e obra do escritor, autor de literatura infantil, poeta, ensaísta, tradutor e dramaturgo vianense. A intenção é dar a conhecer a obra do autor e premiar as produções literárias e artísticas da comunidade escolar vianense. Esta iniciativa pretende assim premiar produções literárias e artísticas da população estudantil infanto-juvenil da comunidade escolar vianense, sob as modalidades de poesia, conto, ensaio e ilustração. Desta forma, o Prémio pretende incentivar e promover novos talentos literários e artísticos, estimulando o gosto pela leitura, pela escrita e pela arte como formas de acesso à educação e à cultura. A atribuição do Prémio Escolar António Manuel Couto Viana decorre da realização de um concurso, organizado pelo Município de Viana do Castelo, através da Biblioteca Municipal, que conta ainda com o apoio das Bibliotecas Escolares dos estabelecimentos de ensino público e privado do concelho. Os trabalhos a concurso devem ser remetidos pela Escola/Biblioteca Escolar à Biblioteca Municipal até ao dia 29 de Abril de 2011 e o Regulamento poderá ser consultado em www.biblioteca.cm-viana-castelo.pt/.

"O fim histórico de Portugal", de Amorim de Carvalho

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Obra de Amorim de Carvalho, disponível na livraria Alternativa Portugal ou na Casa Amorim de Carvalho, no Porto.


Sobre o filósofo Amorim de Carvalho:

(...) em várias ocasiões evocará ele o ambiente deletério em que vivia, impregnado de mentalidades hostis, de facto, ao espírito objectivo, científico e filosófico. Explicou essa situação nefasta do meio intelectual português, como tendo origem na «decadência generalizada afectando o pensamento ético, político, social, filosófico e estético», imposta pelo homem-massa, pelas elites decaídas ou pseudo-elites, utilizando as técnicas modernas da propaganda organizada, o elogio mútuo. (...) morrendo conformado, com toda a serenidade, em 15 de abril de 1976, em Paris. Não quizera morrer na pátria que ele logo considerara estar sendo submetida, desde 1974, a um processo político que a levava inevitavelmente ao seu «fim histórico», como nação independente com sua significação no processo histórico."

segunda-feira, março 28, 2011

"O Diabo" de 29 de Março


"Como se reergue um Estado", de António de Oliveira Salazar

Um livro para hoje, disponível em qualquer livraria. http://www.esferadocaos.pt/pt/catalogo_detalhe_ideias15.html

sábado, março 26, 2011

"Salazar e a revolução em Portugal", de Mircea Eliade


É de poucos conhecido o tremendo fascínio que a figura, o ideário e o estilo de governação de Salazar exerceram sobre Mircea Eliade. Escrita em romeno e publicada apenas em Bucareste, muito badalada na imprensa portuguesa da época mas nunca vertida para a nossa língua, esta obra, que acabou por ser esquecida, mais que qualquer outra lançou as bases para a construção do mito luminoso do fundador do Estado Novo, interpretando o seu pen­samento e a sua acção política no contexto da «balbúrdia sanguinolenta» em que Portugal, no primeiro quartel do século XX, estava mergulhado. Inclui uma narração empolgante dos mais marcantes acontecimentos da nossa História, do consulado pombalino ao colapso da Primeira República, uma bio­grafia sintética de Salazar e uma análise dos fundamentos das políticas salazaristas. Mircea Eliade (Bucareste, 1907 - Chicago, 1986) é hoje universalmente reconhecido como a maior referência na história e pensamento sobre as religiões. Professor na Sorbonne e na Universidade de Chicago e doctor honoris causa pelas maiores universidades europeias, publicou algumas das mais citadas obras nesta área do saber, como, por exemplo, Tratado da História das Religiões, O Mito do Eterno Retorno, Aspectos do Mito e esse trabalho incontornável intitulado O Sagrado e o Profano. Afirmou-se ainda como um grande romancista e novelista, com mais de vinte títulos de ficção dados à estampa, o que lhe valeu abalizados prémios literários. Antes de atingir esse patamar de extraordinária notoriedade, porém, talhou o seu percurso de aprendizagem com diversas viagens e estadas mais longas em alguns países, como a Índia, a Inglaterra e Portugal. Entre 1941 e 1945 permaneceu em Portugal como diplomata da embaixada da Roménia, entre Cascais e Lisboa. Fascinado pelos princípios estruturais do Estado Novo e pelo seu líder, acreditando que deveriam ser estes os ideais a seguir também pela sua Roménia, escreveu este livro em 1942. http://www.esferadocaos.pt/pt/catalogo_detalhe_ideias128.html

quarta-feira, março 23, 2011

Contra o acordo ortográfico


No sábado, no Largo Camões, acção de protesto contra a deformação da língua portuguesa por via política: contra o designado "acordo ortográfico".

Épica Idade Média

Para quem estiver no Porto: ainda pode assistir nos dias 24, 31 de Março e 14 de Abril, no Auditório Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a três dos filmes do interessante ciclo de cinema intitulado Épica Idade Média. Todos os filmes têm início às 17:30, e a entrada é livre. O programa vai do expressionismo alemão a Hollywood, sempre centrado nas mais importantes tradições épicas europeias. Depois de "Os Nibelungos - Siegfried", de Fritz Lang, restam "Beowulf and Grendel", de Sturla Gunnarsson, "La Chanson de Roland" de Frank Cassenti e "El Cid" de Anthony Mann.

terça-feira, março 22, 2011

Homenagem a António Quadros


Homenagem a António Quadros, no próximo sábado dia 26 de Março, no Palácio Foz.

Na hora de Artur Agostinho



Na morte de Artur Agostinho, recordamos aqui as capas de dois dos seus livros - aqueles que certamente não serão lembrados pelas homenagens oficiais, que tudo farão para esconder a perseguição que lhe foi movida pelas forças que dominaram Portugal após o 25 de Abril. Nestas duas obras Artur Agostinho relata a sua vida no pós-revolução - o saneamento, o esbulho, a calúnia, a prisão arbitrária, o exílio. Um depoimento exemplar para conhecer a demência que assolou Portugal naqueles tristes tempos, de 1974, 1975, 1976 - cuja factura, bem pesada, temos pago e continuaremos a pagar até ao fim dos nossos dias.

A obra e o pensamento de Eudoro de Sousa


"Ocorrendo, neste ano, o centenário do nascimento de Eudoro de Sousa (1911-1987), figura maior do pensamento luso-brasileiro contemporâneo, decidiu o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira assinalar a efeméride com a realização de um Colóquio Internacional dedicado ao estudo da sua obra e pensamento, cuja produção e edição se repartiu entre os dois países.
Companheiro e íntimo convivente intelectual de Álvaro Ribeiro, António José Brandão, Delfim Santos, José Marinho e Sant’Anna Dionísio, em Portugal, e de Agostinho da Silva, Vicente Ferreira da Silva, António Telmo e João Ferreira, no Brasil, Eudoro de Sousa acompanhou aqui os primeiros na oposição crítica ao positivismo, na atenção reflexiva às relações entre filosofia e filologia e na valorização da obra e da figura de Leonardo Coimbra, vindo a singularizar-se pela meditação que, desde sempre, dedicou à mitologia e à filosofia da religião, a qual se manifestou nos artigos e ensaios que publicou, em Portugal, no decénio de 1944-1953 e veio a encontrar acabada expressão na trilogia Horizonte e Complementaridade (1975), Mitologia (1980) e História e Mito (1981), redigidas e editadas durante a sua permanência no Brasil, onde participou nas actividades que vieram a configurar a Escola de São Paulo e exerceu longo e fecundo magistério na Universidade de Brasília.
Apesar de a totalidade da sua obra haver sido recentemente editada em Portugal (INCM, 2000-2004) e ter sido objecto de valiosos e inteligentes estudos interpretativos nos dois países, é ainda relativamente limitado o conhecimento do seu pensamento, esperando-se que o presente Colóquio possa contribuir para conferir a Eudoro de Sousa o lugar cimeiro que lhe cabe na reflexão luso-brasileira da segunda metade do século XX."

Actividades Culturais no Palácio da Independência


Já na próxima quarta-feira dia 23 de Março, às 18h00, nova conferência do Ciclo “Pensar Portugal”, intitulada “Portugal e a zona Euro”, que terá como orador o Dr. Rui Carp.
No dia 24 de Março, quinta-feira, às 11h00, realiza-se mais uma Oficina de Artes e Letras, com a coordenação e docência da Mestre Paula Oleiro e do Dr. Pedro Pyrrait, que terá como tema “O Fogo na Literatura, na Pintura, na Música e no Cinema”.
No dia 25 de Março, sexta-feira, todos os interessados poderão comparecer às 15h00 pois será feita uma visita guiada ao Palácio da Independência, com a duração aproximada de hora e meia (entrada gratuita).

O Diabo existe, e está em todo o lado!

segunda-feira, março 21, 2011

Acção contra o acordo ortográfico

sexta-feira, março 18, 2011

Mais livros, mais livres!


Já tinha apelado a que corram a esgotar os livros disponíveis neste catálogo da Alternativa Portugal , agora acrescento outro local onde encontrar raridades/preciosidades, sobretudo de António Ferro: a Fundação António Quadros.


E não se podem esquecer dos títulos oferecidos nas Edições Réquila, ou do catálogo das Edições Falcata.

"Nova Águia", n.º 7

quinta-feira, março 17, 2011

122º aniversário do nascimento de Salazar

Salazar: 28 Abril 1889 - 28 Abril 2011

Está marcada uma homenagem pelo 122º aniversário de nascimento do Dr. António de Oliveira Salazar, a qual terá lugar no dia 30 de Abril, na sala de Banquetes da Pastelaria Mexicana, em Lisboa, na Av. Guerra Junqueiro, nº 30.
Informações:
info@oliveirasalazar.org

quarta-feira, março 16, 2011

Edições Réquila

Um novo título nas Edições Réquila; não deixem de examinar todo o catálogo.

terça-feira, março 15, 2011

Encontro em Lisboa, no próximo sábado


No próximo dia 19 de Março, em Lisboa.

domingo, março 13, 2011

Portugal saiu à rua!

sábado, março 12, 2011

A classe política está à rasca!

sábado, março 05, 2011

Vamos erguer a voz por Portugal



Vamos erguer a voz, por Portugal!

quinta-feira, março 03, 2011

Se o país está todo à rasca, levantemos todos a voz!


Surpreendentemente, ou nem tanto para quem persiste em viver a realidade que não aparece nos jornais e telejornais, todos feitos no círculo limitado em que se movimentam políticos e jornalistas, os movimentos de contestação e protesto que surgiram no ciberespaço, essencialmente no facebook, parecem estar longe de se esboroar, e antes parecem ganhar cada vez maior expressão quantitativa.
Poderão vir a constituir uma verdadeira onda que transborde para toda a sociedade, designadamente para as ruas, e transformar-se numa vaga que exprima um autêntico movimento da opinião pública?
Ainda é cedo para o saber, e para já o que se pode afirmar é que muita da agitação explica-se pelo contágio, nascido do paralelismo com outros fenómenos e outras terras. Mas nem tudo se pode explicar pelo simples mimetismo; as causas do descontentamento são reais, e a dimensão assumida pelo movimento, e a natureza das críticas levantadas, bem presentes em todas as intervenções e desabafos dos seus activistas, permite antever uma realidade bem mais consistente do que ao princípio todos tenderiam a imaginar.
Poderá a dinâmica suscitada fazer nascer uma nova consciência política, e vir mesmo a traduzir-se, senão num programa, ao menos num caderno de reivindicações que signifique um autêntico cheque mate à situação política vigente? É isso que ainda se afigura duvidoso.
Porém, algo se pode desde já observar, para nós de importância extraordinária: os mais notórios tenores e serventuários da ordem instituída começaram a alarmar-se com a dimensão e o sentido do movimento. Já se ouvem a tinir as habituais campainhas de alarme. Ora o facto é decisivo, determinante, critério infalível para definição da nossa própria posição. Se eles estão contra, nós estamos a favor.
Levantemo-nos, pois, todos os portugueses que sonhamos a esperança de um Portugal restaurado; contra as quadrilhas partidárias, as redes maçónicas, as mafias dos negócios, a bancocracia, todas elas aliás estreitamente interligadas e interdependentes, levantemos a revolta, a voz do povo em demanda de um futuro diferente.

quarta-feira, março 02, 2011

Colóquio sobre Fialho de Almeida

Realiza-se no próximo dia 4, às 17.30, no Palácio da Independência (Largo de São Domingos, em Lisboa), organizado pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, um colóquio sobre o escritor José Valentim Fialho de Almeida, a propósito do centenário da sua morte.
Modera o debate o jornalista Octávio dos Santos e são intervenientes a Prof. Doutora Isabel Pinto Mateus, o Doutor Ricardo Revez e o Mestre Duarte Drumond Braga.

Alain de Benoist de novo em Portugal

O conhecido intelectual francês Alain de Benoist está de regresso a Portugal, desta vez para marcar presença na Universidade de Coimbra, onde vai proferir no dia 4 de Março, às 11.45, uma conferência sob o tema “As Origens da Crise Financeira” (no anfiteatro IV da FLUC). A apresentação está a cargo do Prof. Alexandre Franco de Sá, e o acto encerra o II Colóquio Intradepartamental "Aprofundar a crise", promovido pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que ali se realiza nos dias 3 e 4 de Março.