sábado, maio 31, 2008

Conferência sobre o Kosovo

Realiza-se no próximo dia 6 de Junho, sexta-feira, às 11 horas, no anfiteatro 1 da Universidade Lusíada de Lisboa, uma conferência com o tema "A União Europeia, a Sérvia e a questão do Kosovo".
Estão previstas intervenções do Embaixador da Sérvia em Portugal, Dusko Lopandic, de Ksenija Milivojevic, conselheira governamental sérvia, de Pedro Caldeira Rodrigues, jornalista especializado em assuntos do Sudeste da Europa, e de Humberto Nuno Oliveira, professor e dirigente da Associação Portugal Sérvia.

... dá e leva.

"Pacheco Pereira, sempre indignadíssimo com os jornais (excepto aquele onde escreve regularmente), as revistas (excepto aquela onde pontifica uma vez por semana), as rádios (excepto aquela que o escuta como comentador) e as televisões (excepto aquela onde debita sentenças nas noites de quinta-feira), optou aqui por um discurso rasteiro, insultando em vez de argumentando. Cada vez menos racional, cada vez mais passional. Em defesa da sua dama.
É uma pena."

Quem vai à guerra...

"Quem esteja atento aos órgãos de comunicação pode aperceber-se de um novo mecanismo de formação da opinião jornalística, da opinião dos profissionais do jornalismo, cujo impacto no produto final, no jornal, na rádio, na televisão, é decisivo. Esse novo mecanismo são os blogues, agora com novos aspectos. Podemos considerar que houve uma Fase 1: o mundo dos jornalistas ia buscar temas e inspiração aos blogues, mais ou menos à socapa, sem citar ou citando contrariados, numa relação de hostilidade contra os blogues, tidos ou como adversários ou como exemplo de um subjornalismo, sem crédito e a que não se devia ir sem pinças e máscara. Hoje estamos na Fase 2: os jornalistas não só mergulharam no mundo dos blogues como se tornaram autores de blogues, absolutamente idênticos aos outros blogues, tribais, opinativos, obcecados pelas audiências, manifestando com clareza ódios e amores, ligando-se e desligando-se entre si, e transportando para os jornais as lógicas e movimentos típicos da blogosfera. Quem parece estar a “ganhar” na blogosfera, passa a “ganhar” nos jornais, pela razão simples que os artífices de um ou outro mundo são os mesmos e a ferida narcisista, como se sabe a mais profunda no meio dos blogues, passa a ser também a ferida no meio dos jornais."
Pacheco Pereira, no Abrupto

sexta-feira, maio 30, 2008

Livros do dia

Para descarregar:

Polémicas

A área nacional definha?

A direita é agora?

Associação Cristóvão Colon

No dia 20 de Maio de 2008 foi formalmente constituída a Associação Cristóvão Colon, com sede na vila de Cuba, Alentejo, e cujo objecto social é "defender, por todos os meios legítimos, a nível mundial, a portugalidade do navegador Cristóvão Colon, promovendo a divulgação dos respectivos factos históricos".
O dia 20 de Maio tem um forte carácter simbólico associado ao Almirante das Índias, pois foi a data da sua morte, no ano de 1506 na cidade de Valladolid no reino de Castela.
São membros fundadores da Associação Cristóvão Colon:
Abel de Lacerda, Abel Cardoso, António de Noronha e Lorena, António Perestrelo Cavaco, António Sustelo, Carlos Calado, Francisco Matoso, Francisco Orelha, Francisco Carlos Oliveira, Francisco Pólvora, Henrique Zarco, João Moniz, João Brandão Ferreira, João Garcia, José Sequeira Carvalho, José Ernesto Oliveira, José Gaspar Rodrigues, José Matos Anastácio, Julieta Marques, Manuel Rosa, Manuel Luciano Silva, Maria da Luz Calado, Palmira Vargas Oliveira, Paulo Mascarenhas Barreto, Pedro Laranjeira, Paulo Alexandre Loução.

ver: Núcleo de Amigos da Cuba (NAC)
contactar: assoc.cristovaocolon@gmail.com

Partido Nacional Renovador em Évora

Vai realizar-se em Évora um encontro do Partido Nacional Renovador, no dia 22 de Junho de 2008.
Programa:
Encontro na Praça do Giraldo às 12h00
Almoço de Convívio às 13h00
No fim do almoço será feita a distribuição de folhetos na zona da Feira de São João.
Confirmações de presenças e inscrições para o almoço:
http://www.evoraterraportuguesa.blogspot.com/

Acção da "Nova Democracia" em Évora

Amanhã, dia 31-05-08, a Nova Democracia de Évora em conjunto com as Novas Gerações de Évora estará em contacto directo com a população da cidade em vários locais, nomeadamente: Praça do Giraldo, Praça 1º de Maio e Praça Joaquim António Aguiar.

quarta-feira, maio 28, 2008

Falácias e equívocos em sede de "direito dos menores"

Quem está habituado a ler relatórios dos técnicos da segurança social encarregados de acompanhar situações referentes a menores não pode deixar de notar que o conceito de "superior interesse da criança" coincide em geral, nas concepções vertidas nesses documentos, com factores sócio-económicos. Os progenitores, tal como os pretendentes a isso, são frequentemente avaliados por ter uma casa "com boas condições", um emprego "estável e bem remunerado", oferecerem às crianças "um quarto só para si", "muitos brinquedos", "actividades lúdicas, como o judo, a natação, a equitação".
Como é óbvio, uns têm mais que outros.
Por este caminho pode chegar-se a uma situação que podemos caricaturizar dizendo que os mais pobres têm as criancinhas e os mais ricos ficam com elas.
Pelo meio os serviços do Estado encarregados de intervir nessa área terão uma função redistribuidora.
É perigoso, muito perigoso.
Sobretudo se vingarem na jurisprudência certas tendências, que estão habilmente a ser instiladas através da comunicação social por grupos de pressão interessados, e que ultimamente até propõem a sua consagração por via legislativa, que se traduzem em privilegiar a criação de factos consumados. Esquecendo-se, ou não, que há alguns, mais fortes, que têm o poder de fabricar tais situações, enquanto outros, porque mais fracos, não podem competir nesse terreno.
E se os perigos que aponto são constatáveis a nível dos casos que por natureza têm o acompanhamento dos organismos competentes muito mais prementes são ainda nos casos que, por óbvios motivos, nascem e vivem à revelia desses organismos.
Por essa via podemos assistir, por exemplo, ao reforço de um circuito paralelo de "adopções", mantido à margem dos organismos oficiais, e muito mais ágil e eficaz, em que o único factor que conta é o dinheiro, criando um mercado clandestino com o poder de criar situações de facto a que a ordem jurídica será chamada só para colocar chancela e selo branco.
Parece-me, mais uma vez, muito perigoso.

terça-feira, maio 27, 2008

O Padre António Vieira e a sua mensagem

No próximo dia 28 de Maio, quarta-feira, pelas 18 horas, efectua-se na Sociedade Histórica da Independência de Portugal (Palácio da Independência, Largo de São Domingos, em Lisboa), uma conferência pelo Prof. Doutor Aníbal Pinto de Castro, subordinada ao tema “O Padre António Vieira: a dimensão cultural da sua mensagem”.
Nas instalações da Sociedade pode também visitar-se uma exposição destinada a assinalar os 200 anos das Invasões Francesas: “Bicentenário das Invasões Francesas – Napoleão e a sua Época”.

"Jornal de Coruche" venceu prémio para a imprensa regional

O Jornal de Coruche foi o vencedor do "Prémio SHIP Imprensa Regional 2008", entregue no passado dia 26 de Maio, no Palácio da Independência em Lisboa, na cerimónia comemorativa dos 147 anos da SHIP – Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
O primeiro prémio foi atribuído ao “Jornal de Coruche” pelo trabalho “O Mar e Portugal” do Dr. Miguel Mattos Chaves.
Foram ainda atribuídas quatro menções honrosas a trabalhos publicados no "Jornal de Coruche":
- a Vitório do Rosário Cardoso, pelos seus artigos sobre o Oriente Português;
- ao Prof. Carlos Consiglieri, pelos seus dois artigos sobre Olivença;
- ao Dr. Vasco Mantas, pelo seu artigo “Portugal Atlântico”;
- ao General Rodolfo Begonha, pelo seu artigo “As Forças Armadas”.
O Jornal de Coruche foi fundado há dois anos por Abel Matos Santos, com o intuito de se criar uma alternativa independente, contra corrente, fora do politicamente correcto, para defender os valores pátrios e a verdade histórica, sendo hoje uma referência no jornalismo de qualidade a nível regional e nacional, com uma circulação efectiva de cinco mil exemplares/mês.
(ver ainda Conspirações da Vila de Coruche).

Em Évora: debate público sobre o "Estudo de Enquadramento Estratégico do Centro Histórico"

A culminar o conjunto de três sessões de debate público, promovidas pelo Grupo Pro-Évora (GPE), sobre o Estudo de Enquadramento Estratégico para a Área do Centro Histórico de Évora, efectuado pela empresa Parque Expo por encomenda da Câmara Municipal de Évora (CME), realiza-se no dia 28 de Maio, quarta-feira uma sessão sobre o tema "Mobilidade e Acessibilidade", que tem como orador convidado o Prof. Dr. Eng. Fernando Nunes da Silva, e em que participará, tal como nas anteriores, o Administrador Executivo da Sociedade de Reabilitação Urbana “Évora Viva”, Arq.º Jorge Pires.
A sessão, aberta a todos os interessados, realiza-se na sede do Grupo, na Rua do Salvador, n.º 1, pelas 21.30 horas.
O Grupo Pro-Évora convida todos os interessados a participar nestes debates.

segunda-feira, maio 26, 2008

A paródia das "quotas para mulheres"

Da crónica de Alberto Gonçalves no DN:

Em S. João da Madeira, um centro comercial (da Sonae) criou quatro lugares de estacionamento só para mulheres, isto é, pintados a cor-de-rosa e dotados de uma área superior aos restantes. Por sorte, o Bloco de Esquerda não pactua com a discriminação violenta e apresentou uma queixa à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), sob o pretexto de que este “tipo de atitudes (…) apenas reforça e perpetua estereótipos de género que se revelam negativos para as mulheres, e atrasam o direito à igualdade de género”.
(…)
Não há nenhum motivo para tratar as mulheres ao volante como débeis mentais e cobri-las de medidas paternalistas e humilhantes. Essas ficam reservadas para as mulheres na política, as quais, conforme as quotas e o próprio BE justamente admitem, são uns casos perdidos de subalternização e incapacidade.

O que é que muda?

A um estranho que chegue a Portugal e tome contacto com os portugueses poderá parecer que se trata do povo com maior potencial revolucionário do mundo conhecido. Ninguém está satisfeito com nada, toda a gente se queixa de tudo, a crer nas conversas e nos desabafos vive-se à beira da revolta generalizada. Com algum conhecimento mais, chega-se à conclusão de que estamos na realidade perante um povo que em regra aceita tudo o que lhe fazem - esgotando a indignação e as energias contestatárias na verborreia maledicente.
Um povo comodista, conformado e abúlico, que só se incomoda mesmo com o que lhe chega à porta, ou se mexem com as suas pequenas rotinas, e ainda então fica a aguardar que alguém resolva o problema.
Uma terra extremamente conservadora e imobilista, em suma.
Neste contexto se tem que analisar o interesse, até o frenesim, que se apoderou de tantos que normalmente surgem com a postura de descontentes e inconformistas, reclamando em altas vozes rupturas e mudanças, em face do concurso que actualmente decorre num dos dois partidos que se responsabilizam habitualmente pela gestão do sistema.
Ninguém em seu perfeito juízo acredita que dali possa aparecer nada que não seja mais do mesmo. Neste quadro, percebe-se e aceita-se como inteiramente racional o empenhamento daqueles que fazem contas aos lugares, aos negócios, à distribuição de pastas e postos. É a gestão usual do sistema, em que se fizeram os candidatos e que os fez a eles. O que não se entende são as ilusões daqueles que se têm como críticos da situação, alheios ao sistema e fora dele.
Falemos a sério: o que é que seria diferente com Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes ou Pedro Passos Coelho? O que é que vos aquece a alma com essas perspectivas?
Não será, no fundo, a certeza de que com eles tudo continuará como está - e poderemos todos continuar a entreter-nos a dizer deles o que vamos dizendo de sócrates e dos socretinos?

A FRAGILIDADE DE UMA CRENÇA

(um artigo de João César das Neves)

A vida pública é hoje ateia ou agnóstica. Ouve-se muito criticar a tolice e o delírio das religiões, mas raramente se refere a fragilidade intelectual da própria atitude ateísta que, com todo o respeito, é muito inconsistente.
Recusar Deus é uma crença como as outras. No fundo trata-se de ter fé na ausência divina. Mas esta crença considera-se a si mesma lógica e natural. A Antropologia e Sociologia sérias mostram o oposto: a religiosidade é o normal em todas as culturas e épocas. O ateísmo é uma construção tardia e artificial de elites, sobretudo desde o Iluminismo. Mantido em ínfima minoria, agora está em clara decadência. Vendo- -lhe a lógica interna, percebe-se porquê.
O agnosticismo, hoje variante dominante, justificar-se-ia se a existência de Deus fosse inconsequente e negligenciável. Mas ignorar a possibilidade de Deus é como desinteressar-se da existência do pai, benfeitor ou patrão, senhorio ou polícia. E se Ele aparece? Os verdadeiros agnósticos, com reais dúvidas, são poucos porque a maioria assume a resposta negativa implícita, vivendo um ateísmo disfarçado. O disfarce evita as dificuldades conceptuais e empíricas do ateísmo aberto, superiores a qualquer religião ou ideologia.
A dificuldade mais visível vem da existência da realidade. Porque há algo em vez de nada? Porque existe ordem, não caos? A resposta ateia era recusar a questão, porque o universo sempre existira assim, mas a teoria do Big Bang explodiu essa certeza e deu solidez científica ao facto da Criação.
Eu e o mundo, as coisas, pessoas e outros seres não existiam e passaram a existir. E existem de forma harmónica e coerente. A realidade é um infinito mosaico de minúcia e complexidade incompreensíveis. A ciência demonstrou que variações infinitesimais de parâmetros fundamentais, das forças do núcleo atómico à densidade do universo, torná-lo-iam impossível. Uma obra supõe um autor. Falar em leis da natureza apenas recua a questão para a origem dessas leis. Seria supina tolice supor um relógio surgindo perfeito das forças fortuitas da geologia e erosão. Um cérebro, muito mais complexo, quem o fez?
A resposta ateia tem de ser que o acaso de milhões de anos conduziu de uma explosão ao sorriso da minha filha. Ou o acaso é Deus, e o ateísmo nega-se, ou essa explicação é muito mais frágil que supor um Autor para a cosmos. Não tem certamente motivos científicos, ou até razoáveis, a recusa da hipótese plausível de um Criador inteligente. Muito inteligente.
Uma segunda dificuldade vem de dentro. Todos os humanos sentem em si uma ânsia de justiça e verdade, um sentido de bem e mal. Os actuais direitos universais apenas corporizam essa herança original e nela se justificam. Alguns valores são comuns, na enorme variedade de culturas e hábitos. Essa mesma variedade confirma que tal não pode vir de construções históricas e sociais, porque subjaz a todas.
A violação da lei moral apenas confirma a sua existência. Muitos conseguem suprimir em si esta busca da justiça (embora a sintam quando vítimas), mas o trabalho que dá apagá-la revela a inscrição na própria identidade da raça. Uma lei implica um legislador. Como podem meros atómos de carbono, aglomerados em aminoácidos e evoluindo pela selecção natural, gritar que salário digno é valor universal?
O terceiro e pior obstáculo do ateísmo é a ausência de finalidade. Para o ateu este universo, sem origem nem orientação, também não tem propósito. Bons e maus têm o mesmo destino vazio. Saber que vivemos num mundo que se dirige à morte e ao nada faz de nós os mais infelizes dos seres. Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão. Esta crueldade ontológica é tão avassaladora que poucos que a afirmam a enfrentam com honestidade.
A fragilidade lógica do ateísmo é pouco relevante por ser um fenómeno elitista ocidental contemporâneo que, exportado à força pelo marxismo, está em extinção. A única questão interessante é saber porque coisas tão simples foram escondidas aos sábios e inteligentes e reveladas aos pequeninos.

sábado, maio 24, 2008

Mai 68 et après, souvenirs d'un délinquant idéologique

(um artigo de Christian Bouchet)

«Célèbre-t-on une maladie? Invite-t-on familles et amis à se réunir pour fêter les quarante ans d’une méningite?»

Il n’y aurait pas eu Mai 68, je ne sais si je me serais engagé politiquement.
L’extrémisme de droite, je suis tombé dedans en naissant. Les «amis de collège» - comprendre ceux qui avaient partagé à la «libération» leurs geôles avec mes grands parents, ma mère, ma tante, mes oncles - étaient quasiment les seules personnes que ma famille fréquentait dans ma prime jeunesse. J’ai été élevé dans l’anti-résistancialisme et l’anti-gaullisme le plus frénétique, dans les récits de procès, de jugements sommaires, de tortures, de pillages et d’iniquités.
Lors de l’affaire d’Algérie, je n’avais que 7/8 ans, et pourtant j’ai un souvenir très vif du jour de l’exécution de Bastien-Thiry, des nuits bleues de l’OAS, du soutien sans faille de ma famille à la cause de l’Algérie Française, du jour de l’assassinat d’un de mes oncles par un commando du FLN, etc.
Mais tout cela n’aurait peut être pas abouti à un engagement militant si Mai 68, n’était pas passé par là. J’avais 13 ans, j’habitais à Angers dans une rue où se situait aussi le siège du Parti communiste, de ce fait toutes les manifestations passaient sous nos fenêtres. Dans cette petite ville bourgeoise les événements se réduisirent à bien peu de choses. Enfant, je méprisais les manifestants et je tâchais de leur montrer à ma manière. Un jour (ce devait être le 30 mai et se passer en même temps que la manifestation gaulliste des Champs Elysées) quelques jeunes, ils ne devaient pas être plus d’une trentaine, contre-manifestèrent dans ma rue devant le siège du PCF. Je leur adressais de notre fenêtre applaudissements et encouragements alors que mon père inquiet de possibles représailles me priait avec force de cesser. A la même époque je découvris par la presse Occident, une organisation qui ne fut jamais représentée à Angers mais qui me fascinait et me faisait vibrer.
A la rentrée suivante je constituais dans mon collège, avec deux amis, un petit noyau contre-révolutionnaire et éminemment réactionnaire (notre seule action militante fut de rédiger une affichette contre «La démo-ploutocratie»!), puis ayant rencontré par hasard des militants de la Restauration nationale je rejoignis celle-ci. Le choix n’était guère judicieux, mais à cette époque l’opposition radicale à la chienlit se réduisait à Angers à deux étudiants royalistes, à moi-même et à quelques personnes âgées inactives. C’était il y a trente-neuf ans, depuis mon militantisme n’a jamais cessé.
Il y a eu Mai 68 et il y a eu l’après-Mai, une période qui a durée près de dix ans (Hamon et Rotman dans Génération la font se terminer en 1975) et qui fut marquée par une forte pression de l’extrême-gauche particulièrement sensible dans les institutions d’enseignement. J’en ai un souvenir de très grande solitude. Je vivais alors à Nantes et ne pas aller «dans le sens de l’histoire» était particulièrement désespérant. Cela revenait à s’aliéner dans les lycées, même privés, la majorité des enseignants et une part non négligeable de ses condisciples, et ne parlons pas de la situation en faculté ... En droit, sur toutes les années, nous n’étions au milieu des années 1970 que deux «fafs» ou considérés comme tels ... et les «modérés» (militants de l’UNI ou du CELF, d’ailleurs peu nombreux) nous rejetaient pour ne pas être assimilés avec les «fascistes».
De surcroît, mes choix idéologiques aggravèrent tout. En effet, après un court passage par la Nouvelle action française, je rejoignis le courant nationaliste révolutionnaire marqué par la pensée de Jean Thiriart. Celui-ci était alors ultra-minoritaire au sein de la mouvance nationale (à l’Organisation Lutte du Peuple nous ne fûmes jamais plus de 20 adhérents à la fois !...) et y était très mal considéré. De plus, Philippe Baillet, de passage à Nantes, m'avait fait découvrir Evola, cela me donna d’innombrables raisons de lutter mais aussi de m’aliéner le courant catholique de la droite radicale locale.
Nationalistes révolutionnaires nous n’étions sur Nantes que quelques uns, malgré cela nous étions les plus engagés, les meilleurs militants, mais en même temps les plus réprouvés. L’extrême-gauche, la gauche, les modérés nous vouaient aux gémonies. L’extrême-droite elle, nous tenait à l’écart voire nous ostracisait. Notre soutien à l’Iran révolutionnaire et aux Palestiniens, notre traditionalisme évolien, notre anti-américanisme rabique, notre anti-sionisme qui ne l’était pas moins, notre socialisme, tout déplaisait à un milieu politique où l’on glorifiait Franco, Pétain et bientôt Pinochet et où le sionisme était regardé avec sympathie car anti-arabe. Même le groupe local du GRECE nous était hostile, aux mains d’une famille de la bonne bourgeoisie nantaise il pratiquait l’entrisme à l’UNI et au CNI, puis plus tard chez les giscardiens, et ne cachait pas son mépris pour les militants de base que nous étions.
Si je jette en arrière un regard dépassionné, tout me déplaît dans Mai 68 et dans son héritage. Et je n’arriverai jamais à comprendre ni la position de certains membres de la Fédération des étudiants nationalistes qui appelaient à soutenir le mouvement par haine du gaullisme, ni celle de Gabriel Matzneff qui écrivait à l’époque dans Combat (le 27 juin 1968) «Si les événements de mai ont ma sympathie c’est parce qu’ils sont, selon ce que je sens, moins la révolution de Marx que la révolution de Nietzsche: la redécouverte du sens de la fête, une explosion de joie dionysiaque» ... La révolution de Nietzsche cette invasion du débraillé vestimentaire, du terrorisme intellectuel et du plus plat conformisme? Non! Mai 68 n'aura été à mes yeux qu'une de ces périodes où les égouts débordent et où le monde moderne progresse. 40 ans après nous en vivons encore les conséquences et nous devons de surcroît subir les souvenirs d’anciens combattants d’une guerre, sans morts ni blessés graves, qui n’aura duré que quelques semaines, mais qui aura été le seul moment intense dans la vie médiocre et terne de milliers de petits bourgeois.

notes:
Ce texte a été publié pour la première fois (dans une version très légèrement différente) dans le n° 4 de Résistance (1° série, 1998). Il était suivi de cette citation :
«Sur le fond des idées et de l’action des soixante-huitards, mon jugement est aussi intégralement négatif qu’il l’était sur le moment. Non, mai 68 ne fut pas une aspiration à la liberté de la part de gens qui en étaient gavés. Ce ne fut évidemment pas une révolte de la misère. Le mouvement de mai ne fut pas inspiré par un idéal, mais par une utopie, ce qui est précisément le contraire. Un idéal nous tire vers le haut, au milieu des difficultés et des efforts, voire des sacrifices. Cette utopie veut nous faire croire que le relâchement intellectuel, mental, moral est un droit imprescriptible et une condition nécessaire de la pleine réalisation de l’humanité. On voit bien ce qu’elle a détruit, dans l’enseignement et ailleurs, on voit bien les ressorts qu’elle a cassés, mais, trente ans après, on ne voit vraiment pas ce qu’elle a construit. Quant aux soixante-huitards qui tiennent le haut du pavé aujourd’hui, ils donnent plus l’image du cynisme blasé que de la rigueur, fut-elle révolutionnaire.
Mai 68 n’a pas été une simple parenthèse. Nous en trouvons encore aujourd’hui les séquelles insidieuses. Si nous voulions analyser les composants de la langue de bois (ou de plomb) et de la pensée unique actuels, nous pourrions remonter trente ans en arrière
».
Jacques Rougeot
(in Conflits Actuels n° 2)

Os culpados do costume

"Eu bem desconfiava. Hoje, tive a prova. Ouvido num telejornal da rtpn: "Um responsável pelos serviços secretos sul-africanos afirmou que os distúrbios ocorridos nos últimos dias têm sido instigados por elementos ligados ao antigo regime do apartheid". Cito de memória, mas foi praticamente isto. Está explicado, portanto. A África do Sul continua ser um paraíso multiracial, onde impera a paz e o amor. Simplesmente, alguns canalhas conspiram para a demolição desse verdadeiro Éden." (in A Cidade do Sossego)
O mundo suspira de alívio. Os maus estão onde sempre estiveram.

sexta-feira, maio 23, 2008

“O Padre António Vieira: a dimensão cultural da sua mensagem”

No próximo dia 28 de Maio, às 18 horas, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal:
Conferência “O Padre António Vieira: a dimensão cultural da sua mensagem”, pelo Prof. Doutor Aníbal Pinto de Castro.

Conferências amanhã no Centro Cultural de Cuba

Cristóvão Colom era português, e de Cuba

(Núcleo de Amigos da Cuba)

CONSERVAPEDIA

For the first time in American history we have two hard-core Leftists running for the Democratic Party nomination [3]
"Hillary and Obama are Marx twins who only differ in race and gender."

Quand les soixante-huitards passent à l’autre bord…

(um artigo de Dimitrij Grieb, traduzido por Robert Steuckers)

Ils couraient au pas de charge dans les rues de Berlin, de Paris et même de Vienne en scandant des slogans d’extrême gauche, prenaient d’assaut les auditoires des universités, se battaient sauvagement contre la police dans les rues. Et de fait, en l’année 1968, le monde semblait sorti de ses gonds. Et pas seulement parce que des étudiantes, en signe de protestation, exhibaient leurs seins nus au visage de professeurs médusés et désarçonnés – heureusement que ces féministes étaient encore jeunes à l’époque! Mais surtout parce que la classe politique dominante, dans la portion d’Europe qui n’était pas sous la férule communiste soviétique, a sérieusement redouté que les peuples n’accepteraient plus, à terme, la coopération militaire avec les Etats-Unis, grande puissance protectrice à l’époque de la Guerre Froide. Les rapports sur la manière, dont les troupes américaines menaient leur guerre en Indochine ex-française, et sur les crimes qu’elles y commettaient, servaient de prétexte à toute une jeunesse pour se réclamer non seulement de l’anticapitalisme, mais aussi de l’antiaméricanisme et de l’anti-impérialisme.
En République Fédérale allemande, tout un éventail d’organisations, situées idéologiquement à la gauche de la gauche, émergeaient dans le paysage politique, en marge de l’établissement. Parmi elles, le SDS ou «Sozialistischer Deutscher Studentenbund», qui, sous son autre appellation d’ «Opposition extra-parlementaire» (en allemand: «Ausserparlamentarische Opposition» ou «APO»), entendait, sur le long terme, renverser l’établissement politique, bouleverser les certitudes et conventions de la société. Dans un premier temps, cette jeunesse s’était dressée contre «tout le moisi («Muff») de mille ans d’âge accumulé sous les robes (des professeurs d’université)». Elle avait pris pour armes intellectuelles les livres de la «théorie critique» de l’Ecole de Francfort. Aujourd’hui, ces révolutionnaires de la fin des années 60 sont sur le point de prendre leur retraite. L’APO annonçait une «longue marche» à travers les institutions et ses porte paroles de l’époque imaginaient que cette pérégrination combattante prendrait plus de temps: rapidement, les trublions ont réussi à occuper les postes qu’ils briguaient. Dans tous les domaines clefs des sociétés ouest-européennes, soit dans l’éducation, l’art, la culture, les médias, on les a accueillis avec bienveillance; ce fut pour eux le succès assuré et ils ont donné le ton. Tous ceux qui n’ont pas franchi la limite fatale en s’engageant dans la clandestinité armée, le terrorisme de la «Rote Armee Faktion» de Baader, ont réussi en politique dans le cadre du parti des «Verts», ont reçu des titres de docteur et de docteur honoris causa, sont devenus ministres ou conseillers, avec, à la clé, des honoraires plantureux.
Quelques figures de proue de la révolte étudiante, comme Klaus Rainer Röhl, l’ex-mari de la terroriste ouest-allemande Ulrike Meinhof, à l’époque éditeur de l’organe central du mouvement extra-parlementaire, la revue «konkret», posent aujourd’hui un jugement très négatif sur le mouvement de 68. Leurs jugements sont en effet fort sévères et partiellement, dois-je dire, moi, qui n’ai pas un passé de gauche, injustifiés dans leur dureté. Certes, il est de bon ton de dire que, dans l’histoire allemande, il n’y a eu qu’une et une seule phase, où tout fut carrément mauvais et même atroce; il n’en demeure pas moins que l’après-guerre avait généré une atmosphère terriblement viciée («Mief»), où la société était satisfaite d’elle-même, où l’hypocrisie petite-bourgeoise étouffait tous les élans et où dominait une sous-culture sans relief faite de loisirs à deux sous et de variétés d’une épouvantable platitude; tout cela a contribué à donner à la jeune génération un sentiment général d’asphyxie. Nous étions évidemment dans l’après-guerre, après 1945 qui avait sonné le glas de l’idéal national-socialiste de la «Communauté populaire» (=«Volksgemeinschaft») et il n’aurait pas été opportun de quitter, tant sur le plan politique que sur le plan social, le droit chemin du juste milieu, de la moyenne, de la médiocrité (ndt : le pionnier belge du socialisme, Edmond Picard, aurait dit du «middelmatisme», vocable qu’il forgea pour désigner la médiocrité belge, et qui traduit bien la notion allemande de «Mittelmass»). Pour bien comprendre ce que je veux dire ici, rappelons-nous ce qu’a dit Günter Grass l’an passé, lui qui fut pendant plusieurs décennies le thuriféraire de la SPD, sur son engagement dans la Waffen SS qu’il avait auparavant si soigneusement occulté; c’était, a-t-il déclaré, l’esprit «anti-bourgeois» de cette milice du parti national-socialiste qui l’avait fasciné.
Après le miracle économique de la RFA, il n’y avait plus de place dans la nouvelle société allemande pour une armée «anti-bourgeoise», quelle qu’en ait été l’idéologie. Certes, quand on voulait se détourner des choses purement matérielles, on avait le loisir de lire les existentialistes français, et c’était à peu près tout. Ces existentialistes, regroupés autour de Sartre, niaient la religion et développaient une anthropologie particulière, où l’homme n’était plus qu’un être isolé dans un monde insaisissable et dépourvu de sens. Des livres comme «L’homme révolté» ou «Le mythe de Sisyphe» d’Albert Camus étaient les références cardinales de cette époque, pour tous ceux qui pensaient échapper à la culture superficielle des années 50 et 60.
La plupart des faiseurs d’opinion actuels, qui tiennent à s’inscrire dans la tradition de 68, affirment, sans sourciller, que l’intelligence est à gauche, et à gauche uniquement, ce que prennent pour argent comptant tous les benêts qui n’ont jamais eu l’occasion de connaître des figures comme Martin Heidegger, Ernst Jünger, Helmut Schelsky, Carl Schmitt ou Arnold Gehlen, dont les idées ne sont certainement pas classables à gauche.
Il est un dicton courant qui nous dit: celui qui, à vingt ans, n’est pas à gauche, n’a point de cœur, et celui qui l’est toujours à quarante ans n’a pas de cervelle. Parmi les anciens dirigeants du mouvement extra-parlementaire de 68, nombreuses sont toutefois les personnalités qui se sont éloignées de l’extrémisme de gauche.
Je viens de citer Klaus Rainer Röhl, l’ancien époux d’Ulrike Meinhof. Il fait bien évidemment partie de cette brochette d’esprits libres qui ont tourné le dos à leurs anciens engouements, parce qu’ils sont restés fidèles à l’idéal même de critique, un idéal qui ne peut tolérer les ritournelles, les figements. Röhl fait partie désormais de la petite phalange d’intellectuels qui critiquent avec acribie les mutations sociales de masse, que les idées de 68 ont impulsées. Bernd Rabehl, figure de proue du SDS étudiant, ainsi que de l’APO, en appelle, sans jamais ménager ses efforts, à l’esprit critique pour que l’on brise bientôt tous les liens par lesquels l’héritage intellectuel de 68 nous paralyse. Günter Maschke, jadis animateur pétulant de la «Subversive Aktion», est devenu, au fil du temps, journaliste en vue du principal quotidien allemand, la «Frankfurter Allgemeine Zeitung», avant d’abandonner cette position et de s’adonner pleinement à l’exégèse de l’œuvre immortelle de Carl Schmitt.
Cette liste de dissidents de la dissidence, devenue établissement, est bien sûr plus longue. Nous ne donnons ici que quelques exemples. Dépasser le marxisme, dont la logique est si fascinante, est un dur labeur intellectuel. Seuls les esprits vraiment forts peuvent avouer, aujourd’hui, qu’ils se sont trompés ou mépris dans leurs meilleures années, à l’époque de cette haute voltige intellectuelle dans nos universités.
La question se pose aujourd’hui: y a-t-il des passerelles voire des points de réelle convergence entre les idées du mouvement de 68 et le conservatisme (révolutionnaire ou non)? La critique de la culture de masse abrutissante qui nous vient principalement des Etats-Unis, la critique de la folie consumériste et de la saturation qu’elle provoque, mais aussi la volonté de préserver l’environnement naturel de l’homme, sa «Heimat», sa patrie charnelle, sont autant de thématiques, d’idées et d’idéaux que l’on retrouve, sous d’autres appellations ou formules, dans l’héritage intellectuel du conservatisme ou des droites. Ni Maschke ni Rabehl ni Röhl ni les autres ni a fortiori un Horst Mahler ne sont devenus des intellectuels «bourgeois» aujourd’hui. Loin s’en faut! Mais, si l’on réfléchit bien, au temps de leur jeunesse, un Ernst Jünger ou un Carl Schmitt seraient-ils allés siroter un p’tit kawa avec une Angela Merkel…?

Contas de cabeça

Manuela Ferreira Leite fica em terceiro lugar?

Steven Soderbergh ante o altar de Che Guevara

Sobre a santificação do sinistro Ernesto Guevara (e, no fundo, sobre o incurável fascínio da intelectualidade burguesa e esquerdista pelo crime e pela porcaria) escreve Eurico de Barros hoje no Diário de Notícias.

quinta-feira, maio 22, 2008

"Le mai 68 que j'ai vécu"

(Um artigo de Bruno Gollnisch)

Ce qu’il est convenu d’appeler les «événements» de mai 1968 est généralement décrit comme une fantastique partie de campagne lors de laquelle la jeunesse, quasi-unanime, aurait ouvert la voie à une heureuse transformation de la société. Dans une société prétendue oppressive, sclérosée, obscurantiste, on aurait assisté à l’éclosion de la liberté, de la spontanéité, et même de l’intelligence. La libération des mœurs, des esprits, des énergies, aurait été le fruit de ce mouvement joyeux et somme toute bon enfant, en dépit de quelques heurts inévitables avec les forces de police. En quelque sorte, comme Jack Lang le dira plus tard lors de l’accession de Mitterrand au pouvoir, on serait en mai 68 passé de l’ombre à la Lumière…
En lisant ce que l’on écrit à ce sujet, j’avoue mon inquiétude et même mon effarement sur la façon dont on écrit l’Histoire, à cent lieues de la réalité. Une réalité dont je prétends, avec beaucoup d’autres que l’on n’entend jamais, avoir été un témoin direct, puisque ma première année d’études universitaires fut précisément l’année 67-68… à Nanterre, annexe toute récente encore en construction des facultés de Lettres et de Droit de l’unique (!) Université de Paris, depuis éclatée en treize morceaux.

Une Dialectique totalitaire…
Première légende: la spontanéité et le goût de «liberté» des meneurs du Mouvement. J’atteste que l’immense majorité de ceux-ci étaient marxistes purs et durs, mis à part quelques anarchistes encore plus violents que les autres. Certes, ils ne possédaient pas les milliers de pages du «Capital» de Karl Marx. La plupart se contentaient, dans le meilleur des cas, des cinquante-deux pages du «Manifeste du Parti Communiste» du même Marx et d’Engels, opuscule qui, par la magie du matérialisme dialectique et prétendu scientifique, permettait d’expliquer le Monde entier, passé, présent et avenir. Idées, institutions, conflits, droit, art, religion: tout n’était que produit de l’affrontement des classes, lui-même implacablement déterminé par l’évolution des rapports économiques de production. Comme c’était simple. Simple, mais effrayant.

Manipulation des foules.
Deuxième légende: le goût du «débat» et de la libre «discussion» qui aurait éclos un peu partout. Que les événements aient servi de chambre de décompression à des Français dont le morne quotidien était rythmé par le «Métro-boulot-dodo», c’est certain. Que ce défoulement ait donné lieu à une volumineuse logorrhée, c’est exact. Mais celle-ci était parfaitement orientée. Et surtout, tout ce qui ne s’exprimait pas dans le sens révolutionnaire, non seulement n’avait pas droit de cité, mais était banni par une violence physique assumée avec une totale bonne conscience. Il ne faut pas croire que cette violence visait seulement les étudiants, l’immense «majorité silencieuse» désireuse de travailler et de passer ses examens. Cela certes suffisait, si on l’affirmait fort et clair, à être qualifié de «fasciste». A fortiori, revendiquer l’apolitisme dans le syndicalisme étudiant, ce qui était le cas de la FNEF (Fédération Nationale des Etudiants de France), nécessairement conservatrice depuis que la gauche et l’extrême gauche s’étaient emparés de l’UNEF dans le cadre d’une politisation revendiquée, suffisait aussi à faire de vous un «fasciste».
«Fascistes» ceux qui ne souhaitaient pas la victoire des communistes au Viêt-Nam. «Fasciste» aussi De Gaulle et les gaullistes. «Fascistes» même aux yeux des trotskystes, maoïstes, dans leurs nombreuses chapelles, les communistes «orthodoxes». Guy Konopnicki, ancien responsable national des Jeunesses communistes, devenu ensuite élu écologiste et aujourd’hui journaliste à Marianne, qui était alors responsable nanterrois de l’UEC (Union des Etudiants Communistes), doit s’en souvenir encore…
Cette violence procédait d’un sentiment de haine à l’encontre de tout ce qui n’était pas dans le mouvement ou de tout ce qu’il voulait détruire. Une haine intellectuellement absurde, soit dit en passant, puisque l’économisme de leur pauvre doctrine aurait du pousser les gauchistes à ne voir dans leurs adversaires que des êtres déterminés par leur situation de classe.
On oublie que le principal fait déclencheur des événements ne fut pas l’apostrophe à Missoffe, Ministre de la Jeunesse et des Sports venu inaugurer la piscine du campus, de Cohn-Bendit lui reprochant la prétendue répression de la sexualité étudiante (Missoffe lui répondit de piquer une tête dans la piscine si la question l’obsédait trop). Ce ne fut pas davantage l’invasion par les gauchistes masculins du dortoir des filles à la résidence universitaire. Ces événements étaient passés inaperçus. Ce fut l’interpellation de quelques-uns des meneurs à la suite du quasi-lynchage en cours de l’étudiant réfractaire Kerauten.
Car contre le «fasciste» tout est permis. Qui n’a pas vu l’éviction de Pierre Juquin, chassé par les Maoïstes de l’amphithéâtre où il était venu parler, ou plus tard l’élimination par la force de Jean Foyer, Professeur de droit, ancien Garde des Sceaux de De Gaulle, qui n’a du son salut qu’à la fuite, peut croire naïvement au caractère libératoire de ce happening. Mais quand on a subi cette folie durant des mois, voire des années (car à Nanterre, somme toute, les années 69 et suivantes ont été encore plus pénibles que 68), on n’a guère d’illusion à ce sujet.
Par réaction, il est résulté des événements une génération de soixante-huitards «de droite», dont il n’est jamais question. Rien qu’à Nanterre Lettres, j’ai rencontré et connu les futurs journalistes Michel Chamard (Valeurs Actuelles, Le Figaro, responsable de la communication chez Philippe de Villiers), Pierre Beylau (Le Quotidien de Paris, puis Le Point), Patrick Buisson (LCI puis La Chaîne Histoire), Alain Pothier dit Sanders (Présent) les universitaires Jacques Népote (ethnologue au CNRS), Bernard Lugan (historien), Stéphane Rials (juriste), le magistrat et essayiste Didier Gallot, mais aussi Marie-France Charles, devenue plus tard Marie-France Stirbois, député, Alain Renaud, qui fut secrétaire général du Front National, etc.
Ayant souffert avec eux du climat étouffant qu’y faisaient régner les gauchistes, je ne prétends pas pour autant qu’ils partagent aujourd’hui toutes mes options politiques. Je crois en revanche pouvoir affirmer que les événements les ont définitivement vaccinés, s’il en était besoin, des idéologies de gauche, et que ces mêmes événements n’ont pas été étrangers à leurs vocations intellectuelles ou politiques. Ceux-là, on ne les interroge jamais sur 68.

Un chaos pré-révolutionnaire.
Ils diraient peut-être avec moi, à l’encontre de ceux qui n’ont vu dans tout cela qu’un monôme finalement sans gravité, que les choses étaient beaucoup plus sérieuses qu’on n’affecte de le croire aujourd’hui. Quiconque a vécu de près le déroulement de ces événements peut témoigner de l’effondrement de toutes les structures d’autorité, dans les Universités, les Entreprises, les Administrations. Le jeune homme que j’étais a vu avec effarement les professeurs molestés, comme le doyen Ricoeur, grand philosophe, ignominieusement promené dans une poubelle; les locaux saccagés, mais aussi les hommes d’affaires, les cadres supérieurs, les dirigeants des quartiers bourgeois faire la queue à leurs banques dans l’espoir d’en retirer 500 francs, montant maximum des retraits autorisés, expédier leurs familles en Suisse, quand leurs épouses se battaient littéralement pour s’approprier les derniers paquets de sucre disponibles à Inno Passy…une société qui s’effondre sous elle. Avec mai 68, j’ai compris ce qui s’était passé en France de 1789 à 1793, en Russie en 1917, en Chine ou en Algérie. J’ai compris les diverses phases du processus révolutionnaire: Provocations visant à délégitimer l’autorité / Fiction de démocratie directe par des «Assemblées» prétendues «générales» soigneusement tenues en main, version estudiantine du soviet révolutionnaire / diabolisation des adversaires justifiant leur élimination / dialectisation du corps social: qui n’est pas avec nous est un ennemi / matraquage de la propagande annihilant tout sens critique, etc. Et ça marche !
L’engrenage qui a conduit tous les rouages mis en place par la gauche: syndicats, associations, partis, à emboîter le pas au mouvement aurait très bien pu déboucher sur une vacance du pouvoir, la guerre civile, l’anarchie, ou une situation du type de celle que la France à connue en 1793. Avec d’incalculables conséquences sur le plan national et international. Car certes, l’Union Soviétique n’était pas mécontente de la politique étrangère du Général De Gaulle, et l’on sait que son attitude a été déterminante dans la réserve du Parti Communiste «français». Mais si le régime gaulliste avait été balayé, en conséquence par exemple de la démission de son chef, l’URSS ne se serait certainement pas désintéressée de la prise du pouvoir en France.


Finalement, que reste-t-il de Mai 68 ?
Beaucoup de scories, sans doute. J’en dégagerai quelques-unes, conjoncturelles, ou structurelles.
Conjoncturelle, et cependant capitale, fut la victoire apparente des idéologies marxisantes dans de larges pans de la société dont la jeunesse. Cette victoire fut considérée à tort comme acquise par les dirigeants politiques de tous bords, et cela a sans nul doute contribué, non seulement à la survie, mais à la progression du totalitarisme communiste dans le monde. Les dirigeants occidentaux, par lâcheté, lassitude, ou complicité s’y sont en effet résignés. Car, ne l’oublions pas, le phénomène 68, même s’il n’a pas eu partout la même ampleur qu’en France, a été mondial. La victoire militaire des communistes en Indochine par exemple en fut une conséquence. Les événements portaient en germe le désengagement occidental de l’Indochine, et par conséquent la débâcle de 1975, la chute de Phnom Penh et de Saigon, que pour ma part je me refuserai toujours à appeler Ho Chi Minh Ville. Rappelons à l’époque les comptes-rendus laudateurs par le journal Le Monde de l’arrivée des Khmers Rouges. Certes, les communistes ont davantage gagné cette guerre dans les colonnes du Washington Post et sur le campus de Berkeley que dans les colonnes du Monde et sur le campus de Nanterre, mais le phénomène est le même. On peut dire que le communisme y a gagné, intellectuellement et politiquement vingt ans de répit. Car si le système soviétique s’est finalement effondré, une chose est sûre: c’est à ses propres échecs et au courage d’une poignée de dissidents de l’intérieur qu’on le doit, et non aux élites intellectuelles ou politiques occidentales. Quant au communisme oriental, qui tient encore dans ses serres plus d’un milliard et demi d’êtres humains, en Chine, en Indochine et en Corée, tous les espoirs nous sont permis, puisque nos soixante-huitards viennent de découvrir, avec les événements du Tibet, le caractère condamnable du régime de dictature qui sévit en Chine par la violence et la terreur depuis tout de même soixante années! Allons camarades, encore un petit effort!
Une conséquence structurelle est sans nul doute le triomphe de «l’esprit de 68». Il n’avait rien de primesautier, on l’a vu, et l’ardeur révolutionnaire en a plus ou moins rapidement disparu, au fur et à mesure que les «soixante-huitards» accédaient aux bienfaits de cette société de consommation qu’ils avaient tant décriée. Les uns directement, les autres après quelques détours par le Larzac ou autre lieu. Il en est resté une appréhension cynique de la Société, un esprit de persiflage systématique des idéaux, des engagements, des institutions, des hiérarchies, des valeurs traditionnelles. Esprit qu’illustre assez bien le ton général du journal «Libération», fondé par l’alors Maoïste Serge July avec le concours de Jean-Paul Sartre, et passé de l’état de brûlot maoïste à celui de journal officiel des «Bobos», soutenu par les banques et détenu par Rothschild. Quand on a vu cela, on peut tout voir.
N’allez pas jusqu’à croire cependant que cet esprit-là relève de l’irrespect gaulois qui s’est toujours plus ou moins manifesté en France à l’égard des pouvoirs établis, et qui, certes, rend notre pays plus difficile à gouverner qu’un autre. Mais en l’occurrence, c’est beaucoup plus profond. Car ce nihilisme bourgeois a ses dogmes et ses tabous. La sympathie et l’indulgence que l’on aura pour les pires criminels se mue par exemple en hostilité viscérale à l’égard de tout ce qui, de près ou de loin, ose encore défendre les valeurs traditionnelles. A titre d’exemple de leur pruderie, les nouveaux Tartuffe publient quotidiennement des petites annonces proposant relations sexuelles de toutes natures, à l’endroit, à l’envers, à deux, à trois ou en partouzes, mais s’indignent s’ils ont cru entendre (d’ailleurs faussement) d’un élu de la droite nationale que Marine Le Pen était «dragable».
La vérité, c’est que le soixante-huitard a échoué. Il s’est trompé sur tous les tableaux. Il a été, au moins intellectuellement ou moralement, le complice de l’un des pires systèmes que le monde ait connu, dans quelque variante que ce soit. La prétendue guerre de libération du Viêt-Nam a débouché sur l’oppression du Viêt-Nam, et il en a été ainsi de toutes les autres prétendues guerres de libération. La prétendue libération sexuelle a en fait surtout libéré les hommes, libres de ne pas s’engager envers leur partenaire et d’en changer comme bon leur semble, puisque la pilule et l’avortement les dégagent de toute responsabilité. Les soixante-huitards arrivent maintenant à l’âge du Viagra. «La chair est triste hélas, et j’ai lu tous les livres», pourraient-ils s’écrier avec le poète Stéphane Mallarmé.

Internationalistes toujours, mais plus prolétariens.
Le prolétariat français, paré de toutes les vertus quand on voyait en lui une force potentiellement révolutionnaire, est devenu objet d’indifférence, voire de sarcasme ou de mépris dès lors qu’il est apparu comme recherchant avant tout l’amélioration légitime de sa condition, et que, frappé par les conséquences d’une immigration massive que l’on installait dans les quartiers ouvriers, il a commencé à se plaindre de devenir étranger dans son propre pays. Dès lors, et surtout bien sûr s’il vote Le Pen, l’ouvrier français n’est plus pour le soixante-huitard qu’un «beauf» raciste et stupide, du type de celui dont se gausse le dessinateur Cabu à longueur de dessin.
Aujourd’hui, Daniel Cohn-Bendit, «rangé des voitures», est l’un des personnages les plus en vue de l’établissement. Ayant toujours entretenu l’ambiguïté sur le point de savoir à quelle chapelle du gauchisme il appartenait, il ne donne certes plus dans l’internationalisme prolétarien, ainsi que la plupart de ses contemporains, mises à part quelques exceptions trotskystes comme Krivine. Comme beaucoup de soixante-huitards, le prolétariat ne paraît plus guère l’intéresser depuis que le prolétaire est revenu en nombre à des valeurs de droite. Mais il reste l’internationalisme. Celui-ci s’est mué en mondialisme, avec une nouvelle force capable de contribuer à la destruction de l’ordre ancien: les peuples du tiers-monde, spécialement quand ils viennent s’installer dans les pays occidentaux.
Ce mondialisme peut revêtir diverses formes, d’ailleurs non nécessairement exclusives les unes des autres. Il y a le mondialisme technocratique, celui qui attribue le pouvoir à une petite caste de «sachants» de préférence dans le cadre d’un nomadisme généralisé des populations, des produits, des capitaux, comme l’a très bien décrit et annoncé Attali dans son livre consacré à la civilisation nomade (L’Homme nomade, Fayard éd.). Attali qui fut le gourou de Mitterrand, et qui est aujourd’hui l’un des gourous de Sarkozy. Il y a le mondialisme idéologique, qui fait des «droits-de-l’homme» d’ailleurs à géométrie variable, le cache-sexe de ses ambitions dominatrices; le mondialisme «anti-raciste», véritable religion qui n’a rien à voir avec la défense d’étrangers supposés vivre des situations difficiles dans leur pays d’accueil, mais qui est un projet de société visant à l’universel métissage, laïque et obligatoire, mais pas gratuit pour autant; le mondialisme Rousseauiste de type écolo, qui veut que la Nature soit bonne et que seule la Société la corrompe, proposant la Rédemption de l’Humanité pour la sauver de l’enfer du réchauffement climatique et la conduire au Paradis du «développement durable».
Il y a enfin le mondialisme économique, qui repose sur la disparition des frontières. Certes, dans l’esprit du public d’aujourd’hui, cette dernière forme n’est pas le produit du gauchisme, mais se rattacherait plutôt aux puissances financières, aux intérêts économiques du capitalisme, aux doctrines du libéralisme et de l’ultra-libéralisme. On aurait tort d’oublier cependant que l’un des plus nets partisans du libre-échange, à cause précisément de son caractère destructeur, fut Karl Marx.
Le destin de beaucoup de «soixante-huitards» me fait irrésistiblement penser à la célèbre chanson de Jacques Brel sur ces jeunes gens qui «montrent leur cul» aux bourgeois qu’ils traitent de cochon, et qui, devenus quelques années plus tard de respectables notaires, s’indignent à leur tour des voyous qui osent les traiter de la même façon. L’un des plus en vue a récemment déclaré, paraît-il: «Nous nous étions révoltés pour ne pas devenir ce que nous sommes finalement devenus». Malgré son malaise existentiel, toute lucidité n’aurait donc pas abandonné cette génération. Puisse-t-elle un jour prendre l’exacte mesure de son aveuglement, mais aussi de sa stérilité et de son égoïsme. Et puissent les enfants et petits-enfants des soixante-huitards rompre avec cet héritage délétère, et reconstruire patiemment, sur la base des valeurs qui ont fait la beauté de notre civilisation.

Conferência em Cuba: CRISTÓVÃO COLON, PORTUGAL E OS DESCOBRIMENTOS

No dia 24 de Maio, sábado, a partir das 15 horas, no Centro Cultural de Cuba, realiza-se a anunciada conferência sobre o tema da portugalidade do descobridor da América.
Mais informações, no Núcleo dos Amigos da Cuba.

quarta-feira, maio 21, 2008

Revista "Nova Águia" lançada no Porto

Um acontecimento histórico

Inspirando-se na visão de Portugal e do mundo de Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, a revista Nova Águia pretende recuperar o espírito de uma das mais importantes publicações do início do séc. XX. A apresentação coube a Miguel Real, que considera tratar-se de um “acontecimento histórico”.
Foi a Fundação Escultor José Rodrigues, na íngreme Rua da Fábrica Social, que acolheu o lançamento da Nova Águia, a revista que pretende recriar o espírito d’A Águia, naturalmente adaptado ao nosso tempo. Renato Epifânio, Celeste Natário e Paulo Borges são os três elementos da direcção desta “Revista de Cultura para o Século XXI”, como o subtítulo adianta.
“A Ideia de Pátria, sua Actualidade” é o tema do primeiro número da publicação semestral vinculada a três entidades: Associação Marânus/ Teixeira de Pascoaes, Associação Agostinho da Silva e MIL: Movimento Internacional Lusófono. No entanto, de acordo com Renato Epifânio, esta edição não se esgota no tema central: “Procurando e valorizando a diversidade de perspectivas, a Nova Águia propõe uma visão de Portugal e do mundo radicada na cultura”. O Manifesto reproduzido nas primeiras páginas da revista conseguiu cerca de meio milhar de adesões em todo o espaço lusófono. “A Nova Águia pretende também reforçar os laços entre os países de língua portuguesa”, acrescentou.
Paulo Borges vai um pouco mais longe: “A nossa ideia não é apenas criar uma revista. O que queremos é tentar suscitar um movimento e instaurar a diferença”. O director da Associação Agostinho da Silva deixou algumas questões: “Queremos continuar a ser um povo adiado, uma nação onde nada se discute de importante? Queremos ou não repensar o sentido da nossa existência colectiva e assumir a pujança da nossa cultura?”. Para Paulo Borges, importante será tentarmos “estar minimamente à altura do legado cultural que nos deixaram”. “O que procuramos é uma pátria alternativa mundial, uma pátria que se especialize em fazer mediações, em trabalhar para o diálogo”, acrescentou, deixando o apelo a todos.

Portugal não morreu
Depois do testemunho de Alfredo Ribeiro dos Santos, aluno de Leonardo Coimbra e contemporâneo das figuras que colaboraram na revista A Águia (“Jaime Cortesão fazia a pedagogia; Pascoaes fazia a poesia”, sorriu), foi a vez do contributo de Miguel Real, que publicou recentemente o ensaio «A Morte de Portugal»: “Se fosse hoje, já não escreveria esse livro, porque a geração por trás desta revista permite-me saber que Portugal não morreu”. De acordo com o ensaísta, trata-se de uma geração “que está a pensar numa nova configuração de Portugal”.
“É excessivamente raro darmos conta de que estamos a viver um acontecimento histórico. Esta noite, está a acontecer”, defendeu o também romancista e professor universitário. De acordo com Miguel Real, estamos perante um acontecimento histórico porque, para além do espírito que a revista encerra, pela primeira vez, desde há 30 anos, há uma geração que não se envergonha de Portugal: “As nossas elites têm muita vergonha do nosso povo e querem que ele tenha rapidamente o 9º ano ou a Universidade. Em dois ou três anos, querem mostrar novas estatísticas. A geração que aqui está não tem vergonha de pensar a identidade portuguesa (nos aspectos melhores e nos piores)”. É também um momento histórico, reforçou, “porque os organizadores não aprofundaram a mania portuguesa de se centrarem em si próprios e nos seus amigos – basta ler o Conselho de Direcção”. Este Conselho integra 52 nomes, de Adriano Moreira a Baptista Bastos, de Eduardo Lourenço a Guilherme de Oliveira Martins, de Mário Cláudio a Pedro Agostinho da Silva, filho do nosso pensador.

Uma alternativa à Europa
Virada para o futuro, “a Nova Águia não tem medo de sujar as mãos” e “reflecte um espírito novo, já do novo século”, defendeu Miguel Real. “Nada de original nasceu em Portugal nos últimos 30 anos ao nível do pensamento, que se evidenciasse. Talvez seja este o passo mais importante para o pensamento no Portugal do séc. XXI.”
O autor de «O Último Minuto na Vida de S.» considera que demorámos 30 anos a perceber que o sonho da Europa não passa disso mesmo: um sonho que estava em nós e não na Europa. A culpa, porém, não é da Europa: “As culpadas são as elites portuguesas dos últimos 30 anos, que substituíram a solidariedade pela individualidade, a honestidade, a lealdade e a amizade pelo dinheiro, os valores espirituais pelos valores económicos”. A Nova Águia, defende, vem provar que o sonho ingénuo português acabou, e que só assim nos podemos reencontrar: perdendo a vergonha de alguns momentos da nossa História, procurando uma alternativa à Europa sem que da Europa tenhamos que sair.
A concluir, Miguel Real felicitou “esta geração sem complexos, com a vontade e o entusiasmo de transformar um passado comum num futuro comum, com uma língua comum, num espírito harmónico”.
Contando com um inédito de Agustina Bessa-Luís, a Nova Águia é uma revista que se pretende de âmbito nacional, em parceria com a editora Zéfiro. Depois desta sessão no Porto, tem já agendadas mais de duas dezenas de lançamentos em todo o País.

(In O Primeiro de Janeiro, 21 de Maio de 2008)

Um guia céptico para "Uma Verdade Inconveniente"

"A Ficção Científica de Al Gore" é um livro de Marlo Lewis já disponível entre nós.
Apresenta-se como uma obra de desmistificação das conhecidas posições propaladas por Al Gore e outros propagandistas politicamente interessados.
"As alterações climáticas resultam de ciclos naturais em que o ser humano tem pouca ou nenhuma influência. As consequências catastróficas imputadas à acção do Homem pelos propagandistas do aquecimento global não têm fundamento científico.
Al Gore tornou-se o representante de uma corrente alarmista que tenta condicionar as consciências de cidadãos, jornalistas, cientistas e políticos
".

Sobre esta obra escreveu Manuel Brás, sob o título "Ficção Científica":
Nos últimos anos têm-se feito lamentáveis confusões entre ciência e política, de fazer lembrar as pretensões científicas da velha URSS. A pretexto de “salvar o planeta”, vale tudo e todos os argumentos são bons. O que é preciso é meter medo para dirigir.
Serão os políticos competentes para definir e determinar de forma inequívoca teorias e explicações para a variabilidade climática, sobre as quais os próprios cientistas discutem e têm dúvidas?
É óbvio que as certezas científicas podem esperar – têm que esperar –, as políticas é que não. Têm que ser para já, porque a política é já, não daqui a uns anos.
A solução é simples: a política comanda, enviesa e, obviamente, abrevia as conclusões ditas científicas.
Já sei: dirão alguns que o Al Gore não é um cientista, apenas um divulgador de uma causa – um político, desde logo –, mas muito preocupado com o planeta. Ora, isso não é mais do que fundamentação política.
A nenhuma corrente política pertence definir o maior ou menor acerto de explicações ou teses científicas, no respeito pela legítima autonomia das ciências, sob pena de enviesar os seus resultados e conclusões para aquilo que interessa a priori, e entrar na arbitrariedade.
A questão permanece: terão as suas previsões, alarmistas e catastróficas, fundamento científico à luz dos conhecimentos da Física e da Climatologia? Será que as catástrofes que prevê vão mesmo acontecer? A coisa está montada de maneira a, qualquer que seja o desfecho, ter sempre razão. Todos os argumentos são bons. Se as previsões se cumprirem: “lá está, tinha razão”. Se não se verificarem foi porque ele nos avisou e ainda fomos a tempo. Bolas para esta ciência.
Num livro pioneiro entre nós e publicado recentemente, Marlo Lewis Jr. identifica no livro/filme "Uma Verdade Inconveniente" 26 afirmações distorcidas, 17 enganosas, 10 exageradas, 28 especulativas e 19 erradas. O livro de Marlo Lewis Jr. – “A Ficção Científica de Al Gore”; Booknomics – está dividido nos seguintes capítulos:
Efeito de Estufa Básico; Glaciares de Montanha; Reconstrução do Clima com Dados Proxy; Projecções do Aquecimento Global; Calor; Furacões; Tornados, Inundações, Fogos e Secas; O Clima do Árctico; Corrente do Golfo; Pássaros, Escaravelhos, Extinções; Recifes de Coral; Algas, Carraças, Mosquitos e Germes; Antárctico e Subida do Nível do Mar; Gronelândia e Subida do Nível do Mar; A Humanidade e a Natureza; A América e as Alterações Climáticas; Consenso, Ciência e Grupos de Interesses; Bush e o Aquecimento Global; Política Climática; Moralidade.
Aqui se discute até que ponto é razoável ou não atribuir as contínuas variações climáticas à influência do homem, como se não fizesse parte da natureza. E até que ponto, ou não, estamos a ser alvo de uma poderosa corrente alarmista que tenta condicionar as consciências de cidadãos, jornalistas, cientistas e políticos, chegando a ser quase proibido e socialmente segregante pôr em questão as teses alarmistas.
Ao leitor e a todos quantos se interessam por este assunto fica o árduo desafio de aprofundar um pouco mais na complexa ciência da climatologia, que talvez só tenha par com a economia. Quem é que há um ano atrás previa que os preços de certos bens alimentares de primeira necessidade aumentariam da forma que se viu nos últimos meses?

Clint Eastwood

Eurico de Barros, em Cannes, fala-nos de Clint Eastwood.
Partilho o apreço: magnífico envelhecimento, o de Clint Eastwood.

O "Estudo de Enquadramento Estratégico do Centro Histórico de Évora"

Agora que tanto se discute entre nós o Estudo de Enquadramento Estratégico do Centro Histórico de Évora, recordo umas palavras que a este propósito escreveu há uns sessenta anos o Dr. António Bartolomeu Gromicho. Ficam à atenção do Mais Évora, do Francisco Costa, do Palma Rita, do Manuel Cabeça, do Luís Carmelo, e demais opinadores da urbe. A pensar também em Aurora Carapinha e nas suas intervenções nos dois recentes debates no Grupo Pró-Évora).

“E não se julgue, o que tem sido erro corrente, e perigoso, que o valor desta cidade sem par se concentra e se confina nos seus numerosos e ricos monumentos. O merecimento extraordinário da cidade reside principalmente no seu conjunto monumental e pitoresco. O encanto desta formosa urbe está na harmonia de um todo envolvido, ou antes, emoldurado na muralha fernandina. Se os belos monumentos existentes fossem divorciados, descarnados do ambiente típico e pitoresco que a envolve, ficariam frias peças de museu, quase inexpressivos documentos de épocas remotas. Mas, com a evocativa teia emaranhada das ruas, donde realça a brancura alvinitente dos prédios; com os cantos e recantos dos largos e praças, onde se descortinam restos de grandezas fidalgas; com os perfis caprichosos das cumiadas dos edifícios, eriçados aqui e além, de chaminés de traço elegante ou solene, emergentes de telhados de múltiplos planos, de beirais debruçados sobre artísticas e variadas molduras, a que não faltam, por vezes, os belos frisos de esgrafitos; com todo este conjunto de maravilha, em suma, os monumentos brilham de espaços a espaços como pontos culminantes, como figuras de realce da beleza sem par que se espraia e surpreende por toda a cidade.
Enganam-se redondamente todos aqueles que supõem com santa ingenuidade que toda a atracção de Évora se localiza nas construções classificadas de monumentos nacionais.
Puro engano! Mais, perigoso engano.
Se amanhã Évora, vítima da sanha destruidora que em época recente lhe roubou tantas preciosidades; se amanhã Évora, em loucura de modernização, voltasse à destruição das suas casas típicas, ou dos seus artísticos pormenores, à pintura ridícula das fachadas dos prédios, e enveredasse pela abertura das ruas e avenidas geométricas, traçadas a régua e ladeadas de prédios janotas, que se encontram em toda a parte, a cidade cairia na banalidade e perderia sem remissão todo o encanto, todo o pitoresco, que são os seus mais valiosos pergaminhos e o mais belo cartaz da cidade, rainha do turismo português.
Para um estrangeiro, que não sinta a força da nossa história e que tenha admirado as majestosas igrejas de Itália, França, Espanha, Inglaterra, Alemanha, etc., etc., sentiria uma admiração limitada e relativa ao contemplar os nossos belos, sim, mas muito mais modestos monumentos.
Maravilha-os, no entanto, este cenário de perspectivas sempre novas, sempre fascinantes, sempre realçadas por um pórtico, uma varanda, uma janela antiga, ou pelo perfil majestoso, ou pela presença imponente de um palácio, de um convento, ou de uma igreja. É, porém, a soma de tudo que é tudo para eles.
E não falo por suposição. Eu que em anos sucessivos fiz de cicerone a muitos visitantes estrangeiros, ouvi-lhes palavras de respeito e certa admiração pelos monumentos, mas de entusiasmo e de emoção por este conjunto de maravilha”.

terça-feira, maio 20, 2008

Irish friends vote no for me!

Uma petição para assinar.

Revista "Nova Águia" nas bancas a partir de hoje

O despertar da consciência dos portugueses para um debate sobre a identidade nacional é o objectivo central do primeiro número da revista Nova Águia, à venda a partir desta segunda-feira. «Queremos contribuir para despertar as consciências sobre a identidade nacional», afirmou Paulo Borges, um dos directores da revista, que pretende retomar o espírito da Águia, uma das mais importantes publicações portuguesas do início do século XX. Segundo o responsável, existe uma relação entre a situação em que o país se encontrava no início do século XX e aquela em que se encontra actualmente, no princípio do século XXI.
«Na altura, como agora, existia alguma indefinição quanto ao rumo da Nação, um certo sentimento de desalento. A Nova Águia pretende apontar algumas respostas nesse sentido, contribuindo para repensar a ideia de Pátria», afirmou, acrescentando que esse será o tema central do primeiro número, que conta com dezenas de textos e poemas sobre o assunto.
Ao longo das mais de 150 páginas da revista, podem ser lidos também outros textos e poemas de autores variados, além de um inédito de Agustina Bessa-Luís, intitulado «O Fantasma Que Anda no Meu Jardim».
De acordo com outro director da revista, Renato Epifânio, o segundo número, que será publicado antes do final do ano, será dedicado ao futuro da lusofonia.
A capa do primeiro número é da autoria do escultor José Rodrigues, um dos mais de 500 nomes da cultura lusófona que já aderiram a este projecto, tornando-se assinantes da revista.
(In Diário Digital, 19 de Maio de 2008)

Brave New World

Embriões humano-animal legalizados no Reino Unido

Petição em defesa do Hospital de Elvas

"O concelho de Elvas tem vindo a perder sistematicamente valências e serviços de saúde, do que são exemplos o encerramento da Enfermaria de Cuidados intermédios, da sala de partos da Maternidade Mariana Martins, Serviços de Ginecologia e Pediatria em 2006 e, mais recentemente, o encerramento do Centro
de Saúde de Elvas aos fins-de-semana e feriados.
Descaracterizar o Serviço de Urgência do Hospital de Santa Luzia de Elvas e classificá-lo como Serviço de Urgência Básica - SUB é um verdadeiro retrocesso na política de saúde de proximidade e qualidade ao serviço dos cidadãos que residem ou passam na região."


Subscreva a petição pela reclassificação do Hospital de Elvas.

segunda-feira, maio 19, 2008

Os tempos e os costumes

"Dentro de alguns anos, sem dúvida, passar-se-ão licenças de casamento como se passam licenças de cães, válidas para um período de doze meses, sem nenhum regulamento que proíba a troca de cão ou a posse de mais de um animal de cada vez. À medida que a liberdade económica e a liberdade política diminui, a liberdade sexual tem tendência para aumentar, como compensação. (…)
Juntamente com a liberdade de sonhar em pleno dia sob a influência de drogas, do cinema e da rádio, ela contribuirá para reconciliar os súbditos com a servidão que lhes estará destinada."


Aldous Huxley, in prefácio de "Admirável Mundo Novo" (1946)
(recordado muito oportunamente no INCONFORMISTA)

domingo, maio 18, 2008

Partir é morrer um pouco


Os versos de Mascarenhas Barreto na voz de António dos Santos. E um belo video.

sábado, maio 17, 2008

O Pacheco

Vejam esta peça sobre a cultura da irrelevância e digam se não é brilhante.

sexta-feira, maio 16, 2008

Lançamentos da "Nova Águia"

Como é sabido, a revista A Águia foi uma das mais importantes do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A ideia de relançar a revista, agora sob o nome de NOVA ÁGUIA, pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu “espírito”, adaptado aos nossos tempos. Não se trata, nessa medida, de fazer uma revista voltada para o passado, meramente revivalista. Trata-se, antes, de fazer uma revista para os tempos de hoje, para o século XXI.
Tal como n’ A Águia, procuraremos o contributo das mais relevantes figuras da nossa Cultura, que serão chamadas a reflectir sobre determinados temas. O tema do primeiro número é a ideia de Pátria. Orgulhamo-nos de ter conseguido o contributo de gente tão ilustre como Agustina Bessa Luís, António Cândido Franco, António Telmo, Ariano Suassuna, Dalila Pereira da Costa, Joaquim Domingues, Mário Cláudio, Miguel Real e Pinharanda Gomes, a par de muitos outros.

Primeiro Lançamento: 19 de Maio, 21h30 (Fundação José Rodrigues, Porto)

Ver lista completa de lançamentos em: www.novaaguia.blogspot.com
Para mais informações: 967044286

"Pais afectivos"

Um casal tem um desejo maluco de ter uma criança. Não pode pelas vias normais.
É simples: vai ao mercado. Nas filas da segurança social é que não, já lá há tantos que vai demorar anos.
Encontra na sala de espera de um consultório uma senhora que diz que conhece outra e até pode ser que se arranje (havia uma brasileira que andava na vida e estava precisada de massas). A coisa faz-se: dez mil euros, uma bébé. Excelente. A troca vem a ser no carro, com a intermediária. Não se querem contactos pessoais para não haver chatices. Para prevenir o futuro pede-se um escrito em que a mãe declara prescindir daquilo.
Porreiro: leva-se para casa, trata-se e cria-se como se fosse nosso. Quanto ao nome, põe-se um a gosto, como se faz aos cães.
O tempo passa.
Problemas? Venha o que vier, tudo se há-de resolver. A criança é nossa, e há o superior interesse da criança.

Petição

CIDADANIA - FAMÍLIA - CASAMENTO

Lembrar o Dia de Portugal

O Encontro Nacional de Combatentes inclui este ano uma conferência que reúne nomes de peso dos mundos político, diplomático, militar e académico.
Subordinada ao tema "Os valores da nação e o papel das Forças Armadas nas sociedades desenvolvidas", a conferência realiza-se na véspera das tradicionais celebrações do 10 de Junho junto do Monumento aos Combatentes do Ultramar (em Belém, Lisboa).
Os professores Adriano Moreira, João Ferreira do Amaral, Joaquim Aguiar, Jaime Nogueira Pinto e Carlos Gaspar, o embaixador Leonardo Matias, o general Gabriel Espírito Santo, o economista Vítor Bento ou o ex-presidente do BCP Paulo Teixeira Pinto são alguns dos oradores convidados pela organização daquelas comemorações.
A necessidade da defesa nacional, a política externa e a defesa nacional, o papel das Forças Armadas no apoio à política externa como objectivo nacional, os elementos da decisão política para o emprego da força militar, a natureza futura das operações militares, a defesa dos valores universalistas versus a defesa dos valores nacionais, as operações de apoio à paz ou as implicações possíveis para a segurança à luz da actual conjuntura nacional e externa, são assuntos a abordar pelos conferencistas.
Da agenda das comemorações do 10 de Junho, destaque para a habitual cerimónia que se realiza junto ao Monumento aos Combatentes, com o discurso este ano a cargo do professor João César das Neves.

quinta-feira, maio 15, 2008

População de Mora manifesta-se na Praça do Giraldo

A população de Mora desloca-se a Évora, no próximo dia 21, para protestar contra a arbitrariedade que determina o afastamento do seu concelho da área administrativa a que sempre pertenceu.
A manifestação vai ter lugar na Praça do Giraldo, a partir das 19:00.
Um abraço para os nossos conterrâneos de Mora, Cabeção, Pavia, Brotas, Malarranha e arredores...

Nivelar e formatar

Pedro Picoito e a liberdade de ensino:

"A verdadeira questão é que a esquerda teme a concorrência do ensino privado, geralmente melhor, à escola pública. E teme-a porque a escola representa o instrumento de engenharia social com que a esquerda sempre sonhou, quantas vezes contra a liberdade dos pais e dos alunos. Em nome da igualdade de oportunidades para todos, o que defende é uma igualdade na mediocridade a que só alguns podem escapar. Segundo li no "Meia Hora", o PS quer "que o filho da família mais rica possa ter confiança na escola pública". Mas não vêem os socialistas que as famílias pobres que não confiam na escola pública, e são muitas, não têm qualquer alternativa? Chamam a isto igualdade de oportunidades?"

Ex-narcóticos

João Távora e José Sócrates:

"Há uns anos, quando tomei a mesma decisão, o meu médico aconselho-me a anunciá-lo às pessoas mais próximas, familiares e colegas de trabalho, precavendo-as para um período emocionalmente instável na minha existência. No caso vertente de José Sócrates, sou levado a acreditar que ele considera todos os portugueses seus próximos, coisa que, dadas as suas funções e para mal dos nossos pecados, não deixa de ser verdade."

Dia Internacional da Família



Celebra-se hoje, 15 de Maio, o Dia Internacional da Família.

População portuguesa entrou em crescimento natural negativo

Notícia do Público de hoje:
Olhando para os dados disponíveis, nas mais recentes séries cronológicas do Instituto Nacional de Estatística (INE), que remontam a 1900, não se encontra outro ano em que em Portugal tenha acontecido o que agora se sabe que aconteceu em 2007: o número de mortes (103.727) superou o de nascimentos (102.213). A diferença é de 1514.
Para ler e meditar.

quarta-feira, maio 14, 2008

Corrupção

A grande razão para a inutilidade do discurso anti-corrupção: ninguém o leva a sério.
Não existe na sociedade portuguesa qualquer rejeição sincera do fenómeno, nem vontade sincera de o combater.
Quando o discurso aparece, é mais que certo: trata-se de combate político. Visa-se atingir alguém, enfraquecer "os outros" para reforçar "os nossos".
Invariavelmente, se um dos "nossos" é apanhado, a tribo reage com a compreensão familiar, a protecção solidária, a desculpabilização, o sorrizinho cúmplice, o encolher de ombros.
Do mais alto ao mais baixo, a ideia geral é que não há ninguém que mexa no mel e que não lamba os dedos.
Hoje no restaurante da Assembleia da República é recebido em apoteose para um jantar o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa. O jantar é antecedido de um Porto de Honra no terraço do edifício novo da Assembleia, e anunciam-se as presenças de muitos actuais e antigos deputados, governantes e ex-governantes.
Na passada sexta-feira, Pinto da Costa foi suspenso por dois anos da actividade de dirigente desportivo, por ilícito disciplinar de tentativa de corrupção. O mesmo senhor é ainda arguido em vários outros processos criminais com idêntico objecto que correm os seus termos nos tribunais (não correm, arrastam-se porque com protecções desta força não há nada que os faça andar a passo normal).
O acontecimento vem mesmo a calhar para o protagonista, mas será normal que o órgão de soberania Assembleia da República seja associado a isto?
(Talvez passe a ser uso corrente, lembro-me agora do acolhimento triunfal ao deputado Paulo Pedroso. Está descoberta uma nova função para a Assembleia: a de tira-nódoas, branqueador, ou detergente lava-tudo).

Há males que vêm por bem

Sócrates aproveitou para deixar de fumar em definitivo.

A cidade do sossego

Um caso sério, este bloguista de Castelo Branco.

Inconformistas

Novidades na rede.

Manifestação a favor da língua galaico-portuguesa

A Associação Galega da Língua (AGAL) promove domingo uma manifestação em Santiago de Compostela para defender o reconhecimento do galego como parte integrante da lusofonia e denunciar as políticas de normalização linguística desenvolvidas pelo Estado espanhol.
"Não temos nenhum problema que a língua galega se chame português", assegurou Alexandre Banhos Campo, da AGAL, em declarações à Lusa, alertando que "o português da Galiza está numa situação muito difícil".
"O mundo tradicional que funcionava na língua galega está em quebra", lamentou.
Os dados estatísticos que referiu indicam que "90 por cento dos galegos, com mais de 65 anos, falam português da Galiza, mas essa percentagem é muito reduzida entre os que têm menos de 20 anos".
"O processo de reconhecimento autonómico e político levou a uma espécie de oficialização da língua galega, mas o modelo que nos é imposto nas escolas e na comunicação social é baseado no padrão castelhano", afirmou Alexandre Banhos Campo.
Nesse sentido, "como o português é uma língua estrangeira para os espanhóis, a aproximação do galego à lusofonia é entendida como um delito".
"Não queremos que o galego seja uma língua estrangeira para o português", afirmou.
Alexandre Banhos Campo recordou que o Norte de Portugal e a Galiza foram "o berço da lusofonia", frisando que "o português original era a língua que se falava no século IX entre as cidades do Porto e Santiago de Compostela".
Por isso, defendeu que "o galego se confunda com o português", mantendo, no entanto, as suas especificidades próprias.
"No Rio de Janeiro fala-se de uma forma diferente da que se fala em Lisboa, mas ninguém duvida que são as duas português", frisou.
Alexandre Banhos Campo frisou que se vive na Galiza "um processo de substituição linguística que não se pode chamar de normalização".
Nesse contexto, revelou que "a Galiza está cheia de pessoas que perderam os seus postos de trabalho por dizerem que a sua língua é o português".
"Na Galiza é proibido receber as televisões portuguesas, o que, além de dever preocupar as autoridades portugueses, vai contra o que aprovou por unanimidade o parlamento galego".

Terra e Mar - Breve reflexão sobre a história universal

Editado pela Esfera do Caos, apareceu agora nas livrarias "Terra e Mar - Breve reflexão sobre a história universal", de Carl Schmitt.
Apresenta-se como um ensaio fundamental, profundo e acessível, numa tradução de referência, da responsabilidade de Alexandre Franco de Sá.

terça-feira, maio 13, 2008

Sócrates atrás da cortina

Viajava, porque a partir de agora acho que se quiser viajar vai ter que fretar um...

segunda-feira, maio 12, 2008

Posta do dia

Os telejornais das oito iniciaram as respectivas emissões com a aguardada conferência de imprensa destinada a anunciar os eleitos para o campeonato da Europa de futebol. É um momento muito importante, que marca o início dos rituais patrioteiros visíveis nestas épocas. Assim, em Junho, vamos assistir a mais uma grande manifestação de orgulho pátrio, que está cada vez mais parecido com as eleições. Nestas, bota-se o voto de quatro em quatro anos. Aquele, tira-se da gaveta também de quatro em quatro anos (ou de dois em dois, se os apuramentos correrem bem), acompanha-se com umas minis, uns tremoços e uma bandeirinha comprada no chinês.

in A Cidade do Sossego

Experimentalismos

A candidata à liderança do PSD Manuela Ferreira Leite declarou em Braga que "vai fazer a experiência" de dizer a verdade aos militantes e, depois, aos portugueses, "sem promessas eleitorais".
Uma vez não são vezes, mas ainda assim eu recomendava à senhora que tivesse cuidado. Às tantas habitua-se...

PETAS: mais um embuste governamental

Passados seis meses sobre o lançamento do programa de troca de seringas em meio prisional nem um só recluso aderiu à brincadeira. Os tótós que enxameiam os gabinetes ministeriais andam desolados.
Por seu lado, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional veio defender o fim imediato do Programa Específico de Troca de Seringas (PETS), lançado há meio ano, nos estabelecimentos prisionais de Paços de Ferreira e Lisboa, com uma duração prevista de um ano, e que até ao momento ainda não registou qualquer adesão.
O presidente do Sindicato dos Guardas Prisionais aproveitou para sugerir o destino certo para a experiência (e dar uma bofetada de luva branca nos tótós): "não é preciso ir até ao fim, mobilizando desnecessariamente pessoas, dinheiro e meios. Se calhar, há outras coisas bem mais importantes no sistema prisional em que se deve investir".
Por mim, declaro reforçada uma convicção que já expressei a propósitos de outras questões semelhantes: tenho mais confiança no bom senso dos nossos delinquentes do que no dos nossos governantes.

Em Évora: a Direita move-se?

O PND anuncia que o Alentejo conta "com uma equipa de jovens não instalados e determinados a lutar contra o pensamento único e a corrupção", e que o seu núcleo das Novas Gerações em Évora, que tem como coordenador Paulo Fialho, "tem como objectivo principal intervir junto das escolas secundárias, alertando os jovens eborenses para a podridão que ronda o sistema político português".
O PNR tem dado nas vistas através do seu blogue local, Évora Terra Portuguesa.
É só fumaça, ou algo de novo e diferente se move na urbe de Sertório? Será que a política local deixará de estar monopolizada por duas agências de empregos (PS e PSD) e uma associação de reformados (PCP)?

Direita Social

(Sob o título acima, Manuel Brás publicou aqui mais um oportuno artigo que tomo a liberdade de reproduzir)

É costume ouvir dizer, infelizmente com razão, que a economia é uma preocupação política da direita, enquanto as questões sociais constituem a preocupação dominante da esquerda. Dito de outra forma: a direita ocupa-se do sector, sempre ingrato e imprevisível, da economia e finanças – quem previa há um ano atrás o brutal aumento dos cereais e outros géneros alimentares de primeira necessidade? – abandonando, é o termo, o destino das realidades sociais nas mãos da esquerda.
O resultado é o que temos. E é porreiro.
Não vale a pena pensar que uma nova liderança do PSD, que se avizinha, seja ela qual for, vá introduzir alguma alteração ao que tem sido o comportamento habitual ao longo de décadas nesta matéria: as prioridades vão continuar na economia e no défice. O resto é com a esquerda.
A Direita precisa de um pensamento, de um programa, de uma agenda social, que só pode contrastar com a esquerda e a direita do costume, que pensam e fazem, basicamente, o mesmo.
A Direita precisa de lançar com inteligência uma agenda de ruptura social, de criação de opinião e de oposição, coerente com as suas ideias, que coloque a sociedade civil e a sobrevivência da Nação no centro da sua luta política. Não esperemos que a sociedade pense assim para lançar as ideias e fazer a revolução. Pelo contrário: criemos oposição, combate de ideias, conquistemos os espíritos, e aí temos a sociedade connosco. Ao contrário do que se pensa, as ideias, o que as pessoas pensam, é importante na política. Tudo depende de quem lhes alimenta as ideias e o pensamento.
Temos circunstâncias históricas a nosso favor que testemunham o falhanço social da esquerda: o declínio demográfico, a desertificação do interior, a decadência do ensino, a atomização e a fragmentação da sociedade, a perda de soberania, a promiscuidade entre o sector estatal e a iniciativa privada, a tentativa de controle estatal da sociedade civil, etc.
Não deixa de ser curioso que logo no ano – 2007 – em que o Engº Sócrates ecidiu conceder umas migalhas de subsídio às famílias e à natalidade, para parecer que é um apoiante indefectível da causa, o INE regista o pior número de nascimentos – 102213 – e a mais baixa taxa de natalidade – 1,32 filhos/mulher – desde que essas coisas se contam.
Caricato, não é?
Libertemos a sociedade civil do jugo totalitário do Estado. Será preciso citar xemplos?
Libertemos os povos e as nações europeias do jugo totalitário da “União uropeia”.
Quem quiser realmente fazer a diferença e a ruptura com esta coisa não pode ter medo de que lhe chamem nomes.
Porque vão chamar.

Teria graça, se não fosse a sério

Falando na Escócia, o senhor Trevor Phillips, que lá na Grã-Bretanha é nada menos do que "chairman of the Commission of Equality and Human Rights" proclamou solenemente que essa gente do British National Party "should be treated as less than human".
Está muito bem visto. Os direitos humanos são só para humanos.

Em defesa do Castelo de Alcobaça

Por um renovado espaço de cultura, convívio e lazer, pela salvaguarda da memória colectiva e pelo desenvolvimento da região, assine e dê a assinar a petição pela requalificação do Castelo de Alcobaça!

A batalha da educação

O Movimento Algarve Pela Vida insurgiu-se contra a forma como foi realizada uma acção de prevenção na área do planeamento familiar, na escola EB 2,3 Dr. António Sousa Agostinho, de Almancil (Loulé). Em causa está a distribuição de preservativos a crianças de 11 e 12 anos.
"O Centro de Saúde enviou à escola uma enfermeira, com o beneplácito do Conselho Executivo, para uma acção de formação sumária, efectuada em breves minutos, nas várias salas de aula, e que terminou com a entrega, a cada um dos alunos, de um conjunto de três preservativos", explica Reis Cunha, do "Algarve Pela Vida", que se insurge contra o facto de "a distribuição ter sido efectuada a miúdos com 11 e 12 anos".
(Temo seriamente que os miúdos também tenham sido advertidos de que quem não fizesse uso do brinquedo era «betinho», «cocó» ou «careta»...)

Dependências

O site do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) destinado a crianças e jovens a partir dos 11 anos (http://www.tu-alinhas.pt/) contém um dicionário onde se pode aprender que «betinho», «cocó» ou «careta» é «aquele que não consome droga e, por isso, é considerado conservador, desprezível e desinteressante».
Ouvido a esse respeito, o Director do referido Instituto (que com assinalável franqueza nunca quis chamar-se "contra a Droga e a Toxicodependência) declarou que não se trata de um estímulo ao consumo.
Pois não: todos conhecemos montes de miúdos de 11 e 12 anos que adoram ser «betinhos», «cocós» ou «caretas».
Entretanto, o Dr. João Goulão mantém-se em funções e a política dele continua em vigor. É fácil de sintetizar: droguem-se, mas previnam os riscos. "É necessário dizer aos jovens que as drogas proporcionam sensações agradáveis e é por isso que as pessoas as usam, mas envolvem riscos que é necessário conhecer". Não se trata de combater a droga, mas de diminuir os riscos associados...
A política oficial é esta: abdicou-se de combater a toxicodependência, e resvalou-se para a promoção mais ou menos discreta do consumo de estupefacientes (a coisa, aliás, assegura a manutenção de uma notável rede de empregos).

sábado, maio 10, 2008

Fumar es un placer...


Video sobre a canção de Sara Montiel: Fumando espero...
Sinais dos tempos: olhem se fosse hoje, estava bem arranjada a cantante...

La Violetera


Recordando Sarita Montiel. Ainda haverá violeteras em Madrid?

D. Camillo, Peppone e a Pátria


Para o Senhor nada é impossível...

Tout va très bien

Hiroshima: o que o mundo nunca viu

Hiroshima : ce que le monde n'avait jamais vu

La censure américaine a caché les images de victimes

(veja dez novas fotos sobre a tragédia de Hiroshima agora reveladas)

sexta-feira, maio 09, 2008

Angola 1961: a eclosão do terrorismo

Esclarecimentos de um protagonista

Caros Camaradas e Amigos
Tenho vindo, de maneira superficial, a acompanhar estes comentários sobre o início do designado «terrorismo» em Angola, sobre os massacres então ali ocorridos, sobre os primeiros reforços militares enviados e respectivas actuações e, tal como já previa, acabo por constatar os mesmos lapsos ou (no mínimo) omissões que de forma lastimável, incompreensível e inadmissível se têm verificado e repetido, nomeadamente, até em registos de natureza, dimensão e importância qualitativamente muito diferentes já que "se inscreverão na história", tais como publicações e livros diversos - alguns deles (infelizmente) de autores militares -, intervenções avulsas ou contextualizadas nos "media" nacionais, programas e séries de TV em que não deixo de incluir a recente produção da autoria do jornalista J. Furtado.
Procurarei, assim, e para já exclusivamente no que respeita à questão particular referente às primeiras forças militares enviadas (mobilizadas) para Angola, após a eclosão do conflito (noite de 15/16 de Março de 1961), repor a verdade sobre os factos ocorridos com vista a clarificar os lapsos e/ou omissões acima citados, mais que não seja, como acto de muito respeito e testemunho de veneração por todos aqueles que já não se encontram entre nós, precisamente por, nesse tempo distante mas sempre tão presente, terem dado as suas vidas no cumprimento do nobre dever que só a «condição militar» (especificidade tão incompreendida e tão maltratada, até, tem vindo a ser nestes últimos tempos) obriga. Falo, como é óbvio, dos deveres para com a Pátria, mormente, o do sacrifício da vida, inscritos no Código e no Juramento de Honra do cidadão militar.
Passemos, porém, aos factos em apreço. A 16 de Março, logo que conhecidos foram pelo poder político, na (então) Metrópole, os sangrentos e criminosos actos ocorridos em Angola na data acima referida, por decisão superior foi determinado o imediato envio para ali, por via aérea em aviões da TAP, da 7ª Companhia de Caçadores Especiais - 7ªCCE (posteriormente denominada 78ª) que se encontrava sedeada no B.C.5 em Lisboa e que muito recentemente havia completado a sua instrução de aprontamento operacional no Centro de Instrução de Operações Especiais - CIOE, em Lamego. A urgência imposta revestiu tal grau que a nenhum seu militar, inclusive aos residentes em Lisboa e na sua cintura, foi autorizada a saída do quartel para contacto e despedida dos seus familiares; houve, nessa tarde, que se proceder à vacinação de todo o pessoal no Institudo de Medicina Tropical, fazer espólios, distribuir novas dotações de fardamento camuflado, distribuir armamento ligeiro e munições aos graduados e receber instruções adequadas à situação.
Esta sub-unidade era comandada pelo Capitão de Inf. Abílio Eurico Castelo da Silva, que ao princípio da noite de 16 de Março de 1961, marchou com um 1º escalão da mesma num Super-Constellation da TAP (via ilha do Sal); face à total indisponibilidade de mais qualquer aeronave da respectiva frota, nessa data, só a 18 e 19 de Março, nas mesmas condições, marcham os 2º e 3º escalões da Companhia, sendo este último comandado por mim (Alferes de Infª, cmdt do 1º Pelotão e Adj. do Cmdt.).
Esta primeira força militar rapidamente encaminhada para o teatro de operações e, normalmente, pouco citada antes quase sempre omitida, até, nas mais diversas referências e descrições, quer faladas quer escritas, àcerca do início do conflito em Angola, ocorre relativamente apreciável tempo antes, ainda, da mobilização de unidades de escalão Batalhão - e acaba por realizar, à semelhança de outras muito poucas sub-unidades para lá mobilizadas ainda antes de 15 de Março de 1961, assim como das também poucas para lá deslocadas na circunstância, missões difíceis em condições perigosas, que exigiram sacrifícios de toda a ordem num ambiente de enorme tensão e de grande e generalizada instabilidade psicológica, por que não dizer mesmo de verdadeiro pânico das populações e de muita preocupação por parte das autoridades civis e militares.
É, pois, neste quadro que a 7ª CCE cumpre múltiplas missões nos Distritos do Quanza Norte e do Uige, centradas em toda a região dos Dembos (e rio Dange), área das inúmeras e grandes roças produtoras de café, que constituíram os «alvos» preferenciais da barbárie, em pé de igualdade com a quase totalidade das pequenas povoações, algumas das quais sedes de Administrações e de Postos Administrativos, onde, em comum, se desenrolaram os mais traiçoeiros e impiedosos ataques efectuados pelo movimento dirigido por Holden Roberto, designado, então, por "União das Populações de Angola" - UPA.
Esta intervenção de grande mobilidade sobre os Dembos é realizada pela 7ªCCE (-), já que dois dos seus pelotões foram destacados para garantir a segurança da capital de Distrito do Quanza Norte (Salazar), das povoações de Dondo e de Lucala e da barragem de Cambamba à data em plena construção, e pela 6ª C Caçadores (-) com a qual se verifica idêntico emprego atribuindo-se-lhe a segurança das povoações de Quibaxe, Bula-Atumba, Pango-Aluquem entre outras. Estas forças foram, para o efeito, integradas num Comando de Batalhão (muito reduzido), denominado por "Batalhão Eventual" e cujo comando foi atribuído ao (então) Major de Infª Rebocho Vaz que, até aí, desempenhava as funções 2º Cmdt do RI de Luanda.(Recorda-se aqui que o Ten Inf Jofre Prazeres, morto poucos dias depois, era seu adjunto e pertencia, igualmente, àquele RI).
Nas acções, inicialmente desenvolvidas, sempre em condições muito complexas e sem o mínimo apoio logístico, por total inexistência de meios, o seu pessoal procede ao levantamento dos hediondos danos cometidos pelo inimigo por toda essa vasta região, tenta a identificação e trata dos inúmeros mortos encontrados, salva e recupera bastantes colonos e nativos (bailundos) assalariados nas roças, que haviam conseguido furtar-se aos ataques (chacinas) fugindo e escondendo-se na mata e noutros locais seguros, dando-lhes todo o auxílio e protecção na desesperada busca de familiares não encontrados assim como na recuperação de alguns bens mais significativos, presta socorros a feridos que surgiram nas mais díspares situações e ajuda as populações a organizar-se em autodefesa nas povoações não atacadas e não abandonadas. Simultaneamente e com frequência, efectivos seus, na exploração de notícias obtidas e na perseguição de grupos inimigos, confrontam-se e travam com eles acções de combate, sobretudo aquando vítimas de emboscadas, por norma, montadas em locais difíceis e preparados com abatises.
É neste cenário e nestas condições que, decorridos que foram cerca de 15 dias de permanência em Angola, não obstante as inúmeras baixas provocadas ao inimigo, a 7ª CCE contava já, também, com um considerável número de baixas em combate - 7 mortos e 1 desaparecido.
De entre os mortos figurava o próprio comandante, Cap. Castelo da Silva, chefe que todos, mas todos, os seus subordinados veneravam profundamente e que, por todas as formas, tentavam tomar como exemplo (morto e chacinado com outros militares, em 02 de Abril de 1961, numa emboscada sofrida no triângulo Aldeia Viçosa - Vista Alegre - Cambambe, concretamente em Cólua).
Figura ímpar nas suas dimensões de Homem e de Militar sobravam-lhe qualidades e virtudes que o tempo - não fosse todo o infortúnio desse nefasto acontecimento - inexoravelmente se encarregaria de conferir os devidos reconhecimento e realce.
Ocorre de forma inverosímil, injusta e vergonhosa que este Distinto, Valente e Exemplar Militar nem, postumamente, merecedor foi de um singelo louvor.
O historial pátrio tem inscritos, também, exemplos destes!!

Valdemar Diniz Clemente (Cor. Infª Reformado)

NOTA – O autor deste comentário pede a todo e qualquer cidadão e agradece, profundamente, que faça dele a maior divulgação já que, face ao pensamento corrente e dominante nas actuais "elites", tão distraídas, rejeitantes e altamente aleivosas desse passado nacional, o simples conhecimento destes factos assim como de tantos outros da mesma sorte, possa constituir uma salutar lufada de natureza conceptual relativa à Honra, ao Respeito e à Gratidão.
Por outro lado e da nossa parte, tal gesto representará sempre uma pequeníssima Homenagem ao Cap. Infª A. Eurico Castelo da Silva e a todos os demais militares vítimas dos repugnantes acontecimentos desse período.
Este pedido abrange a inserção em blogues que, pela sua estratégia editorial, possibilitem o esclarecimento dos acontecimentos militares de 1961 em Angola e outros semelhantes.