Fascistas em Marte (Parte II)
Um blogue às direitas em tempos sinistros
http://www.caminhadapelavida.org/
Amigos da VIDA,
A nossa Caminhada não pára.
Desde o dia 11 de Fevereiro que estamos a assistir a uma verdadeira mentira.
Sempre dissemos que dizer SIM no Referendo, seria liberalizar o Aborto até às 10 semanas. Tínhamos razão!
Prometeram aconselhamento e apoio à Maternidade. Onde está ele?
Todos os profissionais de Saúde, nomeadamente médicos, que forem objectores de consciência ou seja que exercem a sua profissão a favor da cura e não da morte, foram postos de parte. Não fazem parte do grupo de aconselhamento. Mas então o que quer dizer aconselhamento? Como se tentar ajudar uma mulher a assumir o seu filho fosse um crime?
A Lei foi discutida na 1ª Comissão da AR, apenas por uma dúzia de deputados, que troçaram daqueles que disseram Não, e também daqueles que disseram Sim convencidos de que seria apenas para despenalizar até às 10 semanas. Tudo se resolveu numa hora de debate. O abuso de poder declarado!
Isto é uma loucura!
A mentira está a tomar conta das consciências dos portugueses. Não por falta de inteligência, mas por ignorância. É por isso que tentamos ser a voz de todos aqueles que votaram NÃO, e ainda daqueles que não votaram porque estavam pouco esclarecidos.
O Presidente da República, Presidente de todos os Portugueses, precisa saber que pode contar connosco, que estamos vivos e prontos a dar a vida pela nossa Pátria.
Somos um, somos dois, somos três, seremos milhões…
Dia 31 de Março, às 15 horas, concentração em Lisboa, frente ao Palácio de Belém.
"E Agora? Ficamos Por Aqui?"
Julgo que poucos terão dúvidas que o último referendo teve subjacente uma vontade legítima de tentar dar resposta a problemas muito sérios e reais da nossa sociedade, sendo certo, também, que da solução encontrada emergem novas questões de difícil resolução. Para melhor se perceber o que se quer demonstrar, nada melhor do que recorrer a uma situação ficcionada:
- António diz-se vítima da obsessão de uma amiga que, aproveitando-se do seu estado de embriaguez decorrente de uma festa em que ambos estavam, o induziu a com ela manter relações sexuais;
- Sendo certo que, caso não estivesse nesse estado nunca teria tido relações com a dita amiga, a qual, segundo me afirma, sempre teve por ele uma enorme obcecação tendo sido sempre rejeitada;
- Dessa situação resultou uma gravidez e o nascimento de uma criança;
- O António só em estado muito avançado da gravidez é que dela teve conhecimento;
- Nunca aceitou que a criança fosse sua filha, ainda que biologicamente assim viesse a ser decretado, o que veio a suceder após o decurso de uma acção de investigação da paternidade;
- A verdade é que sempre se sentiu traído e vítima de uma manobra pouco leal e transparente perpetrada pela mãe da criança; sempre aceitou que a filha não tinha qualquer culpa pela situação, não sendo essa razão, no entanto, suficiente para o levar a agir como Pai e, consequentemente, a aceitar o vínculo da paternidade, apesar de existir uma sentença judicial que o obrigue formalmente a tal;
- Não quer ser pai, nunca desejou tal condição, nem sente essa criança como sua filha.
E agora?
Será que perante o resultado deste último referendo, pode este cidadão (homem), vir a exigir, à sombra do princípio constitucional da igualdade de tratamento entre homens e mulheres, que a lei não o obrigue a ser pai?
Dito de outra forma: podendo a mãe, por sua exclusiva vontade e por razões da sua estrita conveniência desejar, nas condições da lei, não ser mãe, não poderá o pai reivindicar um direito similar, com a vantagem, em caso de colisão de direitos, de não existir necessidade, sequer, de se fazer terminar com o processo biológico que, caso a natureza não seja contrariada, terminará no nascimento de um ser humano? Não deverá o Estado ter de respeitar esta sua decisão, substituindo-o naquilo que seriam os seus deveres, nomeadamente, o de alimentos, quanto à menor?
A questão que agora me suscita algumas dúvidas é, pois, a da (in)constitucionalidade de todas as normas que impõem a um pai que o seja, isto face ao dito princípio constitucional da igualdade de tratamento entre mulheres e homens e a possibilidade que agora é aberta à mulher pelo resultado do referendo de, por sua exclusiva vontade e atendendo, tão só, a razões de sua conveniência (as quais nem necessitará de explicitar), não querer ser mãe. O pai não terá um direito similar?
Será que o António não poderá ter alguma razão quando reivindica o direito, malgré o odioso que a situação sempre suscita nas consciências dos outros, de não querer ser pai, de nunca ter sido tido nem achado na questão da interrupção, ou não, da gravidez, de só ter contribuído de forma totalmente inconsciente para que a filha nascesse, não se sentindo pai, nem o querendo ser.
As mães, agora, vão passar a ter o direito de dispor, sem constrangimentos de espécie alguma, sobre o fruto de uma relação sexual, e o pai não tem, no que a isso diz respeito, direito rigorosamente a nada? Só lhe cabe o dever de arcar com as consequências e responsabilidades do seu acto?
Qual a razão que leva as mulheres a abortar?
Não é uma questão de (in)conveniência (seja ela qual for, ninguém terá nada com isso), de direito a entenderem, pelas razões que só a si dizem respeito, que não querem aquele filho? O que é que isto verdadeiramente tem a ver com o facto de a natureza ter escolhido a mulher para ser nela que se desenvolva e dê o milagre do nascimento, ainda por cima agora que o Homem, em Portugal, decidiu que lhe é possível interferir e fazer terminar esse processo? O homem tem de aceitar e resignar-se com aquilo que a natureza lhe impõe, ao invés da mulher que a pode contrariar?
É tudo isto mera tolice ou poderá ser esta “provocação” entendida como singelo contributo destinado a mexer as águas e tentar dar ainda mais expressão ao princípio da igualdade entre homens e mulheres, seja através do redesenhar do conteúdo dos direitos emergentes desse princípio, seja através do reequacionar de toda a problemática subjacente a estas questões, obrigando o Estado, de uma forma ou de outra, a comportar-se como tal e a não se demitir, nunca, das suas responsabilidades sociais?
Será que estamos a abrir a caixa de Pandora?
Ou, ao invés, teremos a serenidade e lucidez suficientes para, através de uma justa e adequada ponderação de tudo o que está em causa darmos expressão a um quadro valorativo que defenda, acima de tudo, o Homem em todas as suas dimensões?
João Folque (Advogado)
"Segundo notícia do PÚBLICO, poderá ter havido uma intenção de retardar o processo de nomeação dos novos juízes do Tribunal Constitucional, de forma a garantir que seja a actual formação a apreciar a nova lei do aborto, caso o Presidente da República solicite a fiscalização preventiva do decreto da Assembleia. De acordo com a fonte do jornal, assim se faria em nome da "qualificação dos actuais juízes" do Tribunal Constitucional e da "estabilidade doutrinária" sobre o assunto.
Estranha-se a justificação, desde logo por parecer desnecessária, perante a ausência de um estrito prazo constitucional ou legal para o efeito e, sobretudo, em face dos atrasos incomensuravelmente maiores que, por vicissitudes políticas várias, aconteceram em anteriores nomeações de juízes.
Mas também por ser inconsistente, pois que nem os novos juízes deverão ser menos qualificados que os actuais, nem a estabilidade doutrinária é um valor que possa ser convocado neste contexto - até porque a questão da constitucionalidade da lei poderá sempre ser suscitada em qualquer momento depois da sua entrada em vigor.
Só que, a ser verdadeira, a fundamentação revela uma manobra partidária que submete confessadamente a normalidade jurídica às conveniências políticas, uma manipulação que, para além de integrar o arsenal de má fama das "habilidades políticas", constitui, ressalvada a menor grandeza do episódio, mais um "momento maquiavélico" da nossa experiência democrática.
Acresce que esse pequeno ardil parece representar ainda, do ponto de vista da sua influência no espaço público, uma deprimente confirmação oficial da imagem jornalístico-tablóide da jurisprudência do Tribunal Constitucional, que conta os votos dos seus membros como espingardas de partidos. E essa leitura, avaliada seriamente, ofende a liberdade de espírito dos juízes e apouca a instituição à qual confiamos a tarefa de garantir a força normativa da nossa Constituição.
Não está, por isso, de parabéns a nossa democracia."
Aborto atrasa eleições para o Constitucional
A saída do juiz Bravo Serra, cujo mandato já terminou, podia pôr em causa a aprovação da lei, caso Cavaco Silva a envie para aquele órgão judicial
Em nome da "estabilidade doutrinária" sobre o aborto e da "qualificação dos actuais juízes" do Tribunal Constitucional (TC), que já analisaram a fundo esta matéria, as eleições dos seis novos membros deste órgão político-judicial foram sendo adiadas pelo PS, até que ontem ficaram marcadas para o próximo dia 29. Fonte da bancada do PS não negou ao PÚBLICO a intenção de retardar este processo, de forma a garantir que seja a actual composição a apreciar a nova lei da interrupção voluntária da gravidez (IVG), caso o Presidente da República a envie para o TC.
Em causa está o frágil equilíbrio de posições dos actuais juízes quanto à IVG, reveladas nas declarações de voto a propósito do acórdão sobre a realização do referendo.
Isto porque um dos juízes ainda a meio do mandato, Mário Torres, foi sugerido pelo PCP mas votou contra a realização da consulta popular, por acreditar que a protecção da vida não era garantida com a pergunta em causa. O seu voto só não impediu o referendo porque um dos juízes indicados pelo PSD, Bravo Serra, votou a favor da sua realização. E este é um dos deputados a substituir.
Os mandatos (de nove anos) de seis dos 13 juízes acabou no domingo, mas só ontem os presidentes dos grupos parlamentares do PS e do PSD se reuniram para apresentar as suas propostas de nomes (três cada um), uma vez que a tradição faz com que haja uma lista única, conjunta e de consenso entre os dois maiores partidos.
Há duas semanas, o PSD lamentou o facto de o PS já ter adiado cinco vezes a reunião entre os dois líderes parlamentares com vista à consensualização da lista, atribuindo-a a dificuldades dos socialistas em escolherem os seus candidatos. O PS entretanto pedira um adiamento do processo por 15 dias, o tempo que foi necessário para ultimar a redacção da lei do aborto com a esquerda e a aprová-la em plenário. O que aconteceu na passada quinta-feira, com dois terços dos votos dos deputados, o suficiente para ultrapassar até a rejeição da lei pelo TC.
Os calendários estão pensados com minúcia. O texto final da lei do aborto é fixado hoje na comissão de assuntos constitucionais, de onde segue para o presidente da Assembleia da República que, por sua vez, a envia para o Presidente da República. Cavaco Silva tem oito dias para a enviar ao TC (ou 20 para a promulgar ou vetar), o que, a acontecer, será sempre antes das eleições.
Sendo esse o cenário mais plausível - o envio da lei para o TC -, esse acórdão deverá ser o último produzido pelos juízes cessantes: Fernanda Palma, Artur Maurício e Helena Brito, indicados pelo PS, e Maria dos Prazeres Beleza, Mota Pinto e Bravo Serra, escolhidos pelo PSD.
Aveiro, 24 de Fevereiro de 2007
Reunida em Calvão com pessoas que, em todo o país, estiveram activamente empenhadas na campanha do Referendo, a Federação Portuguesa pela Vida (FPV) vem declarar o seguinte:
1. A FPV manifesta a sua preocupação com o resultado do referendo, que representa um importante revés na causa da protecção dos mais fracos e da dignidade da Mulher e na defesa da vida humana em toda a sua plenitude, quaisquer que sejam as condições e as contingências.
2. Ainda que apenas um em cada quatro dos eleitores portugueses tenha votado “sim”, a FPV está ciente de que o “não” foi minoritário nos votos expressos. O processo legislativo que vai ter lugar na Assembleia da República deverá ter em conta a pequena dimensão desta circunstancial maioria. A FPV irá estar muito atenta ao que se vai passar, nomeadamente aos aspectos de constitucionalidade dos diplomas que vão ser elaborados e de conformidade com promessas que foram feitas em campanha pelos responsáveis das forças políticas que apoiaram o “sim”.
3. A FPV e todos as entidades e grupos reunidos em Calvão vêm exigir desde já as seguintes medidas ao Governo de Portugal:
a) Atribuição de um valor fixo a cada mulher que deseje levar a sua gravidez a termo num montante, no mínimo, igual ao montante que o Estado pagará por um aborto;
b) aumento da percentagem de financiamento das Associações/IPSS que acolhem mulheres grávidas ou crianças em dificuldade para 80%;
c) financiamento a 75% dos Centros de Apoio à Vida que fazem o acompanhamento de mulheres grávidas e famílias em dificuldade;
d) o controle efectivo e transparente através de relatórios semestrais e públicos das condições e outras circunstâncias relevantes da prática do aborto legal nos estabelecimentos de saúde públicos e privados.
4. A FPV considera que a temática do aborto livre em Portugal não se encontra de forma nenhuma encerrada, não apenas pela escassa expressão, quando considerado o universo eleitoral, mas sobretudo porque o Não angariou mais 200 mil votos do que em 1998, dos quais metade correspondem a um terço dos novos eleitores.
5. A FPV congratula-se pela fantástica mobilização em torno da causa do “NÃO”. De norte a sul do país, de forma voluntária e desinteressada, e apesar do clima mediático e político muito desfavorável, apareceram grupos plurais e espontâneos de pessoas que, batendo-se pelas suas convicções, deram uma lição de cidadania e de coragem cívica que tem ser reconhecida e salientada por todos.
6. A FPV entende ser importante canalizar esta explosão de energia para o surgimento e reforço das iniciativas de apoio à gravidez e à maternidade e, em geral, à vida em todas as suas fases. Nesse sentido, a FPV desafiou os presentes nesta reunião de Calvão para que se empenhem agora na criação e na dinamização instituições de apoio à vida, estendendo a todo o território de Portugal o trabalho que, há muitos anos, é feito pelas instituições que compõem esta Federação. O contexto legislativo que se adivinha irá aumentar a exigência e dificuldade deste trabalho e constituirá um motivo acrescido de compromisso de todos nesta causa de civilização que é acabar com o aborto.
7. A FPV recorda que do referendo saiu um vasto consenso nacional quanto à necessidade de combater o flagelo do aborto, legal ou clandestino, e quanto à necessidade imperiosa de não banalizar o aborto como meio de planeamento familiar. Tanto o “Sim” como, naturalmente, o “NÃO” assumiram publicamente a intenção de tudo fazer para evitar essas situações e fazer com que o número de abortos em Portugal se reduza ano após ano.
8. Hoje, após o debate do referendo, é também consensual em Portugal que em cada aborto morre sempre um ser humano e morre, seguramente, uma parte importante da vida da mulher.
Duas notícias de hoje:
"O Governo vai manter o Plano Nacional contra a Droga, que prevê «salas de injecção assistida» e troca de seringas nas prisões, apesar de a ONU criticar as salas de chuto por permitirem «o consumo de estupefacientes obtidos ilegalmente», noticia a agência Lusa".
"O Governo aprovou hoje a proposta de protecção dos cidadãos contra o fumo e a favor da redução do consumo de tabaco, em que se proíbe fumar nos serviços da administração pública, estabelecimento de saúde e de ensino. Entre outras limitações, a proposta referente ao consumo de tabaco prevê ainda a proibição da venda de produtos a menores de 18 anos, noticia a Lusa."